Amigos do Sambario! Quem vos escreve é Túlio Rabelo, do canal no YouTube TR - Sambas de Enredo. Quando um samba é aclamado, não tem jeito! A Vila Isabel, para 2026, sequer precisou de uma final propriamente dita. O samba de André Diniz e Evandro Bocão, aclamado desde que lançado, foi anunciado vencedor, sem que fosse preciso as parcerias duelarem em quadra durante a final.

Ora, isso é um caso raro, e chama a atenção. Nasce um samba antológico? O tempo dirá.

Inspirado neste caso, trazemos um fato. O aclamado e antológico “Lendas e Mistérios da Amazônia” da Portela, para o Carnaval de 1970. Aclamado tanto, que foi reeditado em 2004 e segue sendo um dos melhores sambas enredos de todos os tempos, para alguns o melhor. O samba de Catoni, Jabolo e Waltenir viria a levar a Portela ao título de 1970.

Como um pesquisador de samba enredo, chegando a pesquisar sambas concorrentes, sempre me trouxe curiosidade como foi a escolha deste samba enredo, aquela disputa de samba. Por que não há relatos de sambas concorrentes daquela disputa, de gravações, como viria a acontecer em outros anos da Portela?

Devido a ser um Carnaval longínquo, essa coluna advém de pesquisa em jornais da época e de relatos passados de boca em boca ao longo do tempo. É uma coluna com viés de curiosidade, não tendo por objetivo ser longa e muito abrangente.

Segundo o portelense Ednaldo, o compositor Catoni disse que foram entregues, com gravação, 32 sambas. Entretanto não houve disputa de quadra. Na entrega, à uma comissão liderada por Carlos Imperial, o samba foi logo aclamado. Ednaldo enfatiza que nunca ouviu um Samba Concorrente daquele ano.

Fui pesquisar no site da Hemeroteca Digital e os poucos registros não dizem muito. O que podemos concluir com base nos trechos jornalísticos é a aclamação do samba, o fato de a Portela ter sido a primeira agremiação do grupo a escolher samba e que ele teria sido escolhido antes de 19/11/1969. Vale dizer que, na época, ainda engatinhando as gravações anuais, os sambas eram escolhidos bem mais perto do desfile, começando um movimento antecipatório no decorrer dos anos, para fins de gravação e divulgação. Até meados dos anos 60, as escolas chegavam a esconder enredo e samba até perto do desfile.

Papo vai, papo vem… o que ficou para a posteridade… foi um samba antológico, de beleza infinda.

Vamos ouvir:



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Túlio Rabelo
E-mail: tuliorabelo972@gmail.com
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