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Leia os Editoriais anteriores de Marco Maciel
- Coluna anterior: Troféu Sambario 2025
- Coluna anterior: A Despedida de Neguinho e a Roda de Samba do Império
- Coluna anterior: Fábio de Mello e Zuzuca - As Revoluções de Dois Quesitos
- Coluna anterior: Luto no Carnaval e no Jornalismo Esportivo
- Coluna anterior: Cadinho da Ilha - Até que Deus nos Ajudou
- Coluna anterior: O Dia em que eu Encontrei o Rixxa em Porto Alegre
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ALMIR SAINT-CLAIR - O SHOWMAN QUE ETERNIZOU UMA OBRA-PRIMA
Almir Saint-Clair com Pinah, no começo dos anos 80
Foto: Divulgação |
Como
um colecionador de raridades de samba-enredo que sou, sempre desejei o
compacto com os hinos que não entraram no LP oficial do Grupo de
Acesso 1-B de 1981.
Não sei qual foi o critério utilizado pela gravadora Polydor, que utilizou como 'sobras' para o pequeno LP quatro faixas com particularidades muito especiais.
Um samba animado da Santa Cruz sobre a preservação da natureza com Quinzinho em sua fase pré-Império Serrano.
A obra que seria Estandarte de Ouro do grupo, da União de Jacarepaguá na voz do carismático Jairo Espingarda: "Mauricéia em Noite de Festa".
Um trash divertido de exaltação à aviação da finada Império do Marangá, com o inigualável Abílio Martins engrandecendo os versos "Controla o voo, controlador".
E uma obra-prima que não é tão lembrada pelos amantes de samba e Carnaval, mas que embalou um acesso para o Grupo Especial.
Trata-se do primeiro registro fonográfico para os discos do gênero do grande Almir Saint-Clair.
Um showman em todos os sentidos. Cantor da noite, crooner, ator, produtor musical...
Que já havia estreado nos desfiles das escolas de samba pela Em Cima da Hora em 1975, mas sem ter gravado o samba no disco.
Eram tempos em que as vozes privilegiadas da MPB costumavam ser convidadas para entoar o samba na avenida, como Marcos Moran, Marlene, Elza Soares, Clara Nunes, Jorge Goulart...
Almir Saint-Clair enriqueceria a discografia de samba-enredo por quatro anos seguidos na Império da Tijuca, de 1981 a 1984.
Em sua estreia no Morro da Formiga, foi contemplado com um primor de um compositor só: Azeitona.
Que sintetizou em singelos versos as belezas e a lenda de como se originaram as "Cataratas do Iguaçu".
Não sei qual foi o critério utilizado pela gravadora Polydor, que utilizou como 'sobras' para o pequeno LP quatro faixas com particularidades muito especiais.
Um samba animado da Santa Cruz sobre a preservação da natureza com Quinzinho em sua fase pré-Império Serrano.
A obra que seria Estandarte de Ouro do grupo, da União de Jacarepaguá na voz do carismático Jairo Espingarda: "Mauricéia em Noite de Festa".
Um trash divertido de exaltação à aviação da finada Império do Marangá, com o inigualável Abílio Martins engrandecendo os versos "Controla o voo, controlador".
E uma obra-prima que não é tão lembrada pelos amantes de samba e Carnaval, mas que embalou um acesso para o Grupo Especial.
Trata-se do primeiro registro fonográfico para os discos do gênero do grande Almir Saint-Clair.
Um showman em todos os sentidos. Cantor da noite, crooner, ator, produtor musical...
Que já havia estreado nos desfiles das escolas de samba pela Em Cima da Hora em 1975, mas sem ter gravado o samba no disco.
Eram tempos em que as vozes privilegiadas da MPB costumavam ser convidadas para entoar o samba na avenida, como Marcos Moran, Marlene, Elza Soares, Clara Nunes, Jorge Goulart...
Almir Saint-Clair enriqueceria a discografia de samba-enredo por quatro anos seguidos na Império da Tijuca, de 1981 a 1984.
Em sua estreia no Morro da Formiga, foi contemplado com um primor de um compositor só: Azeitona.
Que sintetizou em singelos versos as belezas e a lenda de como se originaram as "Cataratas do Iguaçu".
Uma aula de como transformar um enredo em poesia, o tornando perfeitamente
compreensível só com a audição do samba.
O timbre grave, melódico e elegante de Almir Saint-Clair abre a obra enaltecendo as 'nuvens de poeira d'água e o arco-íris este quadro emoldurando'.
Dá pra compreender que o primeiro setor do desfile ressaltou a natureza representada pelas cataratas.
A letra passa a narrar de forma épica a lenda envolvendo o índio Tarobá e 'a linda Naipi que era desprovida da visão'.
A melodia vai crescendo de maneira impressionante, à medida que conta o sacrifício que devolveu a visão à bela índia, o que fez Tarobá 'sumir naquele turbilhão'.
Até o samba chegar ao seu ápice, com a explosão dos versos finais cuja emoção é passada perfeitamente pela voz de Almir Saint-Clair.
"Naipi vibrou de alegria / surgiu-lhe a luz dos olhos / tudo agora ela via / e procurou por Tarobá / não encontrando, deu um grito de agonia".
O refrão final se torna uma triste identidade apoteótica da obra imperiana: "Tarobá Tarobá / Um lamento pela mata a ecoar".
Recentemente, consegui o compacto graças à gloriosa Katixerê Records de Bruno Surcin e Chico Frota, voltada para o comércio dos mais raros discos de samba-enredo.
Almir Saint-Clair também daria voz para outros dois belos sambas do primeiro Império do Samba: "Iara, Ouro e Pinhão na Terra da Gralha Azul" (1982) e "Santos e Pecadores" (1983).
Além do simpático "9215", no ano de estreia da Passarela do Samba em 1984, que seria o último do cantor pela escola do Morro da Formiga.
Uma das mais lindas vozes que o Carnaval já teve se calou neste 6 de maio de 2025.
Um símbolo de uma era de ouro em que os crooners eram convidados para encorpar os sambas nos desfiles, antes mesmo da figura do intérprete oficial se popularizar.
O timbre grave, melódico e elegante de Almir Saint-Clair abre a obra enaltecendo as 'nuvens de poeira d'água e o arco-íris este quadro emoldurando'.
Dá pra compreender que o primeiro setor do desfile ressaltou a natureza representada pelas cataratas.
A letra passa a narrar de forma épica a lenda envolvendo o índio Tarobá e 'a linda Naipi que era desprovida da visão'.
A melodia vai crescendo de maneira impressionante, à medida que conta o sacrifício que devolveu a visão à bela índia, o que fez Tarobá 'sumir naquele turbilhão'.
Até o samba chegar ao seu ápice, com a explosão dos versos finais cuja emoção é passada perfeitamente pela voz de Almir Saint-Clair.
"Naipi vibrou de alegria / surgiu-lhe a luz dos olhos / tudo agora ela via / e procurou por Tarobá / não encontrando, deu um grito de agonia".
O refrão final se torna uma triste identidade apoteótica da obra imperiana: "Tarobá Tarobá / Um lamento pela mata a ecoar".
Recentemente, consegui o compacto graças à gloriosa Katixerê Records de Bruno Surcin e Chico Frota, voltada para o comércio dos mais raros discos de samba-enredo.
Almir Saint-Clair também daria voz para outros dois belos sambas do primeiro Império do Samba: "Iara, Ouro e Pinhão na Terra da Gralha Azul" (1982) e "Santos e Pecadores" (1983).
Além do simpático "9215", no ano de estreia da Passarela do Samba em 1984, que seria o último do cantor pela escola do Morro da Formiga.
Uma das mais lindas vozes que o Carnaval já teve se calou neste 6 de maio de 2025.
Um símbolo de uma era de ouro em que os crooners eram convidados para encorpar os sambas nos desfiles, antes mesmo da figura do intérprete oficial se popularizar.
Marco Maciel
Twitter: @marcoandrews
Twitter: @marcoandrews