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TOP 10 SAMBARIO – SAMBAS QUE FALAM SOBRE O DESCOBRIMENTO DO BRASIL MAIS FAIXAS-BÔNUS
Semana Brasil – Parte 2

TOP 10 SAMBARIO – SAMBAS QUE FALAM SOBRE O DESCOBRIMENTO DO BRASIL, MAIS FAIXAS-BÔNUS


Coluna anterior: Top 10 Sambario - Sambas que falam sobre Povos Indígenas

26 de abril de 2023, nº 59

Domingo, 23 de abril. Dia de Cowboy Jorge, como diria a música de Jorge Benjor. E o dia do santo guerreiro encerra uma série de datas importantes no Brasil na última semana, que estamos chamando de Semana Brasil, que inclui as comemorações do Dia dos Povos Indígenas (19 de abril), Tiradentes (21), Descobrimento do Brasil (22) e São Jorge (23).

Nesta segunda e última parte da Semana Brasil, vamos listar dez sambas enredos que tratam sobre as comemorações dos últimos dias.

DESCOBRIMENTO DO BRASIL

10º lugar – “Treze Naus” (Portela 1969)

Em 1969, a tarefa de desenvolver o carnaval da Portela coube a Clóvis Bornay, uma das figuras mais importantes do carnaval carioca. Ficou definido que o enredo seria sobre a saga de Pedro Álvares Cabral, que, segundo a historiografia da época, partindo de Portugal em direção às Índias, acabou descobrindo o Brasil, para a glória de dois povos. Chamava-se, então, “Prosocopédias cabralinas”, e só mais tarde passou a ter seu título definitivo, “As Treze Naus”.

O samba, de autoria de Ari do Cavaco, na voz de Silvinho do Pandeiro, conquistava o público já no início da apresentação, prenúncio de um grande espetáculo. Um leme, tendo ao fundo um mapa do Brasil na época do descobrimento, abria o desfile. Seguiam-se alegorias com a chegada das caravelas ao Brasil, outra com o brasão de Portugal e uma esfera com a cruz de malta, além de estandartes com o brasão dos comandantes das naus.
 
Saindo de Portugal
Trazendo sob o seu comando treze naus
Com destino às índias
Seguia Pedro Álvares Cabral
Mas ao se afastar das calmarias
(Ary do Cavaco)
 
Enredo da Portela em 1969 contava a Pedro Álvares Cabral, que segundo a historiografia da época, partia de Portugal em direção às Índias, e acabava descobrindo o Brasil, para a glória de dois povos. Foto: Blog GRES Portela.

9º lugar – “O Descobrimento do Brasil” (Acadêmicos do Salgueiro 1962) / “O Caso do Por Acaso” (Salgueiro 1995)

Em 1962, os tambores do Salgueiro bateram para lusitanos, Netuno, sereias, caravelas e para os povos originários de Pindorama. A vermelho e branco tratou de entoar a epopeia da invasão lusitana, numa visão épica sobre o descobrimento do Brasil. Era de fato um enredo ufanista, com samba cheio de lara-rás.

Para o desfile de 1962, Arlindo Rodrigues assumiu o comando artístico da escola devido à saída de Fernando Pamplona, em solidariedade à saída do presidente da escola, Nelson de Andrade, que foi sucedido no poder pela figura polêmica de Osmar Valença. O enredo “O Descobrimento do Brasil” surgiu após a estreia do espetáculo homônimo no Theatro Municipal do Rio de Janeiro. A obra era baseada na composição formada por quatro suítes de Heitor Villa-Lobos, que inclusive haviam servido de trilha musical para o filme “O Descobrimento do Brasil”, de Humberto Mauro, lançado em 1936. O enredo foi dividido em três partes: a despedida de Portugal, a viagem e a chegada.

Quanta beleza se encerra
Nesta linda terra de encantos mil
Recordamos mais um trecho de glória
Da História do Brasil
(Geraldo Babão)

A ala de índias coreografadas pelo balé folclórico de Mercedes Baptista no carnaval de 1962 (Revista O Cruzeiro, 24/03/1962). Foto: Blog Sal60.

8º lugar – “O Descobrimento do Brasil” (Mocidade Independente de Padre Miguel 1979)

Para Arlindo Rodrigues, o tema “Descobrimento do Brasil” foi recorrente e uma espécie de amuleto. Além de ter sido apresentado no Salgueiro em 1962, desenvolveria o mesmo enredo 17 anos mais tarde. “O Descobrimento do Brasil” daria à Mocidade Independente, em 1979, o primeiro título da sua história entre as escolas do grupo de elite do Carnaval carioca. Veio o campeonato para a verde e branca, mas também vieram outros prêmios: Arlindo ainda viria a faturar o Estandarte de Ouro de melhor enredo.

O enredo misturava lendas e realidade, e era dividido de forma bastante clara. Começava pela saída da expedição dos portugueses rumo às Índias. Depois, a calmaria e a atuação de Netuno, o deus do Mar, para levar os navegantes rumo às novas terras que seriam descobertas.

“O Descobrimento do Brasil” foi também a obra inacabada de Arlindo. Em 1987, o artista estava empenhado em encenar um espetáculo à imagem e semelhança do que vira no Municipal em dezembro de 1961. Não deu tempo. Arlindo morreu naquele ano sem ver sua obra derradeira no palco.

Partiu de Portugal com destino as Índias
Cabral, comandando as caravelas,
Ia fazer a transação
Com o cravo e a canela
(Toco e Djalma Crill) 

“O Descobrimento do Brasil” deu à Mocidade, em 1979, o primeiro título da sua história entre as escolas do grupo de elite do carnaval carioca. Foto: Blog Ouro de Tolo

7º lugar “Viagem Encantada Pindorama a Dentro” (Império Serrano 1973)/ “Na Terra do Pau-Brasil Nem Tudo Caminha Viu” (Império Serrano 1981)

Após o título obtido no ano anterior (1972), o Império entrou na avenida com uma grande expectativa. O carnavalesco Fernando Pinto assinou seu terceiro carnaval apostando numa temática diferente dos últimos anos. Em “Viagem Encantada Pindorama a Dentro”, o artista tropicalista misturou história e fantasia para contar como era o Brasil antes da chegada dos portugueses.

A narrativa era dividida em quatro quadros: começava em Pindorama (primeira etapa); passava pela Ilha de Vera Cruz (segunda etapa), chegando à Terra de Santa Cruz (terceira etapa); e, finalmente, o Reino Encantado do Upabuçu (quarta e última fase), onde morava o amor de Iara, personagem principal do enredo.

Outros destaques estéticos foram o grande arco-íris que anunciava a chegada ao reino encantado e as Iaras com lindas caudas prateadas que reluziram durante o dia.

Venha ver o Império, minha gente

Um navegante procurando Upabuçu
Ansiosamente
No pavão misterioso
Via a sereia do mar
Em Pindorama coisas lindas
Até o Boitatá
(Wilson Diabo da Cuíca, Carlinhos e Malaquias) 

O grande arco-íris que anunciava a chegada ao reino encantado foi um dos destaques do desfile do Império em 1973. Crédito: Dossiê Carnavalize.

Já no carnaval de 1981, o Império Serrano infelizmente deixou uma impressão ruim. O enredo “Na Terra do Brasil, Nem Tudo Caminha Viu” procurou passar aquilo que Pero Vaz de Caminha não conseguiu ver quando desembarcou no Brasil em 1500 ao lado de Cabral.

Segundo a sinopse, assinada pelos carnavalescos Luiz Fernandes e Ricardo de Aquino, os três quadros do enredo representariam os povos que supostamente formaram os índios brasileiros, a natureza e riquezas naturais do país descoberto, e ainda a relação do brasileiro com os mitos que caracterizavam os espíritos ingênuos dos antepassados.

O tema não causou empatia com o público. A agremiação deveria ter descido para o segundo grupo pela segunda vez em sua história, depois da débâcle de “Oscarito, Carnaval e Samba — Uma Chanchada no Asfalto” (1978). Uma daquelas manobras tradicionais do carnaval aumentou o primeiro grupo de dez para 12 escolas (todas desfilavam na mesma noite, não custa lembrar), e o Reizinho de Madureira foi mantido.

Maravilhosa terra
De legendas que o passado não contou
Hoje o Império Serrano
Vem com Pero Vaz de Caminha
O célebre eminente precursor
(Jorge Lucas e Edson Paiva)

O enredo de 1981 procurou passar aquilo que Pero Vaz de Caminha não conseguiu ver quando desembarcou no Brasil em 1500 ao lado de Cabral. Foto: Reprodução Youtube.

6º lugar “Por Mares Nunca Dantes Navegados” (Imperatriz Leopoldinense 1976) / “Viagens Fantásticas às Terras de Ibirapitanga” (Imperatriz Leopoldinense 1977)

No desfile de 1976 a Imperatriz Leopoldinense apresentou “Por mares nunca dantes navegados”, do carnavalesco Edson Machado. O tema tratou da descoberta do Brasil, da saída dos navegadores de Portugal que, através de heroísmo e fé, partiram por mares nunca dantes navegados em busca de outras terras,como China, Índia, África e finalmente Brasil. Suas naus cortando a branca espuma chegam afinal à grande ilha, onde tornam um sonho em realidade.

Ao sabor das ondas vem as naus
A branca espuma cortando
E chego afinal
À ilha verde sem fim
Onde num belo dia
A saudade se fez bonança
Ao chegar na Terra da Esperança
(Gibi, Sereno e Guga) 

Capa da revista da Imperatriz Leopoldinense para o carnaval de 1976.

Já no carnaval do ano seguinte, a comissão carnavalesca liderada pelo jovem Max Lopes procurou dar seguimento a este trabalho. “Viagem Fantástica às Terras de Ibirapitanga” é o desbravamento pelo sertão misterioso e enfeitiçado. A preciosa terra do pau tinta despontava como uma região tão sonhada das minas fabulosas e de tesouros embriagantes. Por essas eras noticiava-se em Portugal que aqui na Ilha de Vera Cruz, posteriormente Terra de Santa Cruz e finalmente Brasil, havia enormes riquezas.

Partiram caravelas de Portugal
Em busca de riquezas
Das terras descobertas por Cabral
Seguindo por caminhos verdejantes
Chegam às terras dos Incas
Uma paisagem colossal
(Wálter da Imperatriz, Carlinhos Madrugada e Nélson Lima) 

Capa da revista da Imperatriz Leopoldinense explanando o enredo do carnaval de 1977.

5º lugar “Na Terra dos Papagaios, Navegar Foi Preciso” (Unidos da Tijuca 2000)

O enredo da Unidos da Tijuca para o ano 2000, “Terra dos Papagaios… Navegar Foi Preciso”, do carnavalesco Chico Spinoza, contou a história da expedição que resultou no Descobrimento e a primeira semana do Brasil. No entanto, houve polêmica no desfile.

Uma das alegorias teria uma imagem de Nossa Senhora da Boa Esperança e uma cruz, e a Igreja Católica reclamou. Chico Spinoza chegou a ser detido e o delegado que ordenou a retirada (ou cobertura das imagens) disse que a Tijuca já havia conquistado os 15 minutos de fama que queria, pois ficaria nas últimas colocações de novo. A alegoria entrou com imagens tapadas, mas, para o bem do Carnaval, a previsão do delegado não se concretizou.

Visualmente a Tijuca esteve muito bem, com as alegorias e fantasias muito bem acabadas e idealizadas. O carro “O Venturoso”, por exemplo, representava uma grande caravela e era precedido por componentes com pernas de pau representando cavaleiros da ordem de cristo. Já a alegoria “Terra dos Papagaios” estava multicolorida, simbolizando a natureza encontrada pelos navegadores na chegada.

Caravelas ao mar, expedição
Obrigado Cabral, quanta emoção
Terra à vista!
O despontar dessa nação
(Henrique Badá , Jacy Inspiração e Édson de Oliveira) 

A Unidos da Tijuca em 2000 relembrou a expedição que resultou no Descobrimento do Brasil. Crédito: Site Apoteose.Com

4º lugar “O Gigante em Berço Esplêndido” (Beija-Flor 1984)

Em 1984, no desfile inaugural do primeiro grupo na história do sambódromo da Marquês de Sapucaí, a Beija-Flor, campeã do ano anterior, apostou num enredo que exaltava a força de vontade do povo brasileiro e como isso poderia mudar o país.

Dizia a sinopse, assinada por Joãosinho Trinta, que “o deus Netuno abriu os caminhos dos mares para os portugueses, passando pela formação da raça brasileira a partir das três raças que se miscigenaram – branca, negra e índia – até a formação de uma nova era em que, como povos descobridores, enfrentando todos os monstros, seremos vencedores somando nossas riquezas, porque quem soma não deve”.

Como sempre, as alegorias e fantasias eram grandiosas e muito bem acabadas e um inegável luxo e requinte, como nas alegorias que representavam as florestas brasileiras e os monumentos construídos pelo nosso povo.

Navegando rumo as Índias
E sonhando com riquezas
Caravelas portuguesas
Os deuses, outros caminhos destinaram
(Neguinho da Beija-Flor e Nêgo)

Beija-Flor finalizando seu desfile na antiga Praça da Apoteose, no carnaval inaugural do Sambódromo do rio de Janeiro em 1984. Crédito: Blog Ouro de Tolo.

3º lugar – “Quem Descobriu o Brasil, Foi Seu Cabral, no Dia 22 de Abril, Dois Meses Depois do Carnaval” (Imperatriz Leopoldinense 2000)

Na teoria, o tema que a Imperatriz Leopoldinense levou para o carnaval temático do ano 2000 – o Descobrimento do Brasil –era muito manjado, mas Rosa Magalhães conseguiu sair da mesmice. Isso porque o enredo, em vez de se ater pura e simplesmente à chegada dos navegadores ao Brasil, contava toda a expedição que saíra de Portugal.

O título “Quem Descobriu o Brasil Foi Seu Cabral, no Dia 22 de Abril, Dois meses Depois do Carnaval” homenageava o trecho de uma marchinha de Lamartine Babo. A comissão de frente representava “os perigos do mundo desconhecido” e deu show novamente, com seus integrantes carregando belos adereços de mão que, em determinada posição dos componentes, formavam uma caravela, interagindo com o belíssimo abre-alas.

O sétimo e último carro era irreverente e todo esverdeado, e representava a alegria pela descoberta da nova terra, “dois meses depois do Carnaval”. Havia nele uma enorme figura de Rei Momo e outra, menor, do compositor Lamartine Babo.

Tão linda, tão bela
Paraíso tropical
Foi seu Cabral quem descobriu o Brasil
Dois meses depois do carnaval
(Marquinhos Lessa, Guga, Tuninho Professor, Amaurizão e Chopinho)
 
Imperatriz Leopoldinense no carnaval do ano 2000. Verde e branco de Ramos conseguiu sair da mesmice ao apresentar  enredo sobre o descobrimento do Brasil. Foto: Ivo Gonzales / Agência O Globo.

FAIXAS-BÔNUS

SÃO JORGE – OGUM

2º lugar “O Intrépido Santo Guerreiro” (Império da Tijuca 2007) / “Salve Jorge! O Guerreiro na Fé” (Estácio de Sá 2016) / “Ogum” (Alegria da Zona Sul 2016)

Em 2007, a Império da Tijuca emocionou a Sapucaí contando a saga de São Jorge, um dos santos de proteção da escola, tema desenvolvido pelo carnavalesco Sandro Gomes. O samba-enredo, assinado por um compositor solitário, Bola, conquistou três notas 10. O resultado foi o melhor samba da safra do Grupo 1 naquele ano, recebedor do prêmio Estandarte de Ouro de Melhor Samba-enredo da categoria.

Império da Tijuca emocionou a Sapucaí em 2007, contando a saga de São Jorge. Foto: Reprodução/Youtube.

E ao chegar no Brasil
Com o sincretismo, no tempo da escravidão
Foi batizado de Ogum
É fogo, é ferro, é graça para cada um
Ele é que vence a demanda
Seja na Umbanda ou no Candomblé
Se hoje tem cavalhada
Amanhã tem congada pro santo de fé
(Bola)

Nove anos depois, a tradicional Estácio de Sá honrou o seu retorno ao Grupo Especial, de onde estava longe desde 2007. Com o enredo ʺSalve Jorge! O Guerreiro na Féʺ, a agremiação contou a história de um dos santos mais populares entre os sambistas. O desfile também marcou o reencontro da Estácio com Chico Spinosa, carnavalesco com quem a escola garantiu seu último campeonato na elite, em 1992.

A Estácio fez um desfile luxuoso contando a história de São Jorge, até sua popularização no mundo. As lendas envolvendo o personagem foram narradas durante o desfile, assim como a devoção dos brasileiros, com direito a uma procissão fechando a apresentação.

Sou teu fiel seguidor, meu cavaleiro
por dia mato um dragão, sou brasileiro
Estácio veste seu manto carregado de axé
Salve Jorge, guerreiro na fé
(Adilson Alves, André Felix, Edson Marinho, JB, Jorge Xavier e Salviano)

Estácio de Sá foi a primeira escola a entrar na Sapucaí no carnaval de 2016 e levou à avenida enredo sobre São Jorge. Foto: Tomaz Silva/Agência Brasil.

Também no ano de 2016, só que pelo Grupo A (Acesso ou segunda divisão), a Alegria da Zona Sul apresentou o enredo “Ogum”, na Marquês de Sapucaí. O desfile apresentou coreografias ligadas ao reino do orixá (que é sincretizado com São Jorge) das ferramentas, batalhas e caminhos. A vermelho e branco de Copacabana mostrou superação diante dos últimos carnavais, apresentando belíssimas fantasias, com requinte nos acabamentos, misturando cores, além de criatividade e muito luxo.

A escola apresentou uma divisão em quatro setores: O primeiro, representou a África e o nascimento de Ogum; o segundo, a parte das ferramentas, a metalurgia; o terceiro, a coroação de Ogum no reino de Irê; e o quarto e último, o sincretismo religioso.

Quando toca o adarrum
é batuque pra Ogum... axé (axé, axé)
Patakori guerreiro, nos abençoai
Ogunhê, meu pai
(Pixulé, Thiago Meiners, Rafael Tubino, James Bernardes, Alex Bagé, André K, Gilson, José Mario, Júnior e Victor Alves)
 
A Alegria da Zona Sul mostrou superação diante dos últimos carnavais, com o enredo sobre Ogum (2016). Crédito: Acervo O Globo.

TIRADENTES

1º lugar – “Exaltação a Tiradentes” (Império Serrano 1949)

Considerado obra prima, o samba “Exaltação à Tiradentes”, de autoria de Mano Décio da Viola, Estanisláu Silva e Penteado, rendeu o bicampeonato à escola da Serrinha no carnaval de 1949. O Império Serrano, fundado três anos antes, em 1947, resultado de uma cisão da Prazer da Serrinha, viria a partir desta vitória se consolidar como a terceira força do carnaval carioca e talvez a principal escola dos anos 50.

De acordo com levantamento feito pela psicóloga francesa Monique Augras, em seu livro O Brasil do Samba-Enredo (FGV, 1998), Tiradentes foi o vulto nacional mais citado em sambas-enredo no período em que as escolas de samba eram obrigadas a abordar temas da História nacional (1948-75).

Mas foi só uma vez que o herói teve uma homenagem exclusiva. No bicampeonato do Império Serrano, em 1949, com o antológico “Exaltação a Tiradentes”.

Joaquim José da Silva Xavier
Morreu a 21 de abril
Pela independência do Brasil
Foi traído e não traiu jamais
A inconfidência de Minas Gerais
(Mano Décio da Viola, Penteado e Estanislau Silva)
 
Mano Décio da Viola, um dos autores do antológico samba “Exaltação a Tiradentes”. Crédito: Site oficial do GRES Império Serrano.

Gerson Brisolara (Rixxa Jr.)
rixxajr@yahoo.com.br