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IMPÉRIO ANDREENSE

IMPÉRIO ANDREENSE

PRESIDENTE Henrique Torres
VICE-PRESIDENTE Caio Souza
CARNAVALESCO Leandro Ramos
INTÉRPRETE Henrique Torres
DIRETOR DE CARNAVAL Luiz Henrique
CORES  Verde, Azul, Amarelo e Branco
FUNDAÇÃO 23/08/2011
CIDADE-SEDE Santo André – SP
SÍMBOLOS Simbolo de Santo André, Coroa e Tigre

O GRESV Império Andreense foi fundada graças a curiosidade do presidente, que buscava de algum modo uma forma de ter um carnaval virtual, logo após ter encontrado a LIESV decidiu enfim fundar sua escola, aproveitando a cidade onde morava eis que foi batizada como Império Andreense, tendo como pavilhão inicial apenas o símbolo da cidade de Santo André (hoje em dia foi acrescentado a coroa e dois tigres).

Em 23 de Agosto de 2011 a escola foi fundada visando o carnaval de 2012 contratou inicialmente apenas o carnavalesco Rodolfo Santos, com o enredo sobre a Noite “A Hora Mística”, devido a imaturidade e falta de compromisso do carnavalesco a escola não desfilou.

Para o carnaval de 2013, o presidente deu outra chance para o Rodolfo, convidou o hoje em dia diretor de carnaval da escola Luiz Henrique para ser a voz da escola, contratou também o novato Caio Souza “Web Designer” para desenvolver e melhoras as imagens (Hoje uma peça fundamental em diversos grupos carnavalescos, principalmente na LIESV) e também deu a oportunidade para o Fernando Constâncio iniciar seus trabalhos carnavalescos (Hoje em dia é carnavalesco da escola real Jardim das Palmeiras, escola de Santa Catarina), com o enredo sobre os 125 anos da assinatura da Lei Áurea “Seja o negro da raça a mais bela, seu corpo será a tela e seu sangue a aquarela” a agremiação acabou terminando em 13° lugar.

No ano seguinte o carnavalesco Rodolfo Santos foi desligado da escola visto sua falta de compromisso com a mesma, e para seu lugar foi contratado Daniel Guedes, visto a diferença de traços e má distribuição de serviço o carnavalesco Fernando acabou se desligando da escola, com o enredo sobre Joias “Símbolo de Luxo e riqueza força e poder. Eu sou a joia que nasce na terra e no mar em pleno amanhecer” a escola conseguiu com que o grande Mestre Imperial e seu parceiro Leonardo Moreira compusessem para a escola tendo feito um samba magnifico, devido a alta disputa e problemas no áudio do desfile a escola acabou ficando novamente em 13º lugar, entretanto vendo diversos pontos a serem aproveitados principalmente a grata surpresa que foi os desenhos do carnavalesco Daniel Guedes.

Decidido a ganhar e sair do CAESV em 2015 o então presidente Henrique decidiu também assumir o microfone da escola para tentar assim sanar os problemas em áudio da escola dando sorte, repetindo a mesma equipe visual a escola com o enredo sobre Nzinga “Nzinga Manbde, a negra de Matamba rainha D’Angola na Corte Imperiana”, acertando o que tinha errado no ano anterior a escola conseguiu enfim subir para a LIESV terminando em terceiro lugar mas tendo a plena certeza que podia ter sido campeão, com um aspecto visual impecável e as melhores alegorias passada na João Jorge 30.

Para 2016, a escola sofreu algumas mudanças fundamentais, visto a desistência do carnavalesco alegando problemas de saúde, sendo incapaz assim de desenhar. A escola contratou o carnavalesco Kenneth Carvalho, junto com ele veio o interprete Bruno Ribeiro visando acertar de vez o problema vocal da escola. “Oju Orun, a princesa dos olhos cor do céu” foi o enredo que falou sobre Anastácia. No entanto, devido a problemas, a Andreense não conseguiu desfilar, voltando para o Grupo B, onde em 2017 ficou em 11º lugar.

Em 2018, a escola conquistou o título do Grupo B, subindo para o Grupo A em 2019, quando a agremiação também faturou o campeonato, subindo para o Grupo Especial.

Ano

Enredo

Colocação

2020 Goitacá 15º (Especial)
2019 Roma Negra 1º (A)
2018 Não chuta que é macumba! 1º (B)
2017 Eu ouvi, eu vi, e agora vou contar… Os caboclos não duvidarão dos mistérios da Amazônia 11º (B)
2016 Oju Orum, a princesa dos olhos cor de céu não desfilou
2015 Nzinga Manbde, a negra de Matamba rainha D’Angola na Corte Imperiana 3º (CAESV)
2014 Símbolo de Luxo e riqueza força e poder. Eu sou a joia que nasce na terra e no mar em pleno amanhecer 13º (CAESV)
2013 Seja o negro da raça a mais bela, seu corpo será a tela e seu sangue a aquarela 13º (CAESV)
2012 Hora Mistica não desfilou 

SINOPSE ENREDO 2020

Goitacá

Tupi mas não tupi. Goitacá!
Nesse idílico paraíso litorâneo de cores, sabores e seres fantásticos;
Tem-se na harmonia das espécies seu grande legado,
E a beleza pindorâmica nos ibirapitangas e manacás.
 
No pântano o índio é feroz;
Na dita lagoa feia em grupos fez-se morada,
Goitacá-Mopi, Goitacá-Jacoritó, Goitacá-Guassu e Goitacá-Mirim.
Em palafitas, nus, com grandes lanças, cabeludos e sem cocar;
O homem dos brejais, dos seus vizinhos era atroz.

Sob o olhar estrangeiro logo ele foi demonizado,
Eis os tais gigantes comedores de gente,
Era homem e bicho, era bicho e homem;
Abaytáquaa no mergulho era ñamaké, guaitacá veloz tornava-se xipára, waitaká feroz se fazia ponã,
Mortíferos caçavam tubarão a mão, sempre acompanhados por pequenos diabos;
Impiedosos, seres quase anfíbios, que sucumbiam a todo tipo de pecado.

Enfrentaram desbravadores, cegos pela ambição;
Aos donatários da São Tomé bradava “á leká”;
Na Vila da Rainha resistiu sem nunca perder a liberdade.
Aos sete capitães se imporiam sob o vale de cana,
Os agora ditos pacíficos até o fim não se deixaram escravizar;
E no plano da sesmaria européia, o “civilizado” foi aniquilar,
No covarde golpe, por varíola teve a extinção.

O esquecido índio ainda tinha muito a mostrar,
Peri o não Guarani, valente guerreiro, um Goitacá;
Na falange dos caboclos é o filho do sol, com as flechas do senhor da justiça.
Na antiga morada, os novos nadadores foram neles inspirar,
Nos campos ainda hoje seu orgulho ecoa;
“Auê, Imperatriz… Auê… Auê” revelou a tribo pra esse país,
Na terra dos índios Goytacazes se fez progresso e crescimento,
Em Campos dos tais índios, a memória insiste em agonizar.

“E Depois de exterminada a última nação indígena?”

Pesquisa e texto: Leandro Ramos.

Glossário

Tupi – o grupo indígena Tupi-guarani habitava quase a totalidade do território do litoral do Brasil no século XVI. Dentre as tribos estão os Tupinambás, Tupiniquins, Caetés, Tamoios, Potiguaras, Temiminós, etc;

Goitacá – tribo indígena que habitava a região norte fluminense e quase o total do território litorâneo do atual Estado do Espírito Santo, uma região rica em pântanos e brejais; Não pertenciam ao grupo Tupi-guarani, faziam parte da família Puri, do grupo Macro-jê, que habitavam o interior do Brasil; Foram erroneamente classificados como Tupis ao longo da historiografia; Eram considerados os índios mais selvagens do novo mundo;

Idílico – de caráter idílio; pastoril, puro, bucólico. Que é maravilhoso, ideal;

Pindorâmica – que faz referencia a Pindorama; “terra das palmeiras” como era denominada as terras do Brasil pelos índios do sul, antes da invasão européia;

Ibirapitangas e manacás – espécies de arvores muito ambulantes na mata atlântica; Ibirapitanga significa “madeira vermelha” e posteriormente foi denominada de Pau-brasil;

Goitacá-Mopi, Goitacá-Jacoritó, Goitacá-Guassu e Goitacá-Mirim – Subgrupos da tribo Goitacá, têm-se pouca informação de como eles eram diferidos, mas provavelmente isso se dava pela região do litoral a qual eles habitavam (brejo, planície, costa);

Atroz – cruel, difícil de controlar ou tolerar; lancinante, intolerável;

Abaytáquaa – uma das prováveis origens do termo Goitacá é uma palavra Tupi que significa “gente que nada” ou algo semelhante, isto devido os mesmos serem exímios nadadores;

Ñamaké – era como os Goitacá denominavam os peixes (língua Puri); diziam que os nativos se consideravam zoomórficos, ou seja, que tomavam formas de animais;

Guaitacá – outra provável origem do termo que denominou a tribo, termo também Tupi que significa grandes velocistas – ou corredores, outra grande habilidade dos mesmos;

Xipára – era como os Goitacá denominavam os pássaros (língua Puri);

Waitaká – mais uma da provável origem do termo que denominou a tribo, outro termo Tupi que significa voraz, destemido. Característica que mais impressionava os “visitantes” que por ali passavam;

Ponã – era como os Goitacá denominavam as onças (língua Puri); Ser mais respeitado pela tribo, os índios só comiam a carne do felino em rituais;

Da São Tomé– trata-se da capitania hereditária de São Tomé, também conhecida como Capitania do Paraíba do Sul, foi criada em 1536 entregue pelo rei de Portugal, Dom João III, ao donatário Pero de Góis. Basicamente formada pelo sul do ES e norte fluminense; Foi considerada uma das piores capitanias, devidos a suas condições naturais (pântanos e brejos);

Á leká – termo muito repetido pelos nativos aos primeiros grupos que tentaram filmar posse nas terras que os mesmo habitavam; em Puri significa “eu moro aqui” ou “esse é meu lugar”;

Vila da Rainha – Vila criada por Pero de Góis onde dizem hoje esta localizada a cidade de Campos dos Goytacazes (apesar de isso gerar muitas duvidas pelos historiadores), mas de fato a mesma provavelmente foi implantada as margens do rio Paraíba do Sul como a cidade citada;

Sesmaria – terreno abandonado ou inculto que os reis de Portugal cediam aos novos povoadores;

Varíola – é uma doença altamente contagiosa, desfiguraste causada pelo vírus da varíola; Os portugueses que tomaram posses na sesmaria no fim do Sec. XVIII, depois das inúmeras tentativas – sem sucesso – de escravizar os indígenas para o cultivo de cana-de-açúcar, abandonaram roupas e utensílios contaminados por varíola nas trilhas, provocando assim a o extermínio de mais de 12 mil índios que não possuíam nenhuma imunidade a nova doença;

Peri– protagonista do romance “O Guarani” escrito José de Alencar em 1857; Um dos principais livros do romantismo nacional, também ganhou fama devido à adaptação para ópera por Carlos Gomes em 1870. Apesar do titulo do romance, Alencar deixa claro em uma passagem que Peri era um líder Goitacá, alto, com longos cabelos e demais características que se associava a tribo. E que Guarani era denominado pelos brancos de forma pejorativa, todos os índios da época.

Falange dos caboclos – segundo a Umbanda é um grupo de caboclos (seres encantados) que se caracterizam pelas vibrações originarias dos orixás;

Auê, Imperatriz… Auê… Auê – no ano de 2002 a Escola de Samba Imperatriz Leopoldinense apresentou na marques de Sapucaí o enredo “Goitacazes… Tupi or not tupi in a south american way”. Contrariando a prefeitura de Campos que patrocinou a escola para que a mesma homenageasse as belezas e riqueza da cidade, a carnavalesca Rosa Magalhães resolveu usar os primeiros habitantes daquele local como caminho para traçar uma tese sobre o papel da antropofagia na cultura brasileira. Dedicando aos Goitacá dois setores que exaltavam a fama de canibal dos mesmos, como as habilidades que caracterizava a tribo. Tendo o carnaval revelando de vez essa tribo para todo o país.