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SAMPARIO
No
final do ano de 2012, através de membros do JIO (grupo
carnavalesco no Facebook), em uma conversa tiveram a idéia da
criação de uma Escola de Samba, agremiação
essa real, com a finalidade de participar dos sub-grupos do Carnaval
Paulistano onde a mesma teria sua equipe formada pelos membros ativos e
mais participativos do JIO. Após percepção das
dificuldades e empecilhos que é gerir uma escola de samba no
carnaval real, eles tiveram a idéia então de criar uma
Escola Virtual, visto que o Carnaval Virtual é um meio de
não deixá-los fora do cotidiano carnavalesco no
pós-desfiles das agremiações reais. A escola
não tinha nome, até que após o Theo Valter
inteligentemente perceber que os membros do JIO em sua maioria eram das
cidades de São Paulo e Rio de Janeiro nada mais justo que
nomeá-la como Sampario (Sampa + Rio de Janeiro) na qual é
uma forma também de homenagear a coirmã Estrela Sambario.
A Sampario no seu primeiro ano disputando (2013) no Grupo de
Avaliação (CAESV) já mostrara que era uma escola
promissora, onde homenageando a ícone da musica Rita Lee
conseguiu ascender ao Grupo de Acesso para o ano seguinte faturando
inclusive o Troféu Tradissaum “Melhor Alegoria” com
o Abre-Alas. Seguindo ao ano de 2014 onde a agremiação
levou para a passarela virtual o enredo sobre o Palhaço Arrelia,
a mesma passou por diversos problemas internos onde não almejava
nada mais que a permanência no Grupo de Acesso e ainda assim com
todas as tormentas conseguiu ficar na 8º colocação,
o resultado foi muito festejado por todos. Após superar as
dificuldades do ano anterior com uma equipe renovada, a Águia
Guerreira como é conhecida fez um desfile bonito visualmente,
embalado por um dos melhores sambas do carnaval no ano de 2015 ficou na
3ª colocação no Grupo de Acesso com o enredo falando
sobre o Rio São Francisco, assim ascendendo ao tão
sonhado Grupo Especial. Em seu primeiro desfile na elite, finalizou a
apuração em oitavo. Em 2017, não desfilou. Voltou em 2020, garantindo o retorno ao Grupo Especial pra 2021.
SINOPSE ENREDO
2022
A negra palavra – Solano Trindade
Apresentação: “A minha poesia continuará com o estilo do nosso populário, buscando no negro o ritmo, no povo em geral as reivindicações sociais e políticas e nas mulheres, em particular, o amor. Deixem-me amar a tudo e a todos” (Solano Trindade) Seguindo o caminho da negritude, como ensinaram nossos ancestrais, nossa águia altaneira se põe a voar de volta a suas raízes africanas a fim de reencontrar a essência de sua negritude, nas “negras palavras” do poeta do povo, Solano Trindade. O Grêmio Recreativo Escola de Samba Virtual Sampario, como um quilombo de cultura e resistência, adentra novamente a passarela do samba erguendo a bandeira da negritude brasileira, como sempre fez em seus quase 10 anos de existência Desta forma, fazendo jus a sua história, a águia azul e branca viaja entre as principais obras e conquistas de Solano Trindade para apresentar ao carnaval virtual e ao povo do samba de todo o Brasil seu legado de luta em prol da cultura afro-brasileira Sinopse do Enredo Setor 1 (setor de abertura): O negro canto de liberdade Sou Negro meus avós foram queimados pelo Sol da África minh’alma recebeu o batismo dos tambores atabaques, gonguês e agogôs. Contaram-me que meus avós vieram de Luanda como mercadoria de baixo preço plantaram cana pro senhor do engenho novo e fundaram o primeiro Maracatu […] (Sou negro – à Dione silva, Solano Trindade) Eu sou o poeta Negro. Entro em cena. Trago em minhas obras e em minhas palavras a força e a ancestralidade de meu povo. Trago a resistência de Palmares, do quilombo de zumbi. Trago a sabedoria e a inteligência daqueles que cruzaram o mar. Eu sou o poeta Popular, falo por meus irmãos de pele escura, esquecidos por esse Brasil de desigualdade. E assim, em poesia visito meu povo de pele preta, que bate seu atabaque a fim de manifestar sua fé, seus cantos, suas danças, mas que também esse mesmo atabaque que lamenta, chora e demonstra sua indignação contra todo o preconceito e a desarmonia social. Me chamo Francisco Solano Trindade. De nome Solano como o forte vento que cruza o continente Africano. Vento que leva para longe tudo aquilo que se coloca em seu caminho, e espalha para todo o mundo. Jogo minhas palavras ao vento, para que possam se espalhar por todos os cantos deste país meus ideais de luta e liberdade. Liberdade no sentido literal e figurado. Setor 2: O menino do Recife […] Recife maracatu com Rei e Rainha mexendo com o corpo e alma da gente Recife Xangô da Baiana na praia do Pina para “seu” Exu […] Recife frevo serenata melhor carnaval do mundo melhor cidade da terra melhor cantinho do céu pra não perder a saudade (Canção à minha cidade – À Maria Margarida, Solano Trindade) Minha jornada se inicia em Recife. Jornada de luta e de vida, uma tão indissociável da outra, de tanto que se cruzam, descruzam e entrecruzam. Se incia em uma Recife de meu pai sapateiro e de minha mãe quituteira, onde negro não vive, apenas sobrevive, como parte do retrato de um Brasil onde aqueles de pele não branca são parte dos indesejados da sociedade. Contudo, também é a Recife do frevo, do maracatu, do caboclinho, do coco-de-roda, da ciranda e do afoxé. Uma Recife de essência negra e cabocla, a essência do populário, que se manteve como pilar de toda minha jornada. E em minha jornada busquei fazer com que minhas negras palavras, como se fossem o toque de um tambor ou um cortejo de maracatu, se espalhasse por esse Brasil, e também pelo mundo, assim como a dança, o folclore e a cultura de nossa gente preta e brasileira. Setor 3: Poeta pernambucano, ativista brasileiro A minha alma nasceu africana Aprendi a amar com as águas do rio Compus meus poemas com o povo na rua Com o povo na rua cantei e dancei… […] (Viva a rapaziada da canela suja, Solano Trindade) Em minha passagem por esse Brasil, me fiz presente onde se fez necessária a minha luta. Onde não pude estar deixei a cargo de meus irmãos de luta compartilharem meus ideais de cultura e contra opressão, como minha mulher Margarida Trindade, e meu companheiros Édson Carneiro, Haroldo Costa, Abdias do Nascimento e demais negros em movimento. Enquanto estive por aí, lutei para dar voz e reconhecimento ao nosso povo, e notáveis foram nossos feitos, conquistas e batalhas em prol da cultura e do bem viver, como o I e II Congresso Afro-Brasileiro, a Frente Negra Pernambucana, o Centro Cultural Afro-Brasileiro, o Teatro Popular do Negro, Grupo de Arte Popular de Pelotas, Teatro Folclórico Brasileiro, e o Comitê Democrático Afro-Brasileiro. Mas talvez fora Embu, dentre os lugares onde fixei morada, onde fiz minhas maiores contribuições para a cultura e arte. Por lá ficaram sementes, parte de minha vida, de minhas produções e de minha família, que formaram raízes e se mantêm vivas até hoje. Setor 4: Voz ao povo preto… a poética de re-existência negra Nas manhãs de sol O trabalhador Sai pra trabalhar, Nas manhãs chuvosas O trabalhador Sai pra trabalhar É a natureza E o trabalhador Sempre a trabalhar Que constrói o mundo Que constrói a vida Sempre a trabalhar […] (Amanhã será melhor, Solano Trindade) Contudo, acredito que minhas palavras tiveram papel importante para denunciar as mazelas que acometiam (e ainda acometem) meu povo. Como a luta por liberdade, daqueles que continuam socialmente escravizados, e do direito do trabalhador. A luta contra a fome e a miséria que assola milhares de brasileiros, em sua maioria negros, esquecidos nas periferias, e as margens da sociedade. E aquela que talvez tenha sido a maior das lutas, a luta pela arte, negritude e educação. Como meu legado para nosso povo, que ainda sofre e carrega consigo a marca do preconceito deste país, deixo as sementes para que se plante um Brasil e um amanhã melhor. Que minha obra fique para a eternidade, de forma que se façam ouvidas as minhas palavras por todos aqueles que ainda se encontram escravizados. Para que se construa uma luta por emancipação, e que seja o ponto de partida do diálogo para uma sociedade justa e igualitária. Para que seja viva a cultura afro-brasileira, e para que seja possível re-existir, indo muito além de apenas resistir, para que nos façamos presentes. E para que jamais esqueçamos que a luta só começou. Deixo a cena, mas não deixo vazio este palco. Saio para que este chão se transforme em passarela, por onde possam desfilar minhas “negras palavras”, bordadas em azul e branco no pavilhão da águia guerreira. Parto para a eternidade, com a esperança de dias melhores. Parto para onde encontram-se ancestralizados os grandes imortais que lutaram por nossa negritude. Referências GREGÓRIO, M. C. Solano Trindade: Raça e classe, poesia e teatro na trajetória de um afro-brasileiro (1930 – 1960) . Dissertação (Mestrado em História) – Universidade Federal do Rio de Janeiro. 2005. REIS, Z.C. Apresentação, in TRINDADE, Solano. Poemas Antológicos de Solano Trindade. 2a edição. São Paulo. Editora Nova Alexandria, 2011 TRINDADE, Solano. Poemas Antológicos de Solano Trindade. 2a edição. São Paulo. Editora Nova Alexandria, 2011 Autor do enredo: Wendel Henrique e Eric Augusto |
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