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HISTÓRIAS DO SALGUEIRO E DA MOCIDADE PAU COM FORMIGA Salgueiro Zedi Laíla Trinta do Morro? Salgueiro
estava brigando de verdade para mostrar força e modernidade. A
escola lança um enredo de Joãosinho Trinta, um tema rico
e bonito, o primeiro dele: "O Rei de França na Ilha da
Assombração", embora ele já estivesse no Carnaval
de 1973 com Maria Augusta.
Laíla fazia parte da organização da escola com poderes não totais, mas fincado no seu jeito, a escola lutava para esquecer duas vigas. Fernando Pamplona, que não voltara como se esperava; e Arlindo Rodrigues, que estava na Mocidade abraçado ao dinheiro que Castor de Andrade começava a descarregar na escola, coisa que não fez em 1973 com Clóvis Bornay. Enquanto Osmar Valença deixava o jogo aos poucos, ficando sem dinheiro para deleite salgueirense. Sambas na quadra, desponta o samba de Zuzuca como favorito, no mesmo estilo dos outros dele: com refrão único dividindo o samba em três grandes estrofes. Alguns outros vinham na linha tradicional e outros ousavam numa cópia de Zuzuca. O do Zedi era considerado de boa letra, melodia forte, porém muito grande com mais de 40 linhas. Então possivelmente descartável e preconceituosamente julgado como samba paulistano, mas o samba falava o que Joãosinho queria. Então, na surdina, Laíla e Joãosinho enxugavam o samba, cortando aqui e ali, remontando a melodia para a diminuição, adaptando ao que eles queriam. Final de samba, três pretendentes ao título, Zé Pinto, Dauro, Mario Pedra e Miro; Zuzuca; e Zedi e Luiz Malandros. Claro que todos esperavam o Zuzuca como vitorioso, porém anuncia se o samba de Zedi como o grande campeão, para surpresa para todos. Laíla canta o samba, mas avisa que terá ajustes. Na
semana seguinte se mostra a nova versão e Laila vai para o
estúdio cantar. Afinal era o único que sabia a nova
versão da composição.
No final, samba consagrado, Salgueiro campeão. Mas covardemente Zedi foi agredido no fim do desfile, numa prova real ao preconceito a seu talento e ousadia. PAU COM FORMIGA A aposta do Castor Fernando
Pinto deixou a Mocidade orfã de seu estilo, tinha que se recriar
e assim a escola fez. A agremiação lança seu novo
enredo: o "Elis Um Trem Chamado Emoção" de Eli
Perón e Rogério Figueredo.
Depois de "Mãe Menininha" de 1976, a Mocidade volta a fazer uma homenagem a uma personagem e Elis Regina era uma personalidade rica de ser contada. Enredo lançado e sambas de brilho em disputa, os compositores exploraram de formas diversas o tema. Os inspirados Tôco, Tiãozinho, Dico da Viola, Jurandir Beringela, Domenil, Gibi, Ferreira, Catone, Paulinho, Romildo, entre outros grandes, disputaram aquelas eliminatórias. Quanto mais afunilando o número de sambas, mais iam aparecendo os favoritos e destes estavam se destacando os de Tôco e o de Paulinho Mocidade. Os dois vinham se destacando e, com preferência ao Tôco, Romildo e Sergio Fonseca, que até nos rádios de divulgação colocavam em forma de favorito. Veio a final e dizem que Castor e Paulinho do Ouro fizeram uma aposta: quem perdesse pagava uma garrafa de whisky ao outro. Castor torcia para Toco e Paulinho para o xará. Três sambas concorrendo ao título na final, os de Dico da Viola, Paulinho Mocidade e Cadinho; Catone, Gibi e Rafael Cangerê; e o de Tôco, Romildo e Sergio Fonseca. A quadra cheia e bem dividida, os camarotes eram do Paulinho e no baixo clero dava mais os torcedores do Tôco, porém, o entretanto sempre vem. Tôco e Romildo entraram antes de cantar o samba na Vila Vintém. Os sambas de Gibi e o de Paulinho se apresentaram muito bem. Paulinho balançou a quadra, fez acontecer, o samba do Toco não fez o mesmo, apesar de ter a maior torcida, o samba não brilhou como nas outras oportunidades. Resultado final, Castor perdeu a aposta e deu Paulinho Mocidade. Leia as colunas anteriores de André Poesia Inscreva-se no canal SAMBARIO no YouTube André Poesia
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