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TEM ARTISTA NO SAMBA – TERCEIRO ATO
        

28 de outubro de 2024, nº 92


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TEM ARTISTA NO SAMBA – TERCEIRO ATO

O leitor mais antigo deste humilde espaço e deste SAMBARIO deve lembrar bem de duas colunas que publicamos aqui (a primeira em 2019, a segunda do início de 2021) listando personalidades da mídia e da música que, em algum momento da carreira, já se aventuraram na composição de um samba concorrente, vencedores ou não. Um nome muito presente nos últimos tempos é o do humorista Marcelo Adnet, mas figuras como Pedro Bial, Tato Falamansa e até Mister Catra (1968-2018) já estiveram por aqui.

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Anitta grava samba da Unidos da Tijuca ao lado de Ito Melodia. Cantora integra o time de autores da obra da escola para 2025. (Foto: Divulgação/Rio Carnaval)
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Mas estas honrosas presenças não param de aumentar. A lista dos famosos-compositores se atualiza impulsionado pelo fenômeno Anitta, que em 2025 é uma das autoras do samba-enredo que a Unidos da Tijuca levará para a Sapucaí em homenagem ao orixá Logun Edé – a obra já foi até matéria do “Fantástico”, da TV Globo. Mas a “Poderosa” dona do “Envolver” nunca anda só: ela divide a caneta com os peso-pesados Fred Camacho, Diego Nicolau, Estêvão Ciavatta (marido da apresentadora Regina Casé), Luiz Antônio Simas e companhia limitada.

Aproveitando-se da esteira do “furacão Anitta” e do fim do período de disputas visando os desfiles do ano que vem, vamos a mais uma leva de artistas-compositores - seja por uma única vez ou não.


ERI JOHNSON (Salgueiro 2025)

Eterno rei do Salgueiro, o ator entrou pela primeira vez na disputa de samba da sua escola do coração. E a estreia foi ao melhor estilo, integrando uma parceria com nomes do calibre de Fred Camacho, Luiz Antônio Simas, Diego Nicolau e Gustavo Clarão.

Bradando que “na curimba meu tambor é brabo”, a obra de Eri e seu super time chegou à final na Academia do Samba, acabando derrotada pelo samba de Xande de Pilares e parceiros.



JOJO TODDYNHO (Mocidade 2025)

Recentemente envolvida em polêmicas relacionadas à sua posição partidária, a cantora do hit “Que Tiro Foi Esse” bem que tentou repetir em Padre Miguel o sucesso da sua ex-amiga Anitta. A funkeira se juntou a parceira de Beto Corrêa – autor de clássicos da estrela-guia como “Criador e Criatura” (1996) - em sua primeira incursão no carnaval fora dos postos de musa e destaque.

Mas a primeira experiência de Jojo não foi um arraso: a obra caiu na semifinal.

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WAGUINHO (Salgueiro 2000)

Atualmente pastor evangélico e recém derrotado nas urnas na tentativa de virar vereador do Rio de Janeiro, o ex-vocalista do grupo Os Morenos se aventurou numa disputa de samba do Salgueiro: para o carnaval de 2000 (o enredo era "Sou Rei, Sou Salgueiro, Meu Reinado é Brasileiro"), ele assinou uma obra concorrente ao lado de Ronaldo e Carlos Ortiz – não há registros em áudio da composição na internet. A parceria chegou à final, tendo como um dos adversários o cantor Latino - já finalista na escola em 1997, como já relatamos numa lista anterior.

Apesar do apoio de colegas pagodeiros, o samba do cantor foi vaiado durante a apresentação – “O importante é concorrer”, tentou minimizar. Tanto Waguinho quanto Latino foram derrotados pelo samba de Fernando Baster, Touro e cia



Reportagem do Jornal Extra sobre a escolha de samba do Salgueiro para 2000, que o cantor Waguinho participou (Foto: Reprodução/Acervo Jornal Extra)

ANDERSON LEONARDO (Portela 2023)

Marcado por sua irreverência no palco e nas canções, o saudoso vocalista do Grupo Molejo era um especialista do samba em geral. Filho do lendário produtor Bira Hawaí e portelense assumido, o cantor falecido em 2024 entrou na disputa para assinar o hino do centenário da águia altaneira no carnaval de 2023, na parceria que reunia nomes como Celso Lopes, Charlles André e Gustavo Clarão.

A obra não avançou muito na disputa, ficando pelo caminho nas primeiras fases.

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AILTON GRAÇA (Mangueira 2022)

O renomado ator já foi mestre-sala dos Gaviões da Fiel e há anos participa da transmissão dos desfiles de São Paulo pela TV Globo – será um dos apresentadores em 2025, ao lado de Valéria Almeida e Everaldo Marques. Também é presidente da Lavapés, tradicional agremiação paulistana, e está no ar na novela das sete (Volta por Cima) como um empresário de ônibus casado com uma ex-rainha de bateria – interpretada por ninguém menos que Viviane Araújo. Mas para o carnaval de 2022, Ailton também mostrou a faceta de compositor ao entrar na disputa de samba da Mangueira para a homenagem à três históricos baluartes: Cartola, Jamelão e Delegado.

A parceria de Ailton chegou à semifinal da disputa. O ator voltaria a disputar na verde e rosa no ano seguinte.

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ELZA SOARES (Mocidade 2022)

A Mulher do Fim do Mundo já foi de quase tudo no carnaval: intérprete, rainha de bateria, destaque... e meses após ter sido homenageada pela escola do coração na Sapucaí, a eterna Deusa também tentou ter uma obra sua eternizada pela estrela-guia. Convidada pela parceria de Ricardo Simpatia, Elza disputou o concurso para a escolha do hino oficial do enredo “Batuque ao Caçador”.

A obra chegou à semifinal. E Elza não mais repetiu a incursão numa disputa de samba-enredo – a cantora morreu meses depois, em janeiro de 2022.

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Carlos Fonseca
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