Beija-Flor:
após os estrondosos samba e desfile de 2018, a
campeã do carnaval rendeu-se uma homenagem bonita, porém
singela. Samba correto em letra e melodia, mas longe dos
clássicos recentes da escola. Nota: 9.8
Tuiuti: apostando na máxima de que "em time que está
ganhando não se mexe," a escola de São
Cristóvão, após um surpreendente vice-campeonato,
recorre novamente ao expediente de encomenda de samba. Este alterna
bons e maus momentos e passagens de rara inspiração com
outras longe disso. Nota do samba: 9.8
Salgueiro: Samba simples, mas que transmite bem o seu recado e tem tudo
pra funcionar na avenida. O verso "Olori Xangô, eiê
ô, olori Xangô", no entanto, destoa do conjunto da obra.
Nota: 9.9
Portela: após dois anos sem emplacar um dos melhores sambas do
disco, a azul e branca vem disposta a retomar seu lugar com uma bela e
valente obra em homenagem a Clara Nunes, que precisou passar por
alterações na letra e na melodia por conta de direitos
autorais. O samba, que conseguiu a proeza de se destacar numa das
melhores safras concorrentes da história da escola, é um
achado. Nota: 10
Mangueira: outro lindo samba, de estética diferenciada, com
apenas um refrão, precedido pela emocionante homenagem a
Marielle Franco. Nota: 10
Mocidade: samba que estabelece uma trilogia de belas obras, que se
iniciou com o hino que deu o polêmico troféu a escola em
2017. Este, pelo lirismo da letra e cadência da melodia, talvez
seja o melhor deles. Destaque pra participação de Elza
Soares no alusivo. Nota: 10
Tijuca: a chegada de Laíla parece ter feito bem à escola do
Borel no quesito samba enredo. Após vários
infortúnios, com exceção de 2016, a Tijuca vai
descer com um sambaço, provavelmente o melhor do ano, já
imortalizado nas vozes de Wantuir (versão oficial) e Giovana
Galdino (redes sociais). Nota: 10
Imperatriz: o samba sobre dinheiro não vale muita
coisa. Melodia de marchinha e letra pobre. Tem a vantagem de ser
funcional.
Nota: 9.7
Vila Isabel: acusado de plágio de um antigo samba concorrente da
Imperatriz, o hino da Vila Isabel é correto em letra e melodia,
mas não está à altura do cancioneiro da escola e
tende a perder força na avenida. Nota: 9.8
União da Ilha: este samba, ao contrário, deixa a desejar,
mas tal qual o do ano anterior, pode funcionar bem. Os homenageados
Rachel de Queiroz e José de Alencar, porém, pediam muito
mais. Nota: 9.7
São Clemente: em busca da permanência no Grupo Especial
pelo oitavo ano consecutivo,a escola da Zona Sul apelou pra
reedição do clássico "E o samba sambou", de 1990.
Além do questionável expediente, a aurinegra mandou mal
ao acelerar o melhor samba de sua história, e ao incluir nele a
malograda participação da Elza Soares cover. Nota: 9.8
Grande Rio: disposta a se retratar após a virada de mesa, a
escola de Duque de Caxias traz um samba encomendado, funcional e
politicamente correto, cujo pedido de desculpas seduz a poucos. Nota:
9.8
Império Serrano: o que leva uma escola que traz em sua ala de
compositores nomes como Silas de Oliveira, Mano Décio da
Viola, Dona Ivone Lara, Roberto Ribeiro, Jorginho do Império,
Aluisio Machado, Beto Sem Braço e Arlindo Cruz, dentre outros, a
desfilar com uma música de Gonzaguinha (cria do Morro de
São Carlos e estaciano confesso), que sequer tem métrica
de samba enredo? Erro feio, Império! Errou rude! Nota: 9.5
Viradouro: os enredos abstratos de Paulo Barros dificilmente costumam
redundar em grandes sambas (Tijuca 2012 e Portela 2016 talvez
seja exceções que confirmem a regra). No caso da
escola de Niterói e do samba que traz o inusitado
neologismo "viraviradouro" não é muito diferente. Samba
regular. Nota: 9.7