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Edição nº 84 - 13/09/2021

ANÁLISES DOS SAMBAS FINALISTAS 2022 - PARTE 1


Está chegando a hora de conhecermos os sambas do Grupo Especial do Rio de Janeiro pra 2022. Enquanto aguardamos as já polêmicas finais a serem exibidas pela Globo que serão gravadas no final do mês, na expectativa pelas decisões das escolas, tentamos demonstrar nossas ideias e avaliações a respeito das obras postulantes, com total imparcialidade. As opiniões dadas são de caráter pessoal (editor-chefe do SAMBARIO, Marco Maciel) e em nada irão influenciar as escolhas oficiais. Tanto que, em alguns casos, eu faço apostas em hinos que não considero meus favoritos. Confira aqui no Editorial por escrito a primeira parte dos comentários dos finalistas, abordando Viradouro, Grande Rio, Mocidade, Portela, Vila Isabel e São Clemente. Também estamos publicando as análises em vídeo no canal do Sambario no YouTube (se inscreva lá). Críticas, que sejam construtivas!



VIRADOURO

Safra problemática que teve no recall o reflexo de que os compositores tiveram dificuldade pra abraçar o tema. No retorno dos sambas, algumas obras melhoraram um pouco, outras nem tanto, mas uma em especial se tornou uma das sensações da temporada.

LUCAS NEVES E PARCEIROS - Quem não entende o meu valor
- Samba pra cima, pegada paulistana, refrão principal e a explosão do final da segunda típicos do Anhembi. A presença de Freddy Vianna corrobora ainda mais a ideia.
- Melodia feijão com arroz, com poucos elementos diferenciados. Obra apenas correta e pragmática para o desfile.
- Pra mim é o azarão, apenas cumprirá tabela na final.

FELIPE FILÓSOFO E PARCEIROS - Rio de Janeiro, 5 de março de 1919
-
O famoso samba-carta.
- Toda ideia de inovação é bem-vinda. Felipe Filósofo mais uma vez provando ser um compositor de vanguarda, trazendo uma letra de samba em forma de carta, depois de outras ousadias praticadas no Largo da Batalha como o samba sem rima (Sossego 2016), o samba-diálogo (Sossego 2017) e o samba sem verbo (Sossego 2018).
- Há alguns problemas na melodia, tem excelentes momentos como o início "amor escrevi esta carta sincera", mas há outros em que as palavras se esticam demais, sobretudo a partir do verso "amanheceu, num instante já"
- Tenho minhas dúvidas se consegue sustentar um desfile inteiro, apesar que gostei muito de ouvir o samba na voz do Zé Paulo Sierra na última audição. Impressão que deu é que o intérprete abraçou a obra.
- Mesmo assim, em termos de qualidade, é o melhor dos três.
- Filósofo, na LIVE SAMBARIO em março, prometeu de agora em diante sempre fazer sambas-enredo inovadores na escola a partir de agora. Na mesma live, ele disse ter ficado feliz com a ideia dos sambas voltarem, já que o primeiro que fez não repercutiu nem surtiu efeito.
- Se um hino tão diferente chegou na final, ao invés de ser eliminado naturalmente em etapas anteriores a fim de limpar trilhos, é porque a escola pode ter planos com ele.

CLAUDIO RUSSO E PARCEIROS - Bate folha, bate o pé, alivia minha dor
- Parceria atual campeã.
- É um samba de boa qualidade, muito mais encorpado que o da parceria de Lucas Neves. Melodia coesa, que não procura apenas a funcionalidade no desfile.
- Vem tendo bom desempenho na quadra.
- Refrão do meio é o melhor trecho melódico.
- "Agô meu pai agô" é a tentativa de repetir o efeito "ensaboa", num trecho de efeito antes do refrão principal.
- Disputa parece estar polarizada entre esta obra, mais de acordo com os sambas atuais, e o samba-carta inovador de Filósofo.
- Se a Viradouro optar por um caminho mais pragmático, como vem fazendo nos últimos anos, tendência de vitória do Russo. Mas se preferir arriscar numa obra ousada e inovadora, que ganha ainda mais adeptos e está na final com reais chances de vitória, aí a vantagem é do samba-carta.

Minha torcida: Felipe Filósofo e parceiros
Quem ganha: Claudio Russo e parceiros



GRANDE RIO

Mais uma bela leva de sambas, provando que a Tricolor de Caxias está no caminho certo. Safra tão nivelada pra cima que as obras dos experientes Derê e Mingau, que polarizaram a célebre disputa que homenageou Joãozinho da Goméia (Tata Londirá) pra 2020, ficaram de fora da decisão.

MYNGALZINHO E PARCEIROS - Ninguém segura a falange de Caxias
- Aliás, cuidado pra não cantar "AVALANCHE de Caxias". É FALANGE!
- Na quadra é defendido pelo Nêgo, cuja atuação foi razoável, com alguns erros na letra e até algumas semitonadas. Desempenho irregular na quadra na semifinal.
- Aposta em versos mais curtos, principalmente na primeira parte.
- Construção arrojada no refrão do meio, mas revela uma tendência de arrastamento a partir daí até a segunda parte, de melodia mais complexa e até confusa. Talvez falte mais explosão na obra, sobretudo na segunda.
- Bom samba, mas pra mim é o azarão da final.

GUSTTAVO CLARÃO E PARCEIROS - Boa noite moça, boa noite moço
- Uma pedrada, pra mim é o samba do ano no Grupo Especial do Rio. Vibrante do início ao fim.
- Na gravação, Evandro Malandro arrebenta, brinca com o samba, ficando muito à vontade. Possivelmente a melhor gravação da carreira do intérprete. Na quadra, Igor Sorriso defende a obra.
- A melodia é tão pra frente, coesa, que você nem nota que a letra é extensa, e que não há nenhum bis no samba. É uma obra sustentada por refrães falsos: são três ao todo.
- A cabeça do samba é mais forte que o falso refrão principal, expediente que remete aos sambas do fim dos 80 e começo dos 90.
- O começo do refrão falso do meio "Exu caveira, sete saias, catacumba" dá a impressão de vir um trecho pesado da melodia, mas introduz mais um trecho vibrante, numa variação impressionante. O começo da segunda com o "ô luar" que remete ao samba de 1993 é outro grande momento. O falso refrão "laroyê" é mais uma explosão empolgante.
- Um dos raros casos de samba que te conquista na primeira audição.
- Na última apresentação na quadra, achei a levada da Invocada mais cadenciada, com o samba sendo executado um pouco mais pra baixo.
- Se ganhar, candidatíssimo a levar a Grande Rio ao bi do Estandarte de Ouro.

LICINHO E PARCEIROS - Sete chaves na mão certa, Grande Rio Saravá
- Também é um sambaço. Na quadra é defendido por Diego Nicolau e Temtem Jr.
- Ao contrário do samba de Clarão, é sustentado por refrães, por sinal a obra tem os melhores da final, sendo o principal bem grudento.
- É um samba mais curto, com menos versos em relação aos demais da disputa da Tricolor de Caxias. Contraria uma tendência de sambas extensos, praticamente quilométricos, na atualidade.
- Já as demais partes sem bis na obra são bem pesadas.
- Vem passando muito bem na quadra, pra mim é o que ameaça o favoritismo de Clarão. Se ganhar, também representaria muito bem a Grande Rio.

Minha torcida: Gusttavo Clarão e parceiros
Quem ganha: Gusttavo Clarão e parceiros



MOCIDADE

Não limpou trilhos, trazendo pra final as três obras que mais se destacaram na boa safra da Estrela Guia sobre Oxossi. Pra quem não traz enredos de temática afro desde 1976, os compositores acertaram e bem a mão.

CARLINHOS BROWN, DIEGO NICOLAU E PARCEIROS - Arerê Komorodé
- Numa disputa repleta de nomes famosos da nossa música, como Sandra de Sá e Elza Soares, Carlinhos Brown se uniu à parceria de Diego Nicolau pra defender o samba apontado como favorito desde o lançamento das obras, no começo do ano.
- A força do verso "Oxossi é caçador de uma flecha só" sintetiza o poder do samba, na abertura do refrão do meio. "Todo ogã da Mocidade é cria de Mestre André" no principal justifica a menção aos grandes baluartes da escola, em conjunto com a exaltação ao orixá, conforme proposto na sinopse.
- O samba é forte e valente do início ao fim, não caindo em nenhum momento. A letra apresenta muitas expressões afro, principalmente na primeira parte. Se ganhar, que não sofra na mãos dos jurados o que, por exemplo, a bela obra da União da Ilha de 2017 sofreu. A escola da Ilha do Governador também não tem a característica de desfilar com temas africanos e foi bastante punida e despontuada pelo excesso de palavras e dialetos nativos.
- O refrão principal "arerê komorodé" é o cartão-de-visitas, grudento e que deflagra um estilo de samba diferente da Mocidade nessa temporada, já que não é costume da escola fazer sambas afro.

DOMENIL E PARCEIROS - Rufam tambores no agueré
- Outro belíssimo finalista, com uma melodia mais dolente, mas sem deixar a valentia de lado.
- Muitos destaques melódicos, como o "odé odé odé ódé" da cabeça e o ótimo refrão central "eh Jurema", ainda que este tenha melodia idêntica ao refrão do samba da Combinados de Sapopemba que desfilou no Grupo de Acesso 2 de São Paulo em 2019. 
- Com relação ao samba de Nicolau-Brown, não cita tantas palavras afro, optando por uma narrativa mais clara, uma prosa mais compreensiva.
- No entanto, o refrão principal destoa em qualidade do restante do hino.
- Zé Paulo Sierra vive grande fase, samba feito sob medida pra seu estilo sempre performático.

BABI CRUZ E PARCEIROS - Batucaê
- Apresenta um refrão principal fortíssimo, o "ê batucaê, batucaê", e lança o expediente do refrão falso do meio.
- Gosto demais do "Eh Bahia" do início da segunda parte, que também apresenta boas variações melódicas.
- A letra também apresenta diversas expressões afro na primeira, diminuindo na segunda.
- Pra mim, é o que mais ameaça o favoritismo da parceria de Nicolau.

Minha torcida: Diego Nicolau e parceiros
Quem ganha: Diego Nicolau e parceiros



PORTELA

A safra teve uma profusão de sambas com excesso de citações a baluartes portelenses, como o ótimo da parceria de Valtinho Botafogo (atual campeã). No entanto, este ficou de fora da final, assim como os demais que fizeram referências em demasia aos grandes sambistas da Águia.

WANDERLEY MONTEIRO E PARCEIROS - Portela é Baobá no gongá do meu amor (tem gira pro meu amor)
- Mania do último verso do refrão ser diferente na segunda virada, algo que a Vila Isabel em 2013 popularizou.
- Letra mais curta, refrão principal muito bom de ouvir e de cantar, bem gingado e pra cima. É o melhor momento do samba.
- No entanto, o restante da obra não mantém o ótimo nível do refrão. A melodia achei confusa e indefinida em alguns trechos, principalmente na primeira parte. Várias notas estendidas, como em "Raiz imponente da primeira semente” que revela ser um verso problemático, onde a melodia parece estar deslocada do restante da primeira.
- O refrão do meio é mais longo e um pouco arrastado. Apesar que achei boa a apresentação na semifinal com a Tabajara num andamento pra frente. Na etapa anterior, o samba morreu rapidamente tocado de forma mais cadenciada.
- Fica aquém de outras grandes obras compostas por Wanderley na Portela. Azarão da disputa.

JORGE DO BATUKE E PARCEIROS - Sou a força do povo, o meu canto é uma reza
- Samba forte, valente, com muita pegada.
- É mais extenso, mas a melodia não cai em nenhum momento. Aprecio demais os sambas com refrães espalhados, como essa obra. Apesar do refrão principal ser falso, mas com uma boa variação melódica.
- Também fez uma boa apresentação. Corre por fora graças ao favoritismo imenso da obra de Samir. Também representaria muito bem a Portela.

SAMIR TRINDADE E PARCEIROS - Voa majestade, cura minhas dores
- Favorito de ponta a ponta. Samba cuja primeira audição estranhei, achando a princípio extenso e com a melodia pesada, mais pra baixo. Mas que aos poucos foi me conquistando.
- Levada dolente, com alguns trechos mais valentes, mas é um samba que busca preferencialmente emocionar.
- Refrão do meio inspirado no clássico de 1972 "Ilu Ayê" (ambos com a melodia "rainha-ladainha"), que revela uma das grandes melodias do ano. Pra Tabajara brincar na avenida. 
- Segunda parte espetacular.
- Letra que dá algumas alfinetadas no Genocida, como "mito é Paulo Benjamin" e "resistência ao ditador". Apesar de eu não enxergar o cidadão que utiliza a faixa de presidente com pinta de ditador...
- A poesia emociona com versos comoventes que mencionam a pandemia como "por todo portelense que nos deixou" e "voa majestade, cura minhas dores".
- No refrão principal, também o último verso é diferente na virada (Minha luta... nossa luta...).
- Vem realizando grandes apresentações. Favoritíssimo pra vitória!

Minha torcida: Samir Trindade e parceiros
Quem ganha: Samir Trindade e parceiros



VILA ISABEL

Os três melhores foram pra final. Valeu muito a homenagem de Zé Katimba ao amigo Martinho, com um samba mais nostálgico, curtinho, cara de anos 70, mas que hoje em dia soaria mais similar a um samba de quadra.


CLAUDIO MATTOS E PARCEIROS - Samba, meu samba é batuque, é encanto
- Samba poético, em primeira pessoa.
- Melodia belíssima, dolente. Uma cabeça maravilhosa, que alia ginga, valentia e lirismo. A obra segue nesse mix de estilos até o fim.
- Refrão falso central do Cirandeiro, referência ao samba de 1972, outro ponto forte. Excelente início de segunda parte.
- Um lalaiá nostálgico como refrão principal ao estilo imperiano. Aliás, é o único bis do samba.
- Tem condições sim de desbancar o sempre favorito André Diniz. Lembram da parceria de Arthur das Ferragens na final de 2017 visando o enredo "O Som da Cor"?

CLAUDIO RUSSO, MOACYR LUZ E PARCEIROS - Reina Martinho em seu Gongá
- Eu sempre canto "ê LAMARTINE em seu Gongá", mas evidentemente não tem nada a ver com o Lamartine Babo.
- Como é bom ver o velho Gera em plena forma na defesa do samba, junto de Igor Sorriso, outro cantor identificado com a Vila.
- Refrão principal arrojado, ainda que a explosão só venha no estribilho que também faz uso do lalaiá, como no samba da parceira de Cláudio Mattos.
- Samba forte e valente, tem no começo da segunda "Angola aê ee ee" seu melhor momento melódico. Gosto da cabeça também, com o "oh meu nego", "brilha, nego".
- Mesmo com a parceria tendo Russo, Moacyr Luz, Júlio Alves, entre outros nomes de peso, acho o azarão da final. Mas é uma bela obra.
- Cresceu
bastante na gravação divulgada no último fim-de-semana pela Vila, na voz de Tinga.

ANDRÉ DINIZ, EVANDRO BOCÃO E PARCEIROS - Modéstia à parte, o Martinho é da Vila
- Em toda minha vida, sempre esperei André Diniz, Evandro Bocão e sua parceria, reforçada por Dudu Nobre, comporem um samba pra Martinho da Vila. E a espera valeu a pena.
- O samba tem a complexidade das obras da parceria. Dificilmente ela te cativa na primeira audição, é necessário você ouvir mais vezes. São sambas muito longe de serem simples.
- "Ferreira, chega aí". A construção da primeira parte faz passar um filme em sua mente, desde Martinho passeando pela Boulevard 28 de Setembro de chinelo de dedo, os amigos chamando Zé Ferreira pra tomar uma gelada... Aliás, o caco de Wander Pires "chinelo de dedo" que o cantor lança discretamente na gravação tem potencial pra ser quase um "Re-ca-rey" do saudoso Sobrinho na Mangueira em 1989.
- Cuidado pra não cantar "pediu ESMOLAS ao Pai Arraia". É "pediu ESCOLAS". Aliás, sacada interessante rimar "arraia" com "arraiá". 
- Versos emocionantes como "tão bom cantarolar por que o mundo renasceu/e me abraçar com esse povo todo seu". A pandemia ainda não acabou, mas esperamos que em fevereiro a gente possa considerar que o mundo de fato renasceu, com todos abraçados.
- Refrães fortíssimos e arrojados, com o reforço da repetição do "a vida vai melhorar". Apesar que, se a obra ganhar, não duvido que esse bis caia, já que o próprio Diniz costuma alterar bastante seus sambas para o desfile.
- Samba favorito pra vencer, mas não podemos desprezar o belíssimo samba da parceria de Claudio Mattos.

Minha torcida: André Diniz e parceiros
Quem ganha: André Diniz e parceiros



SÃO CLEMENTE

Sambas de linhas diferentes estão na final. Temos obras pra cima, mais de acordo com o astral de Paulo Gustavo, que variam dolência e valentia e também há outro mais melancólico, em tom de lamento pela perda precoce do grande humorista. Um samba que talvez fosse mais a cara da escola e também de PG, caiu na semifinal, que era o da parceria de Ricardo Góes. O emocional pelo visto vai ter um peso grande.

CLÁUDIO FILÉ, ARLINDINHO CRUZ E PARCEIROS - Rir é resistir seguir em frente, Paulo Gustavo pra sempre
- Samba simpático, melodia funcional e eficiente. Letra simples, dois bons refrães, gosto do do meio "mulher com mulher tudo bem, homem com homem também, o negócio é amar alguém". Mais objetivo, impossível.
- Repleto de trocadilhos, como "'De”THALES” o amor venceu", "divina “IDÉA”, "Vai que cola esse meu despedaçado coração" e "São Clementes aqueles que amam que cuidam que sentem", com "clementes" no plural funcionando como adjetivo, sinônimo de bondosos.
- Apesar do "DeThales", o começo da segunda parte é bonito, com o reforço da repetição da "semente que gerou" em referência aos filhos do casal.
- Gostei da apresentação do samba na quadra.

RODRIGO ÍNDIO E PARCEIROS - Vai começar o seu show, o ingresso já esgotou
- Samba mais correto, tenta evitar trocadilho. Uma única aspa em "Parece 'absurdo' virar Beyoncé", referência à personagem Senhora dos Absurdos. Tenta ser mais poético, sobretudo na primeira parte, que é boa em letra e em melodia, e serve como cartão-de-visitas, sendo entoada em tom de lamento antes do grito de guerra tanto na gravação quando no ao vivo.
- Aposta num refrão falso do meio, que é outra parte forte do samba. Ousa na primeira virada ao cantar "se a vida imita a arte" e na segunda ao entoar "se a arte imita a vida"
- Na segunda parte, o samba cai e a transição para o refrão principal não é das melhores, sendo irregular. Aliás, o refrão principal não me agrada muito.
- Achei que o samba foi caindo na apresentação na semifinal.

THIAGO MEINERS E PARCEIROSNão chora! Meu companheiro, cuide bem dessas crianças
- "Sei que ainda é tempo de esperança e há tanto pra se aprender. Não chora, minha mãe... Sorria!".
-
Apela pra emoção como deu pra perceber, mais lirismo. Esse trecho tem a intenção de fazer o componente chorar, com a explosão típica do fim dos sambas paulistanos.
- Esta segunda parte sem dúvida é o ponto forte, com uma boa transição pro refrão principal.

- É o conjunto melódico mais bonito da safra clementiana, mas talvez seja uma obra meio triste, até melancólica, na contramão de tudo que Paulo Gustavo representou.
- Acho esse samba o melhor, mas acredito que a escola opte pelo da parceria do Arlindinho e Filé por este oferecer um pouco mais de leveza que o tema pede.

Minha torcida: Thiago Meiners e parceiros
Quem ganha: Arlindinho Cruz e parceiros

Na segunda parte das análises, antes das escolhas, falaremos das finais de Beija-Flor, Salgueiro, Mangueira, Unidos da Tijuca, Paraíso do Tuiuti e
Imperatriz. Até lá!

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