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AMIGOS DO SAMBA

AMIGOS DO SAMBA

PRESIDENTE Leandro Rangel (Kfé)
VICE-PRESIDENTE Júnior Santana
CARNAVALESCO Henrique Santos
DIRETOR DE CARNAVAL Marcelo Ferreira
INTÉRPRETE Pingo Sargento
CORES  Azul Marinho, Branco e Amarelo
FUNDAÇÃO 25/08/2005
CIDADE-SEDE São João de Meriti-RJ

No dia 25 de agosto de 2005 foi fundada a G. R. E. S. V. AMIGOS DO SAMBA. A idéia de fundar essa agremiação surgiu a partir de dois amigos Leandro Rangel (Presidente) e Júnior Santana (vice-presidente) que se conheceram no mundo do samba. O destino fez com que esses amigos trabalhassem juntos e a partir daí, aumentaram seu elo de amizade e, desta amizade, descobriram algo em comum - a paixão pelo samba.

Quando conheceram a LIESV ficaram admirados com a idéia proposta pelo carnaval virtual e decidiram fundar uma agremiação com a intenção de valorizar o samba, mantendo ativa essa paixão pelo carnaval. Outros amigos se juntaram, formando um grande elo de amizade para fortalecer ainda mais essa escola. A AMIGOS DO SAMBA busca agregar todas as pessoas que tenham em comum este sentimento de amor ao samba.

Com a idéia da criação da escola, faltava um nome e um símbolo. Surge a idéia do nome AMIGOS DO SAMBA, que representa a amizade gerada a partir do samba. Logo depois, veio a idéia do símbolo - três sambistas. Dois sambistas representam os dois amigos. Vem a pergunta - e o terceiro? Bem, o terceiro é a representação de todas as pessoas que se integram nessa agremiação, num elo de amizade que pretende se estender por todo o mundo virtual. Uma pessoa que goste de samba e está conectada ao mundo virtual é nosso amigo do samba, e com certeza é recebido de braços abertos na agremiação.

A escola conseguiu a vaga na LIESV depois de conquistar o terceiro lugar do Grupo de Avaliação, em 2006. Acabou convidada a integrar o Grupo Especial de 2007, quando conseguiu uma honrosa quinta colocação falando sobre a amizade. Desde então, se manteve na elite do carnaval virtual até 2012, quando teve problemas em seu desfile e enrolou a bandeira temporariamente. Retornou em grande estilo em 2016, homenageando Dicró e conquistando o título do CAESV, se classificando para o Acesso em 2017. Em 2018, foi a grande campeã do Grupo A, retornando ao Grupo Especial.

Ano

Enredo

Colocação

2022 Lá vem Salgueiro -º (Especial)
2021 Tá de Brincadeira! 11º (Especial)
2020 Amigos Reapresenta: A Pérola Negra vai passar por aqui (reedição do enredo de 2012) 3º (Especial)
2019 Nove Meses 10º (Especial)
2018
Reféns da Liberdade – Em busca do romantismo de viver!

1º (A)
2017
A Amigos é Sinistra!

6º (A)
2016
Memórias Póstumas de C.R.O.

1º (CAESV)
2012 A Pérola Negra vai passar por aqui 20º (Especial)
2011 Pelas Veredas da Inspiração 12º (Especial)
2010 Quá Quá Quá você caiu... E Hoje nem é 1º de Abril 9º (Especial)
2009 Ode à Alegria

3º (Especial)

2008 A Amigos Fantasia a Vida, Intepreta Histórias e Deixa a Imaginação Criar Trajetórias

8º (Especial)

2007 Amigos - Do Samba ou de qualquer lugar, no seu coração hão de estar

5º (Especial)

2006 Unimos a essência de cada cor, em busca do caminho que leva ao tesouro!

3º (CAESV)


SINOPSE ENREDO 2022

Lá vem Salgueiro



INTRODUÇÃO

No dia 5 de março de 1953, nasceu o imponente Salgueiro.

Criado com muito amor, já estreou mostrando para o que veio. Ficando a frente da Majestade do Samba, a grandiosa Portela, em seu primeiro desfile.

Pisando firme e forte, mostrando a tua força e a sua grande fortaleza que é a sua comunidade. Mostrou que lá no morro tem muita gente boa e capaz de encantar com o seu talento.

Um lugar de gente alegre e feliz.

O Salgueiro surgiu a partir da fusão de duas escolas de samba do próprio Morro do Salgueiro, a Depois Eu Digo e a Azul e Branco.

Conquistou campeonatos, fazendo desfiles e levando sambas inesquecíveis. Viajou pela história do carnaval carioca, baseado no livro homônimo, trazendo a presença de Arlequim, de Colombina e Pierrô. Partiu para um enredo onírico, misturando realidade e imaginação. Contando sobre as fantasias que o Rei Luís XIII de França criava em sua mente sobre a Ilha de São Luís do Maranhão. Misturando ficção e realidade, burlando a proibição a temas estrangeiros. na teoria que discute a presença de fenícios no Brasil, para contar a história das Minas de Rei Salomão. De forma arrebatadora. Explodindo corações, fez uma viagem costeira entre Belém e Rio de Janeiro.

Nunca escondeu sua fé no espiritismo e amor pela Bahia. Fazendo louvação aos Orixás e Entidades. Exemplo de inspiração para aqueles que temem uma sociedade intolerante. Buscando alçar por vôos mais altos, ousou e tratou de fazer enredos que colocassem os negros em destaque e não como figurantes.

Popularizou pessoas negras que até então eram desconhecidas. Inseriu o negro no seu pavilhão e criou uma forte conexão e mostrou seu respeito pela África.

JUSTIFICATIVA

A proposta do carnaval da Amigos Do Samba 2022 é uma celebração a belíssima história do Salgueiro, homenageando a escola de samba e pessoas que contribuíram bastante para a sua história e deixaram um legado. Relembrando os desfiles marcantes e vitoriosos da Agremiação.

E fazendo uma viagem relembrando de alguns desfiles inesquecíveis que trouxeram o título para Academia e estão marcados em sua história. E nesse voo, chegamos a sua forte marca de exaltar a Bahia, o Espiritismo e de sempre dar voz ao Povo Preto.

Para aquele que não viu, poder ver e quem viu, reviver. A inspiração criativa vem através de imagens, escritas e sambas inesquecíveis. Esse enredo é uma construção coletiva de cada um que contribuiu para essa história, por uma comunidade apaixonada e uma legião de sambistas.

São diversos carnavais que inspiraram e trouxeram importantes reflexões para a nossa sociedade. Esculpidos em um mundo de fantasias; através de uma manifestação cultural, cantadas em versos e sambas-enredo.

O Salgueiro é uma escola de samba de pioneirismos, inovações e revolução estética. Nesses quase 70 anos, contribuiu muito para essa festa popular. E hoje reviver alguns desfiles e sambas memoráveis, nos fazem pensar que é um gesto cordial para nossa gente bamba e humilde. Um gesto de gratidão a quem tanto contribuiu para isso que tanto amamos, que se chama carnaval.

SINOPSE

Inspirada no passado do Salgueiro, a Amigos do Samba convoca seu povo para vestir sua fantasia e se apresentarem sob os olhares dos velhos bambas.

Seu mestre sala, mesmo cansado de tanto sambar, vai subir o morro com a Beatriz. Aquela conversa boa, de histórias da época da fusão, ao som das batucadas entre becos, ruas e vielas. Com a ilustre presença, da Estação Primeira De Mangueira, com muito tengo-tengo e samba no pé.

E muitos versos cantados, na boca de tanta gente, o Salgueiro não é pior, nem melhor, é apenas uma escola diferente. Que mesmo com alguns percalços, se fortaleceu mais ainda. Tua beleza é inspiração, no samba é uma tradição.

A passarela é tomada pelas cores do seu pavilhão, os pandeiristas fazem aquele samba de roda, um partido alto para cabrochas com sede de sambar. Seus baluartes desfilam com tamanha elegância. Uma Acadêmia que tem em sua história grandes e inesquecíveis personalidades. A maioria nasceu e se criou no morro. Entre tantos, nasceu Djalma de Oliveira Costa, garoto novo que andava pelas vielas na maior simplicidade, que adorava bater uma bola com os amigos. Dali surgiu o apelido “Sabiá” que logo veio a se tornar um dos fundadores do Salgueiro, compôs grandes samba-enredo e foi diretor de carnaval. A ponto de soltar a voz e arriscar de intérprete.

Como é o caso de um menino chamado Luiz Fernando Ribeiro do Carmo, que acompanhou toda a fusão, foi da ala de compositores e tornou-se um líder. Com o seu entusiasmo, botava os componentes pra cima nos desfiles e transformou o Salgueiro numa verdadeira potência em harmonia. Falando pelo nome, talvez muitos não consigam saber quem é. Um senhor baixinho, de personalidade forte, às vezes confundindo por ter uma cara séria. Que não escondia a sua fé para ninguém ao estar sempre com os seus fios de conta. Mestre Laíla, a grande inspiração para a construção desse enredo. Um homem que nunca foi de sucumbir e sempre buscava os melhores caminhos. “Deu pra entender mané”?

A história da Alvirrubra, também é marcada pela passagem de Fernando Pamplona, que ao ser convidado para ser julgador dos desfiles das escolas de samba, o seu coração se apaixonou ao ver o Salgueiro desfilar. E inesperadamente, recebeu um convite para ser carnavalesco da Academia e ao aceitar, revolucionou o carnaval com os seus enredos e uma nova estética.

Falar do Salgueiro é falar de uma escola de samba, formada por grandes sambistas imortais, que vivem na memória de todos os sambistas atuais.

Dando um colorido multicor, trazemos a presença de Arlequim, Colombina e Pierrô. Com muito festejo e conduzindo passageiros mascarados, que sambam e cantam de verdade.

Vamos viajar para a Ilha de São Luís do Maranhão, no delírio do pequeno rei que viu o reino de França no Maranhão. E nessa delirante viagem a sala de espelhos da Côrte Francesa se transforma em floresta, os candelabros eram palmeiras, e os nobres do salão seriam indígenas. E na miragem de uma época distante, mil princesas procuravam descobrir, das minas guardadas em terras de Ofir. Fazendo uma viagem costeira entre Belém e Rio de Janeiro, no meio dessa avenida, vamos explodir o coração, na maior felicidade, contagiando e sacudindo essa cidade.

Chegando na Bahia, vejam as nossas baianas. Que cantam: salve a Bahia e o Senhor do Bonfim. Foi lá que Castro Alves, poeta imortal, falou de seu amor em poesia, pelo amor de Eugênia Câmara divinal.

Terra de todos os deuses, os meus olhos estão brilhando. Onde Preto Velho Benedito já dizia, felicidade também mora na Bahia. Lá encontra-se uma bela nega baiana com o seu tabuleiro de quindim, na igreja do Bonfim.

Na ladeira tem capoeira, um negócio de zum, zum, zum, zum, zum, zum, capoeira mata um. Saruê! Do Yorubá à luz. Com o Salgueiro a vida fica mais feliz, a folha nasce da raiz skindô. As águas de cheiro pra ioiô perfumam o vermelho e branco. Fé no axé. Ogãs batuqueiros dão o ritmo, fazendo da avenida um terreiro.

O Salgueiro inseriu a cor negra em sua bandeira e colocou o negro no mais alto patamar. O mesmo fez exaltando a religiosidade de matriz africana.

E de forma intensa em um dos seus inúmeras belos sambas-enredo, cantou que a escravidão extinguiu, a liberdade surgiu, como o poeta previu. Surgiu nessa história um protetor, Zumbi, o divino imperador. Para resistir com seus guerreiros em sua tróia. Popularizou Xica Da Silva, nessa sua tradição de ser pioneiro, Pela primeira vez, na história do carnaval carioca, se teve um enredo que falava de uma personalidade feminina. Dá para acreditar, que todo negro que desfila no Salgueiro, herda a dinastia de um dos seus homenageados, de um dos seus inesquecíveis carnavais, que popularizou Chico-Rei.
Entre tanta gente que canta e dança, tem festa para um Rei Negro. Num pega no ganzê, pega no ganzá.

Um lugar que é impossível sucumbir, sua comunidade ergue o punho, mostrando toda a sua força cantando que o negro se libertou. É justo considerar o Salgueiro um Templo Negro em
tempo de Consciência Negra.
E em suas terras o negro vira ouro. Espaço de mulheres guerreiras, na luta, justiça e liberdade. Rainhas soberanas, que florescem pra eternidade. O tambor da academia, tem magia, tem axé.

Poder que contagia quem tem fé! Na sutileza dos teus versos, todo o encanto do universo e a divina criação mistérios da imensidão. Terra viva a riqueza.

Um morro cheio de malandros batuqueiros, de linho branco, na passarela vão se apresentar. Seu vermelho é inspiração, faz misturar ao branco nesse chão. Na força de um ritual sagrado.

Em pleno desfile, o circo está armado, um grupo de palhaços negros vão sambar e mostrar que no Salgueiro o negro não sai de cartaz e se entregar, jamais.

Uma escola de samba de ensinamento, sobre resistência, luta por igualdade e respeito com a cultura afro-brasileira. Todo preto pode erguer o brasão da Academia do Samba com orgulho e dizer que se sente acolhido no Quilombo Salgueiro.

Protegido pelo seu padroeiro Xangô. Senhor da justiça.

Kawó Kabiesilé!

Um Orum em solo carioca.

Texto/Pesquisa/Desenvolvimento: Henrique Santos
Esse enredo além de ser uma homenagem ao Acadêmicos Do Salgueiro, sua comunidade, torcedores e todo o povo do samba. É também uma homenagem especial a grandes personalidades eternizadas na história da escola. Como: Hildebrando Moura, Dirceu Nery & Marie Louise, Djalma Sabiá, Nelson De Andrade, Fernando Pamplona, Anescarzinho, Noel Rosa De Oliveira, Arlindo Rodrigues, Isabel Valença, Mercedes Baptista, Irmãs Marinho, Osmar Valença, Casemiro Calça Larga, Geraldo Babão, Eneida, Neca Da Baiana, Max Lopes, Paula Do Salgueiro, Narcisa, Maria Augusta, Rosa Magalhães, Joãosinho Trinta, Xangô Do Salgueiro, Zuzuca, Laíla e Bala.

Referências:
http://www.carnavalize.com/2017/04/dossie-carnavalize-salgueiro-templo.html
https://pt.wikipedia.org/wiki/Acad%C3%AAmicos_do_Salgueiro#Lugar_de_origem
http://www.apoteose.com/siteantigo/salgueiro/historico.htm
https://www.e-publicacoes.uerj.br/index.php/tecap/article/viewFile/10224/8010 As Áfricas De Pamplona e o Debret da Trinca
Entrevista do Mestre Laíla ao Conversa Franca – https://youtu.be/uIqZrfsykdA
Entrevista do Mestre Laíla no programa “Levada do Samba” – https://youtu.be/R5WPw-ZOCEA
http://www.academiadosamba.com.br/passarela/salgueiro/ficha-1957.htm

Autor do enredo: Henrique Santos