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Começa aqui e agora a terceira parte do Dissecando as Justificativas versão 2020. Se você pegou o bonde andando: há duas semanas esta coluna reúne e comenta em quatro capítulos tudo (ou quase) que os julgadores deixaram nos mapas, com prioridade aos quesitos musicais, os quais esta coluna acompanha de forma mais apurada. Neste 2020, como sabido, LIESA e LIERJ, divulgaram seus respectivos cadernos com as justificativas das notas do carnaval que passou no dia 13 de março, ou seja, há quase um mês e meio.

Fernando Lima foi, sem dúvida, o principal personagem da apuração. Julgador do primeiro módulo de Alegorias e Adereços, ele não deu nenhuma nota dez e alguns de seus descontos chamaram a atenção. Vejamos:

Para a Mangueira, ele concedeu 9.7 por entender que as colunas marmorizadas da segunda alegoria tinham pouco recurso visual, falhas de execução e "laje sem expressão" da terceira e falta de harmonia na composição cromática na quarta.

Já para a União da Ilha, Fernando concedeu 9.8, um décimo a mais que a verde e rosa. Ele justifica, por exemplo, a falta de essência de alegoria no ônibus-alegoria que a escola apresentou, e imperfeições no acabamento das alegorias 3 e 5.

A Viradouro, campeã do ano, perdeu ao todo quatro décimos em Alegorias e Adereços - 0,1 foi pro descarte. Imaginou-se que o desconto total foi devido ao problema de iluminação na última alegoria, certo? Quase isso... Fernando Lima, o jurado que não deu um dez sequer que falamos no tópico anterior, até elogiou, mas concedeu 9,9 à escola de Niterói por entender que o tripé "Timbal Malê", que era um elemento surpresa dentro da bateria, destoou do conjunto alegórico e que seu efeito maculou a apresentação do conjunto alegórico.

Foi assim que Marcelo Figueira entendeu ao concedeu 9.8 ao Enredo da Unidos da Tijuca. Foi apontando, entre outros, uma quebra da linha temática a partir da ausência de um fio condutor.

BADEJO E SELMINHA

A experiente julgadora Beatriz Badejo descontou um décimo da Beija-Flor em Mestre-Sala e Porta-Bandeira. Na justificativa, argumentou: "Selminha Sorriso iniciou o bailado visivelmente tensa, com giros e movimentos de cabeça trêmulos, comprometendo o equilíbrio e a leveza de sua exibição".

Por outro lado, Selminha não gostou nada da cutucada.

NÃO IMPACTOU

Assim entendeu Gleice Ribeiro, que concedeu 9.8 a comissão de frente da Portela assinada por Carlinhos de Jesus - que deixou a escola após o carnaval. Ela ainda apontou na indumentária e em alguns momentos coreográficos.

A Grande Rio fez uma apresentação, mas os problemas na evolução - seja no começo com a demora no acoplamento do abre-alas ou no final, com passos apertados - custaram o tão sonhado título da tricolor caxiense. Abaixo, as justificativas das cinco notas 9.9 que afastaram a agremiação da disputa.

Com a evolução tirando a Grande Rio da disputa, a liderança por pouco não caiu no colo da Beija-Flor, que aquela altura já obtera três notas dez. Mas as duas notas 9.9 impediram a azul e branca de tomar a dianteira. A correria no fim do desfile foi canetada pelos dois últimos módulos.

MOCIDADE INDEPENDENTE... DE BANGU?

No quesito Enredo, uma justificativa que chamou a atenção não pela avaliação em si mas pelo erro geográfico. Marcelo Antônio Masô, ao justificar o 9.9 da Mocidade, escreveu que a escola era de... Bangu! Tudo bem que Padre Miguel e Bangu ficam uma do lado da outra, mas francamente... que mancada! Seria o mesmo que, por exemplo, dissessem que Buenos Aires ficava no Paraguai.

Ao dar 9.7 para as Fantasias da Mangueira, Regina Oliva apontou, dentre outras coisas, a "falta de carnavalização das perucas" de uma ala do desfile da verde e rosa.

"Sambando por aí" volta com a quarta e última parte, apresentado um resumo da Série A e da Intendente Magalhães.

Carlos Fonseca
Twitter: @eucarlosfonseca
Apresentador do Carnaval Show na Rádio Show do Esporte todas às quartas-feiras às 20h
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