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Sambas eliminados Confira as avaliações sobre sambas-enredo derrotados nas eliminatórias Anos 70 a 90 Beija Beija Beija
Beija (Beija-Flor 2011 - Parceria de Erasmo
Carlos) - Sobre este "clássico", reproduzo
o que escrevi na época no Editorial número 36. Quando foi anunciado que Erasmo
Carlos concorreria com samba na Beija-Flor pra homenagear Roberto
Carlos, logo surgiu uma grande expectativa quanto à obra
que o eterno Tremendão - junto com Eduardo Lages e Paulo
Sérgio Valle - apresentaria à escola. Para a
agradável surpresa de muitos, a parceria de Erasmo nos
proporcionou um samba interessante, diferenciado e completamente
distinto dos padrões atuais. Em tempos de sambas-enredo com
melodias genéricas e aceleradas, pensávamos que nunca
mais apareceria um samba todo chiclete, daqueles que você
decora numa única audição. Até que o
popular "beija beija" de Erasmo Carlos quebrou tal paradigma. O
compositor se desprendeu do conservadorismo que abrange e assola as
disputas, construindo um samba de forte apelo, com passagens
melódicas belíssimas principalmente na primeira parte e
uma segunda mais animada. Os refrões possuem problemas
técnicos, sendo simples demais e pobres poeticamente.
Porém, a coloquialidade dos refrões parece ser o
charme de ambos, sendo os trechos que mais grudam no ouvido, sobretudo
na constante repetição do "beija beija beija beija",
trash até o talo, mas eficiente.
A palavra "amor" também está espalhada por seis vezes
durante toda a letra. É um samba alegre, sincero, que serve
não só como uma
linda homenagem de um verdadeiro "amigo de fé e irmão
camarada" como também paraabalar um pouco a quadradice e a mesmice
dos sambas
que concorrem atualmente com reais chances de vitória. Muitos não gostaram
do samba do Erasmo, se deixando levar por sua pobreza técnica.
Mas a audição da obra é tão deliciosa e
viciante que você percebe que, de vez em quando, é
necessário deixar a razão de lado. A obra cairia
nas primeiras fases da eliminatória da Beija-Flor, mas receberia
em seguida uma releitura do Exaltasamba, que a cantou no Especial anual
de Roberto Carlos em 2010, antes da Beija-Flor se apresentar para o Rei
entoando o samba vencedor. NOTA: 9,4 (Marco Maciel). Clique aqui para ver a letra do samba - Baixe este samba
Quem sou eu sem você dentro do meu coração (Viradouro 2011 - Parceria de Gilberto Gomes) - Talvez o último resquício da Viradouro vitoriosa e imponente, que sempre integrava a parte dianteira da classificação desde o título de 1997 até antes do desastroso Carnaval 2010. Dominguinhos do Estácio voltava a defender samba na escola. O concorrente, por sinal, tem um estilo muito parecido com as obras levadas pela vermelho-e-branco de Niterói do fim dos 90 e durante toda a primeira década dos anos 2000, sendo mais leve e pra cima. A letra em muitos momentos parece descompromissada, como Deixa rolar/Já “pintaram” novos meios/De se comunicar/Sai pra lá pombo correio/Nessa onda tô no ar. Aprecio a melodia da segunda, exatamente depois deste trecho relatado. Mas para o ano de 2011, que marcava o retorno da Viradouro ao Acesso depois de 20 anos, dois sambas eram superiores a este (de autoria de nomes como Gilberto Gomes e Noca da Portela): o vencedor (Renan Gêmeo e parceiros), mais o da parceria de Felipe Filósofo. Os três foram finalistas da disputa. NOTA: 9,2 (Marco Maciel). Clique aqui para ver a letra do samba - Baixe este samba Alô São Clemente, aquele abraço Redentor (São Clemente 2011 - Parceria de Eduardo Medrado) - Como é de costume das obras de Medrado e parceria, o concorrente apresenta uma melodia diferenciada que se torna a bandeira do samba. Tanto que os versos são curtos, impulsionados pela bela melodia de cada um, sem a necessidade de alongar as notas de maneira forçada. Os dois refrões são fantásticos, com o principal já servindo de cartão de visitas pro que virá a seguir, com o Meu Rio de Janeiro, fevereiro e março citando a canção de Gilberto Gil. A melhor parte do samba é o encerramento da segunda parte, de riquíssimo conjunto melódico: Rio, desafios há de superar/Bom humor nunca vai te faltar/Carioca que sou/Ginga, bossa e cor/Eu me ponho a cantar. Um samba-enredo primoroso, mas que não se enquadra com os atuais que são levados para a Passarela do Samba. Tanto que acabou cortado várias etapas antes da final da São Clemente para 2011. NOTA: 9,8 (Marco Maciel). Clique aqui para ver a letra do samba - Baixe este samba Tinha Agito no Egito (Mocidade 2011 - Parceria de Marquinho PQD) - Na ocasião, este concorrente não chamou tanta atenção na época, já que era notório o favoritismo da parceria de J. Giovani, que trazia um samba da mesma linha do ano anterior (Meu coração vai disparar, sair pela boca), de ótimo desempenho na Sapucaí. Mas a obra de Marquinho PQD e parceiros trazia uma melodia diferenciada, mais gingada, com um balanço gostoso e muito bom de ouvir. O refrão principal era formado por seis versos, mas nada cansativo, muito pelo contrário. Já o refrão do meio, também delicioso, trazia o antológico verso Tinha agito no Egito, para alguns uma rima forçada. A segunda parte é mais curta e cantada em tom menor, tendo como utilidade maior servir de gancho para o refrão principal. Caiu na semifinal da disputa da verde-e-branco para 2011. Mas é um samba cuja audição é gratificante. NOTA: 9,5 (Marco Maciel). Clique aqui para ver a letra do samba 21 estrelas gravadas no peito (Portela 2013 - Parceria de Neyzinho do Cavaco) - Mais uma bela obra que teve o azar de concorrer no ano errado, quando Luiz Carlos Máximo e Toninho Nascimento nos brindavam com mais um samba épico pra cantar Madureira. Chegou à final dando trabalho para o favorito samba que seria vitorioso, mostrando uma bela mescla de valentia com dolência, dois belos refrões e ótimas variações melódicas. Mas em termos de estrutura, era mais engessado em relação aoAbre a roda, chegou Madureira e seus vários refrões espalhados, optando pelo esquema 12-4-12-4 padrão atual. Mas este bom samba foi o melhor concorrente portelense entre os demais que fizeram frente à dobradinha Máximo-Nascimento, nos três anos em que reinou absoluta em Osvaldo Cruz e Madureira. NOTA: 9,5 (Marco Maciel). Clique aqui para ver a letra do samba Vou cirandar, no siriá, vou me acabar (Imperatriz 2013 - Zé Katimba) - O veterano Katimba decidiu concorrer sozinho, sem parceiros, na disputa da Imperatriz visando o Carnaval 2013. E o compositor mostrou a categoria de sempre ao fazer um samba poético, classudo, para o enredo sobre o Pará. O tom menor prevalece na melodia e a ótima primeira parte é complementada com um delicioso refrão de dois versos (Sopra o destino Ibitu nas águas do rio mar...) que serve de preparação para o do meio, num recurso que aprecio bastante. A segunda mantém a dolência, até fechar com a citação ao Círio de Nazaré e encerrando com um curto, mas apoteótico refrão principal, Vou cirandar, no siriá, vou me acabar quando a Imperatriz passar. Uma linda obra nostálgica, mas que infelizmente acabou caindo nas semifinais da disputa interna da Imperatriz, certamente muito mais pela falta de poderio financeiro de Zé Katimba em relação às demais parcerias, já que não tinha nenhum mecenas endinheirado ao seu lado, do que pela qualidade da obra em si. NOTA: 9,7 (Marco Maciel). Clique aqui para ver a letra do samba Tira a
máscara pra mim que eu quero ver (Salgueiro 2013 - Parceria de
Moisés Santiago) -
O enredo sobre a fama levado pelo Salgueiro em 2013 dividiu
opiniões.
Tanto que a safra de sambas da Academia não foi das melhores.
Este
concorrente estava longe de ser um primor, tanto que tinha um
refrão
principal fraco e alguns versos contestados, como No photoshoping vou deixar você mais
linda. A
obra se enquadra no padrão da maioria dos sambas levados pelo
Salgueiro
depois do Ita de 1993, sendo pra cima e de melodia apenas correta.
Entretanto, o refrão do meio é sensacional. Tira a máscara pra mim que eu quero
ver quem é você.
O melhor trecho melódico de toda a disputa salgueirense naquela
temporada. Um refrão envolvente, que levantava a quadra sempre
que
executado. O samba vencedor da parceria de Marcelo Motta, que
representaria o enredo "Fama", era melhor, mais denso e favorito
durante toda a eliminatória. Porém, nos bastidores da
final
salgueirense, chegou a ser discutida uma junção da obra
de Motta com o
refrão do meio de Moisés Santiago, com as redes sociais
ventilando com
força a possibilidade da fusão. Mas ela não se
confirmou e, no fim das
contas, o refrão central entoado pela vermelho-e-branco foi pra
ver...
o quê? O traço do pintor... NOTA: 9,2 (Marco Maciel). Clique aqui para ver a letra do samba
Vai ressoar o
atabaque de um bamba (Império da Tijuca 2014 -
Parceria de Samir Trindade) -
Seria o melhor samba de todos os grupos do Carnaval Carioca em 2014.
Uma obra perfeita em todos os sentidos. A parceria de Samir Trindade,
autora do magnífico "Negra, Pérola Mulher" que embalou o
título do
Acesso de 2013, nos brindou com um samba-enredo ainda melhor para a
disputa do enredo "Batuk". De três refrões, sua melodia
primorosa não
cai em nenhum momento, te envolvendo do primeiro ao último
verso, com o
refrão do meio e, sobretudo, o principal explodindo
maravilhosamente.
Um expediente muito bonito por parte da escola nesse ano, em que
retornava ao Grupo Especial depois de 18 anos de ausência, foi se
autointitular "o primeiro Império do samba", já que
é sete anos mais
velha que o Império Serrano. A obra de Samir e companhia chegou
à final
como a grande concorrente do samba da parceria de Márcio
André e seu
refrão arrasa-quarteirão "vai tremer" (outro concorrente
magnífico, da
parceria de Bola, caiu na semifinal). E o chão tremeu mesmo a
favor
deste refrão. Mesmo bastante inferior tecnicamente, com uma
melodia
mais animada do que requintada e considerado mais recomendado para uma
escola que seria a primeira a desfilar no domingo, o samba de
Márcio
André saiu-se vitorioso contra um antológico concorrente.
O atabaque de
um bamba não ressoou naquela noite. NOTA: 10 (Marco Maciel). Clique aqui para ver a letra do samba
Em nossas
mãos a vida, no coração Salgueiro (Salgueiro 2014 - Parceria de Marcelo
Motta) -
Foi o samba que concorreu no ano errado no Salgueiro! Se tivesse sido
construído em qualquer outro ano, certamente não
só teria abocanhado a
disputa salgueirense como brigaria pelo Estandarte. No entanto,
terminou como coadjuvante no duelo com o arrasa-quarteirão de
Xande de
Pilares e parceiros, cuja vitória já era mais do que
esperada e que, de
fato, proporcionou um Estandarte de Ouro de samba que a Academia
não
conquistava desde o longínquo 1978. Sobre o concorrente
derrotado, é um
samba muito mais dolente do que o vencedor, com o lirismo na melodia
prevalecendo. O refrão principal é fantástico, com
a variação melódica em Em nossas mãos a vida, no
coração Salgueiro sendo
muito feliz. Uma das partes mais festejadas do samba da parceria de
Xande era o refrão central dos orixás. Já o
concorrente não possuía
exatamente um refrão do meio, e sim o estribilho Vou cuidar para que nao tenha fim,
também muito bonito. Obviamente, não possuía a
explosão que a obra do Meu
samba vai tocar seu coração tinha
de sobra. Mas este concorrente apresenta um dos melhores conjuntos
melódicos dos sambas recentes. Teve o azar de medir
forças com um
samba-enredo invencível, de maneira a um comentarista de
Carnaval citar de forma irreverente, durante a
transmissão da final salgueirense num veículo de
comunicação online, que o Oxum, Iemanjá, Iansã, Oxossi
caçador só
perderia se a chuva subisse. NOTA: 9,7 (Marco Maciel). Clique aqui para ver a letra do samba
A maré vai
subir, transbordar emoção (Portela 2014 - Parceria de Celso Lopes) -
Logo após a escolha portelense visando o Carnaval 2014, o
Fantástico
apresentou uma reportagem focando a eliminatória da
Águia, desde o
início até seu desfecho e abordando inclusive as firmas
de compositores
e seus financiadores. A Rede Globo elegeu o compositor Celso Lopes como
o protagonista da narrativa, com este confidenciando que
reformaria sua
casa caso vencesse a disputa. Durante toda a reportagem, era
possível
ouvir Celso cantarolando o refrão A maré vai subir, transbordar
emoção, criando assim, junto ao telespectador, uma
imagem de mocinho, de herói. O
lendário David Corrêa, após receber a
notícia de seu corte na
semifinal, transpareceu com revolta na matéria que nunca mais
disputaria samba na escola. Já Celso foi finalista, porém
o
tricampeonato de Toninho Nascimento e Luiz Carlos Máximo era
inevitável, ganhando a eliminatória com total
merecimento. Com o
anúncio do campeão, a primeira coisa que um tristonho
Celso Lopes
exclamou foi "Quero ir pra casa", comovendo os telespectadores. Sobre
seu samba, é forte e valente, mas bastante enquadrado na
linearidade
atual do gênero, com uma segunda parte mais dolente e que ganha,
a
partir do agudíssimo verso Em oração peço a
São Sebastião,
uma intepretação impressionante de Wander Pires, que
defendeu a obra na
quadra. Um ano depois, tanto para o próprio Wander quanto para
Celso, a
história seria diferente, com ambos dando o troco em Nascimento
e
Máximo na eliminatória para 2015, derrotando os
tricampeões. A matéria
do Fantástico pode ser vista clicando aqui. NOTA: 9,3 (Marco Maciel). Clique aqui para ver a letra do samba
A notícia corre toda vizinhança (Imperatriz 2014 - Parceria de Zé Katimba) - Mesmo com um enredo sobre futebol, tradicionalmente, nunca render grandes sambas, a disputa da Imperatriz para a escolha do samba sobre Zico foi interessante. A obra vencedora era até a mais recomendável para o desfile, mas o craque Zé Katimba (com Preto Jóia na parceria e defendendo o samba com Wantuir) também construiu uma obra muito bonita para a eliminatória, chegando à final. Poeticamente, é superior ao samba do "Da-lhe, da-lhe, da-lhe ô", apresentando belos versos como Uma vez leopoldinense, sempre Imperatriz/É vencer, vencer, vem ser feliz e O rei Arthur desenha a arte com os pés/Faz o mundo rubro-negro/Um ser camisa dez. Em termos melódicos, é melhor trabalhado, com o refrão do meio sendo mais eficiente com relação ao principal. Mesmo também sendo um samba pra cima, possui menos momentos de explosão em relação à obra campeã da disputa, cujo refrão principal era superior ao do samba derrotado. Na gravação, destaque para o pot-pourri dos alusivos. Zé Katimba emendando "Martim Cererê" e Preto Jóia entoando O meu sonho de ser feliz vem de lá sou Imperatriz, citação do samba de 1991 que marcou a vitoriosa década de 90 gresilense. NOTA: 9,4 (Marco Maciel). Clique aqui para ver a letra do samba Gira baiana, a festança começou (Mangueira 2014 - Parceria de Renan Brandão) - Renan e parceiros há algum tempo aparecem com destaque nas eliminatórias da Mangueira, com sambas de melodia e poesia mais requintada, para fazer frente às obras de Lequinho, consideradas mais pra cima. E este concorrente era mais ousado, de letra extensa, com três belos refrões, sendo o principal mais curto e que nos remete a sambas do começo dos anos 90. Apontado como favorito ao lado da obra de Lequinho, acabou cortado na semifinal. A vitória viria no ano seguinte. NOTA: 9,6 (Marco Maciel). Clique aqui para ver a letra do samba Grande Rio muito linda (Grande Rio 2014 - Parceria de Jorge Aragão) - Jorge Aragão e Péricles resolveram se aventurar nos concursos de samba-enredo, caminho já trilhado por outros artistas renomados como Agepê, Luiz Ayrão, Erasmo Carlos, Francis Hime, Toni Garrido, Suzana Pires, entre outros. A dupla integrou uma parceria "galáctica" ao lado de Júnior Escafura e Arlindo Neto e de imediato foi considerada favorita na disputa da agremiação de Duque de Caxias para 2014, chegando à final. O refrão principal não era unanimidade, em virtude do verso Grande Rio muito linda, contestado por alguns, mas que virou a hashtag da parceria utilizada nas camisas distribuídas pelos compositores. Em contrapartida, o belíssimo refrão central era de longe a melhor parte: Maravilha de lugar (ô ô)/Onde a estrela foi morar (amor)/É sinfonia o som do mar na areia/Canto de sereia sob a lua cheia. A segunda parte lembra melodicamente alguns sambas de São Paulo, muito também por ter sido defendido por Fredy Vianna. É um concorrente rigorosamente do mesmo nível do samba vencedor, da parceria de Derê. Não faria muita diferença se este fosse para a Sapucaí ao invés do outro. NOTA: 9,2 (Marco Maciel). Clique aqui para ver a letra do samba O Silva que o mundo aplaudiu (Unidos da Tijuca 2014 - Parceria de Júlio Alves) - Júlio Alves e Totonho são os maiores vencedores de samba no Pavão e sempre aparecem como favoritos nas disputas tijucanas. Este samba para o enredo "Acelera Tijuca" não fugia à regra dos últimos levados pela escola. Porém, mesmo sendo funcional, era melhor trabalhado do que o samba vencedor. Até leva uma desvantagem nos refrões, já que a obra que foi para a avenida tinha um refrão do meio muito bom. O principal do concorrente possuía uma melodia mais bonita, mesmo com o batido trocadilho Em Senna o meu coração. A melodia das duas partes é mais caprichada, apesar da coloquialidade do enredo não permitir uma poesia tão apurada, com a mensagem passada sendo direta demais. Mesmo assim, aprecio o bom-humor dos versos Não pare charmosa mulher/Trapaças só fazem perder/Ligeiro é quem anda a pé, referentes à Corrida Maluca e ao Ligeirinho, para aquele ano os mais notórios dos tradicionais blockbusters trazidos por Paulo Barros. No fim da segunda parte, a melodia lembra o "Tema da Vitória" que tantos triunfos de Ayrton Senna embalou, num expediente semelhante ao utilizado pela Gaviões da Fiel, quando fez um enredo igual em 2009. É um samba mais eficiente, que certamente perderia menos pontos em relação ao que foi para a Sapucaí. Descontos que não impediram o título conquistado. NOTA: 9,3 (Marco Maciel). Clique aqui para ver a letra do samba Yaô mandou chamar (Portela 2015 - Parceria de Toninho Nascimento) - Ao ouvi-lo pela primeira vez, a sensação que tive foi de estranheza. Algo até muito próximo do surrealismo que a Portela pretende trazer no próximo mês. Um refrão principal interminável, em que o verso Yaô mandou, yaô mandou chamar proliferava. Tanto que a brincadeira vigente quando do lançamento do concorrente era que a Yaô ficaria sem voz de tanto mandar chamar. Passada a pioneira audição esquisita, a admiração foi imediata, pela ousadia da repetição de sete versos, com o refrão iniciando cadenciado e terminando gingado, de maneira ao Okê meu São Rio de Janeiro ter nítido problema de métrica (se ganhasse, era só retirar o "são"). Já na primeira apresentação do samba na quadra, a repetição do trecho da Yaô foi excluída, assim como o que menciona o troco do bonde. Na ocasião tricampeões portelenses com louvor, a parceria de Toninho Nascimento e Luiz Carlos Máximo apostou em mais um samba-enredo considerado perfeito tecnicamente, requintado poética e melodicamente. A obra reúne as características dos três vitoriosos sambas da Águia de 2012 a 2014, com refrões espalhados na letra, partes envolventes, tão distantes da padronização atual do gênero. Mas talvez tenha faltado emoção neste hino para cativar a torcida portelense, algo que o lindo samba da parceria de Noca da Portela tinha de sobra, apesar de inferior tecnicamente. No vídeo acima consta a primeira versão do samba, com a repetição das yaôs. NOTA: 9,7 (Marco Maciel). Clique aqui para ver a letra do samba Vem pra Imperatriz olerê (Imperatriz 2015 - Parceria de Me Leva) - No começo das eliminatórias, era apontado como o maior oponente da obra de Zé Katimba. De autoria de um timaço encabeçado por Me Leva, Tuninho Professor e Jeferson Lima e defendido por Nêgo, é um samba forte, de bela melodia, mas um tanto pesado, com uma natural tendência de arrastamento. No entanto, há um trecho que destoa do restante da obra. E é justamente o melhor do samba e seu único momento de explosão.Vem pra Imperatriz olerê, abre a roda oh raiz olará é um refrão primoroso, inserido no meio da segunda parte, numa tentativa dos compositores de deixar o lugar-comum da atual estrutura 12-4-12-4 de samba-enredo. Após o alegre refrão, o samba volta a pesar uma tonelada, com mais cinco versos antes do refrão principal. Durante a disputa, Nêgo foi confirmado como o intérprete da Imperatriz, o que acarretou em boatos de favorecimento a este samba na disputa gresilense. Entretanto, acabou cortado na semifinal. NOTA: 9,5 (Marco Maciel). Clique aqui para ver a letra do samba O que seria do verde sem o rosa (Mangueira 2015 - Parceria de Lequinho) - Então tricampeã na Mangueira, a parceria de Lequinho apostou num refrão principal curto, mas arrebatador. Lá vem Mangueira maravilhosa, o que seria do verde sem o rosa? É de forma disparada o melhor trecho da obra, cujo restante reúne as características que o compositor costuma imprimir, que é a valentia e o estilo pra cima. Alguns trechos deste samba não me agradaram, como Vovó me dizia, cultive valores pra dar bons frutos (neste trecho, eu particularmente cantava pagar com juros) e Conduz o estandarte, fasciiiiiinaaa. Mas há outras boas partes, como o refrão do meio e o final da segunda. Muito em virtude do samba mangueirense de 2014, da mesma parceria, não ter tido um bom desempenho na avenida, a Mangueira conduziu a parceria de Renan Brandão ao triunfo. NOTA: 9,3 (Marco Maciel). Clique aqui para ver a letra do samba A caminho da
felicidade eu vou (Beija-Flor 2015 - Parceria de Marcelo
Guimarães)- Finalista da disputa nilopolitana, era
quase do mesmo nível do samba campeão e elogiado pelos
bambas, porém a este concorrente faltava a explosão que a
obra vencedora tem de sobra. A linda melodia é coesa e pesada -
como manda a cartilha da Beija-Flor -, com dois belos refrões
(sobretudo o do meio). Esta obra é marcante por contar com um
Wander Pires contido em sua interpretação. O cantor havia
recentemente deixado o hospital, onde esteve internado para tratar de
uma hérnia de disco. Mais magro e debilitado, defendia o samba
na quadra da Beija-Flor sentado. No local, recebeu uma série de
homenagens da azul-e-branco que o deixou muito emocionado. Na
gravação, mesmo com problemas de saúde, tem um
desempenho impecável, nos remetendo às
atuações no início de carreira em meados dos anos
90, deixando de lado suas características
reverberações vocais. NOTA: 9,5 (Marco Maciel). Clique aqui para ver a letra do samba
Tocam surdos e
tamborins pra te exaltar (São Clemente 2015 - Parceria de
Thiago Meiners) -
Na minha opinião, é superior ao samba vencedor da
disputa. Melhor em termos de letra e com uma melodia, ainda que
também funcional, mais rica. A primeira parte é a melhor
da obra, com o ótimo refrão do meio mantendo o bom
nível. A segunda tem excelentes versos como Na tela, na escola da vida... Contesta, se
faz professor, perfeito
para resumir a trajetória de Fernando Pamplona como comentarista
de Carnaval. O refrão principal procura passar mais
emoção do que explosão. Aliás, a
emoção é a tônica deste concorrente, que foi
um dos finalistas da disputa clementiana. O samba-enredo da
amarelo-e-preto que foi pra avenida possui mais momentos de
explosão. NOTA: 9,4 (Marco Maciel). Clique aqui para ver a letra do samba
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