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Coluna do Rixxa Jr

O CARNAVAL NA TV BRASILEIRA


 . 1º Capítulo: Os Primórdios (Anos 60)
 . 2º Capítulo: Do Preto e Branco o Homem Coloriu (Anos 70)
 . 3º Capítulo: A Era da Televisão – Anos 80 (1ª Parte - 1980-1983)
 . 4º Capítulo: Aconteceu, virou Manchete – Anos 80 (2ª Parte: 1984-1987)
 . 5º Capítulo: Na Tela da TV no meio desse povo (Virada Anos 80/90)
 . 6º Capítulo: O Canto dessa Cidade é meu! (Anos 90)
 . 7º Capítulo: Enfim, o carnaval da liberdade (Anos 2000)
 . 8º Capítulo: É o teu futuro que me seduz (Anos 2010)

9 de janeiro de 2021, nº 45

CAPÍTULO 8 – É O TEU FUTURO QUE ME SEDUZ (Anos 2010)
por Gerson Brisolara

A cada ponto é uma arte que reluz
É o teu futuro que me seduz
Clareando humanidades será a guia
Criatura iluminada eu serei
Enriquecido de sabedoria

“Há um ponto de luz na imensidão” (Dinoel Sampaio, Itinho e Neguinho da Beija-Flor) – Samba-enredo da GRES Beija-Flor de Nilópolis 1992

A

segunda década do século XXI inicia com uma constatação: o carnaval perdeu espaço na tevê aberta, em comparação com a programação que existia nos anos 70, 80 e 90. O mundo mudou, também mudou o interesse das pessoas no evento e a própria festa também se modificou.

A partir dos anos 2010 a tevê deixou de realizar festivais de músicas de carnaval e de exibir concursos de fantasias. A caixinha mágica parou de transmitir de forma ininterrupta os tradicionais bailes de salão. Sobrou até para a comercialização dos discos de samba-enredo, cujas vendas despencaram. Interessante que todos esses aspectos entraram em declínio (ou decadência) quando a TV deixou de promovê-los.

Mas a festa também mudou. Afinal, as novas gerações não foram criadas ouvindo marchinhas de carnaval no rádio nem assistindo as chanchadas musicais da Atlântida. Muitos jovens, além de quarentões e cinquentões não conhecem as obras de Lamartine Babo (1904 - 1963), Braguinha (1907-2006), Haroldo Lobo (1910 - 1965), Zé Keti (1921 - 1999), Mario Lago (1911 - 2002) ou Mirabeau (1924 - 1991). Sequer viram atuar em preto e branco astros como Grande Otelo (1915 - 1993), Oscarito (1906 - 1970), Zé Trindade (1915 - 1990) ou Eliana Macedo (1926 - 1990), nas charmosas e brejeiras produções da Atlântida e da Vera Cruz.

Já não havia mais os grandes ícones dos concursos de fantasias, como os eternos hors-concours Clóvis Bornay (1916 - 2005), Mauro Rosas (1934 - 1992), Jésus Henrique (? – 1994), Evandro de Castro Lima (1920 - 1985), o professor Júlio Machado, o “Xangô do Salgueiro” (1939 - 2007), Olegária dos Anjos (1933 - 2012), Walyria Miranda (1936 - 2011), e nem a vedete, atriz e humorista Wilza Carla (1935 - 2011), personagens que sempre investiram recursos, tempo e criatividade para confeccionar luxuosas fantasias e contribuir para o engrandecimento dos desfiles.

O tempo passou e os bailes de carnaval também. Ficaram em algum salão no século passado mulheres seminuas, homens enlouquecidos de desejo, orquestras com 40 músicos, confete, purpurina, glamour e cocaína, que em alguns eventos reinavam mais que o Rei Momo. Dependendo do baile, claro. E a lista dos bailes era grande: Theatro Municipal, Copacabana Palace, Clube Federal, Circo Louco da boate Régine’s, Vermelho e Preto, Baile das Estrelas Sugarloaf, no Pão de Açúcar, Baile da Cidade no Canecão, Baile do Hawaii, Baile do Fluminense, e os bailes das Panteras e Gala Gay no Scala Rio, do “rei da noite” dos anos 80 e 90, Chico Recarey – ou Re-ca-rey, como cantava o intérprete Sobrinho (1951 – 2018) no samba “Trinca de reis”, que a Mangueira apresentou em 1989.

Houve um tempo em que o disco com os sambas de enredo das principais escolas do Carnaval do Rio de Janeiro era (quase) tão esperado no fim do ano quanto o álbum anual do cantor Roberto Carlos. O auge artístico e comercial dos LPs com os sambas das agremiações cariocas aconteceu nas décadas de 1970 e 1980. Durante os anos 80, a venda dos discos de sambas-enredo ultrapassava facilmente a marca de 1 milhão de cópias, tendo atingido um recorde em 1989 de 1,3 milhão e discos vendidos.

Na década de 90, o gênero era hit nas emissoras de rádio, tocando mais do que as atuais “sofrências” sertanejas. Em reportagem publicada no jornal Folha de São Paulo, de 6 de fevereiro de 1997, os sambas-enredo das escolas do grupo especial do carnaval do Rio tocavam, em média, 50 vezes por dia nas principais rádios cariocas na semana que antecedeu o desfile, segundo medição da Rádio Link, empresa que fazia pesquisa de execução das músicas nas emissoras de rádio.

A estimativa da gravadora BMG-Ariola (atual Universal Music), distribuidora do disco em 1997, era que a vendagem do disco do carnaval daquele ano, atingisse 600 mil cópias, sendo que os CDs eram responsáveis por 82% das vendas, com o restante sendo dividido igualmente entre LPs e fitas cassete. No ano anterior, os CDs representavam 50%.

A ERA DA FOLIA DIGITAL

O Brasil se conectou à rede mundial de computadores em 1990. Em maio de 1995, teve início a abertura da Internet comercial no Brasil. Em tempos pré-Internet, era comum o aficionado pelo carnaval só tomar conhecimento do samba-enredo oficial, dos temas desenvolvidos pelas escolas de samba e dos intérpretes de cada uma, na ocasião em que o disco de vinil (LP) era lançado nas lojas, geralmente às vésperas do Natal (em torno de 60 dias antes dos três dias de folia).

A ideia do enredo de uma escola só poderia ser explicada superficialmente através do encarte do disco com o título do tema e a letra do samba de enredo. Os demais detalhes só eram conhecidos de fato no dia do desfile. Os próprios habitantes da cidade do Rio de Janeiro só ficavam a par dos sambas concorrentes e das notícias das escolas se frequentassem as respectivas quadras. E não era por mistério nem para gerar expectativa. A divulgação é que era incipiente mesmo. Não havia exatamente uma imprensa especializada em carnaval. A mídia contava com jornalistas e profissionais do meio, que eram “especializados” no evento. O Carnaval possuía praticamente apenas uma semana, se encerrando exatamente na Quarta-Feira de Cinzas.

Com a Internet, o simpatizante pode saber das novidades das escolas muito antes do Carnaval. Na esteira da nova mídia, surgem os sites especializados na folia e o acompanhamento online, passo a passo, instantaneamente, em tempo real, de toda a movimentação do carnaval. Ou seja, após o advento da internet sabemos o antes, o bem antes, o durante, o depois e o bem depois. A pretensa especialização midiática em carnaval passa a existir. A academia se rende ao jornalismo carnavalesco. Surgem cursos, graduações e até pós-graduações. Rei Momo surge com todo o seu esplendor stricto sensu e lato sensu.

Passamos a ouvir os sambas-enredo concorrentes de diversas escolas, debater em fóruns de discussão, escolher e comprar fantasias, ler as sinopses dos enredos; “baixar” sambas de todas as épocas e de todas as localidades, ver fotos e vídeos de desfiles atuais e antigos, conhecer detalhes da história das escolas e os integrantes da diretoria de cada uma; conferir as opiniões de colunistas especializados, etc.

Home pages de alguns sites de jornalismo carnavalesco: SRZD, Carnavalesco, Galeria do Samba e, lógico, o nosso querido Sambario

Os sites fazem a cobertura do Carnaval durante todos os 365 dias por ano. São noticiadas, diariamente, as atividades das escolas mesmo em época distante dos desfiles. É possível sabermos das movimentações do mercado do Carnaval, como a chamada “dança das cadeiras” – o troca-troca nas escolas de carnavalescos, intérpretes, mestres-salas, porta-bandeiras, rainhas de bateria, mestres de bateria, etc.

Em pouquíssimos cliques ficamos por dentro dos anúncios dos enredos no momento em que eles são confirmados, chamadas para eventos nas quadras das escolas, como shows, feijoadas, exposições, apresentações dos protótipos das fantasias e premiações. Nos grupos de whats app, pululam informações sobre a cobertura de eleições internas nas escolas de samba, anúncios de cortes de sambas nas eliminatórias, cobertura de ensaios técnicos, comunicados das Ligas, entre outras atividades.

No Rio de Janeiro e em São Paulo, os sites e portais carnavalescos ainda não possuem permissão para transmitir na íntegra os desfiles dos grupos especiais nos dias de carnaval na Sapucaí e no Anhembi. Ou seja, não estão autorizados a permanecerem na pista de desfile, prerrogativa esta ainda restrita à rede de televisão até agora detentora dos direitos de transmissão dos dois certames.

OUTROS POLOS CARNAVALESCOS

Como vimos no capítulo 6 desta série, Manaus foi o quarto polo carnavalesco a ser exibido em rede nacional, depois de Rio, São Paulo e Salvador. Não contabilizamos os carnavais de Recife e de Olinda, pois apesar de terem uma cobertura telejornalística muito forte, estas duas cidades pernambucanas ainda não tiveram seus festejos exibidos nacionalmente na íntegra durante a programação televisiva.

Outras cidades também vêm se destacando em transmissões de desfiles de carnaval:

Carnaval de Porto Alegre

O Carnaval da capital gaúcha é originário de uma festa realizada nas ruas chamada Entrudo, que consistia em jogar “limão de cheiro” (uma bola de cera do tamanho de um limão, cheia de água perfumada), uns nos outros. Os mais afoitos atiravam ovos e farinha nas “vítimas”.

Após várias fases em que foi liberado e proibido devido muitas vezes à violência e brigas provocadas pelos “limões de cheiro” e outros materiais menos nobres e – até mais orgânicos – jogados entre o populacho, o Entrudo começa a entrar na fase de decadência por volta do ano de 1870. Inicia o surgimento das Grandes Sociedades (como Esmeralda e Venezianos) que mudam e dominam o carnaval até mais ou menos 1900.

De acordo com historiadores, como Heitor Carlos Sá Britto Garcia, o carnaval do povão de Porto Alegre surgiu nos bairros pobres como o Areal da Baronesa (atualmente bairro Cidade Baixa) e Colônia Africana (que compreendia o atual bairro Rio Branco) na década de 1930.

Já nos anos 50, sob o patrocínio da empresa de bebidas Pepsi-Cola (patrocinador do carnaval de Porto Alegre entre os anos de 1955 e 1962), iniciam as primeiras coberturas carnavalescas através do rádio. Na década de 70, com um estilo de desfilar e de se apresentar já sob forte influência do carnaval do Rio de Janeiro, o carnaval de Porto Alegre passa a ser transmitido pelas emissoras de TV locais, como TV Gaúcha (atual RBSTV), TV Difusora (atual BandRS), TV Piratini e TV Educativa.

TV Piratini

Em 20 de dezembro de 1959, foi inaugurada a primeira emissora de televisão no Rio Grande do Sul. A TV Piratini Canal 5 era integrada ao Grupo Diários Associados, empresa de propriedade de Assis Chateaubriand (1892 - 1968), e retransmitia a programação da Rede Tupi além de gerar programas locais. A sede foi instalada num terreno no Morro Santa Tereza, na zona sul de Porto Alegre.

E o samba tinha espaço na emissora, com um programa chamado TV Samba, apresentado pelo radialista Sayão Lobato (1941-2011), no início da década de 70. Era um programa de auditório, misto de “Discoteca do Chacrinha” com “Silvio Santos Show”, onde o samba era destaque.

A TV Piratini foi extinta em 18 de julho de 1980 após o cancelamento da concessão da Rede Tupi em São Paulo. O canal em que operava – canal 5 VHF – desde 1981 pertence ao SBT Porto Alegre. O prédio dos estúdios passou a ser utilizado pela TVE-RS, emissora estatal gaúcha.


Sayão Lobato (calça branca camisa estampada) na TV Piratini Canal 5, comandando o programa TV Samba. Crédito: Blog TV Piratini Canal 5 RS Memórias

TV Guaíba

Outro canal de televisão que também privilegiou a folia porto-alegrense foi a TV Guaíba, canal 2 de Porto Alegre. A empresa foi fundada em 10 de março de 1979 por Breno Caldas (1910 - 1989), filho do jornalista Francisco Antônio Vieira Caldas Júnior (1868 - 1913), o fundador da Companhia Jornalística Caldas Júnior e do jornal Correio do Povo. O desfile de escolas de samba de Porto Alegre foi transmitido ao vivo pela emissora nos anos de 1989, 1990 e 1991. A TV Guaíba também exibia bailes pré-carnavalescos, como o tradicional Baile Verde e Branco, promovido pelo Teresópolis Tênis Club.

Entre os apresentadores desta época, destacavam-se o radialista Andi Ferreira Alves, o comunicador e produtor de eventos Jorginho JG, os jornalistas Antônio Carlos Cortes e Fernando Vieira, este, responsável pela apresentação dos bailes de carnaval na emissora. Nas reportagens, Sérgio Zamel e Bibo Nunes, atualmente deputado federal pelo RS. Bibo na época era apresentador de programas de clipes musicais, dicas de festas e entretenimento voltado para o público jovem. Na cobertura da TV Guaíba, ele geralmente entrevistava parceiros comerciais nos intervalos dos desfiles.


O apresentador Andi Ferreira Alves ancorou a transmissão pela TV Guaíba do Carnaval de Porto Alegre em 1990


Jorge Miranda Gomes, o Jorginho JG (1952 - 2012) era um conhecido radialista em Porto Alegre, participando em coberturas na então TV Difusora. Na TV Guaíba criou o famoso programa “Concentração”, abordando MPB e carnaval.

Antônio Carlos Cortes é um radialista e advogado conhecido por ser ativista militante da causa negra. Fundou, no início dos anos 70, em Porto Alegre, o grupo Palmares, formado por universitários negros que ajudaram a instituir o 20 de Novembro como Dia da Consciência Negra.

Fernando Vieira (1948 - 2020) foi um jornalista, radialista e apresentador de televisão. Trabalhou 17 anos na TV Guaíba, entre 1978 e 2005. Seus programas tratavam de assuntos ligados à sociedade, ao cotidiano e à música. Na Guaíba, era um grande incentivador dos bailes de carnaval. Transmitiu, durante mais de uma década o Baile Verde e Branco, promovido pelo Teresópolis Tênis Clube, na época, um dos mais badalados eventos pré-carnavalescos da capital gaúcha. Vieira foi o criador da Festa Nacional da Música, lançada em 1981 como Festa Nacional do Disco, um evento realizado em Porto Alegre por 11 edições e três na Serra Gaúcha.


Momento da transmissão do Carnaval 1990 pela TV Guaíba. Logo após o desfile da Imperadores do Samba, o repórter Jorginho JG (com fones de ouvido), entrevista o presidente da escola, Betinho (ao microfone) e o diretor de bateria, Carlos Lucena.

TV Bandeirantes

Assim como sua matriz paulista, a TV Bandeirantes de Porto Alegre (ou Band-RS) não é tão assídua no carnaval e marca uma presença bissexta na folia.

Na virada dos anos 70 para os 80, a então TV Difusora fazia a cobertura básica do carnaval da capital gaúcha, principalmente nos telejornais locais. Entre 1981 e 1982, o comunicador e produtor cultural Delmar Barbosa Pavão (1945 - 2010) apresentava o programa “Roda de Samba” e, a seguir, o “Concentração”, com notícias sobre os preparativos para os desfiles.

Desde a década de 70, Delmar foi muito atuante no carnaval e no mundo do samba de Porto Alegre. Músico da banda “Café, Som e Leite”, foi sua iniciativa que possibilitou a gravação do primeiro LP de sambas-enredos do carnaval de Porto Alegre, em 1979. Quando foi dirigente da Associação das Entidades Carnavalescas (AECPARS) criou o Festival de Samba Enredo, uma competição popular entre as escolas para indicar os melhores sambas-enredo do carnaval em cada categoria. Também criou o Grupo Extra, hoje chamado Grupo de Acesso, na década de 80.

O multifacetado Delmar Barbosa trabalhou como diretor de carnaval das escolas de samba Estado Maior da Restinga, Acadêmicos da Orgia, Praiana e União da Tinga, entre outras. Foi o compositor do samba “Festa de Batuque”, junto com Paulo da Silva Dias, o Jajá, apresentado pela Bambas da Orgia para o carnaval de 1995, sendo considerado, pela comunidade carnavalesca, um dos melhores sambas daquela safra. Barbosa foi ainda produtor musical, redator do jornal “Ensaio Geral”, radialista da Rádio Princesa e apresentador de TV.

Após um hiato de quase 20 anos, a Band RS voltou a transmitiu um desfile de carnaval da capital gaúcha, em 2001. Após o carnaval de 2000, o contrato entre a AECPARS e a RBSTV não foi renovado e a transmissão com os direitos exclusivos coube à TV Bandeirantes.

O desfile das escolas de samba de POA acontecia, à época, na noite da Terça-Feira Gorda. Além das imagens irem para todo o estado do Rio Grande do Sul, flashes bem generosos eram exibidos para todo o Brasil durante a cobertura carnavalesca da Rede Bandeirantes, conhecida como “Band Folia”. O desfile da Imperadores do Samba (campeã daquele ano), por exemplo, fora transmitido ao vivo e na íntegra por cerca de 30 minutos ininterruptos para todo o país.

Em 2003, nova parceria de exclusividade entre a empresa de comunicação e as entidades carnavalescas. A Band TV – assim como suas emissoras de radiojornalismo Band AM e Band FM, que também entraram na programação carnavalesca – repetiu o sucesso, obtendo os primeiros lugares na audiência.

No pré-carnaval, a emissora retomou após duas décadas o programa “Concentração”. Exibido nas noites de domingo, no horário das 23 horas, a atração reunia sambistas, carnavalescos e jornalistas especializados, com entrevistas, debates e reportagens ao vivo direto das quadras das escolas, com apresentação de Antônio Carlos Cortes. Após isso, a emissora só voltaria a transmitir o Carnaval de Porto Alegre quatorze anos depois.

Em 2017, pela primeira vez, os desfiles da capital gaúcha aconteceram “fora de época”, no dia 25 de março, 15 dias depois da data litúrgica. Mais de cem profissionais trabalharam para colocar no ar, em TV, rádio e internet, o carnaval de Porto Alegre.


Escolas de Samba animaram a tela da Band no carnaval de Porto Alegre realizado fora da época em 2017. (Crédito: Gabriela Quadros/Band)

A narração ficou a cargo de Paulo Brito e de Regina Lima (ambos egressos da RBS), com comentários do jornalista André Machado e a participação especial do carnavalesco carioca Paulo Barros. A Band alcançou o 1º lugar na audiência no RS por várias vezes durante a cobertura da folia e foi um dos assuntos mais comentados na internet.

TVE RS

A TV Educativa de Porto Alegre (também conhecida como TVE RS), de modo bissexto, também contou com uma programação carnavalesca. Nos anos 80, Waldemar de Moura Lima, conhecido como “Pernambuco”, professor da rede pública de ensino, ativista da causa negra e agitador cultural, apresentou programas que registravam ensaios nas quadras das escolas de samba e desfiles na avenida principal.

Em 1989, a TVE fez uma série de programas sobre o Carnaval na Santana, evento onde havia desfiles não competitivos numa região descentralizada na capital gaúcha (a Rua Santana, no bairro de mesmo nome) e era organizado por Maria de Lourdes Vasconcelos Bravo, conhecida como Dona Maria Bravo (1930 – 2009).


D. Maria Bravo (à esquerda), organizadora do Carnaval do Bairro Santana, em entrevista na TVE em 1989

Nos anos de 1992 e 1993, a TVE exibiu programas no período do pré-carnaval, com apresentação de Antônio Carlos Côrtes. No ano de 2005, a TVE transmitiu o Desfile das Campeãs do carnaval de Porto Alegre. Esta foi a primeira (e até agora única) vez que uma emissora exibiu o evento, com apresentação de João Carlos Machado Filho, com comentários do jornalista Gerson Brisolara e de Vanessa Garcia, rainha do carnaval de POA em 1999.

A TVE voltaria a transmitir o carnaval de Porto Alegre nos anos de 2012 a 2015. Como o grupo especial era exclusivo da RBS, a tevê estatal se especializou na exibição dos grupos Intermediário (equivalente à segunda divisão), Acesso (correspondente à terceira divisão) e os desfiles das duas Tribos Carnavalescas remanescentes.


Em 2014, a TVE cobriu os desfiles dos grupos Intermediário e Acesso de Porto Alegre em HD. Na foto, o apresentador Newton Silva (ao centro) rodeado por Sérgio Peixoto e Kizzy Pereira.

Em fevereiro de 2014, ano de comemoração de seus 40 anos de fundação, a emissora fez no carnaval a primeira transmissão oficial em alta definição (HD). Estiveram na cobertura vários nomes ligados ao carnaval de Porto Alegre, como os carnavalescos Sérgio Peixoto (1951-2016) e Silvio Oliveira e a porta-bandeira Kizzy Pereira. Em 2016, sob nova gestão, a TVE sofreu um grande corte de gastos e a transmissão do Carnaval de Porto Alegre foi cancelada.

RBS TV

O Grupo RBS (sigla para Rede Brasil Sul) sempre valorizou muito as manifestações populares em seus espaços, muito por conta de seu fundador, o empresário e comunicador Maurício Sirotsky Sobrinho (1925 - 1986), admirador confesso do carnaval. O jornal Zero Hora, a Rádio Gaúcha e a TV Gaúcha/Canal 12 (que em 1983 recebeu a atual nomenclatura de RBS TV) dedicavam um precioso espaço para ao evento.

A emissora de televisão passou a transmitir os desfiles das escolas de samba de Porto Alegre a partir da segunda metade dos anos 70, quando o evento acontecia na Avenida Perimetral. Ao longo desse tempo, a transmissão de carnaval contou com a participação de vários jornalistas renomados dos canais da empresa (jornal, rádio e TV), como Maria do Carmo Bueno, Paulo Brito, Paulo Sant’Ana, Maurício Saraiva, João Bosco Vaz, Regina Lima, Cláudio Brito, Luiz Armando Vaz e Renato Dorneles.


O repórter João Bosco Vaz (à esquerda) na cobertura do carnaval de Porto Alegre pela RBS em 1987

Paulo Sant’Ana (1939 – 2017) foi um cronista, delegado de polícia, escritor e comentarista esportivo, um dos profissionais que mais simbolizavam a RBS. Torcedor fanático do Grêmio, também tinha adoração confessa pelos Imperadores do Samba. Foi homenageado pela escola de samba Acadêmicos da Orgia, em 1993, com o enredo “O menestrel da cultura popular, Francisco Paulo Sant'Ana”.

A transmissão também reunia nomes célebres ligados à folia porto-alegrense em participação especial, como o comunicador Antonio Carlos Cortes; o advogado criminalista Luiz Matias Flach, ex-presidente da antiga Empresa Porto-alegrense de Turismo (Epatur); o compositor e percussionista Giba-Giba (1940 - 2014), um dos fundadores da Academia de Samba Praiana; o radialista Leandro Maia; o jornalista César Lucena; o professor e ativista cultural Waldemar “Pernambuco”, e o músico e compositor Joaquim Lucena.

Em 2013, a RBS TV transmitiu pela primeira vez o Carnaval de Porto Alegre em alta definição (HD). O telespectador que não estivesse no estado do Rio Grande do Sul pôde acompanhar a transmissão através do site especial do G1RS. Mais de 250 profissionais, entre reportagem, produção e técnica garantiram que o público assistisse com exclusividade aos desfiles das escolas de samba do Grupo Especial em duas noites de transmissão ao vivo do Complexo Cultural do Porto Seco.

A RBS TV não exibiu os desfiles de 2015, quando a primazia foi repassada à TV Com, emissora do mesmo conglomerado midiático. No entanto, a transmissão ao vivo do evento gerou reclamações dos dirigentes das Escolas de Samba e de grande parte do público telespectador de carnaval. Ao contrário do que vinha acontecendo em anos anteriores, os desfiles não foram exibidos por TV aberta.

Também houve críticas sobre a qualidade dos programas e produtos apresentados pela TV Com antes da transmissão do carnaval, com clipes e vinhetas.


Chamada Carnaval RBS TV: desfiles das escolas do Grupo Especial de Porto Alegre eram transmitidos nas noites de sexta-feira e sábado de carnaval

A última transmissão do carnaval da capital gaúcha pela RBSTV aconteceu em 2016. A cobertura teve 12 câmeras, uma grua e uma steadicam (sistema em que a câmera é acoplada ao corpo do operador por meio de um colete no qual é instalado um braço dotado de molas, e serve para estabilizar as imagens produzidas, dando a impressão de que a câmara flutua), distribuídas entre largada e dispersão. Mais de 180 profissionais estiveram envolvidos na transmissão.

A RBS optou por não mais realizar a cobertura carnavalesca devido ao fato de que em 2014 as primeiras escolas a desfilarem não apresentaram o desempenho de qualidade televisiva esperado, fazendo com que o índice de audiência, que nos demais anos era de 19, 4%, caísse para 15%.

Desde a década de 70 até 2016, a RBS não transmitiu desfiles nos anos de 1984 (quando a determinação da Rede Globo era “programação normal e o melhor do carnaval”) e 2001 e 2003, período cujos direitos de exclusividade ficaram com a Band RS.


RBSTV transmitiu o carnaval de POA por cerca de 40 anos. Foto: Ricardo Giusti/PMPA

TV PIRATINI

Apresentador: Sayão Lobato (programa TV Samba).

TV GUAÍBA

Narração: Andi Ferreira Alves e Antonio Carlos Cortes.

Comentários: Jorginho JG.
Reportagens: Fernando Vieira, Sérgio Zamel e Bibo Nunes.

BAND RS

Narração: Paulo Brito e Regina Lima.

Comentários: André Machado e Paulo Barros (convidado especial).
Reportagens: Ico Thomaz, Filipe Peixoto, Ticiano Kessler e Evandro Hazzy.

TVE

Narração: Waldemar Moura Lima “Pernambuco” (anos 80), João Carlos Machado (2005) e Newton Pinto (2012 a 2015).

Comentários: Gerson Brisolara e Vanessa Garcia (2005); Alice Schreiner e Oswaldo Ferreira dos Reis (2012); Sérgio Peixoto, Kizzy Pereira, Pinha (2014).
Reportagens: Vinicius Machado, Fernanda Carvalho, Piá, Taís Baldasso (2014), Clarissa Lima, Nelson Silva.

RBS TV

Narração: Antonio Carlos Cortes, Paulo Brito, Maria do Carmo Bueno, Maurício Saraiva e Regina Lima.

Comentários: Cláudio Brito, Luiz Armando Vaz, Renato Dorneles, Giba-Giba, Paulo Sant’Anna, Leandro Maia, César Lucena, Pernambuco e Joaquim Lucena.

Reportagens: Júlio César Santos, Isabel Ferrari, Cristiane Silva, Manoel Soares, Eduarda Streb, André Azeredo e Luciano Potter.

Carnaval de Florianópolis

A competição entre as agremiações carnavalescas em Florianópolis acontece na Passarela Nego Quirido e tem capacidade para 22 mil pessoas. O complexo leva o nome de um antigo sambista da capital catarinense, Juventino João dos Santos Machado, fundador da escola de samba Embaixada Copa Lord.

Localizada no bairro da Prainha, o sambódromo da Ilha da Magia foi inaugurado em 1989, na gestão do prefeito Edison Andrino. Fazem parte dos desfiles escolas de Floripa e de outros municípios da região metropolitana. Além do grupo especial, existe o grupo de acesso, que desfila em outros dias ou logo antes do grupo especial.


Passarela Nego Quirido recebe a competição entre as escolas de samba de Florianópolis desde 1989

        O desfile das escolas de samba de Floripa era transmitido pela RBS TV Florianópolis para todo o estado de Santa Catarina até 2016. A crise financeira que afetou o Grupo RBS e culminou na venda da parte catarinense, que virou a NSC TV, fez com que a Liga das Escolas de Samba procurasse outro canal que pagasse o que foi exigido. Assim, em 2017 e 2018, a RICTV Florianópolis transmitiu o desfile, e além de mostrar para todo o estado, transmitiu também em cadeia nacional pela Record News.


NDTV é a emissora oficial do carnaval de Floripa desde 2020

Após ter voltado em 2019 para a afiliada local da Rede Globo, agora chamada NSC TV Florianópolis, a RICTV – agora chamada NDTV – retomou a exclusividade em 2020. A transmissão foi feita pela NDTV Florianópolis, assim como aconteceu em 2017 e 2018, com o antigo nome.

NDTV

Narração: Dino Montêz.

Comentários: André Calibrina e Cristiana Tramonte.
Reportagens: Amanda Santos.

Carnaval de Vitória

O Carnaval de Vitória é um evento cultural, que tem como seu ponto alto os desfiles de escolas de samba, realizados uma semana antes do Carnaval de São Paulo e Rio, na passarela do samba Walmor Mirada, popularmente conhecida como “Sambão do Povo”, em Vitória, com 388 metros de pista e capacidade de lotação interna de 15 mil pessoas.

É também chamado de Carnaval do Espírito Santo ou Carnaval Capixaba, uma vez que nele participam várias escolas das cidades de Vila Velha, Cariacica, Serra e não apenas da capital, Vitória.

Os desfiles carnavalescos em Vitória acontecem uma semana antes dos de São Paulo e Rio

Os desfiles de Vitória começaram a serem exibidos regionalmente pela TVE, sendo em parceria com a Prefeitura de Vitória e a TV Gazeta, na internet, além da afiliada da Rede Bandeirantes no Espírito Santo: TV Capixaba. Na internet, o site SRZD transmitiu os desfiles em 2012.

De 2013 a 2015, a Band mostrou ao vivo para todo o Brasil o desfile do grupo especial capixaba realizado no sábado anterior ao período de carnaval.

Em 2016 a Record News passa a transmitir os desfiles, sendo o Grupo de Acesso somente para o ES e o Grupo Especial, em rede nacional. Em 2017 não houve transmissão nacional, ficando a cargo da Record News Espírito Santo e da TV Capixaba uma transmissão local apenas para o território capixaba.


No carnaval do Espírito Santo (ou Carnaval Capixaba), participam várias escolas das cidades de Vila Velha, Cariacica, Serra e também da capital, Vitória

A partir de 2018 a TV Gazeta (afiliada da Rede Globo) comprou os direitos e a exclusividade, onde o desfile do Grupo A, passou a ser exibido no portal GShow e só no sábado, com o desfile do Grupo Especial, pela TV aberta e portal G1. Com essa mudança, TVE, TV Capixaba e Record News ES perderam os direitos de transmissão.

Em 2020, segundo dados oficiais da Prefeitura de Vitória, o poder público repassou R$ 2,3 milhões para as escolas de samba. O carnaval capixaba movimentou 16 milhões de reais na economia local, entre turismo, geração de emprego e renda para quem trabalha.

Carnaval de Uruguaiana

Um dos maiores eventos que acontecem na cidade de Uruguaiana, na região da fronteira oeste do Rio Grande do Sul, é o carnaval. A folia uruguaianense ficou conhecida por ser fora de época, desde o ano de 2005, motivada por uma ação judicial contra a mais antiga e uma das mais tradicionais agremiações: Os Rouxinóis. Ação esta que impossibilitou a escola (fundada em 15 de janeiro de 1953) de realizar seus ensaios, o que motivou o adiamento dos desfiles, passando a ser realizados em março em vez de fevereiro daquele ano.

O que era limão se transformou em limonada. Com a medida, aumentou o tempo que as escolas tinham para organizarem seus desfiles e a construção de alegorias. Também possibilitou a participação de celebridades das escolas de samba do Rio de Janeiro, o que gerou também muito interesse por parte de turistas brasileiros, uruguaios e argentinos. Não é incomum se notar reservas de leitos de um ano para o outro. O reflexo disso é que, geralmente a um mês dos desfiles não há disponibilidade de vagas nos mais de 1,6 mil leitos dos hotéis no município. Bares, restaurantes e lanchonetes costumam ter um grande movimento de clientes na época do carnaval temporão.


O Carnaval de Uruguaiana ficou conhecido por ser fora de época, desde o ano de 2005

O Carnaval de Uruguaiana se destaca pela participação de vários sambistas do Rio de Janeiro e de Porto Alegre que, por causa da data, podem estar no evento que se tornou destaque no calendário do Rio Grande do Sul. O corpo de jurados várias vezes também foi composto por integrantes cariocas. A festa conta com seis escolas de samba no Grupo Especial e mais duas no Grupo de Acesso.

A primeira transmissão do carnaval fora de época de Uruguaiana aconteceu em 2009, pela TV COM, canal comunitário do grupo gaúcho RBS. A estação foi inaugurada em 1995 e operava nos canais 36 UHF analógico e 36 da operadora de TV a cabo NET.

Os veículos do conglomerado midiático (portal clicRBS, Rádio Gaúcha e TV COM) realizaram uma cobertura especial da folia da fronteira, que foi realizada de 5 a 7 de março (quinta, sexta e sábado) na Passarela do Samba, na avenida Presidente Vargas. Nos dois primeiros dias a TV COM exibiu flashes dos desfiles. No sábado, dia 7, o público pôde acompanhar a festa ao vivo com exclusividade pela emissora, a partir das 21h.

A cobertura da TV COM em 2009 foi ancorada pelo jornalista esportivo Maurício Saraiva, com comentários de Cláudio Brito e Vinícius Brito. A RBS TV Uruguaiana, através do telejornal local, “Jornal do Almoço” fez a cobertura de todos os detalhes das noites do Carnaval e dos acontecimentos do sambódromo. Na ocasião, a emissora comunitária assinou um contrato que garantiu ao Grupo RBS os direitos de transmissão do Carnaval de Uruguaiana até 2017. O documento foi firmado entre representantes da empresa, Prefeitura de Uruguaiana, comissão de carnaval e escolas de samba.

No entanto, o canal exibiu os desfiles de carnaval na cidade até o ano de 2013, quando transmitiu em parceria com o site local Sambasul, que acompanha o carnaval da cidade desde 2010. Devido a mudanças ocorridas no Grupo RBS, a TV COM foi extinta em 23 de novembro de 2015.


Os desfiles da principal folia da fronteira acontecem cerca de 15 dias após o carnaval no calendário litúrgico, geralmente na quinta, sexta e sábado. Foto retirada da internet – Autor desconhecido

Desde então, o carnaval de Uruguaiana tem sido transmitido através de áudio e vídeo por rádios, web rádios e plataformas digitais.

De 2014 até 2020 as transmissões aconteceram pelas rádios Jovem Hits (pelo dial e pelo canal do Youtube), Ação, Arquibancada, Charrua, Interativa, pelo portal Sambasul (página no Facebook) e pela TV Fronteira, no canal 20 na grade da NET, que transmitiu para os assinantes da operadora a cabo em 2016.

TV COM

Narração: Maurício Saraiva.

Comentários: Celso Duarte, Cláudio Brito e Vinícius Brito.
Reportagens: Franciele Alonso, Manoel Soares, Mateus Koelzer e Vanessa Backes.

Reportagens site Sambasul: Arthur Bittencourt e Gláucio Guterres (2013).

O ROCK N’ ROLL ENTROU NO CARNAVAL

Entre 1995 e 1998, a MTV Brasil, até então uma emissora predominantemente roqueira, abriu as portas para o Carnaval. Com um programa chamado “Carnaval é Legal”, a rede de televisão convocava roqueiros da época para regravar ao vivo famosas marchinhas de carnaval do país em versão rock, ska, reggae e outras batidas. A seleção de bandas era variada e incluía nomes que estrelavam na programação da MTV em cada um dos anos.

Os shows eram exibidos em formato “drops” durante a programação normal da TV no Carnaval. Então a qualquer momento o telespectador poderia ligar seu tubo de raios catódicos e dar de cara com os metaleiros do Viper tocando “Mamãe eu quero”, de autoria de José Luís Rodrigues Calazans, o “Jararaca” (1896 - 1977), da dupla Jararaca & Ratinho, e Vinícius Paiva, ou os rappers do Planet Hemp se divertindo com “Nêga do Cabelo Duro”, de David Nasser (1917 - 1980) e Rubens Soares, ou até os mineiros do finado Virna Lise tocando a clássica “Jardineira”, de Benedito Lacerda (1903 - 1958) e Humberto Porto (1908 – 1943).


Bezerra da Silva deu show cantando o samba “Fica doido varrido”, de Sílvio Caldas (1908 - 1998), acompanhado apenas de uma caixinha de fósforos no programa Carnaval É Legal (MTV) em 1995. Produção artística: Cesar Gavin.

O programa se estendeu por quatro anos e tinha a produção de Cesar Gavin, que por muitos anos foi produtor musical da emissora. O canal de Cesar no Youtube tem várias dessas apresentações em vídeo do “Carnaval É Legal”.

A MTV Brasil dedicava alguns programas especiais para a festa de Momo. Além do “Carnaval é Legal”, a emissora também exibia o “Grande Hora”, às segundas, terças e quartas de carnaval, às 19h15. O jornalista Edgar Picolli (um dos VJs mais conhecidos do canal musical), ia ao Rio cobrir os bailes e procurar lances engraçados. O programa de debates “Barraco MTV” também rendeu assuntos carnavalescos, como a exploração da nudez no Carnaval.


Uma das vinhetas carnavalescas ao longo da existência da MTV Brasil (provavelmente 2013)
            Unidos do Caralho a Quatro

Uma das marcas até hoje lembradas da extinta MTV Brasil foi o grupo humorístico Hermes e Renato. A trupe era formada por Fausto Fanti (1978 - 2014), Bruno Sutter, Felipe Fagundes Torres, Adriano Pereira, Marco Antônio Alves e posteriormente Gil Brother.

Criativos e anárquicos, os seis rapazes eram detentores de um programa de humor veiculado na emissora na virada dos anos 2000 antes de virar canal a cabo.

Se o Casseta & Planeta juntava o humor nonsense com a sátira ao cotidiano, os humoristas do Hermes e Renato satirizaram sem meias-palavras (até com termos de baixo calão, normalmente proibidos na TV aberta) os mais variados assuntos. As paródias que o H&R fazia eram ácidas e impagáveis, sempre zoando com os próprios clichês da televisão, pegando aí desde a estética dos anos 1970 até o formato dos telejornais e as novelas.

E entre os deboches que mais deram certo estão as paródias musicais e autorais. Ou seja, não é que eles apenas trocavam uma letra por outra. Eles pegavam os chavões característicos do tipo de música que seria o alvo e colocavam letras e melodias inéditas em cima.

E fizeram isso brilhantemente com o heavy metal, por meio da “Massacration”, uma banda criada dentro do programa; com o electro, no “Também Sou Hype”, uma sátira de bandas de Indie Pop e com o axé, no clipe “Pira Pirô”, do fictício grupo “Coração Melão”.

O carnaval não podia ficar de fora da sátira dos caras. Os seis rapazes do Hermes e Renato “cometeram” uma das mais engraçadas sátiras carnavalescas de todos os tempos, com o melhor samba-enredo que a Geração Y conheceu: “Unidos do Caralho a Quatro”.

Eis o inacreditável samba-enredo da “Unidos do Caralho a Quatro”:

Unidos do Caralho a Quatro
       Compositores: Fausto Fanti, Adriano Pereira, Felipe Torres, Marco Antônio Alves e Bruno Sutter.
       Intérprete: Marcos Fuinha

Esse samba é de autoria de Hermes e Renato

E eu, Marcos Fuinha (Grande Fuinha!)

Valeu!

Desde os tempos mais primórdios

O caralho tá aí (tá aí! tá aí!)

Arrombando as vaginas, apavorando as meninas

(De quê, Fuinha?)

De família (Mas que lindo!)

Desde os tempos mais primórdios

O caralho tá aí, tá aí! tá aí!

Roliço e veiudo

Pentelhudo e cabeçudo

Na Sapucaí

(Alô meu povo caralhense! É isso aí...)

Desde os tempos mais primórdios

O caralho tá aí, tá aí! tá aí!

Arrombando as vaginas,

Apavorando as meninas (De quê, de quê)

De família, ôh

Desde os tempos mais primórdios

O caralho tá aí, tá aí! tá aí!

Roliço e veiudo

Pentelhudo e cabeçudo

Na Sapucaí

Caraaaalho (ôô), piroca e mijão

Rola, trolha, cabeção (que lindo! que lindo!)

Pemba, vara ou linguiça

Pirulito, banana ou salsicha

Mulher gosta é de dinheiro

Arreia a calça e mostra o pau

Unidos do Caralho a Quatro

Abalando o Carnaval

A minha rola é instrumento de trabalho

Quem gostou, gostou

Quem não gostou vai pro caralho

Essa é a nossa bateria... essa é a bateria

Da Unidos do Caralho a Quatro (ei! ei! ei! ei! ei!)

Bate palma quem quiser


O grupo humorístico Hermes e Renato “cometeu” uma das mais engraçadas sátiras carnavalescas de todos os tempos, a escola de samba “Unidos do Caralho a Quatro”

A forma da canção é um autêntico samba-enredo, com arranjo e melodia no capricho e ouso dizer que botam no chinelo muitos sambas de gosto duvidoso que passaram pela Sapucaí nos últimos tempos.

Entre 2006 e 2010, o Hermes e Renato participavam do “Carnaval na MTV”. A emissora musical literalmente “pulava” o evento: nada de samba e batuques. Uma alternativa para quem não queria saber de folia. Neste período, nos dias de carnaval, o canal transmitia clipes temáticos de clipes, de sexta-feira até a manhã da quarta-feira de Cinzas.

Mas a trupe do Hermes & Renato invadia de surpresa a programação para apresentar marchinhas criadas pelo próprio grupo, na verdade, vinhetas de cerca de 30 segundos. Essas canções carnavalescas foram reunidas em um CD, “O Carnaval do Hermes e Renato”, com 13 faixas hilárias, disponível nas plataformas de streaming.

Entre as músicas do álbum, títulos como “Bichinha Pobre”, “Baranga”, “Bunda do Meu Pai”, “Seu Polícia”, “Charles Bronson”, a hiper nonsense “Rei Momo Operou o Estômago”, além, claro, do mega-hit “Unidos do Caralho a Quatro”.


O CD “O Carnaval de Hermes e Renato” reuniu 13 marchinhas hilárias criadas pelo próprio grupo e está disponível nas plataformas de streaming

OKAY, OKAY!

A RedeTV foi a sucessora da concessão da TV Manchete. No entanto, não herdou o mesmo estilo de transmissão e divulgação do carnaval. Ao contrário.

Desde 2001, a emissora se tornou famosa por mostrar lances que não aparecem nas grandes redes, com uma cobertura especial chamada de “Bastidores do Carnaval”, trazendo toda a movimentação antes, durante e depois dos desfiles das escolas de samba de São Paulo e do Rio de Janeiro.

Ao longo dos quatro dias de folia, os apresentadores Nelson Rubens e Flávia Noronha, comandam a transmissão ao vivo, diretamente dos estúdios da RedeTV!, em Osasco (SP). Em 2020, artistas como Andréa de Nóbrega, Núbia Ólliver, Agnaldo Timóteo, Léo Áquila, Geisy Arruda e Veridiana Freitas compõem o time de “comentaristas especiais” da cobertura.

Além disso, toda a equipe de repórteres do programa TV Fama ficam na concentração e dispersão do Sambódromo do Anhembi (SP) e da Marquês de Sapucaí (RJ), registrando os flagras e entrevistando as celebridades e convidados nos camarotes.

A dupla que comanda o Bastidores do Carnaval é a mesma que faz dobradinha no “TV Fama”, um programa diário sobre televisão e “fofocas de celebridades” em formato de telejornal que é exibido em horário nobre na RedeTV!.


Flávia Noronha e Nelson Rubens, apresentadores do TV Fama, comandam desde 2010 os Bastidores do Carnaval pela Rede TV!

Flávia Noronha, nascida em 1983 na capital paulista, se formou no curso de Jornalismo em 2007, pelas Faculdades Integradas Alcântara Machado. Iniciou sua carreira como estagiária da Rede Bandeirantes, tendo se tornado produtora do Primeiro Jornal e pauteira do programa Brasil Urgente. Estreou como apresentadora no programa Esporte Total e chegou a trabalhar na PlayTV, cobrindo eventos da Fórmula Truck, e no BandNews, onde apresentou vários telejornais.

Em 2008, Flávia foi contratada pela RedeTV!. Apareceu primeiramente como a “garota da previsão do tempo” nos telejornais da emissora e, depois, como apresentadora de programas esportivos. Em 2010, cobriu pela primeira vez os “Bastidores do Carnaval”, ao lado de Nelson Rubens. Depois da cobertura, foi convidada para apresentar o TV Fama, substituindo Adriana Lessa e Íris Stefanelli, que se tornou repórter do programa.

Já Nelson Rubens é o decano entre os jornalistas brasileiros especializados em celebridades, televisão e bastidores. Nascido em 1937 em Guararapes, no interior de São Paulo, atua na imprensa há quase seis décadas.

Foi jurado dos programas do Chacrinha e do “Show de Calouros” de Sílvio Santos. Passou pelo “Aqui e Agora”, do SBT, e trabalhou no “Note e Anote”, da TV Record, na Rádio Record, no programa “Mulheres” da TV Gazeta e no programa “A Casa é Sua”, com Leonor Corrêa, na RedeTV!. Nelson também já foi colunista da extinta revista Amiga, da Bloch Editores, e jurado do Troféu Imprensa.

Desde 2001 apresenta o TV Fama. É dono dos famosos bordões “Ok, Ok”, “Eu aumento, mas não invento” e “Vou destilar o meu veneno”.

Green Ass

Porém, um dos momentos mais marcantes (e, por que não dizer, constrangedores) do carnaval brasileiro e da história da RedeTV foi protagonizado por uma modelo chamada Ju Isen. A jovem loira, que em 2015 ganhou o apelido de “Musa das Manifestações” ao protestar contra o governo de Dilma Rousseff, acabou mostrando mais do que devia durante a cobertura de carnaval em 2017.

Na ocasião, a subcelebridade estava dando uma entrevista ao vivo a Leo Áquila, durante os “Bastidores do Carnaval”, e falava sobre a pintura corporal de cor verde que estava usando. Como estava completamente nua, usando apenas um tapa-sexo, Ju acabou mostrando mais do que devia quando, a pedido da repórter, se agachou de costas para a câmera.


Ju Isen, a “Musa do Impeachment”, protagonizou um momento icônico na televisão brasileira

Depois de mostrar seu ânus, algo que jamais passou pela cabeça dos apresentadores Nelson Rubens e Flávia Noronha, a loira acabou ficando conhecida como “mulher do cu verde”, deixando então de ser conhecida pelas suas manifestações pró-impeachment. Flávia soltou apenas um “opa!” após ver a cena, e acabou viralizando nas redes sociais.


Modelo com pintura corporal verde acabou mostrando mais do que devia durante a cobertura de carnaval da RedeTV, ao vivo


O MAIOR ESPETÁCULO DA TELA

Todos os anos o Canal Brasil prepara uma programação dedicada ao Carnaval, e em especial, ao samba. Com uma duração que varia de cinco a quinze dias, o canal pago exibe a “Mostra Carnaval”, composta por documentários, curtas e longas-metragens sobre blocos de rua, desfiles, shows musicais com sambistas e a festa do Rei Momo em geral.

O Canal Brasil é um canal de televisão por assinatura que estreou em 18 de setembro de 1998. Foi criado para aproveitar a obrigação criada pelo Decreto 2.206, de 1997, que obrigava todos os prestadores de serviços de TV a cabo brasileiros a incluir na sua grade pelo menos um canal dedicado a “obras cinematográficas e audiovisuais brasileiras de produção independente”.

Com sede no Rio de Janeiro, o canal é resultado de uma associação da Globosat com a empresa Grupo Consórcio Brasil (GCB), formada pelos cineastas Luiz Carlos Barreto, Zelito Vianna, Marco Altberg, Roberto Farias (1932 - 2018), Aníbal Massaini Neto, Patrick Siaretta, André Saddy e Paulo Mendonça.


Todos os anos o Canal Brasil dedica uma programação voltada ao samba e ao Carnaval




Chamada do Canal Brasil para a programação de Carnaval para 2017

 Entre as produções cinematográficas dedicadas ao carnaval, a programação do Canal Brasil já exibiu:

Bateria Nota 10”, curta-metragem de Alexandre Iglesias, produzido em 2007, sobre a bateria da Mocidade Independente de Padre Miguel.

Moro no Brasil”, documentário do finlandês Mika Kaurismäki, de 2005, em que mostra, através de uma viagem de jipe, uma tribo indígena em Pernambuco, investiga o forró em Caruaru, passeia com Silvério Pessoa e parte para a Bahia, para depois mergulhar no samba do Rio.

Pra Quem Gosta de Samba”, show com artistas consagrados e nomes da nova geração que se uniram para interpretar os maiores sucessos da carreira no ritmo mais brasileiro de todos.

Memória em Verde e Rosa”, documentário dirigido por Pedro Von Krüger (2016) que conta a história da Estação Primeira de Mangueira a partir de depoimentos de alguns dos principais nomes responsáveis por transformar a escola em um verdadeiro patrimônio da cidade e do país.

Moacyr Luz e O Samba do Trabalhador”, coprodução do Canal Brasil com direção de Max Pierre e Darcy Bürger, que mostra um show de roda de samba gravado ao vivo em São Paulo.

O Próximo Samba”, documentário de Marcelo Levandoski, que acompanhou a preparação da Mangueira para o desfile de 2016, que levou à avenida o enredo vencedor do ano: “Maria Bethânia, a Menina dos Olhos de Oyá”.

Orquestra Imperial Ao Vivo”, gravado durante um show no palco do Teatro Rival (RJ).

Ó Paí Ó”, filme de Monique Gardenberg (2007).

Alcione – Eterna Magia”, show gravado no Rio de Janeiro (2013), que reúne amigos e sucessos da cantora maranhense.

Vai-Vai: 80 anos nas ruas”, filme dirigido por Fernando Capuano (2011) que narra a história de uma das mais antigas e importantes escolas de samba paulistanas através de depoimentos de membros históricos e figuras da música brasileira.

Daniela Mercury – O Axé, a Voz e o Violão”, show gravado no Teatro Castro Alves, em Salvador, em 2015, que marcou os 25 anos do lançamento do primeiro disco da cantora baiana.

Orfeu”, produção de Cacá Diegues (1999).

As Pastoras – Vozes Femininas do Samba”, dirigido por Juliana Chagas e lançado em 2018.

82 Minutos”, filme de 2015 dirigido por Nelson Hoineff (1948 - 2019), que desvenda o que há por trás da construção dos desfiles da Marquês de Sapucaí.


Orfeu, produção de 1999 dirigida por Cacá Diegues, é um filme que tem presença frequente na programação do Canal Brasil

QUE SÉRIE EU VOU MARATONAR?

E a Netflix escalou a ex-Globeleza para promover maratonas de séries no Carnaval. Musa do Carnaval da Globo entre 1991 e 2004, Valéria Valenssa virou a casaca e mostrou samba no pé na Netflix. Em fevereiro de 2019, a eterna Globeleza foi escalada para promover a folia da plataforma de streaming: no lugar dos desfiles das escolas de samba, a ideia foi incentivar maratonas das séries do serviço, como “Russian Doll” e “Stranger Things”.


No lugar da folia, plataforma de streaming promove maratonas de séries no mês de fevereiro

Na vinheta, Valéria aparece vestindo um pijama trabalhado em detalhes coloridos, similares à pintura corporal que ela usava no Carnaval da Globo. A sambista troca a Sapucaí pelo sofá e pela cama, e gira um controle remoto na mão, como se fosse um pandeiro.

Na vida eu sou rainha, meu trono é o sofá, e até deitada eu vou sambar", anuncia o samba-enredo na peça bem-humorada criada pela plataforma, que cita ainda as séries “Narcos” e “La Casa de Papel”.


Valéria Valenssa na vinheta de Carnaval da Netflix: de pijama, no sofá e com o controle remoto

E Valéria declarou, à época da gravação da propaganda, que já estava em clima de Netflix mesmo. Segundo a musa, ela passou o Carnaval de 2019 nos Estados Unidos, ao lado dos filhos João Henrique e José Gabriel.

Confira a vinheta do Carnaval na Netflix:


Netflix escala ex-Globeleza para promover maratonas de séries no Carnaval

A AVENTURA CARNAVALESCA DO SBT

Os direitos de transmissão das escolas do Acesso e dos Desfiles das Campeãs de Rio e São Paulo sempre rodaram por várias emissoras. Já foram da CNT, Cultura, Band e até o canal a cabo Viva já transmitiu a folia. Mas, em 2012, o SBT, emissora de Silvio Santos, fez uma parceria com a Globo para transmitir esses desfiles que a platinada não queria. À época, o canal do Chaves e das novelas mexicanas vinha de uma experiência bem sucedida do carnaval de Salvador em 2011 e decidiu ampliar sua cobertura.

O “SBT Folia” em 2012 cobriu o desfile das escolas cariocas do Grupo de Acesso de 2012 (o último sob o comando da LESGA), além dos desfiles das campeãs de São Paulo e do Rio de Janeiro. Foi a primeira experiência do SBT em uma transmissão do tipo. Para isso, a emissora preparou uma série de especiais em seus telejornais sobre os mais diversos temas ligados à festa e uma vinheta reunindo dois grandes nomes do carnaval carioca: Neguinho da Beija-Flor e Dominguinhos do Estácio.




Vinheta SBT Folia 2012, que começa com um belo grito de guerra: “Olha o SBT no carnaval do Brasil aí, gente”.

O diretor da cobertura foi Laércio Roma, que, durante a coletiva de imprensa, afirmou que o SBT Folia daquele ano buscaria levar ao público muita informação de qualidade. Ele também criou o slogan “SBT Folia, carnaval é alegria”.

A primeira transmissão foi a do Grupo de Acesso do Rio de Janeiro, no sábado de carnaval. Para apresentar, o SBT escalou o jornalista Carlos Nascimento e a animadora de auditório Eliana. A transmissão começou mais cedo para o Rio de Janeiro, já na primeira escola, a Paraíso do Tuiuti. Em rede nacional, começou com a Acadêmicos da Rocinha, segunda da noite.


Eliana e Carlos Nascimento comandam Desfile do Grupo de Acesso do Carnaval do Rio em 2012

Nascimento, por já ter mais experiência com coberturas ao vivo, atuou de maneira natural, enquanto Eliana mostrou-se um pouco mais desconfortável. Compreensível, afinal a apresentadora nunca havia tido uma experiência igual a esta antes – ancorar um programa, mesmo que ao vivo, por horas é muito diferente de cobrir o desfile das escolas de samba por aproximadamente 8 horas durante a madrugada, ainda mais quando não se tem afinidade com o tema.

Os comentários desse desfile ficaram por conta de Miro Ribeiro, João Wlamir e Arlindo Grund. Conhecido no meio carnavalesco, Miro Ribeiro é radialista e jornalista. Arlindo Grund é um respeitado estilista, enquanto João Wlamir é um coreógrafo famoso na área. Os dois já eram contratados do SBT à época. Importante destacar, inclusive, que Wlamir é também jurado do carnaval desde 1997, no quesito Comissão de Frente. Em 2012, passou a julgar o extinto quesito Conjunto. Ficou na função até 2014. Em 2015 e 2016 voltou a ser julgador do quesito Comissão de Frente. Na equipe, ainda havia, entre outros, Simone Queiroz, Isabele Benito e Rogério Forcolen cobrindo os “bastidores” das escolas.




Vídeo da cobertura do SBT do Grupo de Acesso do RJ em 2012, com o desfile da (controversa) campeã naquele ano, a Inocentes de Belford Roxo

A segunda cobertura do SBT foi o desfile das campeãs de São Paulo. Os jornalistas César Filho e Analice Nicolau ficaram responsáveis pela apresentação. Nos comentários, o coreógrafo Carlinhos de Jesus e o produtor musical Arnaldo Saccomani (1949 - 2020). A cobertura ainda contou com reportagens de Marcelo Torres, Celito Esteves, entre outros.

Para essa cobertura, o SBT alugou equipamentos com a TV Cultura. Foi uma ajuda mútua das duas emissoras, visto que a Cultura transmitiu normalmente o Acesso de São Paulo, pelo qual o SBT não se interessou e repassou para ela, que cedeu unidades móveis de alta definição e alguns técnicos para a transmissão do SBT.




Trecho do desfile campeão da Mocidade Alegre de 2012, na cobertura das campeãs de São Paulo

Para a cobertura do desfile das campeãs do Rio de Janeiro, o último da safra, saiu Eliana e entrou a jornalista Karyn Bravo. O time com os três comentaristas do Acesso foi mantido, bem como Carlos Nascimento.

O mesmo esquema de transmissão foi mantido em relação aos demais dias em que o SBT transmitiu os desfiles. Foi possível perceber mais claramente a diferença na cobertura da emissora para a tradicional da Globo. A mais sentida é quanto ao momento de início do “ala a ala” do desfile: enquanto o SBT pegava já desde quando a escola entra na pista, a Globo espera a escola chegar pelo menos no terceiro módulo de julgamento (que se localizava no Setor 8 até 2016).




Trecho do desfile da Unidos da Tijuca, campeã de 2012, que também encerrava a aventura carnavalesca do SBT pelo mundo das escolas de samba

A cobertura do SBT, mesmo com falhas, mostrou-se bem intencionada e com alguns acertos, como se pôde ver nos trechos dos vídeos. Mesmo sem experiência em eventos do tipo e sem a tradição de transmissão do desfile todos os anos, o canal de Silvio Santos se esforçou para levar o melhor possível para o seu telespectador e isso merece ser levado em conta.


Na Bahia, Celso Portiolli e Karyn Bravo; André Vasco, Helen Ganzarolli e Lígia Mendes fizeram a festa nos circuitos Barra Ondina e Campo Grande. E Léo Sampaio, apresentador e especialista em carnaval baiano, foi o comentarista.

A parceria de transmissão foi com a TV Aratu, firmada desde 2011. A emissora baiana exibe localmente o Carnaval baiano desde 1970 e é a pioneira na cobertura da festa de Salvador.

SBT

Narração: Carlos Nascimento e Eliana (RJ); César Filho e Analice Nicolau (SP). Celso Portiolli e Karyn Bravo (Salvador).
Comentários: Miro Ribeiro, João Wlamir e Arlindo Grund (RJ); Carlinhos de Jesus e Arnaldo Saccomani (SP). Léo Sampaio (Salvador).
Reportagens: Simone Queiroz, Isabele Benito e Rogério Forcolen (RJ); Marcelo Torres, Celito Esteves (SP). André Vasco, Helen Ganzarolli e Lígia Mendes (Salvador).

BANDEIRANTES, O CANAL DA FOLIA

Nenhum outro evento anual ocupa tanto espaço na grade da Band quanto o carnaval. São cerca de 60 horas ao vivo, em HD, dedicadas à folia e 80 câmeras distribuídas entre São Paulo, Rio de Janeiro, Salvador, Recife e Olinda. Quase 500 profissionais estão envolvidos na megacobertura “Band Folia”, que começa na noite de sexta-feira (véspera do sábado de Carnaval) e se estende até a madrugada da quarta-feira de Cinzas.

Salvador

A Band foi a primeira emissora a descobrir o Carnaval de Salvador, em 1993. Em 2010, a emissora montou um estúdio de 112 metros quadrados no badalado circuito Barra-Ondina.

Os âncoras das noites baianas foram Patrícia Maldonado e Betinho (locutor da Band FM, apresentador do programa “Micareta Axé Band”) com participações especiais de vários artistas da Bahia.

A Band mostrou ainda a movimentação dos vips nos camarotes e a passagem dos trios à tarde no estúdio da emissora no circuito oficial de Campo Grande, sob o comando de Nadja Haddad e Nélio Jr. Na reportagem, Érico Aires e Carolina Rosa.

Recife, Olinda, Bezerros e Nazaré da Mata

O ano de 2010 marcou o terceiro ano que a Band mostrou ao Brasil o carnaval de Recife e Olinda. As transmissões de Olinda, onde a Band tem um estúdio, aconteceram à tarde com Lorena Calabria e Luiz Megale (âncora da BandNews FM).

À noite, direto do estúdio montado no Marco Zero, foi a vez de Recife com Nivaldo Prieto, Renata Fan (sexta e sábado) e Luize Altenhofen (domingo, segunda e terça).

Destaque para a transmissão exclusiva a partir das 13h do sábado, do Galo da Madrugada, maior bloco carnavalesco do mundo. Na ancoragem desse evento estiveram Luciano do Valle e Flávia do Valle.

A Band também mostrou flashes do carnaval pernambucano nas cidades de Bezerros, no domingo, e Nazaré da Mata, na segunda. Conhecido como “A folia do Papangu”, o carnaval de Bezerros é o maior do agreste e o único temático do Brasil. Na festa da cidade, a diversão dos moradores é brincar fantasiados e de máscaras. É uma tradição que dura quase um século.

Já Nazaré da Mata tem atrativo especial porque é a terra do Maracatu. A reportagem destas duas cidades ficou a cargo de Ricardo Neves, Beto Café e Rodrigo Leitão.


O carnaval ocupa cerca de 60 horas, ao vivo, da programação Band Folia. Em 2010, Adriane Galisteu, Lorena Calabria, Luize Altenhofen, Najda Haddad, Patrícia Maldonado, Renata Fan, Silvia Poppovic, Betinho (Band FM), Fernando Vieira de Mello, José Luiz Datena, Luciano do Valle, Luiz Megale (BandNews FM), Nivaldo Prieto e Sérgio Costa comandaram a festa com convidados

Desfile das Escolas de Samba – Acesso RJ, Acesso SP, Campeãs SP e Campeãs RJ

O fundador da Band, João Jorge Saad (1919 - 1999), já foi, inclusive, homenageado no carnaval paulistano. O enredo da escola de samba Nenê de Vila Matilde, em 2007, foi “A Águia radiante com o pioneiro das comunicações: João Jorge Saad – 70 anos de conquistas e realizações”.

Em 2010, os direitos do Grupo de Acesso do Rio de Janeiro voltaram às mãos da Band (que já havia transmitido o desfile em 1999). Sérgio Costa e Adriane Galisteu apresentaram os desfiles, com comentários também de Miro Ribeiro. No mesmo ano, a emissora transmitiu o Acesso de São Paulo (com apresentação de Fernando Vieira de Mello), o desfile das campeãs do Rio (com apresentação de José Luiz Datena e Adriane Galisteu, além de comentários de Milton Cunha) e o desfile das campeãs de São Paulo (com, novamente, Fernando Vieira de Mello, além de Silvia Poppovic e comentários de Eliana de Lima).

Em 2011 – último ano de transmissão da Band na Sapucaí –, para o desfile de Acesso do Rio, a emissora levou para o Sambódromo carioca o mesmo time de apresentadores e comentarista: Sérgio Costa, Adriane Galisteu e Miro Ribeiro. Houve uma incrementada na transmissão: uma pequena reportagem que Galisteu fez nos barracões das escolas, mostrando um pouco do trabalho realizado.



Desfile que credenciou a Renascer de Jacarepaguá a participar do Grupo Especial do RJ. Transmissão do Grupo de Acesso em 2011, pelo “Band Folia”

A Band também transmitiu o desfile de acesso de São Paulo em 2011 e os das campeãs dos dois estados. Luciano Faccioli e Silvia Poppovic comandaram os trabalhos de São Paulo.

Depois disso, a Band focou a sua transmissão da folia nos carnavais do Nordeste, além do carnaval de Vitória (ES) até 2015. Como vimos anteriormente neste capítulo, em 2012, o Acesso do Rio e os desfiles das campeãs ficaram para o SBT, enquanto o Acesso de São Paulo ficou para a Cultura.

Em 2013, com a criação da Série A, a Globo passou a transmiti-la para o Rio de Janeiro, com os demais desfiles ficando à mercê. Em 2014, o Viva, canal a cabo Globosat, transmitiu esses desfiles. Foi uma cobertura esforçada, com bons comentaristas, mas que não se repetiu. Em 2015, a Globo transmitiu os desfiles das campeãs através do portal G1.

BAND

Narração:

Sérgio Costa, Adriane Galisteu e José Luiz Datena (RJ)

Fernando Vieira de Mello, Silvia Popovic e Luciano Faccioli (SP);

Patrícia Maldonado, Betinho, Nadja Haddad e Nélio Jr (Salvador);

Lorena Calabria, Luiz Megale, Nivaldo Prieto, Renata Fan e Luize Altenhofen (Olinda);

Luciano do Valle e Flávia do Valle (Recife).

Comentários: Miro Ribeiro, Ivo Meirelles e Milton Cunha (sábado das campeãs) (RJ); Moisés da Rocha, Oswaldinho da Cuíca e Eliana de Lima (sábado das campeãs) (SP).

Reportagens: Érico Aires e Carolina Rosa (Salvador); Ricardo Neves, Beto Café e Rodrigo Leitão (Bezerros e Nazaré da Mata).

TV BRASIL FAZ AMPLA COBERTURA DO CARNAVAL

Em 2016 uma nova emissora veio somar às coberturas carnavalescas na televisão. A TV Brasil, rede pública de televisão do Executivo brasileiro gerida pela Empresa Brasileira de Comunicação (EBC), passou a fazer uma ampla cobertura do Carnaval.

O anúncio da cobertura carnavalesca da TV Brasil aconteceu no mês de janeiro. A emissora pública preparou uma cobertura especial da folia nos Carnavais do Brasil, com transmissões ao vivo, direto de Salvador, sob o comando da apresentadora do programa “Estúdio Móvel”, Liliane Reis, numa parceria com a TVE Bahia.

O jornalismo também pôs o bloco na rua mostrando reportagens sobre os preparativos da folia, os detalhes do Carnaval pelos quatro cantos do país com reportagens produzidas pelas equipes próprias e das emissoras da Rede Pública de Televisão.

Bahia

Em parceria com a TVE Bahia, a TV Brasil mostrou o que há de melhor no Carnaval de Salvador. Com postos de transmissão ao vivo no Campo Grande, no Pelourinho e na TVE, além das equipes de reportagem percorrendo a cidade, as emissoras da rede pública apresentam a diversidade do carnaval baiano.

A transmissão começou na quinta, dia 4 de fevereiro, às 23h, com os desfiles dos trios pipocas com Ivete Sangalo e Bel Marques no comando. Na sexta (5), a transmissão prosseguiu em mesmo horário. Já no sábado (6), a cobertura acompanhou desde a saída do bloco afro Ilê Aiyê, do bairro do Curuzu, até sua chegada ao Campo Grande.

No domingo, segunda e terça-feira de carnaval, a folia começou à tarde, às 14h, e seguiu até a noite, por volta das 19h, quando a emissora exibiu o programa “Samba na Gamboa”.

As transmissões ao vivo do carnaval baiano voltaram às 20h no domingo e terminaram à 1h. Na segunda e na terça-feira, os festejos de rua entraram mais tarde, às 22h, com encerramento à 1h.

Na tela, apresentadores da emissora baiana se revezaram durante os dias de alegria para mostrar os mais bonitos momentos da festa e entrevistar quem vive, pensa, curte e trabalha o carnaval do estado.

Desfile do Grupo de Acesso de SP

Mas, a novidade daquele ano é que a TV Brasil também transmitiu pela primeira vez um desfile de escolas de samba. Na noite de domingo, dia 7 de fevereiro, apresentou o Grupo de Acesso do Carnaval paulistano, para todo o Estado de São Paulo, com a participação das nove agremiações que disputavam a categoria no Sambódromo do Anhembi. No comando da transmissão estiveram os jornalistas Gustavo Minari e Rodrigo Vianna.

A ordem de desfile foi:

1- Barroca Zona Sul “Bakhita

2- Tom Maior “Travessias de Milton Nascimento. Todo artista tem de ir aonde o povo está

3- Colorado do Brás “Transformando a Química da Vida

4- Morro da Casa Verde “Mvemba-a-Nizinga, Dom Afonso I – Um Rei Cristão no Império Africano do Congo

5- Camisa Verde e Branco “Nas águas sagradas de Oxum, Iemanjá e Oxalá, Camisa Verde dá um banho de alegria

6- Mancha Verde “Mato Grosso, Uma Mancha Verde no Coração do Brasil

7- Imperador do Ipiranga “A Imperador reluz esperança com Don Quixote De la Mancha

8 - Leandro de Itaquera “Rainhas de todos nós, mulheres guerreiras! Ê, Baiana... Com suas bênçãos, a Leandro conta sua história e celebra o centenário do samba

9 - Independente Tricolor “O que conta no faz de conta?

A cereja do bolo para a TV Brasil foi transmitir na sexta (12) e no sábado (13), com exclusividade, a emoção dos Desfiles das Campeãs, em São Paulo e no Rio de Janeiro, para todo o Brasil. A apresentação dos dois eventos foi da jornalista Liliane Reis e os convidados da transmissão comentam o resultado dos Carnavais paulista e fluminense. Tanto no Sambódromo do Anhembi quanto na Marquês de Sapucaí, a reportagem entrevistou destaques, carnavalescos e diretores das escolas vitoriosas.

A emissora pública entrou em acordo com a Rede Globo para transmitir pela primeira vez os desfiles das escolas de samba campeãs da capital carioca. O canal da Família Marinho embora tenha os direitos de exibição, historicamente não vinha realizando a cobertura desde o início dos anos 90 por achar que prejudica a sua audiência.

Confira como foi a Programação Especial de Carnaval da TV Brasil em 2016:

Quinta-feira 04.02

23h: Carnavais do Brasil - Ao vivo - Salvador com TVE Bahia.

Sexta-feira 05.02

23h: Carnavais do Brasil - Ao vivo - Salvador com TVE Bahia.

Sábado 06.02

12h30: Programa Especial – Cidade do Samba com a escola Embaixadores da Alegria.

22h: DOC Especial – “Trieletrizado” (2013), documentário de 55 minutos, dirigido por Jorge Alfredo, com Armandinho Macedo, Clarindo Silva, Gerônimo Santana, Carlinhos Brown, Ivete Sangalo, Margareth Menezes, Bell Marques, Aicha Marques, Zeca de Abreu, Lázaro Torres, Mirella Mattos, Annalu Torres, Edvana Santana e Nonato Freire.

23h: Carnavais do Brasil - Ao vivo - Salvador com TVE Bahia.

Domingo 07.02

14h: Carnavais do Brasil - Ao vivo - Salvador com TVE Bahia.

19h: Samba na Gamboa - Diogo Nogueira homenageia Jovelina Pérola Negra.

20h: Carnavais do Brasil - Ao vivo - Salvador com TVE Bahia.

20h50: Desfile do Grupo de Acesso do Carnaval de São Paulo (apenas para o estado de SP).

Segunda-feira 08.02

14h: Carnavais do Brasil - Ao vivo - Salvador com TVE Bahia.

19h: Samba na Gamboa - Diogo Nogueira recebe Saulo Fernandes e Armandinho.

22h: Carnavais do Brasil - Ao vivo - Salvador com TVE Bahia.

Terça-feira 09.02

14h: Carnavais do Brasil - Ao vivo - Salvador com TVE Bahia.

19h: Samba na Gamboa - Diogo Nogueira homenageia Dona Ivone Lara.

22h: Carnavais do Brasil - Ao vivo - Salvador com TVE Bahia.

Sexta-feira 12.02

21h55: Desfile das Campeãs do Carnaval de São Paulo (para todo o Brasil).

Sábado 13.02

21h25: Desfile das Campeãs do Carnaval do Rio de Janeiro (para todo o Brasil).


O cantor e compositor Gerônimo, durante as gravações do documentário “Trieletrizado”, dirigido com apoio da TVE Bahia

“Samba na Gamboa” prestou homenagem a Jovelina Pérola Negra em 2016. Diogo Nogueira (à esquerda), Cassiana (ao centro, filha de Jojo) e Arlindo Cruz cantaram clássicos que imortalizaram a cantora, como Bagaço da Laranja, Feirinha da Pavuna e Sorriso Aberto

Em 2017, a TV Brasil novamente apresentou o Desfile das Escolas de Samba Campeãs do Carnaval do Rio de Janeiro com exclusividade, direto da Marquês de Sapucaí.

Sob o comando da jornalista Luciana Barreto e do radialista Tiago Alves, a transmissão recebeu especialistas em carnaval que comentam o resultado da apuração na Apoteose e ilustraram o espetáculo das seis agremiações que retornaram à Sapucaí.

A emissora pública recebeu vários convidados, que analisaram as escolas que participaram do Desfile das Campeãs, como a sambista Nilcemar Nogueira (na época Secretária de Cultura do Rio de Janeiro), as cantoras Dorina e Dayse do Banjo, o historiador Luiz Antonio Simas, os jornalistas Anderson Baltar, Fred Soares, Leonardo Bruno, Fábio Fabato e Bárbara Pereira, os carnavalescos Max Lopes e Maria Augusta, a pesquisadora Raquel Valença, e o intérprete Jorginho do Império.

Eis a ordem do Desfile das Campeãs do Carnaval do Rio de Janeiro em 2017, no dia 4 de março:

1 - Beija-Flor - Sexta colocada

2 - Grande Rio - Quinta colocada

3 - Mangueira - Quarta colocada

4 - Salgueiro - Terceira colocada

5 - Mocidade - Vice-campeã (*)

6 - Portela – Campeã

* Em reunião extraordinária na noite do dia 5 de abril, a Liesa (Liga Independente das Escolas de Samba do Rio) decidiu dividir o título do Carnaval 2017 entre Portela e Mocidade Independente de Padre Miguel. A Liesa resolveu acatar um recurso impetrado pela verde e branco de Padre Miguel denunciando um erro do julgador Valmir Aleixo, que avaliou o quesito enredo baseado em um roteiro do desfile que havia sido alterado.


Luciana Barreto e Tiago Alves, âncoras da transmissão do Desfile das Campeãs do RJ pela TV Brasil em 2017, muito bem acompanhados por especialistas em carnaval

Suspensão momentânea da cobertura e retomada

Em janeiro de 2019, a TV Brasil anunciou que não transmitiria o Carnaval naquele ano. Há três anos o canal vinha fazendo a cobertura de uma das festas mais populares do Brasil, exibindo os desfiles do grupo de acesso de São Paulo, no domingo, e as campeãs paulistanas e cariocas, na sexta-feira e no sábado, depois de Cinzas.

Internamente, o que se disse, foi que o cancelamento da transmissão fez parte do corte de custos. No entanto, as imagens dos eventos eram cedidas pela TV Globo.

Em 2020, a TV Brasil retomou a programação especial carnavalesca. No entanto, não apresentou os desfiles das escolas de samba do grupo de acesso de São Paulo nem a noite das campeãs cariocas e paulistanas.

A emissora preferiu exibir uma programação especial durante os dias de folia, com mais de 15 horas de apresentações musicais de Salvador e do Recife em rede nacional.

A faixa “TV Brasil no país do Carnaval” foi ao ar de sábado (22 de fevereiro) até terça-feira (25 de fevereiro), entre 21h e 1h. O destaque foram as transmissões de shows com a TVE Bahia e a TV Pernambuco, canais parceiros da Rede Pública de Televisão.

Em Salvador, a emissora acompanhou desfile de trios nos circuitos Campo Grande e Barra-Ondina, além de shows no Pelourinho. Já do Recife, foram mostradas as apresentações do Marco Zero, Praça do Arsenal e Festival RecBeat.

Os programas de linha da TV Brasil também tiveram edições temáticas. O “Sem Censura” abriu a festa na sexta (21), às 18h, com o intérprete e compositor Neguinho da Beija-Flor. O bamba soltou a voz em composições marcantes de samba-enredo e conversou sobre sua trajetória com Vera Barroso e Bruno Barros.

A garotada se divertiu no baile infantil “Ó Abre Alas”, do Música Animada. No palco, o especial trouxe a dupla Jujuba e Ana Nogueira com os artistas do grupo Samba Lelê em um espetáculo vibrante. O programa foi ao ar no sábado (22), às 11h. No mesmo dia, às 18h, o “Viralizando” levou um papo com personalidades da folia.

A TV Brasil ainda apresentou outras performances de ícones da música nordestina como Elba Ramalho em um show contagiante com clássicos do forró na sexta (21), às 22h30, na faixa Verão Show, e resgatou um show histórico de Moraes Moreira (1947 - 2020), o espetáculo “50 Carnavais”, no sábado (22), às 18h30, gravado em 1998 pela antiga TVE do Rio de Janeiro, na casa noturna Ballroom.

TV BRASIL

Narração: Luciana Barreto, Tiago Alves, Liliane Reis (RJ e Salvador); Gustavo Minari e Rodrigo Vianna (SP).

UM CARNAVAL SEM CENSURA. COM CERTEZA

A antiga TVE (depois TV Brasil) não transmitia os desfiles do grupo especial do Rio de Janeiro, mas no período pré-carnavalesco brindava os amantes da folia com gostosas entrevistas e debates sobre a folia no programa “Sem Censura”.

O programa estreou na então TVE Brasil em 1º de julho de 1985, apresentado por Tetê Muniz. O país recém havia saído do período militar e o então diretor da emissora, Fernando Barbosa Lima (1933 - 2008), teve a ideia de criar um programa que refletisse o clima da época.

O programa inicialmente debatia pautas de interesse do estado do Rio de Janeiro, mas após a chegada da jornalista Leda Nagle, em 1996, passou a discutir temas e a receber convidados de relevância nacional. E foi no período de Leda que, “com certeza” (para usar o jargão criado pela apresentadora) o Sem Censura abriu maior espaço para o Carnaval.

Semanas antes dos desfiles, a produção do programa convidava dirigentes, carnavalescos e intérpretes das escolas de samba do Rio, que se apresentavam diariamente (ou semanalmente) em rodízio.

Leda, que ficou 20 anos no comando da atração (entre 1996 e 2016), sempre foi uma grande incentivadora da presença da comunidade carnavalesca no Sem Censura. Enquanto dirigentes e carnavalescos preferiam debater os rumos da festa e os preparativos dos desfiles de suas respectivas escolas, os intérpretes entoavam o samba-enredo do ano, geralmente acompanhados por músicos das próprias agremiações ou convidados pela produção.

A jornalista Leda Nagle, que apresentou o programa Sem Censura de 1996 a 2016. Foto: Divulgação/TV Brasil

No dia seguinte à apuração das notas e conhecidos os campeões do carnaval, o programa realizava uma edição especial debatendo os resultados e chamando a audiência para o Sábado das Campeãs.

Programa Sem Censura levado ao ar em fevereiro de 2004, com a participação de carnavalescos e intérpretes de Beija-Flor, Portela, Porto da Pedra e Império Serrano

Inicialmente exibido na faixa das 16 horas, o “Sem Censura” foi um dos primeiros programas da televisão brasileira que deu espaço para a interação com os telespectadores, que inicialmente podiam telefonar e enviar fax. Logo depois a interação se deu através de e-mails e mensagens nas redes sociais.

Além dos convidados ilustres, o Sem Censura contava com a participação de debatedores fixos com um time formado por grandes nomes do jornalismo e entretenimento. Os jornalistas Artur da Távola (1936 - 2008), Sérgio Noronha (1932 - 2020), Arthur Xexéo, Haroldo Costa e o carnavalesco Milton Cunha são alguns dos nomes que foram colaboradores do vespertino.


Comunidade carnavalesca sempre esteve muito presente nas edições do Sem Censura ao longo dos anos

No time de debatedores fixos, também esteve por vários anos um jovem jornalista com elevadas ambições (e intenções) políticas. Filho de um dos grandes intelectuais da cultura no Brasil, o rapaz era um dos mais destacados debatedores do programa: comunicativo, muito carismático e com posicionamentos centrados e sensatos. Estamos falando de Sérgio Cabral Filho, cujo pai, Sérgio Cabral, é um reconhecido crítico de música e arte, um dos fundadores do jornal “O Pasquim”, e que foi comentarista de carnaval pela TV por inúmeras vezes.

Cabral Filho foi integrante do Sem Censura a partir da década de 90. Elegeu-se três vezes deputado estadual no Rio de Janeiro em 1990. Deixou a bancada do programa em 2001. Concorreu ao Senado pelo Rio de Janeiro nas eleições de 2002, e se elegeu com 4,2 milhões de votos. Após assumir o governo do Estado do Rio de Janeiro pela primeira vez, em janeiro de 2007, foi um dos primeiros entrevistados pelo Sem Censura naquela temporada. Em outubro de 2010, foi reeleito governador, ainda no primeiro turno, com mais de 66 por cento dos votos válidos. Renunciou o cargo em 3 de abril de 2014, almejando concorrer a uma vaga no Senado.

Em 2016 Sérgio Cabral Filho foi preso na Operação Lava Jato e tornou-se réu por corrupção passiva, lavagem de dinheiro e evasão de divisas. Desde 2018 encontra-se preso no pavilhão Bangu 8 do Complexo Penitenciário de Gericinó, na Zona Oeste da cidade do Rio de Janeiro. As penas de Cabral somam mais de 280 anos de prisão. Em 2009, o ex-governador foi considerado um dos 100 brasileiros mais influentes pela Revista Época.

Mesmo após a saída de Leda Nagle do comando do programa, no início de 2017, o Sem Censura seguiu dando relativo destaque para o carnaval no período que antecedia os desfiles. Em 6 de março de 2017, com a apresentação de Vera Barroso e com a colaboração dos repórteres multimídia Bruno Barros e Kamyla Abreu, o programa reestreou completamente reformulado. A tradicional bancada foi substituída por um sofá vermelho, o cenário foi modificado e a interatividade ganhou bastante espaço no novo formato. Em janeiro de 2019, a direção da EBC decidiu pela extinção do programa, mas no mês seguinte voltou atrás na decisão e decidiu manter o Sem Censura, que retornou com a exibição ao vivo em abril do mesmo ano. Em 13 de novembro de 2020, foi ao ar o último programa. A equipe foi transferida à atração Agro Nacional.


Sem Censura completamente reformulado no ano de 2019: a tradicional bancada foi substituída por um sofá vermelho moderno e o cenário ganhou cores quentes. Entre os convidados de Vera Barroso (à esquerda, de branco), estão Mestre Ciça (ao lado da apresentadora), Zé Paulo Sierra (ao microfone), e Rosa Magalhães (ao lado de Zé Paulo)

MUSA DO CARNAVAL NO CALDEIRÃO

Após ter feito grande sucesso na Band entre os anos de 1996 e 1999 com o Programa H, o apresentador Luciano Huck foi contratado pela TV Globo e estreou o “Caldeirão” em 8 de abril de 2000. Desde então, o programa vai ao ar nas tardes de sábado.

Em 2003, o “Caldeirão do Huck” passou a produzir uma competição que reunia passistas, rainhas e madrinhas de bateria entre representantes das escolas de samba que desfilavam no grupo especial do Rio de Janeiro e de São Paulo: era o concurso “Musa do Carnaval”. A TV Globo sempre teve a tradição de usar os meses de janeiro e fevereiro pra promover o carnaval através de várias produções referentes aos desfiles das escolas de samba e o “Musa” ia ao ar no programa comandado por Huck nesse período.

Jurados convidados pelo programa elegiam aquelas que mostraram mais carisma, beleza e samba no pé. As vencedoras foram:

2003: Iketula, Porto da Pedra;

2004: Silvana Beleza, Grande Rio;

2005: Jaqueline Faria, Portela;

2006: Mel Brito, Caprichosos de Pilares;

2007: Carla Cristina, Beija-Flor;

2008: Renata, do Camisa Verde e Branco, foi eleita a Musa de São Paulo em 2008, concorrendo com Cristiane, do Salgueiro, que se sagrou Musa do Caldeirão naquele ano.

A partir de 2009, o quadro ganhou novo formato, e as concorrentes cariocas e paulistas passaram a disputar o concurso separadamente. As vencedoras a partir de então foram:

2009: Suellen, Portela (RJ), e Gaby Viana, Acadêmicos do Tucuruvi (SP);

2010: Carol, Unidos da Tijuca (RJ), e Lyllian, Vai-Vai (SP);

2011: Luana Bandeira, Salgueiro (RJ), e Andressa Sobrinho, Rosas de Ouro (SP);

2012: Evelyn, Mangueira (RJ), e Janaína, Vai-Vai (SP);

2013: Daiana Laia, Vila Isabel (RJ), e Cinthia, Império de Casa Verde (SP);

2014: Bruna, Pérola Negra (SP), e Rafaela, Salgueiro (RJ);

2015: Dedê, Portela (RJ), e Tarine (SP), X9 Paulistana;

2016: Layza Santiago, Mangueira (RJ), e Michele Silva, Unidos do Peruche.

Em 2017, o concurso não se saiu bem na audiência. Portais especializados na crítica televisiva, como o “NaTelinha”, do Uol, e o “TV Foco”, do IG, apontaram um rendimento abaixo da média da final da atração na grande São Paulo, marcando menos de 12 pontos, os piores dados do programa no primeiro trimestre do ano passado. Naquele ano, as campeãs foram Viviane Silveira Ramos, da Portela, no Rio, e Vanessa Alves, da Águia de Ouro, em São Paulo.


Evelyn Bastos venceu o concurso Musa do Carnaval RJ 2012 no programa Caldeirão apresentado por Luciano Huck (à esquerda). A sambista, na época com 18 anos de idade, representou a Estação Primeira de Mangueira e é cria da comunidade. Imagem extraída do canal Mimdiz Samba (Youtube)

Na etapa de São Paulo, Vanessa Alves, representante da Águia de Ouro, venceu a competição Musa do Carnaval em 2017

Em 2018, após 15 edições, a Globo suspendeu o concurso. A alegação principal da emissora carioca foi de que o Carnaval daquele ano foi no começo de fevereiro (entre os dias 9 e 14 de fevereiro), o que limitaria o tempo de produção da competição. No entanto, o Carnaval de 2016, por exemplo, começou no dia 5 de fevereiro, mais cedo que em 2018 e houve o “Musa” normalmente.

O fato marcou a constante queda de audiência no que se refere ao carnaval. Não houve desinteresse da Globo pelo produto, e sim o descaso do público que assiste televisão com algo ligado ao carnaval. A Globo abrir mão do concurso não é a causa, mas a consequência do enfraquecimento das escolas junto às pessoas. O quadro foi extinto dali então.

Apesar de inicialmente haver a boa intenção de colocar o carnaval na grande mídia global, o concurso remetia a uma imagem muito longe da realidade das quadras. Quase como regra, as passistas eram entrevistadas com perguntas cheias de malícias, de apelo sexual e duplo sentido. Algumas das meninas tiravam de letra, outras aparentavam certo constrangimento, mas a imagem de “pedaço de carne” sempre parecia prevalecer ao samba no pé.

Algumas beldades bem conhecidas do samba ganharam ainda mais fama no concurso “Musa do Carnaval”, como a rainha de bateria da Mangueira, Evelyn Bastos, vencedora em 2012. Ex-rainha de bateria da Caprichosos, Mel Brito ganhou em 2006. Ketula Mello, hoje musa da Imperatriz Leopoldinense, levou em 2003, quando ainda era realeza na Porto da Pedra.

A final do concurso de 2011 teve ares de final de contos de fada: a musa da Viradouro, Luana Bandeira, além de levar o título para casa, foi convidada no ar, pelo próprio apresentador Luciano Huck, para ser a nova “Coleguinha” (integrante da equipe de assistentes de palco do programa Caldeirão).


Musa carioca eleita em 2011, Luana Bandeira foi surpreendida ao ser convidada no ar pelo próprio Luciano Huck para trabalhar na equipe do Caldeirão

    GLOBO – DA INOVAÇÃO TECNOLÓGICA À DESIDRATAÇÃO DAS VINHETAS

A segunda década do século 21 começou com um carnaval em que a TV Globo acenava com algumas novidades, incluindo muita inovação tecnológica, transmissão multiplataforma (com a festa podendo ser acompanhada nos canais da Rede Globo em diferentes dispositivos quando e onde as pessoas quiserem), maior integração da chamada “Esquina do Samba”, imagens em 3D e novos comentaristas.

A emissora tem mobilizado, ao longo dos últimos anos, cerca de 2 mil profissionais na transmissão e trabalhando com o que há de melhor e de mais avançado em termos de tecnologia.

Entre as novidades: estúdio todo envidraçado em formato de bolha, localizado no alto dos sambódromos; dezenas de câmeras ao longo da avenida – algumas capazes de gravar 2.800 frames por segundos –; seis gruas e seis caminhões de unidades móveis de transmissão (sendo um apenas para o áudio); o helicóptero usados pelo jornalismo (o “Globocop”), que traz imagens de toda a avenida; câmeras ligadas a microlinks, um equipamento que permite que repórter e cinegrafista entrem ao vivo sem estar conectados a cabos; uma dezena de microfones posicionados nos recuos das baterias para captar todo o ritmo e a cadência das escolas de samba, além de um microfone especial, posicionado ao centro do recuo captando o áudio em 5.1 canais para transmitir os detalhes de cada instrumento da bateria, e outra dezena de microfones distribuídos nas arquibancadas para captar a emoção do público.


A TV Globo conta com câmeras ligadas a microlinks, um equipamento que permite que repórter e cinegrafista entrem ao vivo sem estar conectados a cabos. B Na foto, o repórter Régis Rösing (de camisa azul) entrevista um dirigente da União do Parque Curicica, na cobertura do Carnaval 2017. Foto: Cicero Rodrigues/Memória Globo.

A Globo também seguiu investindo nos já tradicionais telões interativos nos “Estúdios Globeleza”, com tecnologia touch screen para a exibição dos melhores momentos dos desfiles, mensagens de internautas, links com repórteres de outros estados e notas dos telespectadores para as escolas. Enfim, ao todo a cada ano são usados cerca de 50 toneladas de equipamentos e aproximadamente oito quilômetros de cabos.

Com a chegada do Globoplay (plataforma digital com streaming de vídeos sob demanda), o público passou a poder assistir, gratuitamente e de qualquer lugar do Brasil, a cobertura ao vivo da festa. O acesso se dá na internet, com acesso por meio da plataforma Globoplay, seja pelo aplicativo ou no navegador.

Mas ao longo dos anos seguintes, em contraste com a exuberância pirotécnica ostentada pela emissora, a divulgação da cobertura e da Globeleza foi, aos poucos, sendo “desidratando” – muito por culpa da chegada de conceitos “politicamente corretos” e também por uma forte política de corte de gastos no canal.

A mulata musa do Carnaval da emissora, de corpo escultural e que sambava sozinha e completamente nua em rede nacional, passou a aparecer usando diferentes roupas e ainda acompanhada de outros dançarinos.

Além de reduzir despesas com a folha de salários dos funcionários, a emissora também cortou verbas em produções e acabou sobrando para as tradicionais vinhetas de Carnaval. Desde 2018, nada de rainhas, passistas, casal de mestre sala e porta-bandeira e intérprete das escolas de sambas. As apresentações dos sambas-enredo das agremiações tanto de Rio quanto de São Paulo passam a ser através de um clipe que incluem imagens do último desfile da agremiação e a respectiva letra na tela como legenda.

A justificativa global foi de que estava lançando “um novo conceito”, em que o samba-enredo “passa a ser o protagonista”. Para os anos seguintes, a solução foi ainda mais frustrante, pois nem até as imagens de desfiles anteriores passou a ter. Os sambas passaram a tocar míseros 30 segundos com lyrics das letras na tela, com alguns efeitos gráficos ao fundo, como por exemplo, baianas virtuais.


Sambistas são recebidos pelos apresentadores ao fim do desfile nos envidraçados e tecnológicos Estúdios Globeleza, montados na Sapucaí e no Anhembi

2010

No ano de 2010, o período Globeleza teve início no dia 3 de janeiro (um domingo), quando a Rede Globo começou a exibir os clipes de Carnaval, com a letra dos sambas e imagens dos integrantes das escolas de samba. As gravações aconteceram no mês anterior, em shows realizados no Rio de Janeiro e em São Paulo.


Ellen Roche, rainha de bateria da Rosas de Ouro no clipe Globeleza de 2010. Crédito: Zé Paulo Cardeal/TV Globo

Luciana Nobre (à direita), primeira porta bandeira da Portela, no clipe Globeleza 2010. Crédito: Alex Carvalho/TV Globo

Na cobertura daquele ano, narradores, comentaristas e convidados especiais estiveram reunidos em um único espaço – a Esquina do Samba – durante as transmissões dos desfiles das agremiações do Rio de Janeiro e de São Paulo. A partir das 23h de sexta-feira, dia 12 de fevereiro, o telespectador pôde assistir ao espetáculo em alta definição com o início dos desfiles de São Paulo. No domingo e na segunda-feira, foi a vez do Grupo Especial do Rio de Janeiro. Em circuito fechado, no sambódromo carioca, a Rede Globo exibiu imagens captadas em 3D, como teste para futuras transmissões com o uso da nova tecnologia em televisão. A direção do Núcleo Globeleza foi de Roberto Talma (1949 – 2015) e José Bonifácio Oliveira, o Boninho.

O novo cenário permitiu maior mobilidade aos apresentadores, que antes ficavam restritos à área do estúdio de vidro erguido na avenida. Os narradores passaram a ter liberdade para se movimentar e conversar com convidados e comentaristas. A Globo contou com sete câmeras ligadas a microlinks – um equipamento que permite que repórter e cinegrafista entrem ao vivo sem estar conectados a cabos. No total, 60 jornalistas, entre repórteres, repórteres cinematográficos, editores e produtores, participaram da cobertura do Carnaval na Marquês de Sapucaí.

Outra novidade em 2010 foi é a estreia do locutor esportivo Luís Roberto na transmissão do desfile carioca. Desde o início do ano, ele e a jornalista Glenda Kozlowski, a dupla de narração, estiveram mergulhados nos preparativos para o Carnaval 2010, frequentando barracões e ensaios de escolas de samba.

O jornalista Chico Pinheiro também estreou em nova função. Ele foi o anfitrião do estúdio na Esquina do Samba, tanto no Rio de Janeiro quanto em São Paulo. Em espaço próximo aos locutores, Chico recebeu convidados, além de interagir com os comentaristas da Rede Globo. No Rio de Janeiro, o grupo foi formado por Geraldo Carneiro, Deborah Colker, Pedro Luís e Haroldo Costa.

Com a participação de Chico Pinheiro na Esquina do Samba, o ano de 2010 Cléber Machado marcou o reencontro do locutor com o Carnaval de São Paulo. Ele dividiu a apresentação ao lado de Mariana Godoy.

Guto Graça Mello, Geraldo Carneiro, Fernanda Chama e Leci Brandão fizeram parte do time de comentaristas da transmissão em São Paulo. O repórter Maurício Kubrusly comandou a cobertura na dispersão, recebendo as escolas de samba no momento em que elas cruzarem a linha de chegada. Outros 15 repórteres trabalharam nos dois dias de folia para mostrar todos os detalhes dos desfiles na capital paulista.

Antes do desfile de cada agremiação, a Rede Globo exibiu documentários de seis minutos, produzidos especialmente para a transmissão, contando a história de cada samba-enredo a ser apresentado. No Sambódromo, o boxe da bateria ganhou iluminação especial.

2011

Mais 2 mil profissionais trabalharam na transmissão do Carnaval 2011 da Rede Globo. A equipe de jornalismo da emissora acompanhou de perto a folia por todo o país: os desfiles das escolas de samba do Rio de Janeiro e de São Paulo, os blocos de rua, a festa em Salvador, Manaus e Recife, e onde mais o Carnaval esteve. A tecnologia foi o destaque do ano.

Os desfiles das escolas de samba foram captados e exibidos em HD (alta definição). E, pela primeira vez, os desfiles do Rio foram produzidos em 3D e exibidos para todo o país através do canal 701 da operadora de TV a cabo NET. Glenda Kozlowski e Luis Roberto foram os narradores da transmissão dos desfiles das escolas de samba do grupo especial no Rio de Janeiro. No intervalo entre os desfiles, a transmissão passou para as mãos de Ana Paula Araújo, que comandou a cobertura jornalística do “Estúdio Globeleza”.


As câmeras Full 3D são usadas em pontos estratégicos da Sapucaí: imagens captadas separadamente para os olhos esquerdo e direito. Crédito: Divulgação/TVGlobo/VEJA

Em toda a passarela do samba, mais de 40 câmeras, incluindo cinco sem fio e imagens aéreas do Globocop, captaram, ao vivo, os detalhes dos desfiles.

Na capital paulista, a narração dos desfiles do Carnaval 2011 ficou por conta de Cléber Machado e Mariana Godoy. E Chico Pinheiro comandou o estúdio interativo.


Narração no Anhembi ficou por conta de Mariana Godoy e Cléber Machado. Crédito: Divulgação/Globo

O experiente Chico Pinheiro comandou o estúdio interativo nos desfiles das escolas paulistanas. Crédito: Divulgação/Globo


A Rede Globo mostrou os desfiles das escolas de samba de São Paulo nos dias 4 e 5 de março (sexta e sábado). No primeiro dia, a exibição do carnaval paulistano teve início após o Globo Repórter e, no sábado, depois do Big Brother Brasil. A apuração aconteceu na terça-feira, dia 8, transmitida ao vivo após o Vale a Pena Ver de Novo.

O portal G1 transmitiu em tempo real os desfiles do Rio de Janeiro e de São Paulo e suas respectivas apurações. Sua página especial de Carnaval trouxe uma cobertura completa com notícias, fotos e vídeos dos desfiles das escolas de samba, programação dos blocos de rua e trios elétricos das principais capitais do país. Um catálogo de vídeos mostrou os melhores momentos dos desfiles além de momentos históricos com as campeãs de outros carnavais.

2012

A vinheta da Globeleza em 2012 entrou no ar no dia 15 de janeiro (domingo) na Rede Globo, pela primeira vez em alta definição. A mulata Aline Prado interpretava, pelo sétimo ano, a personagem que marca o início da contagem regressiva para o Carnaval.

A Globo mobilizou uma grande operação para a cobertura do Carnaval. Cerca de três mil profissionais trabalharam na transmissão dos desfiles das escolas de samba do grupo especial de São Paulo e do Rio de Janeiro, além de cobrir os blocos de rua, as festas em Salvador e em Recife, e acompanhar de perto onde o carnaval estiver acontecendo. Em todos os telejornais da programação, as últimas notícias e todos os ângulos da festa que mobiliza o país.

Na capital paulista, Cléber Machado e Mariana Godoy narraram os dois dias de desfiles (17 e 18 de fevereiro) direto de um estúdio-bolha posicionado no alto do sambódromo. Na transmissão, foram usadas 30 câmeras ao longo da avenida, sete gruas e quatro caminhões de unidades móveis de transmissão. No recuo da bateria, dez microfones foram posicionados para captar todas as batidas do coração das escolas de samba. E ao longo das arquibancadas mais dez microfones foram usados para levar a emoção do público que estava assistindo as escolas na avenida. Ao todo foram necessários 50 toneladas de equipamentos.

A festa carioca aconteceu nas noites de domingo e segunda, dias 19 e 20 de fevereiro. A dupla Luis Roberto e Glenda Kozlowski transmitiu o carnaval direto da Esquina do Samba, montada no início da Marques de Sapucaí.


A dupla Luis Roberto e Glenda Kozlowski transmitiu o carnaval direto da “Esquina do Samba”. Crédito: Divulgação/Globo

A transmissão carioca contou com uma equipe de dois mil profissionais. Na avenida, Renata Capucci e Flavio Fachel estiveram posicionados na armação. Nas arquibancadas populares, Mariana Gross e Vandrey Pereira levaram toda a emoção do público que acompanhou os desfiles.

Localizado na dispersão da apoteose, o “Estúdio Globeleza”, entrou em ação ao final da apresentação de cada escola de samba. Ana Paula Araújo comandou um time de comentaristas para debater quais foram os destaques, os melhores momentos e os problemas da agremiação que acabou de passar.

Para essa tarefa, ela recebeu a sambista Teresa Cristina, o produtor Haroldo Costa, a cantora Fernanda Abreu e os atores Eri Johnson e Hélio De La Peña. Além dos comentaristas, Ana Paula também terá a companhia de convidados especiais, gente ligada à música e ao samba, para esquentar o bate-papo sobre os destaques do carnaval.


Ana Paula Araújo (em pé, à direita), no estúdio interativo, com Chico Pinheiro (de vermelho), Teresa Cristina, Haroldo Costa, Fernanda Abreu e Hélio De La Peña. Crédito: Divulgação/Globo

2013

A Rede Globo mobilizou uma grande operação para a cobertura do carnaval 2013. Cerca de dois mil profissionais trabalharam nas transmissões dos desfiles das escolas de samba do Rio de Janeiro e São Paulo, além de cobrir os blocos de rua, as festas em Salvador e Recife, acompanhando de perto onde o carnaval esteve acontecendo. Em todos os telejornais da programação, o telespectador pôde conferir as últimas notícias e todos os ângulos da festa que mobiliza o país.

Desfiles em São Paulo

Na capital paulista, a folia começou na sexta-feira, dia 8. Cléber Machado e Mariana Ferrão, que naquele ano estreou na transmissão, narraram os dois dias de desfiles para todo o Brasil, exceto o para o estado do Rio de Janeiro. Os jornalistas, que antes apresentavam de uma cabine localizada no alto do sambódromo, agora descem e narram de uma cabine no mesmo nível da avenida. Localizada próximo ao recuo da bateria, os jornalistas podem se aproximar do desfile durante a transmissão e mostrar a perspectiva de quem está participando da festa.

Ao final do desfile, próximo à dispersão do Anhembi, fica o estúdio Globeleza. Com telão interativo dentro do estúdio de vidro para exibição de melhores momentos, mensagens de internautas, links com repórteres de outros estados e notas dos telespectadores para as escolas, o jornalista Chico Pinheiro fez comentários sobre os desfiles e recebeu os convidados especiais Ailton Graça, Celso Viáfora, Negra Li e Paula Lima.

Durante os dois dias de desfiles, um time de 17 repórteres esteve envolvido na cobertura do carnaval, trazendo todas as informações da transmissão de São Paulo. Na transmissão, foram usadas 34 câmeras ao longo da avenida – uma delas é a super slow, que grava 2.800 frames por segundos –, seis gruas e seis caminhões de unidades móveis de transmissão – sendo um apenas para o áudio-, e ainda o Globocop, que fez imagens de toda a avenida.

Os desfiles das escolas de samba de São Paulo foram exibidos na sexta-feira, dia 8, logo após o “Globo Repórter”, e no sábado, dia 9, após o “BBB13”. Na terça-feira, dia 12, foi transmitida para todo o Brasil (menos para o estado do Rio de Janeiro), a apuração dos desfiles paulistanos, logo após a novela “Da Cor do Pecado”.

Desfiles cariocas

Em 2013, pela primeira vez, a festa carioca começou na Globo já na sexta-feira, dia 8, quando foram exibidos, com exclusividade para todo o estado do Rio de Janeiro, os desfiles da Série A. Na sexta e no sábado de Carnaval, dias 8 e 9 de fevereiro, Alex Escobar e Mariana Gross comandaram a festa de 19 escolas de samba: Estácio de Sá, Império Serrano, Viradouro, Tradição, Porto da Pedra, Caprichosos de Pilares, Rocinha, Renascer de Jacarepaguá, Jacarezinho, Santa Cruz, Unidos da Vila Santa Tereza, União do Parque Curicica, Alegria da Zona Sul, União de Jacarepaguá, Tuiuti, Cubango, Sereno de Campo Grande, Império da Tijuca e Unidos de Padre Miguel.


Operário trabalha na montagem das estruturas para o desfile das escolas de samba do carnaval 2013, que naquele ano recebeu 19 agremiações na Série A. Foto: Marcelo Carnaval / O Globo

Desde novembro os âncoras visitaram as escolas e comunidades para conhecer de perto suas histórias, seus enredos e acompanhar de perto os preparativos para os desfiles. Durante os desfiles das agremiações, Mariana e Escobar receberam, na Esquina do Samba, o músico Arlindo Cruz e os carnavalescos Milton Cunha e Chico Spinosa para comentar o desempenho das agremiações. Na sexta-feira, a transmissão começa logo após o “Globo Repóter” e, no sábado, depois de “BBB13”. Os outros estados do país assistiram, nestes dias, aos desfiles do Grupo Especial de São Paulo.

No domingo e na segunda-feira, dias 10 e 11 de fevereiro, Glenda Kozlowski e Luis Roberto levaram o espetáculo do Grupo Especial do Rio de Janeiro para todo o país. Reunida pela quarta vez consecutiva nesta transmissão, a dupla narrou a festa da ‘Esquina do Samba’, estúdio montado no início da Marques de Sapucaí. Desde dezembro, os dois jornalistas visitavam os barracões, na Cidade do Samba, para entrevistar carnavalescos, integrantes das escolas e conhecer de perto o que cada agremiação estava preparando para levar à avenida naquele ano.

Localizado na dispersão da apoteose, o “Estúdio Globeleza” entrou, mais uma vez, em ação ao final da apresentação de cada escola de samba do grupo especial carioca, sob o comando da apresentadora Ana Paula Araújo, que recebeu um time de comentaristas para debater quais foram os destaques, os melhores momentos e os possíveis problemas da agremiação que acabou de passar. Para essa tarefa, Ana Paula contou com a participação da cantora Fernanda Abreu, do ator Eri Johnson e dos sambistas Teresa Cristina e Pretinho da Serrinha.

A transmissão do Grupo Especial do Rio de Janeiro contou com 40 câmeras, o Globocop, duas gruas, um trilho e uma câmera especial adaptada para captar imagens e, principalmente, os sons do coração das escolas: as baterias.

Os desfiles das escolas de samba do grupo especial carioca foram exibidos no domingo, dia 10, logo após o “Fantástico”, e na segunda, dia 11, após o “BBB13”. Na segunda e na terça-feira, a Rede Globo exibiu um compacto dos melhores momentos do dia anterior logo depois do “Jornal Hoje”. Na quarta-feira de Cinzas, dia 13, a apuração foi transmitida após a reexibição da novela “Da Cor do Pecado”.

G1

O portal G1 tem uma página especial para o Carnaval, que reúne informações sobre a festa em 11 estados brasileiros. A cobertura, em parceria com afiliadas da TV Globo e emissoras locais, leva aos internautas todas as notícias sobre os ensaios dos principais blocos e escolas de samba, venda de ingressos para bailes e desfiles, esquemas de trânsito e o calendário completo com horário e local de concentração das festas de rua em cada região.

O site também transmite ao vivo os desfiles das escolas de samba do grupo Especial do Rio de Janeiro e São Paulo. Os principais blocos de rua cariocas e o desfile das escolas da série A do Rio também podem ser conferidos ao vivo pelo G1. Os estados que fazem parte da cobertura são: Amazonas, Bahia, Ceará, Espírito Santo, Maranhão, Minas Gerais, Pernambuco, Piauí, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul e São Paulo. O internauta pode acessar a cobertura completa do Carnaval no endereço: http://g1.globo.com/carnaval.


Foliões brincam no Carnaval de Salvador, em transmissão direta pelo G1. A TV pela Internet já é uma realidade

TV Globo Internacional

A TV Globo Internacional leva a folia brasileira além das fronteiras do país. Os desfiles das escolas de samba do grupos especial do Rio de Janeiro e São Paulo, assim como os melhores momentos do Galo da Madrugada, chegam às casas de 600 mil assinantes do canal internacional que estão em 118 países nos cinco continentes.


Desfile do maior bloco carnavalesco do mundo, o Galo da Madrugada, nas ruas do centro do Recife, chegou às casas de mais de 600 mil assinantes pela Globo Internacional. Crédito: Heudes Regis/JC Imagem/Agência Estado

2014

O Carnaval 2014 na Globo envolveu cerca de dois mil profissionais nas transmissões dos desfiles das escolas de samba do Rio de Janeiro e São Paulo, além de cobrir os blocos de rua, as festas em Salvador e Recife.

Nas capitais paulista e carioca, a folia começou na sexta, dia 28 de fevereiro. Chico Pinheiro e Monalisa Perrone, que naquele ano estreou na transmissão, narraram os dois dias de desfiles do Grupo Especial de São Paulo para todo o Brasil, exceto o para o estado do Rio de Janeiro, que conferiu, pelo segundo ano consecutivo, a transmissão dos desfiles da Série A, com Alex Escobar e Mariana Gross repetindo a dobradinha no comando da festa, que teve a apresentação de 17 escolas de samba.

Na transmissão de São Paulo, foram usadas 32 câmeras ao longo da avenida – uma delas hiper slow, que grava 2.600 frames por segundos –, seis gruas e sete caminhões de unidades móveis de transmissão e ainda o Globocop, com imagens aéreas de toda a avenida.


Chico Pinheiro e Monalisa Perrone narraram os dois dias de desfiles do Grupo Especial de SP para todo o Brasil em 2014, exceto para o RJ. Ela estreou na transmissão naquele ano. (Foto: Zé Paulo Cardeal/Globo)

No domingo e na segunda, dias 2 e 3 de março, Luis Roberto teve a companhia de Fátima Bernardes no comando da transmissão do desfile do Grupo Especial do Rio de Janeiro. E, estreando na cobertura do carnaval, Tiago Leifert entrou em ação ao final da apresentação de cada escola de samba do Grupo Especial carioca, no “Lounge Globeleza”, conversando com personalidades que se destacaram no desfile acabou de passar.

A transmissão do Grupo Especial do Rio de Janeiro contou com 40 câmeras, o Globocop, duas gruas, um trilho – que conduz as câmeras acima da arquibancada da Apoteose caminhando entre as escolas ao longo do desfile – e uma câmera especial adaptada para captar imagens e os sons das baterias.


Luis Roberto e Fátima Bernardes comandaram a transmissão do desfile do Grupo Especial do RJ em 2014 (Crédito: Paulo Belote/Globo)

Na sexta-feira, a transmissão dos desfiles do Grupo Especial de São Paulo e da Série A do Rio de Janeiro começaram logo após o “Globo Repórter” e, no sábado, depois de “BBB14”. Os desfiles das escolas de samba do Grupo Especial do Rio são exibidos no domingo logo após o “Fantástico” e, na segunda, depois do “BBB14”. Na segunda e na terça, dias 2 e 3 de março, a Globo exibiu um compacto dos melhores momentos do dia anterior depois do “Vídeo Show” e do “Jornal Hoje”, respectivamente.

2015

Fátima Bernardes e Luís Roberto repetiram a dobradinha do ano anterior e voltaram a narrar os desfiles do Grupo Especial no Rio de Janeiro. A dupla esteve no estúdio Globeleza, montado na dispersão da Apoteose, acompanhados dos comentaristas Milton Cunha, Eri Johnson e Pretinho da Serrinha. Tiago Leifert também retornou ao “Lounge Globeleza”.

Os desfiles das escolas de samba do Grupo Especial carioca foram exibidos no domingo, dia 15 de fevereiro, logo após o “Fantástico” e, na segunda, dia 16, depois do “BBB15”.

Na capital paulista, a transmissão teve início na sexta-feira, dia 13, com Chico Pinheiro e Monalisa Perrone à frente da narração pelo segundo ano consecutivo – Chico havia completado, na ocasião, 15 anos de cobertura do carnaval. Do estúdio Globeleza, os narradores tiveram a companhia dos comentaristas Celso Viáfora, Paula Lima e Alemão do Cavaco.

Já o público do Rio de Janeiro conferiu, pelo terceiro ano consecutivo, a transmissão dos desfiles da Série A. Alex Escobar e Mariana Gross também repetiram a dobradinha na narração. Nos dias 13 e 14 de fevereiro, sexta-feira e sábado, os dois receberam, na Esquina do Samba, o carnavalesco Chico Spinoza e os músicos Arlindo Cruz e Pretinho da Serrinha para um papo descontraído e com todos os detalhes sobre o que acontece na avenida.


Alex Escobar e Mariana Gross também repetiram em 2014 a dobradinha na narração do desfile das escolas de samba da Série A. Crédito: João Cotta/Globo

Quarenta câmeras estiveram espalhadas pela avenida mais o Globocop, duas gruas e um trilho instalado acima da arquibancada da Apoteose, por onde as câmeras “caminham” ao longo do desfile, além da câmera especial adaptada para captar o som das baterias.

2016

A Globo colocou na rua seu bloco de mais de 2 mil profissionais para mostrar ao público o que as escolas de samba prepararam para os desfiles de carnaval, principalmente nos desfiles das escolas de samba do Rio de Janeiro e de São Paulo.

A grade de programação da Globo entrou no ritmo da folia incluindo vários programas da emissora, como os matinais “Como Será?” e “É de Casa” (em pleno sábado de carnaval com links da folia em diversas cidades); “Caldeirão do Huck”, “Estrelas”, “Domingão do Faustão” (apresentando o quadro especial ‘Passistas Mirins’), “Mais Você”, “Encontro com Fátima Bernardes” e o “Tá no Ar: a TV na TV”.

Desfile em SP

Em Sampa, Chico Pinheiro e Monalisa Perrone ancoraram a transmissão na sexta-feira, dia 5 de fevereiro, e no sábado, dia 6, com Celso Viáfora, Alemão do Cavaco e Ailton Graça, que passa a integrar o time de comentaristas.

Desfile da Série A do Rio de Janeiro

Também na sexta e no sábado de carnaval, o público da Cidade Maravilhosa conferiu a transmissão dos desfiles das escolas de samba da Série A. Pelo quarto ano consecutivo, Alex Escobar e Mariana Gross repetiram a dobradinha na narração dos desfiles, com os comentários do carnavalesco Chico Spinoza e do músico Pretinho da Serrinha.

Uma novidade deste ano é que os desfiles da Série A passaram a ser transmitidos do mesmo estúdio do Grupo Especial. Milton Cunha foi para a Avenida também na sexta e no sábado como repórter especial, para interagir com os integrantes das escolas da Série A e fazendo muita festa e informação.


Milton Cunha esteve na Avenida interagindo com as escolas da Série A (Foto: Renato Wrobel/Globo)

Desfile do Grupo Especial do Rio de Janeiro

No domingo e na segunda-feira, dias 7 e 8, Fátima Bernardes e Luis Roberto comandam juntos a transmissão do desfile do Grupo Especial do Rio de Janeiro. Repetindo o expediente dos dois últimos carnavais, a dupla de narradores esteve no estúdio com os comentaristas Milton Cunha, Eri Johnson e Pretinho da Serrinha.

Cerca de um mês antes da festa, Fátima e Luis Roberto deram início às entrevistas e à grande pesquisa que os ajudou na preparação para a transmissão, como conversas longas e minuciosas com carnavalescos, coreógrafos, mestres de bateria, puxadores e diretores de harmonia, entre outros. Tiago Leifert participou da transmissão pelo terceiro ano consecutivo, recebendo personalidades que se destacaram em cada um dos desfiles, à medida que as agremiações chegam à dispersão.

As transmissões dos desfiles da Série A do Rio de Janeiro e das escolas de samba de São Paulo acontecem na sexta-feira, dia 5, e no sábado, dia 6, após o “BBB16”. Na sexta, “Lista Negra”, “Jornal da Globo” e “Homeland – Segurança Nacional” não foram exibidos, enquanto no sábado, os programas “Amor e Sexo” e “Altas Horas” saíram da grade para ceder espaço ao carnaval.

Os desfiles das escolas de samba do Grupo Especial carioca foram exibidos no domingo logo após o ‘Fantástico’ e, na segunda, depois do ‘BBB16. No domingo, não houve rodada do futebol e na segunda, os telejornais “Hora Um”, “Bom Dia Praça” e “Jornal da Globo” não foram ao ar.

2017

A novidade da cobertura carnavalesca global para a folia de 2017 começou a ser sentida já no lançamento da vinheta do Carnaval Globeleza 2017, no dia 9 de janeiro. A peça publicitária abordou uma celebração aos vários ritmos do carnaval no país. Frevo, maracatu, axé, bumba meu boi e a festa tradicional de avenida estiveram representados no vídeo.

Em vez da modelo Erika Moura (pelo terceiro ano consecutivo na pele da Globeleza) encarnar a mulata personagem da cobertura sambando nua e solitária, a musa apareceu acompanhada por cinco dançarinos, na coreografia de Wilson Aguiar, com figurinos específicos de diferentes regiões do país, criados por Rita Comparato. A vinheta de pouco mais de 30 segundos tinha edição picotada, com cortes sucessivos, para que os estilos aparecessem quase ao mesmo tempo.


A musa Erika Moura (ao centro, de mãos na cintura) em cena da vinheta do Carnaval Globeleza 2017. Crédito: Ramón Vasconcelos/Globo

Para aquele ano, a Globo preparou para mais de 50 horas de transmissão ao vivo, apenas na TV. Cerca de 2.500 profissionais trabalharam na exibição dos desfiles do Rio de Janeiro e de São Paulo. Na internet a cobertura foi ainda maior. Pelo Globo Play, o país inteiro pôde assistir, gratuitamente, à transmissão ao vivo das principais festas do Brasil, direto do Rio de Janeiro, São Paulo, Recife e Salvador.

Anhembi

Nas noites de sexta-feira, dia 24 de fevereiro, e sábado, dia 25, a cor e a criatividade das escolas do grupo especial de São Paulo ganharam a tela da Globo (com exceção do estado do Rio). Chico Pinheiro e Monalisa Perone repetiram pelo quarto ano a dobradinha na narração da festa, e pela terceira vez contam com o time de comentaristas formado por Celso Viáfora, Ailton Graça e Alemão do Cavaco.

Série A

Naquele ano, Mariana Gross ganhou a companhia de Carlos Gil no comando das transmissões das escolas de carnaval da série A, nos dias 24 e 25 (apenas para o estado do RJ), com a parceria dos comentaristas Mumuzinho e Leandro Vieira, carnavalesco campeão pela Mangueira em 2016.

Gil trabalha nessa cobertura há bastante tempo como repórter e no ano anterior havia narrado o desfile das escolas campeãs do Rio para o G1. Foliã declarada e apaixonada por carnaval, Mariana desempenha várias funções na cobertura: além de narrar pelo quinto ano consecutivo os desfiles da Série A carioca, atuou como repórter na cobertura da arquibancada popular nos dias de desfile do Grupo Especial e ainda apresentou a apuração do Rio de Janeiro.

Especial

No domingo e na segunda-feira de Carnaval, dias 26 e 27 de fevereiro, o Brasil todo se uniu para assistir aos desfiles das escolas de samba do Grupo Especial do Rio de Janeiro. Naquele ano, Fátima Bernardes ganhou a companhia de Alex Escobar na condução da transmissão. Milton Cunha e Pretinho da Serrinha completaram o time, comentando os desfiles.

As equipes da Globo em São Paulo e no Rio iniciaram a cobertura do carnaval em dezembro de 2016, mostrando a preparação dos blocos e também das escolas de samba. À medida que se aproximava a festa, os telejornais locais cediam mais espaço para essa manifestação em suas coberturas, envolvendo os ensaios, trazendo a história das agremiações e acompanhando o que estava acontecendo pela cidade.

Em Sampa, o “Bom Dia SP” e o “SPTV 2ª edição” ganharam especiais sobre personagens das escolas de samba, os sambas-enredo e as novidades do carnaval 2017.

Na Cidade Maravilhosa, o “RJTV 1ª edição” criou a escola de samba do telejornal, batizada de “Acadêmicos do RJ”. Em dezembro, a apresentadora Mariana Gross e o carnavalesco Milton Cunha reuniram um time de craques do Carnaval, que rodou o Grande Rio em um ônibus personalizado em busca de pessoas que têm habilidade para atuar como mestre-sala e porta-bandeira, ritmista, intérprete, baiana, rainha de bateria e passista masculino para desfilar pela escola de samba telejornalística no Sambódromo do Rio de Janeiro, no dia 18 de fevereiro, sábado anterior ao Carnaval, com transmissão ao vivo pelo ‘RJ TV 2ª edição’.


Cobertura carnavalesca cobre as festas mais populares de todo o Brasil, com entradas ao vivo e reportagens especiais, do frevo ao axé, passando pelos blocos de rua. Foto: Cris Faga/Fox Press Photo/Estadão

Pelo Globo Play, o público pôde assistir, gratuitamente e de qualquer lugar do Brasil, a transmissão ao vivo da festa no Rio de Janeiro, em São Paulo, em Recife e em Salvador. Essa foi a primeira vez que a Globo teve quatro sinais ao vivo simultâneos transmitidos pela plataforma. Quem perdeu os desfiles das Escolas de Samba pôde acompanhar depois.

As íntegras das apresentações do Grupo Especial e da série A do Rio, e do Grupo Especial de São Paulo ficam disponibilizadas. O público também pode assistir a trechos dos eventos das duas cidades, além de Salvador e de Recife.

2018

A Globo começou a divulgar no dia 7 de janeiro (domingo), durante intervalo do “Fantástico”, a sua tradicional vinheta da Globeleza para anunciar o Carnaval de 2018. Como no ano anterior, a dançarina Érika Moura, que protagonizou o vídeo pelo quarto ano consecutivo, não mais aparece nua, e sim revezando entre trajes típicos e um maiô colorido – recortado na barriga, mas sem cavas e decote.

Para os internautas, a Globo apenas “reciclou” a vinheta já usada em 2017. “Reprise do ano passado”, “Parabéns Rede Globo. Só não precisava ser a mesma do ano passado. Tava esperando coisa nova”; e “Gente, o negócio tá feio mesmo, hein, nunca vi uma vinheta ser repetida” foram alguns dos comentários deixados no vídeo divulgado pela emissora no seu Instagram.

Em comunicado enviado à imprensa no dia seguinte, dia 8, a Globo afirmou que “a vinheta consolida o conceito lançado no ano passado, de dar mais espaço aos ritmos das festas tradicionais do país, à diversidade do povo brasileiro e à riqueza cultural do evento”. Segundo a emissora, neste ano foram adicionados elementos “como máscaras de baile, bonecos de Olinda e bois de Parintins”.

Comparem as duas vinhetas:




Vinheta Globeleza 2017


Erika Moura na vinheta do Carnaval Globeleza 2018. Crédito: Divulgação/Globo




Vinheta Globeleza 2018

Vinhetas com os sambas-enredo

A “Plim-Plim” também decidiu alterar o formato das vinhetas com os sambas-enredo para o Carnaval 2018. Não houve uma produção especial. A emissora passou a utilizar letra do samba como legenda e alguns efeitos especiais gráficos surgindo na tela e o samba como trilha sonora.


Vinheta do samba-enredo Portela 2018

Vinheta do samba-enredo Salgueiro 2018

A TV Globo dedicou mais de 50 horas ao Carnaval 2018. Além das apresentações das escolas de samba, houve dezenas de entradas ao vivo e reportagens especiais, falando do frevo ao axé e passando pelos blocos de rua.

Nas noites de sexta-feira e sábado, dias 9 e 10 de fevereiro, as escolas de samba do Grupo Especial de SP ganharam a tela da Globo. Chico Pinheiro e Monalisa Perrone repetiram, pelo quinto ano consecutivo, a dobradinha na narração da festa, que será exibida para quase todo o país.

Mariana Gross e Carlos Gil comandaram novamente a transmissão dos desfiles das escolas de samba da Série A do Rio de Janeiro, também nos dias 9 e 10. Este foi o segundo e ao mesmo tempo último ano de Gil como narrador dos desfiles da série A. Semanas depois, o jornalista embarcaria para o Japão, onde passou a ser correspondente da Globo na terra do sol nascente. Os comentaristas foram o carnavalesco Leandro Vieira e a porta-bandeira Lucinha Nobre, que estreou na função.

No domingo e na segunda-feira, dias 11 e 12, foi a vez dos desfiles das escolas de samba do Grupo Especial do Rio de Janeiro. Fátima Bernardes e Alex Escobar seguiram juntos na transmissão pelo segundo ano consecutivo. Milton Cunha e Pretinho da Serrinha completaram o time, comentando os desfiles. A transmissão da apuração dos resultados aconteceu na quarta-feira, dia 14, às 14h30, com apresentação de Mariana Gross e comentários de Milton Cunha. Desta vez a campeã foi conhecida um pouco mais cedo devido a partida entre Real Madrid x PSG, pela Liga dos Campeões, em seguida, às 16h45.

2019

A cobertura televisiva carnavalesca global acompanhou todos os detalhes da festa, que começou oficialmente na sexta-feira, dia 1 de março. Além dos desfiles das escolas de samba de São Paulo e do Rio de Janeiro, houve quadros temáticos em programas e flashes do jornalismo ao longo de toda a programação, com a cobertura da folia em diversas cidades de Norte a Sul.

Nas noites de sexta (1), e sábado, dia 2, as escolas de samba do Grupo Especial de Sampa invadiram a tela da Globo. Chico Pinheiro e Monalisa Perrone comandaram, pelo sexto ano consecutivo, a transmissão da festa para todo o país, exceto Rio de Janeiro. Os comentaristas novamente foram o ator Aílton Graça e os músicos Celso Viáfora e Alemão do Cavaco.

Para o Rio de Janeiro, a Globo transmitiu os desfiles da Série A. A novidade foi a estreia de Pedro Bassan, que apresentou a festa em parceria com a veterana Mariana Gross. O jornalista já cobria a festa como repórter havia sete anos. O carnavalesco Leandro Vieira e a porta-bandeira Lucinha Nobre foram os comentaristas.

Nas noites de sexta e sábado a Globo exibiu os desfiles das escolas de samba de São Paulo para todo o país, exceto Rio de Janeiro, que acompanhou os desfiles da Série A carioca. As transmissões começaram depois do Big Brother Brasil.


Pedro Bassan (de chapéu Panamá) estreou na transmissão da Série A do Rio de Janeiro em 2019 ao lado da experiente Mariana Gross. Crédito: João Cotta/Globo

     No domingo, dia 3, e na segunda-feira, dia 4, foi a vez do show das escolas do Grupo Especial do Rio. Pelo terceiro ano consecutivo, Fátima Bernardes e Alex Escobar comandaram a transmissão, ao lado dos comentaristas Pretinho da Serrinha e Milton Cunha.

A novidade do ano foi a localização do estúdio Globeleza na Sapucaí, que ficou ao lado do portão de encerramento, na dispersão. Assim, âncoras e comentaristas puderam entrevistar os destaques das escolas minutos após o encerramento de cada apresentação.

A transmissão dos desfiles do Grupo Especial do Rio de Janeiro no domingo começou logo após o “Fantástico”. Na noite de segunda-feira, a transmissão dos desfiles da elite do carnaval carioca teve início depois do Big Brother Brasil.

Na terça-feira, dia 5, Carlos Tramontina apresentou a transmissão da apuração dos desfiles do Grupo Especial de São Paulo. Na quarta-feira, dia 6, foi a vez de Mariana Gross capitanear a apuração do Grupo Especial carioca.

2020

Transcorria o segundo semestre do ano de 2019 quando a Globo anunciou, no mês de setembro, a renovação de contrato com a Liga Independente das Escolas de Samba do Rio de Janeiro (Liesa) para a compra dos direitos de transmissão dos desfiles das escolas do Grupo Especial do Rio de Janeiro no domingo e na segunda-feira de Carnaval por um período de seis anos.

A parceria das Escolas de Samba do Rio com a Globo tem sido fundamental para manter viva uma das maiores expressões da cultura brasileira”, afirmou à época Jorge Castanheira, presidente da Liesa. “É com este investimento dos direitos de transmissão que as Escolas de Samba começam a estruturar todo o seu desfile.”

Vale lembrar que o dinheiro que a emissora paga a cada escola de samba, cerca de R$ 2 milhões, é a primeira verba a cair na conta das agremiações.

Além da compra dos direitos de transmissão, o investimento do conglomerado midiático inclui o acompanhamento das equipes de jornalismo meses antes dos desfiles, como definição dos enredos, a escolha dos sambas e o trabalho nos barracões das escolas em reportagens e séries especiais nos telejornais locais e nacionais.


Globo e Liesa renovam contrato de transmissão do Carnaval por seis anos. Na foto, momento do desfile da Vila Isabel em 2019 (terceira colocada do Grupo Especial). Crédito: Riotur

Além dos desfiles do grupo Especial do Rio, a Globo também tem os direitos para a transmissão dos desfiles das escolas de samba de São Paulo para todo o país (exceto para o Rio de Janeiro) nas noites de sexta-feira e sábado e, para o Rio, os desfiles da Série A. Na terça-feira de Carnaval a emissora acompanha a apuração dos desfiles de São Paulo e, na quarta-feira de Cinzas, a apuração do Rio de Janeiro.

Assim, o enfoque da cobertura do Carnaval Globeleza foi “o melhor do Carnaval 2020 em todas as plataformas da Globo”. E realmente foi uma folia multiplataforma mobilizando toda equipe de jornalismo da empresa e suas afiliadas.

Os canais Globo, Globoplay, G1 e GloboNews fizeram transmissões especiais para os foliões mostrando blocos nas ruas de várias capitais, desfiles das grandes escolas de samba, trios elétricos em Salvador, tradição e mistura de ritmos em Recife e Olinda.

Na sexta-feira, dia 21 de fevereiro, e no sábado, dia 22, teve início o espetáculo das escolas de samba na Marquês de Sapucaí e no Sambódromo do Anhembi. A transmissão dos desfiles começou depois do “BBB20” na Globo. G1 e Globoplay acompanharam a movimentação nos Sambódromos desde o início da noite.

Na transmissão do Grupo Especial de São Paulo, que a Globo exibe para todo o Brasil, menos Rio de Janeiro, uma novidade: a jornalista Michelle Barros se juntou a Chico Pinheiro e aos comentaristas Aílton Graça, Celso Viáfora e Alemão do Cavaco. Cerca de 450 profissionais e 30 câmeras mostraram todos os detalhes da festa. Já a capital carioca acompanhou os desfiles da Série A. O comando coube à dupla Pedro Bassan e Mariana Gross, e os comentários, de Lucinha Nobre e Leonardo Bruno.


A jornalista Michelle Barros se junta a Chico Pinheiro e aos comentaristas na transmissão do Grupo Especial de SP. Crédito: Divulgação/Globo

No domingo, dia 23, depois do “Fantástico”, foi a vez das escolas do Grupo Especial do Rio de Janeiro, em transmissão para todo o Brasil. O G1 e no Globoplay, começaram a transmitir desde o início da festa. Pelo quarto ano seguido, Fátima Bernardes e Alex Escobar apresentaram os desfiles no domingo e na segunda, ao lado dos comentaristas Milton Cunha e Pretinho da Serrinha. Mais de mil profissionais estiveram no Sambódromo e 30 câmeras estiveram espalhadas ao longo da passarela.

Um detalhe: em função da engessadíssima grade de programação, desde 2017 a Globo tem mostrado os desfiles do Grupo Especial do Rio ao vivo e na íntegra apenas a partir da segunda escola. A Liesa fez mudanças no regulamento, como redução do tempo de desfile, número de alegorias e cabine de jurados, para se adequar não só à modernidade, como também a um pedido antigo que a Globo fazia para as apresentações na Sapucaí caberem melhor na sua grade de programação.

As agremiações que se apresentam primeiro tanto no domingo quanto na segunda-feira, podem ser vistas em tempo real somente pelo G1 e pelo Globo Play. Na TV, cabe aos telespectadores ver uma reprise em forma de compacto logo após a última escola de cada respectivo dia.

Os dias de conhecer os campeões do Carnaval permanecem sendo na terça e na quarta. A Globo transmitiu a apuração do desfile paulista apenas para o estado de São Paulo, na tarde de terça-feira, dia 25. No Carnaval carioca, os envelopes com as notas foram abertos na quarta-feira, dia 26, para todo o país. As equipes de reportagem foram distribuídas pelas quadras das escolas de samba mais cotadas aos títulos para acompanhar toda a emoção dos integrantes.

E no sábado, dia 29, o melhor do Carnaval carioca voltou a desfilar em clima de consagração. A página especial de Carnaval do G1 (https://g1.globo.com/carnaval/2020/) e Globoplay transmitiram, ao vivo, a partir das 21h30, o Desfile das Campeãs do Rio, com apresentação de Diego Haidar e comentários de Daniel Targuetta, com participação de Milton Cunha direto da Sapucaí.

No Globoplay e no G1 também foi possível acompanhar, ao vivo e de graça, o melhor do Carnaval do Rio de Janeiro, de São Paulo, dos trios elétricos de Salvador, dos blocos mais tradicionais de Pernambuco pelas ruas e ladeiras de Recife e Olinda, além do carnaval de rua de Belo Horizonte e Maranhão. As íntegras dos desfiles das escolas do Rio e de São Paulo ficam disponíveis no Globoplay para quem quiser rever sua escola favorita na plataforma de streaming.


No Carnaval “multiplataforma” da Globo, é possível acompanhar, ao vivo e de graça, o melhor da festa pelo Globo Play. Foto: Reprodução/Youtube

GLOBO RIO DE JANEIRO (equipes de 2010 a 2020)

Narração: Alex Escobar, Carlos Gil, Fátima Bernardes, Glenda Kozlowski, Luiz Roberto, Mariana Gross, Pedro Bassan; Diego Haidar (Portal G1 – Desfile das Campeãs 2020).

Comentários: Arlindo Cruz, Chico Spinosa, Deborah Colker, Eri Johnson, Fernanda Abreu, Geraldo Carneiro, Haroldo Costa, Helio de La Pena, Leandro Vieira, Leonardo Bruno, Lucinha Nobre, Milton Cunha, Mumuzinho, Pedro Luís, Pretinho da Serrinha, Teresa Cristina; Daniel Targuetta (Portal G1 – Desfile das Campeãs 2020).

Reportagens: Alex Escobar, Ana Carolina Raimundi, Ana Luiza Guimarães, André Curvello, André Luiz Azevedo, Ari Peixoto, Bette Lucchese, Carlos De Lannoy, Carlos Gil, Carol Barcellos, Danilo Vieira, Diego Haidar, Edmilson Ávila, Fábio Judice, Fernanda Graell, Flávia Jannuzzi, Flavio Fachel, Gabriela de Palhano, Hélter Duarte, Isabella Scalabrini, Lília Teles, Márcio Gomes, Mariana Gross, Milton Cunha, Mônica Sanches, Mônica Teixeira, Paulo Renato Soares, Pedro Bassan, Régis Rösing, Renata Capucci, Renato Ribeiro, Sandra Moreyra, Silvana Ramiro, Susana Naspolini, Tatiana Nascimento, Tiago Eltz, Vandrey Pereira.

Estúdio Globeleza: Ana Paula Araújo.

Lounge Globeleza: Tiago Leifert.

GLOBO  SÃO PAULO (equipes de 2010 a 2020)

Narração: Chico Pinheiro, Cléber Machado, Mariana Ferrão, Mariana Godoy, Michelle Barros, Monalisa Perrone.

Comentários: Ailton Graça, Alemão do Cavaco, Celso Viáfora, Chico Pinheiro, Fernanda Chamma, Geraldo Carneiro, Guto Graça Mello, Leci Brandão, Maurício Kubrusly, Negra Li, Paula Lima.

Reportagens: Abel Neto, Alan Severiano, Alberto Gaspar, André Azeredo, Carla Modena, César Menezes, Daiana Garbin, Fábio Turci, Fernando Rocha, Filippo Mancuso, Gloria Vanique, Graziela Azevedo, Izabella Camargo, Jose Roberto Burnier, Marcio Canuto, Maria Júlia Coutinho, Mariana Ferrão, Maurício Kubrusly, Michelle Barros, Michelle Loreto, Monalisa Perrone, Nathalia Ariede, Patrícia Taufer, Phelipe Siane, Renata Ribeiro, Rodrigo Alvarez, Sabina Simonato, Tiago Eltz, Veruska Donato, Walace Lara.

Amigos do Sambario, a ideia original era de que este fosse o oitavo e último capítulo da série em que tentamos abordar a história da folia televisiva.

No entanto, logo após o final do carnaval de 2020 estourou a pandemia do novo coronavírus. Haja visto as consequências da doença no contexto universal, uma atualização e uma projeção sobre como será o primeiro carnaval da terceira década do século 21 se impõe.

Logo após decretada a pandemia, o cenário carnavalesco virou do avesso: desfiles cancelados em várias cidades, quadras de ensaios fechadas, eventos suspensos. Algumas escolas recorreram às lives, além de feijoadas e rodas de sambas virtuais. Hove até disputas de samba-enredo online.

Não podemos ignorar esta situação. No próximo e (agora sim) último capítulo: como será o amanhã? O que nos espera nos próximos anos? Haverá carnaval em 2021? Ou só em 2022? Quem viver, lerá.

Referências:

PAULINO NETO, Fernando. Samba-enredo vira hit nas emissoras. In: Folha de São Paulo, em 6 de fevereiro de 1997. Disponível em <https://www1.folha.uol.com.br/fsp/1997/2/06/cotidiano/29.html>. Acesso em out. 2020.

MACIEL, Marco Andrews Felgueiras. Folia na rede: O carnaval na internet. Trabalho realizado como pré-requisito para obtenção do título de Bacharel em Jornalismo. PUC-RS. 2007. Disponível em <http://www.sambariocarnaval.com/marcomaciel.pdf>. Acesso em out. 2020.

GARCIA, Heitor Carlos Sá Britto. Fragmentos Históricos do Carnaval de Porto Alegre. Edição X. Local de publicação: Editora, ano de publicação 2006. ISBN.

SANTOS, Tavama Nunes. A trajetória da S.R.B. Estado Maior da Restinga e seu papel na constituição da identidade e visibilidade do bairro Restinga (Porto Alegre -1977 a 2002). Porto Alegre, 2011. Dissertação (Mestrado em História) – Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas, PUCRS. Orientação: Prof. Dr. Charles Monteiro.

BELMOK, João Paulo. In: Na Tela da TV: A Aventura Carnavalesca do SBT, em 05 de janeiro de 2017. Disponível em <http://www.carnavalize.com/2017/01/na-tela-da-tv-aventura-carnavalesca-do.html>. Acesso em jan 2021.

BELMOK, João Paulo. In: Na Tela da TV: CNT e Band Caem na Folia, em 16 de fevereiro de 2017. Disponível em < http://www.carnavalize.com/2017/02/na-tela-da-tv-cnt-e-band-caem-na-folia.html>. Acesso em jan 2021.

CENTRAL GLOBO DE COMUNICAÇÃO. Esquina do Samba integrada, 3D e novos comentaristas são algumas das novidades nas transmissões do Carnaval 2010. In: Imprensa Globo, em 11 de fevereiro de 2010. Disponível em <https://imprensa.globo.com/programas/carnaval-2010/textos/esquina-do-samba-integrada-3d-e-novos-comentaristas-sao-algumas-das-novidades-nas-transmissoes-do-carnaval-2010/>. Acesso em jan 2021.

Gerson Brisolara (Rixxa Jr.)
rixxajr@yahoo.com.br