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Edição nº 19 - 24/12/2008 AS 10 MELHORES GRAVAÇÕES DE SAMBAS-ENREDO DO RIO EM TODOS OS TEMPOS - Indo no embalo do nosso colunista Rixxa Jr, que sempre traz em sua coluna TOP 10 interessantes do nosso carnaval, também me prontifiquei em realizar um ranking dos 10 mais. Há alguns editoriais, fiz uma lista com os 10 melhores intérpretes nas gravações do disco. Agora, é a vez de eleger os 10 melhores registros fonográficos de sambas-enredo do Rio desde o primeiro disco, lançado no carnaval de 1968. Muitas vezes, uma gravação bem sucedida acaba por dar a um samba uma qualidade maior do que este realmente possui. Ou, pelo contrário, uma gravação ruim pode tirar boa parte do brilho de uma obra. Para a elaboração deste ranking, foram levados em conta a emoção da faixa, o crescimento do samba-enredo, as interpretações magistrais tanto do intérprete quanto do coral... Eis a lista! 10º "Feliz por um Dia" (Lins Imperial - 1985) - O samba é apenas razoável, passaria despercebido na excelente safra do Grupo de Acesso de 1985. Porém, a faixa da Lins ganhou, no LP, uma interpretação magistral de Rico Medeiros. Com emoção, o cantor (que na época também era a primeira voz do Salgueiro) valoriza cada verso da obra, inserindo um lirismo ainda maior do que a melodia possui e colaborando para o crescimento do samba na segunda passada, graças à força do coral que não fica devendo em nada com relação à atuação de Rico. É o típico samba que tem um notável crescimento graças a uma extraordinária gravação. Baixe o samba 9º "E por Falar em Saudade..." (Caprichosos - 1985) - O LP do Grupo Especial de 1985 é um dos mais reverenciados pelos bambas por suas gravações emocionantes, com o calor do canto dos componentes sendo a principal característica do álbum. Por isso, nada mais justo eleger uma faixa deste disco no TOP 10. E o inesquecível samba da Caprichosos daquele ano, com sua irreverência e a interpretação do inigualável Carlinhos de Pilares, é certamente a mais recomendável. No início da faixa, os primeiros acordes do sambão, junto ao grito de guerra de Carlinhos acompanhado da ovação da galera, dão o indício de que uma apoteose em forma de samba abrilhantará os ouvidos da galera. E o resto é só festa! É samba pra ser repetido "n" vezes que não cansará nunca! Outro momento magnifíco da história dos discos de samba-enredo é a abertura da faixa da Mocidade no mesmo disco. Só o "Alô meu povão de Padre Miguel" gritado pelo intérprete Ney Vianna enche as lágrimas de qualquer um. Baixe o samba 8º "A Visita de Ony de Ifé a Obá de Oyó" (Unidos do Cabuçu - 1983) - A segunda faixa do estupendo LP do Grupo 1-B de 1983 traz talvez a grande obra-prima da história dos grupos de acesso no carnaval carioca. Obra-prima por sinal valorizada pela gravação fora do comum, numa cadência incrível da bateria e o entrosamento perfeito do canto entre os intérpretes Di Miguel e Zé Maria D'Angola e o coral. Tudo bem que o samba-enredo é magistral, mas a gravação também colaborou e muito para esse grande status, já que é um samba difícil de ser cantado pelo grande número de expressões afro contidas na letra, o que dá a impressão de que a obra é entoada em outro idioma. Com a espetacular melodia em primeiro plano na gravação, ganhamos mais um memorável registro fonográfico de samba-enredo, para o bem de todos os bambas. Baixe o samba 7º "Macunaíma" (Portela - 1975) - Particularmente, considero este o melhor samba da história portelense. "Macunaíma" abre o LP do Grupo Especial de 1975 em grande estilo. Com uma gravação vibrante, cavaquinho perfeito e um batuque irresistível, o cantor Genaro Soalheiro (eterno parceiro de Bezerra da Silva e que seria um dos produtores dos LP's de sambas-enredo do GE até 1997 - ano de sua morte) tem estupenda atuação na primeira passada do samba. Na segunda, o coral impõe aquela força ao samba, tornando a faixa ainda mais espetacular. Considero o refrão "Vou me embora, vou me embora/eu aqui volto mais não/vou morar no infinito/e virar constelação" o melhor da história do carnaval carioca. Só a introdução do cavaco com a melodia do refrão é de arrepiar. Baixe o samba 6º "O Melhor da Raça, o Melhor do Carnaval" (Tradição - 1988) - Um dos grandes sambas da história da Era Pós-Sambódromo e um dos tantos destaques da safra de 1988, a primeira passada com João Nogueira cantando é o prenúncio para um dos grandes ápices da história dos discos de sambas-enredo. A partir dos quatro últimos versos, a bateria começa a desenhar uma incrível arrancada para a segunda passada. O repique entra com tudo para preparar a entrada triunfal da bateria a partir do "vem meu amor". O batuque aparece com toda a força neste momento, no início da segunda passada, proporcionando um dos grandes momentos fonográficos do carnaval. Claro que o samba, uma verdadeira obra-prima (e sem refrões, pasmem!), contribui para a antológica gravação. Baixe o samba 5º "Cor, Ação e Samba" (União de Jacarepaguá - 1978) - Samba classudo, de melodia lírica, esta belíssima obra muito bem cantada por Jairo Espingarda cresce a partir da segunda passada no LP, muito em função da estupenda atuação tanto do coral feminino quanto da bateria, que apresenta um irresistível naipe de tamborins. É mais uma gravação para se ouvir de joelhos! A primeira parte, a partir do verso "Vem, é o início de um novo dia..." até o refrão central, possui uma das melodias mais perfeitas da história dos sambas-enredo. Baixe o samba 4º "Lua Viajante" (Unidos de Lucas - 1982) - Nesta gravação antológica, o extraordinário intérprete Abílio Martins compõe um inesquecível dueto com o homenageado do enredo: Luiz Gonzaga. Este, na primeira passada, solta cacos confirmando o que é cantado em cada verso do samba. E, pra completar, o próprio Rei do Baião canta o refrão final "Luiz respeita Januário/Respeita os oitos baixos do seu pai". Na segunda passada, pra variar, a bateria entra com tudo, juntamente com a encorpada atuação do coral feminino, que dá mais força ao samba. Enfim, outro momento memorável, sem mais adjetivos. Baixe o samba 3º "Chico Rei" (Salgueiro - 1964) - A antológica Coletânea Sony não poderia ficar de fora neste ranking. Dos 10 discos lançados pela empresa no carnaval de 1994, o volume salgueirense é, para mim, o melhor por trazer gravações com arranjos irrepreensíveis. A leitura no LP da Sony para o melhor samba da história do Salgueiro (na minha opinião) dispensa comentários. O que é a introdução da faixa, com um grito de dor ecoando melodicamente e perfeitamente sincronizado com o violão e o pandeiro? Simplesmente espetacular! E "Chico Rei" é cantado por Zequinha do Salgueiro no disco numa cadência extraordinária, em um tom triste, exatamente como o tema do samba sugere. O coral também desponta na hora certa, valorizando os trechos de maior destaque em termos melódicos. Enfim, para mim é A GRAVAÇÃO da obra-prima da Academia. Além de "Chico Rei", o disco salgueirense da Sony apresenta outra gravação antológica: "História da Liberdade do Brasil", cantado no LP por Sombrinha. Baixe o samba 2º "Treze Naus" (Portela - 1969) - No disco do Festival de Samba, no segundo ano em que os sambas para o carnaval carioca foram registrados fonograficamente, o hino portelense para a avassaladora safra de 1969 não aparecia com tanto destaque com relação às outras obras-primas daquele ano. Porém, o samba ganhou uma gravação acima do bem e do mal por parte do espetacular Silvinho do Pandeiro na primeira passada e, principalmente, pelas pastoras na segunda. De melodia classuda e lírica e bem ao estilo anos 60, o hino portelense de 1969 ganha uma força descomunal a cada "lararará" entoado pelas pastoras. Geralmente criticadas pelos bambas mais jovens por suas vozes carregadas (sendo até chamadas pejorativamente de "araras"), em "Treze Naus" as pastoras têm atuação vibrante e perfeita, dando um quê a mais para a linda melodia do samba portelense de 1969. É uma faixa em que, a cada audição, é difícil segurar o choro. Muito lindo mesmo! Baixe o samba 1º "Heróis da Liberdade" (Império Serrano - 1969) - Sem palavras! O melhor samba-enredo de todos os tempos (na minha opinião) também possui a melhor gravação da história em meu ranking, graças à indefectível voz de Roberto Ribeiro. Na última faixa de seu LP de 1980 "Fala meu Povo", Roberto entoa com total maestria a primeira parte do samba à capela, numa categoria ímpar. Durante o canto, o coral entoa de fundo a segunda parte num tom lento, até que o arranjo aparece a partir do trecho "já raiou a liberdade", de forma cadenciadíssima. Na segunda passada do samba, o andamento acelera, em ritmo de avenida, com a bateria entrando com tudo. Prova de que "Heróis da Liberdade" poderia ser tranqüilamente reeditado no carnaval contemporâneo, sem comprometer o desfile na Sapucaí mesmo nos tempos mercantilistas de hoje. Roberto Ribeiro também tem atuação espetacular cantando "Exaltação à Tiradentes" no disco do Império Serrano para a Coletânea Sony. Baixe o samba Feliz Natal e um próspero 2009 para todos! Marco Maciel |
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