Sinopse Uraiti 2009
Ginga,
a Rainha Quilombola (Unidos do Uraiti - 2009)
Justificativa
(Nzinga Mbandi Ngola) Rainha de Matamba e Angola nos séculos
(XVI-XVII),foi uma das mulheres e heroínas africanas cuja
memória mais tem desafiado o processo de resgate da memória do
imaginário cultural da diáspora africana. Tal como no folclore
brasileiro com o nome de Ginga; despertou o interesse dos
iluministas como a criação de um romance inspirado nos seus
feitos (Castilhon, 1769) e citação na Histoire Universelle
(1765); é cultuada como a heroína angolana das primeiras
resistências pelos modernos movimentos nacionalistas de Angola;
e tem despertado um crescente interesse dos historiadores e
antropólogos para a compreensão daquele momento histórico que
caracterizou a destreza política e de armas desta rainha
africana na resistência à ocupação dos portugueses do
território angolano e conseqüente tráfico de escravos.
Contemporâneos de Zumbi dos palmares, esse um outro herói
brasileiro. Ambos compartilham de um tempo comum de resistência:
o Quilombo!!!
Um grande número de reinos africanos da costa ocidental e
central do continente . Suas economias, antes da presença
européia, estabeleciam-se em função de uma relação
complementar , através de comércio a longa distância. Desse
modo, o poder centralizador desses reinos situava-se não no
litoral mas no interior, com o fim de melhor controlar as rotas
comerciais. Normalmente o litoral constituía-se como espaço de
produção de sal, peixe seco ou outros produtos necessários ao
interior.
Sinopse
Em um antigo reino em Angola, na África, no século XVII, a
rainha Nginga Nbandi (Ginga) possuía um dos mais fortes
exércitos da região. Temendo uma possível guerra, e sabendo
possuir um exército menos preparado e mais fraco que o do reino
de Angola, o Rei de Congo (não se sabe exatamente qual seu
nome), propôs para a rainha Nginga que se casassem, assim
unificando seus exércitos e os fortalecendo, para assim, poder
conquistar mais terras africanas e derrotando os exércitos de
outros reinos.
Como condição para a concretização de sua união, a rainha
Nginga impôs apenas uma condição: ela é quem deveria ter a
última palavra, ou seja, ela seria a soberana no reino.
Lutando contra a colonização portuguesa, Nginga Nbandi e seu
exército venceram o governador português João Corrêa de
Souza, no ano de 1621. Nginga faleceu no ano de 1681, católica,
batizada como Ana de Souza.
Toda essa história é representada durante os quatro dias do
Auto dos Maçambiques. O ápice da cerimônia é quando o rei e a
rainha são coroados pelo pároco da igreja onde se realizam as
missas da festividade. Após serem coroados, dançantes, ao som
dos tambores maçambiqueiros, cantam em meio ao salão da igreja:
"Tá c'roado, bem
c'roado
Nosso grande imperador
Tá com a c'roa na cabeça
C'roa de nosso Senhor"
As duas varas de dançantes - a azul representando a rainha, e a
vermelha representando o rei - simulam, em sua dança, a guerra
entre os reinos de Angola e Congo. Rei e rainha são tratados com
fidalguia, sendo reverenciados e respeitados por todos os
integrantes do grupo
Essa é uma manifestação afro-católica dos negros trazidos da
África e que no sul do país estabeleceram raízes, o
maçambique é a representação da cerimônia de coroação do
Rei Congo e da Rainha Ginga.
Os soldados do reino de angola que para cá foram trazidos para
trabalhar nos canaviais dançavam e cantavam o maçambique,
remetendo ao tempo em que ainda viviam no continente africano.
Ainda hoje, embora um pouco deturpado pela ação do tempo, o
folguedo de maçambique resiste as mazelas do tempo.
Carnavalesco: Bráulio Malheiro
Entra no meu sonho além dessa porta
Dá as mãos e abre a roda...
Agora gira, gira a ciranda, gira nuvens, gira o mundo:
Um mundaréu de alegria nas terreiras da folia