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GAVIÕES IMPERIAIS
O
G. R. E. S. V. Gaviões Imperiais foi criado no dia 25/10/2006
pelo presidente da agremiação, Leonardo Moreira, e por
Fabrício Sousa. Apostando em jovens revelações, a
escola
surpreendeu o público do Grupo de Avaliação de
2007 ao
apresentar o enredo "Gaviões Imperiais no Embalo da
Revolução Industrial".
SINOPSE ENREDO
2020
Retrato das Mães Pretas
A
cor da sua pele as distinguia, e por conta disso, eram escravas como
todos os outros de pele negra. Porém o leite que vinha dos seus
seios tinha a mesma coloração branca das suas senhoras
que haviam acabado de parir.
Por necessidade da falta do leite materno, ou mesmo por preguiça de algumas senhoras da alta sociedade, eram estampados nos jornais anúncios à procura de “amas de leite”, escravas que, por conta da maternidade recente, possuíam quantidades suficientes desse alimento essencial para nossa vida para alimentar os bebês brancos que nasciam nas casas grandes. As amas de leite eram, então, separadas de seus próprios filhos para poder alimentar e cuidar do filho de quem mandava. Em troca disso, poderiam frequentar a casa, sem precisar sofrer na senzala, porém, longe dos seus próprios filhos, descendentes do continente africano, que estavam largados no mundo para ela poder exercer a função de mãe com o filho dos outros. Algo parecido com que algumas empregadas domésticas passam ainda hoje em dia ou de mães que perdem seus filhos negros por conta de balas perdidas. Há vários registros de fotos dessas amas de leite com os bebês brancos. São retratos das mães pretas, onde aparecem sempre muito distintas, com boas roupas, porém com uma expressão sempre muito carregada de quem sofre por ter sido retirado o direito de ser mãe do seu próprio filho para cuidar do filho de outra. Além da amamentação, as “mães pretas” tinham também como função limpar, cozinhar e ser babás da criança da casa. Há também bastantes documentos e pinturas da época, como as de Debret, mostrando as escravas fazendo serviços com as crianças à tira colo, enroladas em um pano, à moda africana, e tabuleiros na cabeça para não perder tempo com o serviço da casa. Nada diferente das mães negras faveladas, com a lata d´água na cabeça e as baianas quituteiras. As negras guerreiras do nosso dia a dia que não se derrubam por qualquer coisa. O leite materno aproximou duas culturas, duas histórias completamente diferentes. Uma, de um bebê que nasceu em berço esplêndido e outra que nasceu em meio à uma tribo africana. Enquanto a branca foi deixada de lado para uma escrava criar,esta negra tinha várias lembranças de onde nasceu, da ancestralidade contada por um griô, de sua religião forte e imponente, com diversas Deuses e orixás, que tiveram que virar santos para que isto sobrevivesse na cultura do nenê branco. Nosso país também foi alimentado com esse “leite” pomposo que é a cultura africana. Hoje é o carnaval que nos alimenta dessas ricas histórias. O carnaval é nossa ama de leite, é nossa “mãe preta”, que permite que essa cultura negra permaneça dentro de nós. Autor do enredo: Fábio Granville.
Leia a sinopse de 2019 da
Gaviões Imperiais
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