PRINCIPAL EQUIPE LIVRO DE VISITAS LINKS ARQUIVO DE ATUALIZAÇÕES ARQUIVO DE COLUNAS CONTATO |
|||
Coluna anterior: Retrospectiva do Carnaval 2023 - Passado, Presente e Saudade Os 40 anos de inauguração da Marquês de Sapucaí, a serem completados nos próximos dias, engloba outra marca importante para o carnaval: os 20 anos do expediente das reedições. Liberadas a partir de 2004, em iniciativa para comemorar o vigésimo aniversário da Passarela do Samba, elas estiveram na “crista da onda”, passaram por uma fase de desuso, mas atualmente e aos poucos está voltando a ser uma solução frequente. Este tema já foi muito debatido numa edição do PODCAST SAMBARIO feita por nosso companheiro Cláudio Carvalho no ano passado. ' ' Na Sapucaí, apenas uma escola fará reedição: a Vila Isabel, que
traz de volta o clássico “Gbalá – Viagem ao Templo da Criação”, de 1993. Pelo
Rio, a maioria das reedições estará nos grupos da Intendente Magalhães – e lá
outros clássicos vão reaparecer, como “Pra não dizer que não falei das flores”,
samba de 1992 da Rocinha, e até mesmo “Kizomba”, da Vila Isabel, que será
reeditado pela Raça Rubro-Negra. Em São Paulo, que historicamente não é muito
chegada à releituras, não haverá reedições nos grupos do Anhembi, mas uma obra
famosa retornará: “Os Seis Segredos do Rio Ariaú”, samba de 2001 que a Leandro
de Itaquera traz de volta em seu primeiro desfile fora do Sambódromo. Tanto no Rio quanto em São Paulo, obras clássicas ganharam
releituras ao longo dessas duas décadas – até mesmo fora das cidades, numa
prova de que o samba-enredo é universal. Relembramos aqui alguns exemplos.
Gbalá, obra de Martinho da Vila, será a única reeditada na Sapucaí
em 2024 (Foto: Ivo Gonzalez/Agência O Globo)
Tributo à Vaidade (Portela 1991, Rosa de Ouro 2018) Começamos a lista com um clássico portelense que passou pela
Intendente Magalhães há seis anos. Vinda de um vice-campeonato na divisão
inferior – interrompendo uma série de rebaixamentos - a Rosa de Ouro
(apadrinhada pela águia) resolveu cantar “Olha eu aí, cheguei agora /
Cheguei pra levantar o seu astral” em seu retorno à hoje extinta Série C. A escola caiu – em último lugar. No carnaval deste ano, o Rosa (na Série Bronze) reeditará outro
samba da Portela – “Bahia: e o povo na rua cantando, é feito uma reza, um
ritual”, de 2012. Catopês do Milho Verde, de
Escravo à Rei da Festa (Colorado do Brás 1988-2008) Uma das obras mais clássicas da
discografia paulistana entrou para a história ao ser o primeiro samba a ser
reeditado no Anhembi. Quando ainda desfilava no Grupo 1 da UESP (atual Grupo de
Acesso 2), a vermelha e branca trouxe de novo o
enredo e samba de vinte anos antes – daquela vez, com desenvolvimento de Lucas
Pinto e a interpretação de Fredy Vianna, que viria a cantar outras reedições na
Mancha Verde, anos depois. A escola terminou em quinto lugar. O Amanhã (União da Ilha do Governador 1978, Boi da Ilha do
Governador 2006) Numa
temporada marcada por diversas reedições de obras
clássicas no
Sambódromo (entre elas Bahia de Todos os Deuses e Lenda das
Sereias, para se
ter um recorte), uma delas voltou a ecoar na outrora simples Rua
Marquês de
Sapucaí: “O Amanhã”, lendário samba de
João Sérgio para o não menos lendário
enredo de Maria Augusta, foi cantado pela vizinha Boiadeira quase 30
anos
depois. A escola (quase) caiu. Ficou em décimo. Deixa Falar (Unidos de São Carlos 1980, Magnólia Brasil 2020) Imagina uma obra ser campeã do carnaval 40 anos depois de sua
apresentação original e longe da cidade onde desfilou primeiro? Ah, essa coisa
do samba-enredo ultrapassar fronteiras... Para fazer uma homenagem a atual
Estácio de Sá, a azul e branca do bairro do Fonseca desfilou na Rua da
Conceição o samba que a antiga São Carlos cantou quatro décadas antes na
Avenida Marquês de Sapucaí – antes do Sambódromo atual ser erguido. E deu sorte. A Magnólia conquistou seu primeiro título no carnaval
niteroiense. E ainda repetiu a dose no desfile seguinte, mas isso é outra
história. Quilombo dos Palmares, um paraíso negro (Mocidade Unida da Cidade
de Deus 1996-2019) Um samba que só teve a chance de desfilar apenas 19 anos depois da
apresentação original que não aconteceu. No então Grupo B (atual Série Prata),
a então Mocidade Unida de Jacarepaguá planejava desfilar uma bela obra sobre o
Quilombo dos Palmares, mas a perda de componentes e materiais no temporal que
assolou o Rio dias antes do carnaval fez a agremiação trocar o samba por um cortejo
fúnebre, no toque de um único surdo, num dos capítulos mais tristes da história
do Sambódromo. Se em 1996, a tragédia impediu a obra de desfilar, em 2019 o samba
ganhou um desfile completo e digno de sua poesia – ainda que longe da Sapucaí e
no Grupo E (atual Avaliação). Terminou em nono lugar. |
Tweets by @sitesambario Tweets by @sambariosite |