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- Coluna anterior: Cadinho da Ilha - Até que Deus nos Ajudou - Coluna anterior: O Dia em que eu Encontrei o Rixxa em Porto Alegre LUTO NO CARNAVAL E NO JORNALISMO ESPORTIVO
Nunca
pensei que viveríamos novamente uma sequência de perdas
tão marcantes num curto espaço de tempo.
Além do SAMBARIO, também trabalho num portal, o Torcedores.com, que realiza uma ampla cobertura da mídia esportiva. Logo, foi muito triste para nós aquela sequência de poucas horas entre 15 e 16 de maio do ano passado. Na ocasião, o jornalismo perdia, de uma tacada só, os gigantes Washington Rodrigues (Apolinho), Silvio Luiz e Antero Greco. No ato, imaginei que jamais uma triste coincidência se repetiria. Porém, menos de um ano depois, mais precisamente oito meses, a bolha do Carnaval também lamenta um trio de perdas em 18 e 19 de janeiro. Ao mesmo tempo, outro ícone do jornalismo esportivo faleceu. Este com uma ligação histórica com os desfiles das escolas de samba. Num duro golpe especialmente para os independentes, os torcedores da Mocidade viram partir o compositor Zé Glória, o intérprete Luizinho Andanças e a carnavalesca Márcia Lage. Todos num único final-de-semana. Como se não bastasse, o Brasil também se despediu de sua voz marcante, justamente num domingo de Gols do Fantástico. Léo Batista não foi exclusivo apenas da crônica esportiva.
Muitas transmissões do Carnaval na Globo foram eternizadas na sua voz.
Além de ser o locutor oficial das apurações até 1996, quando a Mocidade conquistou seu último título sozinha.
A
mesma verde-e-branco de Padre Miguel que se despediu de José
Glória da Silva Filho, vulgo Zé Glória.
Um dos compositores do samba-enredo do derradeiro título da Estrela Guia, em 2017, no desfile sobre Marrocos. E também um dos autores da magnífica obra em homenagem a Índia, no ano seguinte. Zé Glória ainda assina mais uma obra-prima: o do Alabê de Jerusalém da Viradouro, em 2016. Horas depois, chegou outra devastadora notícia: a da morte de Luizinho Andanças. Que também colocou seu nome na história da Mocidade Independente de Padre Miguel, cantando na Sapucaí os sambas de 2012 e 2013. Mas deixou a escola de uma maneira que não merecia. Em entrevista para a LIVE SAMBARIO em julho de 2020, revelou ter sido dispensado da agremiação às vésperas da gravação do CD do Carnaval de 2014. Devido a um desempenho na quadra comprometido pela perda de um sobrinho.
Mas foi na Santa Cruz e, principalmente, no Porto da Pedra em que se
tornou uma das grandes vozes do Carnaval do Século XXI.
O canto lírico prevalecia na voz de tenor de Andanças, mas sem perder a animação. Os baques infelizmente não cessaram. O mundo do Carnaval também amargou a surpreendente partida da carnavalesca Márcia Lage. Uma das poucas mulheres em atividade no ofício. No ano em que ela e o marido retornaram à Padre Miguel, pra ver o Mago recriar a Mocidade, como diz a letra do samba. Por muitos anos, desenvolveu vários carnavais ao lado de Renato Lage. A maior parte deles no Salgueiro, além de outras escolas, mais recentemente na Portela. Muitos não lembram, mas Márcia Lage, quando ainda era conhecida como Márcia Lávia, assinou um desfile como carnavalesca solo no Grupo Especial. Pelo Império Serrano em 2009, na reedição do clássico "A Lenda das Sereias", de 1976. A artista se despede na Mocidade, onde iniciou sua trajetória. No dia em que o Brasil chora por Léo Batista, lenda da comunicação brasileira, três grandes bambas também dão adeus! Da caneta de Zé Glória, o amor da Mocidade sem início, meio e fim seguirá roncando na pele do tambor da eternidade.
Luizinho prosseguirá com suas Andanças, sempre na área e arrepiando!
E Márcia continuará escrevendo no infinito versos na luz do luar. Afinal, toda estrela pode renascer! Leia os Editoriais anteriores de Marco Maciel Marco Maciel
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