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Vizinha Faladeira dá as Cartas (Vizinha Faladeira - 2011)
Com um toque de nostalgia, a Vizinha Faladeira percorre o mundo das cartas, objetos de comunicação escrita ou visual, que alimentam o desenvolvimento do raciocínio e das habilidades do homem despertando emoções e sensações de vitórias e derrotas por meio dos jogos de cartas, despertam desejos e sentimentos do presente, passado e futuro na arte da adivinhação das cartomantes, abrandam a distância geográfica e minimizam a saudade, ampliam o horizonte do conhecimento e fazem parte da história registrando os acontecimentos marcantes da nação brasileira. O grande Cassino da Vizinha, ambiente natural das cartas e jogos, local de diversão com apresentações teatrais e espetáculos de dança, deixou saudades. Bailarinos, croupier, roleta, fichas, cartelas de bingo, coringas e jogadores, as recebem: “Bem-vindas ao Cassino, aqui, a Vizinha Faladeira dá as cartas”. Quando utilizada como instrumento visual de comunicação, a carta pode evidenciar o amor de um imperador chinês por sua concubina, difundir pelo mundo a casta e os deuses do povo indiano, e ainda eternizar os elementos sagrados da vida: água, fogo, terra e ar - por meio da linguagem simbólica dos árabes. A carta também preserva o conhecimento dos sacerdotes egípcios e transforma-se em lâmina de jogos e instrumento oracular. Pelas cartas espanholas, surgiu o atual baralho latino utilizado nas atividades recreativas onde a agilidade, a destreza e a capacidade de disputa do homem, o fazem ganhar ou perder num simples jogo de cartas. Como manifestação de mensagens espirituais e fins divinatórios, as cartas transformam-se no baralho de Tarô, desvendando mistérios e segredos pelas mãos de Madame Lenormand. Temida e respeitada, a grande dama francesa, estudiosa das ciências ocultas, viveu entre os ciganos e teve acesso a um legítimo baralho de Tarô, utilizado por eles. Aprofundou seus conhecimentos e aprimorou o jogo de cartas. Hoje, conhecido como baralho Petit Lenormand ou baralho cigano. A senhora da magia que preparava porções extraídas das flores do seu jardim, sempre acompanhada do seu fiel gato preto, previu nas cartas a ascensão de Napoleão Bonaparte ao trono da França, suas conquistas pela Europa e sua queda. Seguindo viagem pelo tempo e pela história, a Vizinha Faladeira ancora nas cartas ciganas, alicerce das previsões e leitura da sorte pelo poder e a força da vidência e oferendas. A carta como elemento postal, suporte da transmissão de informações específicas ou de interesse público da sociedade. Objeto de correspondência, inviolável, selada, transportada em malotes e distribuída pelos carteiros, heróis do asfalto que driblam os obstáculos para levar a mensagem, às mãos do destinatário. Mensagens que hoje, com o avanço tecnológico, podem ser transmitidas pelo correio eletrônico, mas que não substituem o papel e o envelope, materiais básicos da confecção de uma carta convencional, ainda preferida pelo prazer de escrever e trocar correspondências físicas. Os fatos que fizeram a história brasileira estão gravados nos instrumentos documentais e literários do país. A carta de Pero Vaz de Caminha dando conta a Portugal do descobrimento de novas terras, a carta de libertação dos escravos, Lei Áurea, assinada pela princesa Isabel são registros da história guardados em nossas memórias e registrados nos pergaminhos para serem passadas de geração em geração. Autor: Jorge Castro |
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