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Sinopse Villa Rica 2008

Entre armas e flores, Vandré o anjo da canção (Villa Rica - 2008)

Era o ano de 1968 e o Brasil mergulhava no mais escuro e obscuro momento de sua historia, os militares que haviam assumido o poder do país a partir de um golpe militar no ano de 64.

Foram anos muito pesados para a política e para o povo, pois os militares tentaram impor o seu poder através da força e da violência. Perseguiam a todos que se mostravam contra o regime e não tinham o pudor de tortura a todos aqueles que consideram "comunistas".

O ano de 68 ficou marcado pelo ato institucional nº 05 e famoso AI-5.que restringia brutalmente os direitos, principalmente, os artísticos do povo. A censura se tornava importante arma de batalha dos militares. Nesse período destacava-se nos festivais de canção um compositor que carregava em suas músicas o sentimento de liberdade do povo brasileiro, Geraldo Vandré marcou seu nome como um verdadeiro símbolo para os jovens idealistas que resistiam ao regime militar.

Em função das letras de suas músicas foi alvo direto dos censores militares e teve que fugir da sua terra, deixando para trás um sentimento de vôo libertário. Sua primeira parada foi o Chile onde ficou por um tempo até ser obrigado a fugir novamente. Vai para Argélia, passando depois pela Alemanha, Itália e finalmente aportando na França, onde reencontra um grupo de brasileiros e continua a compor.

As músicas de Vandré tornaram-se hinos para uma geração.

Venceu seu primeiro festival com disparada que na voz de Jair Rodrigues ficou imortalizada no repertório nacional. No entanto é no festival de 1968 que ele tem a perfeita noção do poder de suas canções. "Para não dizer que não falei das flores", ou simplesmente "Caminhando" consegue o segundo lugar dos jurados e é ovacionado pelo publico que não aceitou a vitória de "Sabiá" de Chico Buarque e Tom Jobim.

Retornou ao Brasil em 1973, mas manteve-se exilado em São Paulo. Muitos acreditam que tenha ficado louco em função das torturas que insiste em dizer que não sofreu, mas o que sabemos na verdade é que foi e é ainda um grande gênio que muito ajudou o país em seu momento mais difícil, pois através de suas letras o povo encontrava o alento necessário e a força para continuar lutando.

Sua última aparição pública foi em março de 1995. Apresentou-se no Memorial da América Latina, em São Paulo, no concerto realizado pelo IV Comando Regional (Conar), em comemoração a semana da asa. Na ocasião, um coral de cadetes lançou sua musica Fabiana, uma homenagem à FAB.

Nessa noite a Villa Rica mergulha na vida desse homem que passou por um tempo negro sem luzes no fim e um caminho. É na força e na paixão desse brasileiro que ama o verde e o amarelo que a azul e amarelo da zona sul carioca vai buscar energia para voltar novamente à passarela do samba. Com as bençãos das flores de Vandré invadimos essa avenida "caminhando e cantando seguindo a canção..."

Carnavalesco: Fábio Santos