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RAÍZES

RAÍZES

PRESIDENTE Eduardo Nunes
VICE-PRESIDENTE Murilo Sousa
CARNAVALESCO Eduardo Nunes
INTÉRPRETES João Pinho, Raoni Ventapane e Pedro Caetano
CORES Azul e Branco
FUNDAÇÃO 22/02/2008
SITE http://gresvraizes.blogspot.com/
CIDADE-SEDE Rio de Janeiro-RJ

Nasceu de um sonho azul e branco esta escola. Era Fevereiro de 2008, dia 22, quando o carioca Eduardo Nunes, escreveu a escola no grupo de avaliação da Liga de Escolas de Samba Virtuais. Faltavam apenas algumas horas para fecharem as inscrições. A escola nasceu como a "escola do eu sozinho" já que o presidente ocupava o cargo de carnavalesco e intérprete também. Perto do carnaval, chegou Murilo Sousa, baiano de voz inconfundível para cantar.

O nome da escola de samba foi inspirado no belo desfile de 1987 da Vila Isabel (sua madrinha no carnaval real) na qual foi censurado pela ditadura militar e acabou dando enredo para o primeiro desfile das Raízes. Este desfile, embora pouco badalado, fez bonito na Jorge 30, e emocionou quem acompanhava a CAESV 2008, a escola obteve o direito de entrar na Liga, com um belo terceiro lugar num universo de cerca de 40 escolas inscritas na CAESV. Nascia assim a mais nova azul e branca da LIESV que teve como madrinha no carnaval virtual a Princesa da Zona Norte, escola comandada por João Pinho e André Rodrigues.

No acesso da LIESV em 2009 a escola fez um desfile em homenagem ao bravo país do Timor Leste. Para esse carnaval, a escola contou com Amanda Ramos, assistente do carnavalesco Eduardo Gonçalves da Paraíso do Tuiuti.

Ano

Enredo

Colocação

2011 Entre voltas, revoltas... reviravoltas -
2010 Nuitrópolis - As Luzes da Cidade 7º (Acesso)
2009 Lorosae Timur. Histórias de coragem escritas com amor. Meu pequeno Timor

7º (Acesso)

2008 O Povo Canta o Brasil que Resistiu - Os 21 Anos de um País Sem Lenço Nem Documento

3º (CAESV)


SINOPSE ENREDO 2011

Entre voltas, revoltas... reviravoltas

Autor
Eduardo Nunes

Sinopse

Aos meus pais disse adeus
Seguirei nesse mundo de meu deus
Porta afora ganhei o mundo
No encontro mais profundo com meu novo universo

Meu verso correrá caminhos perdidos ao redor do planeta
Vou com Verne, Cabral, Fernão pelo Mundo Novo ou não
Em oitenta dias na fantasia, nas letras da ilusão

E as ondas trazem novamente
Às praias as tartarugas descendentes
Migram em retorno belas aves no horizonte
A natureza refaz o caminho, pelo destino mais exuberante

Ah meu coração! Volto a te ouvir de fato
Te trago do fundo da alma, do escuro, do anonimato
Rasgo meus planos e faço serenata na tua calçada
Para arder nosso amor com a poesia da flor
Para poder te chamar novamente de amada

Ah, mas se tu não me quiseres de volta, me revolto
Faço a revolução
Sou amante, poeta, dono de seu coração

Fui te buscar em novas terras no porão de um Tumbeiro
Do sol me ergui forte, afro-brasileiro
Filho da liberdade, não aceito o açoite, sou guerreiro
No islã fui Malê
Ao lado de Zumbi, fiz Palmares crescer
Na Senzala reconstruí minha África,
Só para o seu beijo poder ter

Subimos o morro, fizemos nosso palácio em forma de barraco
De fato, a Chibata que deixara marca em minha alma
Plantou semente de revolta que joguei ao chão de minha palma
Viramos bondes na Pequena África contra o abuso de Estado
A vacina é um terror, um real assassinato

Fomos retratados em Sampa, na modernidade transmestiça
Na Paulicéia que desvairou a elite esquisita
-Seu Getúlio não a prenda, por favor !
Minha nêga, nega que é comunista, sim senhor 

E a bomba que explodiu do outro lado do planeta
Fez a multidão se levantar contra a guerra
Erra quem pensa que sua ganância dominará a Terra

Reviravoltas eu dei nos cursos História
Contra uma longa ditadura neste chão lutei
Construí nova trajetória
De cara pintada tirei o poder sem retirar minha glória

Reconstruirei nossa estrada
Pois terei você ao longo dessa caminhada

Um dia sem sede e com sede de vencer
Vi a festa da raça, a Kizomba acontecer
Numa quarta-feira de cinzas genial
Que o destino não deixou reviver pelo dilúvio, pelo temporal

Mas quando as nuvens cessarem. Ah! Quando o sol se abrir...
Iluminando os meus passos, poderei sorrir
Um bom filho a casa retorna
Já será hora de voltar ao lar
Minha família, meus pais
Poder reabraçar
Contar essas voltas, revoltas, reviravoltas que vivi

Verso a Verso

A escola abre seu desfile com a saída de casa de um garoto que vai buscar outros rumos na sua vida. Deixa a sua casa para das suas voltas no mundo.

Daí ele embarca nas voltas físicas e imaginárias que se dá no mundo. Com os navegadores Fernão de Magalhães (que realizou a viagem da circunavegação) e Pedro Alvares Cabral ele embarca na expansão marítimo-comercial da Idade Moderna. O livro do Júlio Verne guia os passos de nosso viajante a dar a volta ao mundo em 80 dias, na obra de mesmo nome.

Daí ele observa os fluxos migratórios dos animais pelo planeta. As espécies que voltam ao lugar em que nasceram para reproduzir, as aves que vem e vão no céu... Ele observa também a natureza a se recriar, reinventar.

Neste momento, nosso protagonista clama pelo amor de sua amada (imaginária) de volta.

O garoto embarca num navio Negreiro, chamado de Tumbeiro para poder procurar sua amada levada como escrava para o Brasil. Se torna escravo e também se torna um revoltado. Ele faz parte do Levante dos Malês e do Quilombo dos Palmares.

Liberto das amarras da escravidão ele sobe a favela e do alto da cidade comanda outras revoltas, como a Chibata e a Revolta da Vacina, na capital, o Rio de Janeiro.

Mestiço que é, fica retratado na revolução da arte nacional, na Semana Moderna de 1922 em São Paulo. Também retrata as revoltas políticas no ideário comunista que incomodavam o Estado Novo de Getúlio Vargas.

Participa os movimentos mundiais de “No War” no pós segunda guerra mundial. Tais movimentos ainda geraram a revolução sexual e da juventude ocidental.

No Brasil ele luta contra a ditadura militar e depõe um presidente do poder pintando a cara. 

Nosso protagonista assiste ao desfile da Kizomba da Vila Isabel em 1988. Vê que uma escola sem sede física, mas com muita sede de vencer pode fazer a revolução no carnaval. Mas o desfile não pôde ser repetido no desfile das campeãs pelo temporal que desabou na cidade, matando vidas, inclusive, na comunidade da Vila, o Morro dos Macacos. A tempestade que desabou sobre a Vila tem duplo sentido no enredo com a tempestade que desabou sobre nossas cabeças na queda da Raízes de grupo.

Finalmente nosso garoto volta pra casa cheio de histórias para contar, pois voltas, revoltas, reviravoltas, o mundo dá.