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Oju Orum, a princesa dos olhos cor de céu
SINOPSE ENREDO 2016

Oju Orum, a princesa dos olhos cor de céu


Era uma vez o reino de Bantu, onde tambores anunciavam a chegada da linda princesa Oju Orum, nome que significa olhos cor de céu. Diferente dos contos de fadas, onde se tem uma princesa branca e apaixonada, vamos exaltar uma personagem real Africana, que não nos encanta pela sua história de amor, e sim por sua bravura na luta pela liberdade.

Angola foi sua terra, onde viveu com seus súditos em meio a savana e os cultos nativos de sua origem, até o momento em que foi separada de sua cultura e de seu povo, e levada a um futuro pouco majestoso e cheio de sofrimento.

Em vez de uma carruagem embarcou em um navio negreiro chamado Madalena, rumo à escravidão, com outros 112 negros Bantus, vinha, também, toda uma família real, de “Galanga”, que era liderada por um negro, que mais tarde se tornaria famoso, conhecido pelo nome de “Chico-Rei”, juntos singraram os mares rumo aos grilhões.

Ao desembarcar no Brasil, foi batizada de Anastácia. Era bonita de dentes brancos e lábios sensuais. Nos seus olhos azuis, sempre se notava uma lágrima a rolar silenciosa. Iniciou como mucama de uma família nobre que, ao regressar a Portugal, a teria vendido a um rico senhor de engenho. No canavial seu sofrimento aumentou com o trabalho árduo. Sua beleza atraia os olhares dos senhores e o ciúme das senhoras.

Anastácia em vez de ter um príncipe encantado, foi sacrificada pela paixão de um dos filhos de um feitor a quem ela não correspondia, resistindo bravamente o quanto pode aos assédios; depois de ferozmente perseguida ela foi violentada.

A bruxa malvada dessa história foi principalmente a ignorância da época. Alimentados pelo ódio, cultivado pela resistência aos assédios e pela beleza da princesa que causava inveja as mulheres, foram além, cobrindo sua boca com uma máscara de folha de flandres que só era retirada para alimentação. Também foi colocado um colar de ferro dos escravos fujões, pois Anastácia os ajudava a fugir das senzalas, assim viveu durante anos amordaçada, presa e submissa aos algozes.

Anastácia tinha o poder de cura, e antes de morrer de gangrena pelo uso da máscara, curou o filho do senhor de engenho, isso fez com que ela até hoje seja adorada como uma santa heroína, um símbolo da luta pelo fim da escravidão, muitos a tem devoção e até hoje acredita no seu poder.

Nossa história não tem o tradicional final feliz, mas deixa uma mensagem sobre a importância da escrava e princesa Anastácia na luta pela liberdade e igualdade.

Carnavalesco: Kenneth Carvalho
Texto e Autor: Kenneth Carvalho