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Bonecas. Impossível não se apaixonar por elas... (Mocidade de Vicente de Carvalho - 2010) "Bonecas. Impossível não
se apaixonar por elas..." é um enredo que remete a nossa
mais famosa boneca brasileira, Emília, com seu espírito
irreverente e sonhador que nos faz conhecer o mundo fantástico
das Bonecas, transportando-nos através do tempo e do espaço. Um
mundo que nos traz a magia, que traz de volta a infância, e que
hoje é uma das maiores representações da nossa brasilidade.
Sinopse "Mas afinal de contas, Emília, o que você é? Perguntou o Visconde." (Memórias de Emília) Uma Boneca. De pano, criada por Tia Anastácia no Sítio do Pica-Pau Amarelo. Fui feita de retalhos, linhas e botões. Com um toque de mágica ganhei vida. Venho despertar os sonhos presentes no mundo das bonecas. Mas afinal, o que é ser boneca? Em que mundo elas vivem? Posso ajudar vocês a descobrirem isso... O Visconde criou um pó mágico que nos permite viajar no tempo e na história da humanidade. Preparem-se para embarcar comigo nessa aventura pelo mundo mágico das Bonecas. Impossível não se apaixonar por elas... E aqui vamos todos nós Pois a história começa assim... Embarcaremos nessa viagem Pelo pó de Pirlimpimpim! Mundo dos Rituais Nos cultos e rituais, as bonecas estiveram presentes evocando deuses pela fé dos primeiros povos da humanidade. Desde os primórdios, a vida das bonecas baseou-se na forma de representar a vida humana, levando-nos a perceber como somos e como vivemos em um mundo primitivo. Os homens criaram representações de bonecas com seios fartos e quadris volumosos. É na pré-história que temos o primeiro registro oficial de uma boneca, a Vênus. Nossos antepassados acreditavam ser essa boneca uma representação simbólica da fertilidade, pois tudo que o ser humano desconhecia atribuía às divindades. No Egito, guiavam os Faraós em sua incursão ao mundo espiritual. Quando eram sepultados, tudo era preparado para que pudessem reproduzir toda a riqueza que lhes pertencia na terra. Junto a esses objetos luxuosos que os acompanhavam, elas estavam presentes como representação das dinastias egípcias que os guiariam em um plano espiritual e formariam seu séquito. Para os japoneses, as bonecas possuíam espírito. Em suas cerimônias, representavam o símbolo da história dos costumes do país. As bonecas eram usadas para afastar os demônios e os males da vida que pudessem vir a afligir suas famílias. Eram o símbolo da prosperidade e da felicidade. No mundo clássico, as jovens gregas consagravam suas bonecas à deusa Afrodite. ''Eu, Sapho, dedico esse precioso presente para você...'', escreveu uma das mulheres de Atenas. Em Roma, eram realizadas festas particulares onde bonecas eram dadas como presente. Os deuses Lares eram homenageados com altares repletos de bonecas que traziam a harmonia para o lar dos Romanos. A religião Vodú foi originada através dos Povos Yorubás, partindo da África para conquistar o mundo. Cultuavam as forças da natureza através das Loas, suas deusas, que permitiam o contato com o divino. Os cultos se utilizavam da Boneca Feitiço, que através da magia de rituais conquistava a proteção ancestral, a fertilidade ou era utilizada para disseminar o mal. Mundo Infantil No universo infantil, as bonecas ganham grande importância no aprendizado e no despertar dos sonhos dos pequeninos. Foi na França que as Pandoras se tornaram uma febre entre os Nobres. Eram enviadas às cortes pelos mais famosos estilistas parisienses para apresentar suas novas coleções. Devido a sua beleza, logo se tornaram um objeto utilizado para presentear uns aos outros, e, a partir daí, as meninas européias adotaram essas bonecas. Nascia, então, o brinquedo mais popular da história da humanidade... As bonecas se tornaram uma febre. Surgiram na Inglaterra artesãos que passaram a reproduzi-las, como pequenas mulheres da corte, em grandes quantidades. Nesta época, os ingleses viram a necessidade de torná-las mais delicadas para que se aproximassem cada vez mais do universo infantil. Dessa forma, passaram a utilizar a porcelana, um segredo roubado da China, para modelar os seus lindos rostinhos. Com o passar do tempo, evoluíram cada vez mais. Os relojoeiros suíços deram ainda mais vida a esse brinquedo, criando as primeiras bonecas mecânicas, que, com seus movimentos, bailavam para encantar as crianças. A partir daí surgiram as primeiras caixinhas de música, que as embalavam ao som de envolventes canções. Com o intuito de proporcionar o bem estar às crianças, foi criado o quarto de brincar, com o objetivo de aproximá-las do universo infantil. As Casas de Bonecas viram cenário para reproduzir seus sonhos. As bonecas ganham o mundo e se tornam um dos principais brinquedos da humanidade. Mundo Folclórico As bonecas também são uma forma de trazer para casa o registro dos diferentes povos visitados. O interesse pelo folclore cresce e é assim que, até hoje, as bonecas típicas são o retrato dos costumes dos povos. No Brasil, tornaram-se o retrato do nosso povo e de seus costumes. Os artesãos retiram da natureza os materiais para a confecção das mais belas bonecas em madeira, retalhos ou no barro, que imortalizou as obras de Mestre Vitalino. As cabaças coloridas ou as Mamulengas, que encantam as ruas nordestinas a desfilar os personagens do folclore. O olhar encantador das Namoradeiras nas janelas das casas coloniais, sendo admiradas pelos que passam. As danças típicas se apropriaram delas para colorir o desfile dos folcloristas brasileiros. Seja no Maracatu, em que a Calunga é a figura principal no cortejo; no Afoxé, em que a Babalotim é reverenciada pelos cortejantes; na Folia de Reis, onde a Maria Angú dança pelo divino; nas festas de São João, onde as bonecas de mala animam os forrozeiros. Descendo as ladeiras com os foliões de Olinda, com a alegria que é peculiar ao povo brasileiro, baila a Mulher do dia. No embalo do Frevo, os passistas se vestem de Bonecas gigantes irradiando alegria pelos dias de carnaval. Bonecas. Um inocente objeto que desperta o sonho na humanidade há milhões de anos. Não poderia ser mais pertinente ao carnaval, que nos proporciona o encanto, a fantasia. Carnavalesco Marcus Ferreira |
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