Sinopse Gaviões 2009
SINOPSE
ENREDO 2009
Por
Mares Nunca Antes Navegados... O Sonho de Fernão de Magalhães
Autor:
Théo Valter Knetig
Justificativa
As armas e os barões assinalados,
Que da ocidental praia Lusitana,
Por mares nunca de antes navegados,
Passaram ainda além da Taprobana,
Em perigos e guerras esforçados
Mais do que prometia a força humana,
E entre gente remota edificaram
Novo Reino, que tanto sublimaram;
(Luiz Vaz de Camões; Os Lusíadas, Canto I)
O Homem sempre
buscou novas descobertas e no inicio do século XVI não era
diferente, afinal Colombo havia descobrido a América e Cabral o
Brasil; mas o que ambos queriam era descobrir maneiras diferentes
de se chegar às Índias, em busca dos tesouros do oriente. É
aqui que entra em cena um bravo português cujo nome era Fernão
de Magalhães.
Nosso Herói queria
o comando de uma Nau para ir às Índias por um outro caminho,
alcançando o oriente pelo ocidente, pois ele acreditava que o
mundo era redondo. Após a recusa do Rei de Portugal, Fernão de
Magalhães não recuou e persistiu em realizar seu sonho, dando a
primeira volta ao mundo.
É a história da
realização desse sonho que a Gaviões Imperiais irá contar
neste Carnaval Virtual. Venha com a gente e viaje ao redor do
mundo com Fernão de Magalhães.
Setorização
Introdução:
Posseidon, Deus dos Mares
Dominar o mar
sempre foi um grande desafio para o homem. Na mitologia grega,
Posseidon, deus dos mares e dos terremotos, usava a água e os
terremotos para exercer vingança contra seus inimigos.
Setor 1:
Descobrindo o mar
Para vencer os
perigos de Posseidon, os grandes navegadores, como Vasco da Gama,
Cristóvão Colombo e Pedro Alvares Cabral, utilizaram-se de
instrumentos de navegação, tais quais os quadrantes,
astrolábios e balestilhas, observando as estrelas. O céu foi um
verdadeiro mapa para os navegadores, que, através da posição
dos astros, encontravam os melhores caminhos e escapavam dos
perigos do mar.
Setor 2: O
início do sonho
Em 1517, o
navegador português Fernão de Magalhães traçou um elaborado
projeto a ser apresentado ao Rei da Espanha, Carlos V. Sua idéia
era resgatar os princípios de Cristóvão Colombo: de que o
mundo era redondo e não plano como, apesar das provas
contrárias, ainda acreditava-se na época. Magalhães pretendia
conquistar o Oriente pelo Ocidente.
Ávido por vencer
os portugueses, o Rei aceita o projeto de Magalhães e dá a ele
estrutura para a viagem e a promessa de muito dinheiro - caso
obtivesse sucesso.
Em 20 de setembro
de 1519, por mares nunca antes navegados, partiu, a mando do Rei
e da Rainha da Espanha e sob a bandeira espanhola, Fernão de
Magalhães, rumo ao desconhecido.
Setor 3: Em
busca de Riqueza
O bravo navegador
português foi em busca de um novo caminho que levasse a Espanha
mais facilmente para aonde estavam as especiarias, as Índias.
Além de produtos chineses, nas Índias, encontrava-se o cravo, a
canela, além da seda, produtos cujo valor na Europa era
gigantesco.
Setor 4: Do
motim e da chegada ao Estreito
As dificuldades, no
entanto, não tardaram a aparecer. Ao partirem, a inveja de seus
subordinados levou à formação de um motim, que foi dominado
por Fernão de Magalhães com habilidosa astúcia. Os motinados
se renderam. Alguns, foram mortos; outros, presos ou jogados para
fora das naus. Em pouco tempo a rebelião foi controlada.
Em 13 de dezembro
de 1519, Fernão chegou à Baia de São Januário (Guanabara) no
atual Estado do Rio de Janeiro, lá permanecendo por duas
semanas. As terras eram habitadas, em sua maioria, pelos índios.
Prosseguindo a
viagem, uma das embarcações naufragou, porém, o Capitão não
se abalou e prosseguiu na realização de seu sonho, rumo ao mar
desconhecido. Mandou suas caravelas passarem por um Estreito e
mesmo sob a tempestade, lá se foram elas. Mal sabia Fernão que
aquele Estreito entraria para os mapas como o Estreito de
Magalhães.
A artilharia
disparou os Canhões e mostrou que a passagem era segura. Ao
transpor o estreito, tendo em vista as águas claras, chamou-as
de "Pacífico", dando nome ao Oceano. O Estreito de
Magalhães é a maior e mais importante passagem natural entre os
oceanos Atlântico e Pacífico.
Setor 5 -
Passagens pitorescas
Ao Oceano Pacifico,
Fernão chegou, porém a morte rondou a esquadra. A comida
apodreceu, ratazanas trouxeram doenças e boa parte da
tripulação foi amaldiçoada pelo escorbuto.
Nada abatia o nobre
Capitão. Em sua ânsia de chegar à Índia, passou por vários
locais, como Saluan, onde encontrou as moças que não diziam
não aos prazeres da carne.
Chegou, também, a
Ilha dos Ladrões. Lá, encontrou comida, em especial, frutas
típicas para saciar a fome de seus homens. Encontrou, também,
com os nativos, que tentaram roubar sua caravela, mas foram
impedidos a tiros pelos marinheiros. A Ilha dos Ladrões hoje
chamam-se Marianas Setentrionais e localizam-se na Micronésia.
Setor 6 - A
morte é o destino
Prosseguindo,
chegou a Ilha de Cebu, no que seria, hoje, as Filipinas. Cebu era
a ilha mais importante da Região. Foram bem recebidos pelo rei
local, que chegou a ser batizado, bem como centenas de seus
súditos. Já na Ilha de Mactan, as autoridades locais se
recusaram a obedecer a nova ordem. Com poucos homens, ele chega
no local, porém os recifes de corais impedem que a embarcação,
com seus canhões, fique numa distância razoável. É atacado e
morto pelos habitantes da ilha.
Sem liderança,
grande parte da tripulação, atordoada, acaba sendo dizimada
pelos guerreiros do Rei de Cebu. Os que conseguiram fugir
continuaram a viagem, chegando às Índias.
Setor 7 - O
destino e a glória
No final, só
dezoito bravos soldados, dos 250 iniciais, chegaram em casa, no
dia cinco de setembro de 1522. As especiarias trazidas cobriram
todas as despesas da viagem e ainda deram lucro. Sebastian d'Elcano
que havia participado do motim e sido perdoado pelo Capitão, e
que passou a comandar a tripulação depois da morte de Fernão,
é glorificado, passando inclusive a usar Brasão.
De Fernão ninguém
se lembrava, não queriam falar. Apenas um marinheiro italiano
chamado Pigaffeta, que viria a escrever sobre a viagem. E sobre a
morte do Capitão ele relataria: "Assim tiraram a vida ao
nosso espelho, à nossa luz, ao nosso amparo, ao nosso capitão
fiel".
Graças a
Pigaffeta, o mundo ficou sabendo que o sonho foi realizado e a
primeira volta ao mundo aconteceu, sob o Comando de Fernão de
Magalhães, o bravo navegador português que desafiou o mar e
seus mistérios.
FERNÃO DE
MAGALHÃES
No vale clareia uma
fogueira.
Uma dança sacode a
terra inteira.
E sombras disformes
e descompostas
Em clarões negros
do vale vão
Subitamente pelas
encostas,
Indo perder-se na
escuridão.
De quem é a dança
que a noite aterra?
São os Titãs, os
filhos da Terra,
Que dançam da
morte do marinheiro
Que quis cingir o
materno vulto -
Cingi-lo, dos
homens, o primeiro -,
Na praia ao longe
por fim sepulto.
Dançam, nem sabem
que a alma ousada
Do morto ainda
comanda a armada,
Pulso sem corpo ao
leme a guiar
As naus no resto do
fim do espaço:
Que até ausente
soube cercar
A terra inteira com
seu abraço.
Violou a Terra. Mas
eles não
O sabem, e dançam
na solidão;
E sombras disformes
e descompostas,
Indo perder-se nos
horizontes,
Galgam do vale
pelas encostas
Dos mudos montes.
(Fernando Pessoa,
Mensagem)