ZÉ KATIMBA
ZÉ
KATIMBA
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Nome
completo: José Inácio dos Santos
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Ano de nascimento: 1932
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Um patrimônio das escolas de samba carioca. Assim pode ser
definido Zé Katimba, o único fundador vivo da GRES
Imperatriz Leopoldinense e detentor da carteira número 002 da
agremiação (a carteira número 001 pertence ao
patrono Luiz Pacheco Drummond, o Luizinho). Cantor, compositor,
personagem do carnaval e imigrante nordestino, o menino José
Ignácio nasceu em Guarabira-PB e, acompanhado da família,
desembarcou em Niterói aos dez anos de idade. Depois, seus pais
se mudaram para o Rio de Janeiro, indo morar no Morro do Adeus, em
Bonsucesso, na zona norte da cidade. Seu apelido surgiu nas peladas de
futebol do morro.
Filho de um violeiro, cantador e poeta de cordel, o pequeno Zé
desde cedo já se interessava por música. Antes, trabalhou
de faxineiro, camelô e porteiro. Participou da
fundação da escola de samba Imperatriz Leopoldinense, em
1959. No carnaval, começou como puxador de corda que separava a
escola do público, depois virou passista e chegou a mestre-sala.
Dez anos depois de ter ajudado a fundar a escola, Zé ingressou
na ala de compositores gresilense. É considerado um dos
criadores do samba-enredo moderno, alegórico, bem humorado,
pontuado de imagens, em oposição aos antigos, mais
narrativos, com muitas descrições. Seu primeiro samba
defendido na avenida foi “Barra de ouro, barra de rio, barra de
saia”, de 1971, samba-enredo que classificou a escola em 7º
lugar do Grupo 1 no desfile daquele ano.
O primeiro grande momento artístico de Zé Katimba
aconteceu em 1972. Ele e o parceiro Gibi compuseram “Martim
Cererê”. O enredo era baseado em um poema do escritor
modernista Cassiano Ricardo. No desfile, o samba ajudou a Imperatriz a
chegar em 4º lugar, numa época em que as primeiras
colocações eram divididas sempre entre Portela,
Mangueira, Salgueiro e Império Serrano. Depois do carnaval, o
novelista Dias Gomes tinha escrito “Bandeira 2” e a equipe
da TV Globo procurava uma escola onde pudesse ambientar a
história. A verde e branco de Ramos foi a escolhida e Zé
Katimba virou personagem da novela (interpretado por Grande Otelo). O
samba “Martim Cererê” passou a ser conhecido no
Brasil todo.
Em 1977, um desfile pouco inspirado fez a Imperatriz cair para o Grupo
2. Para o ano seguinte, Zé Katimba encheu-se de
inspiração e compôs “Vamos brincar de ser
criança”, que valeu à escola o vice-campeonato na
categoria e a vaga para o retorno à elite do carnaval carioca.
Em 1980, a então modesta agremiação –
já patrocinada pelo bicheiro Luizinho – se agigantou e
surpreendeu o mundo carnavalesco ao terminar empatada em 1º lugar
com Beija-Flor e Portela. No ano seguinte, a Imperatriz vence sozinha
pela primeira vez, com “O teu cabelo não nega (Só
dá Lalá)”, um samba antológico de Zé
Katimba e seus parceiros Serjão e Gibi. Desde então,
Katimba fez “a Estrela Dalva brilhar”, caiu no
“quá-quá-quá”, trouxe “capoeira
e abará”, e mostrou, de fato, “ser da lira,
não podendo negar”. O sambista possui um herdeiro: o
também compositor Inácio Rios, seu filho.
O sucesso na Imperatriz lhe abriu portas no mundo da MPB. Passou a ser
cortejado por nomes do gabarito de Martinho da Vila (um de seus grandes
parceiros), João Nogueira e Jorge Aragão. Isso serviu
para que o compositor pudesse se estabelecer como um profissional da
música. Vieram sucessos como “Do jeito que o rei
mandou”, “Me beija, me beija”, “Me faz um
dengo”, “De todas as formas” (na voz de Agepê)
e “Tá delícia, tá gostoso”,
música que batizou o disco lançado em 1995 por Martinho
da Vila, até hoje o mais vendido da carreira do sambista.
Zé Katimba gravou poucos discos, mas tem mais de 800
músicas nas vozes de artistas do porte de Leci Brandão,
Jair Rodrigues, Alcione, Zeca Pagodinho e até do ídolo
espanhol Julio Iglesias, que no ano de 1992 gravou “Me ama
mô”, uma de suas parcerias mais famosas com Martinho da
Vila. Aliás, essa canção é alvo de um
processo judicial que o compositor move contra a gravadora
multinacional Warner. Segundo o paraibano, a major lhe deve cerca de
150 mil dólares (em valores atualizados) relativos aos direitos
autorais de execução da música. Tem dois filhos,
Inácio Rios e Jose Inácio dos Santos Junior.
Em 2015, Zé Katimba voltou a conquistar mais um samba-enredo na
sua Imperatriz. Ele e os parceiros Marquinho Lessa, Adriano Ganso,
Jorge do Finge e Audir Senna emplacaram “Axé-Nkenda, um
ritual de liberdade – E que a voz da liberdade seja sempre a
nossa voz”, uma das obras mais elogiadas da safra. Zé
Katimba e o amigo Noca da Portela são os decanos entre os
compositores – ambos com 82 anos venceram as
acirradíssimas disputas em Ramos e em Oswaldo Cruz. Por ironia
do destino, Zé Katimba nunca tinha vencido um Estandarte de Ouro
em
samba-enredo, enquanto Noca já possuia dois prêmios. Em
2015 o tabu foi quebrado e o Estandarte foi pra obra do katimbeiro. No
ano seguinte, o compositor repetiu a dose, emplacando o samba em
homenagem a Zezé Di Camargo & Luciano.
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INÍCIO: Imperatriz Leopoldinense. Foi fundador da
escola em 1959. Sempre desfilou pela escola.
SAMBAS DE SUA AUTORIA:
“Barra de ouro, barra de rio, barra de
saia” (1971, com Niltinho Tristeza), “Martim
Cererê” (1972, com Gibi), “Vamos brincar de ser
criança” (1978, com Aranha, Guga, Sereno e Tuninho
Professor), “O teu cabelo não nega (Só dá
Lalá)” (1981, com Gibi e Serjão), “Estrela
Dalva” (1987, com Guga, Niltinho Tristeza e Bil Amizade);
“Conta outra, que essa foi boa” (1988, com Gibi, David
Corrêa e Guga); “Terra Brasilis, o que se plantou
deu” (1990, com Preto Jóia, Tuninho Petróleo,
Baianinho e Jorginho da Barreira); “Eu sou da Lira, não
posso negar...” (1997, com Chopinho, Amaurizão e Tuninho
Professor); “Axé-Nkenda, um ritual de liberdade – E
que a voz da liberdade seja sempre a nossa voz” (2015, com
Marquinho Lessa, Adriano Ganso, Jorge do Finge e Aldir Senna);
""É o amor, que mexe com a minha cabeça e me deixa
assim". Do sonho de um caipira, nascem os filhos do Brasil" (2016, com
Adriano Ganso, Jorge do Finge, Moisés Santiago e Aldir Senna).
DISCOGRAFIA:
- Compacto Simples Martim Cererê (1972)
- LP Meu drama (1976)
- LP Mais que feliz (1992)
- CD Escolas de Samba Enredos – Imperatriz Leopoldinense (1993)
– cantou na faixa “Vamos brincar de ser
criança”, dividindo os vocais com seu filho Inácio
Rios, na época com oito anos de idade.
- CD Eternos guardiões (vários) (2010)
- CD Minha raiz, minha história (2014)
PRÊMIOS:
- Cidadão Samba (2013)
- Estandarte de Ouro – Personalidade do ano (2013)
- Estandarte de Ouro - Samba (2015)
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MAIS FOTOS DE ZÉ
KATIMBA
Capa do LP lançado em 1992
Capa do primeiro disco de Zé Katimba (ainda com C), de
1976
Com
seu maior parceiro, Martinho da Vila
Aos
82 anos, na disputa do samba da Imperatriz para 2015, "Axé
Nkenda"
Zé
Katimba (no chão) e Grande Othelo, seu intérprete na
novela Bandeira 2, no desfile da Imperatriz, em 1972
Com
Zeca Pagodinho
Na
quadra da Imperatriz Leopoldinense, escola que ajudou a fundar
No
ensaio de quadra da Imperatriz. Ao lado, de óculos e de bigode,
Tuninho Professor
Com o
amigo Noca da Portela (à direita), formam os compositores
decanos da safra de 2015
Cidadão
Samba eleito em 2013
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