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Sinopse Tuiuti 2011
O mais doce bárbaro - Caetano Veloso! (Tuiuti - 2011)

Segue menino, segue o seu destino de Santo Amaro da Purificação para o mundo.

Segue teu rumo e ganha a vida cantando, criando poemas, escrevendo prosas, levantando bandeiras com seus encantos, frases, letras, músicas, palavras e textos que nos fazem pensar. Que nos fazem acreditar que pode existir uma fórmula de ser feliz! Quem sabe atrás dos As e Xis de suas letras não exista a verdadeira felicidade?
Filho de Dona Canô e Seu Zezinho, ele não cansa de se renovar, de se devorar e recriar a sua poesia musicada, sonora, artisticamente com pegada e estética própria. Musicalidade, personalidade e força de um leão!

Ele é tudo de novo, transcodificando letras, símbolos, mensagens de algum planeta distante, de algum espaço, talvez de um disco voador!
Não para nem um segundo, de fazer da arte a sua forma de se expressar e com isso nos faz sonhar como se estivéssemos envoltos em nuvem de fumaça cósmica. Ele que sempre procura o impossível, o mais lindo tom, a palavra mais correta, a visão mais apurada de se dizer e cantar sobre os sentimentos humanos.

Tá ali, na sua viagem, no seu momento mais íntimo, numa imagem, num olhar, na gata, na jóia, na baiana, na mulher. Tá ali, nos gestos, nos cornos, no cotidiano, na beleza do menino peito aberto, nas cidades, na sua poesia mais que concreta.

Com certeza nos sentimos melhor ouvindo suas canções apaixonadas, seu sorriso rasgado e franco, sua cuspida de frases que amamos ou odiamos...

Sua garra nordestina de quem vislumbrou a vitória na coragem de não ter tido medo de arriscar. O medo de enfrentar a cidade grande em noite enluarada, o medo de combater a ditadura que tinha a audácia de querer calar que não nasceu pra ser calado.

Fez do movimento tropicalista, junto com Gilberto Gil, Gal Costa e sua irmã Maria Betânia o cenário das suas idéias mais contemporâneas e a resposta mais original contra o poder de um governo ditador. Sendo assim como um caleidoscópio de multicores faz dessas idéias tropicalistas, base para influenciar a geração do poder das flores.
O sucesso era predestinado, pois foi abençoado pelo Senhor do Bonfim. Ele é o "baiano-estrangeiro" de Santo Amaro da Purificação (como disse Augusto de Campos) que tem a força das palavras e faz com o seu som uma incrível e enlouquecedora revolução nas cabeças da nossa sociedade careta!

Filosofando em letras no tom certo, na hora certa, faz da fina estampa das suas músicas um burburinho tal qual champanhe na cabeça dos pseudointelectuais.

Dirigiu, atuou, escreveu, cantou, falou e não se arrependeu. Fez e faz o mundo ficar odara!

Ele é o doce bárbaro que com amor no coração, se prepararou pra invasão, cheio de felicidade e entrou na cidade amada!
É o afoxé filhos de Gandhi, o menino Deus com corpo azul dourado. Ele me dá sorte, é a abelha rainha, é tigresa, é neguinha? Será? É baby, é baby, é baby!

Ele é transa, ele é samba, ele é Sampa, na sua mais completa tradução! É Haiti porque canta para os quase pretos, ou quase brancos quase pretos de tão pobres!

Hoje ele só quer você, seja do jeito que for. Hoje ele só quer alegria, é o seu dia o meu dia. Hoje ele só quer amor!
Quem não seguiu o mendigo Joãozinho Beija Flor? Quem não sambou atrás do trio elétrico e não mangueirou?

Hoje, não se perca de mim, não se esqueça de mim, não desapareça. A chuva tá caindo e quando a chuva começa, eu acabo perdendo a cabeça!

Hoje, vira tema de enredo na escola de samba tradicionalíssima carioca, lá do morro do Tuiuti no bairro de São Cristóvão, o bairro Imperial. Sim, nessa festa de Momo, hoje temos um Rei, o Rei das bananas e coqueiros tropicais, o Rei da Vela quem sabe? O Rei do Congá? O Rei de coroa de lata, de papel ou de prata. É o Rei da pura poesia que hoje será o Rei do nosso samba carnaval!

O Rio de Janeiro vai liquidificando você, os confetes vão caindo do céu, as serpentinas são elos que nos aproxima nessa festa de ilusão. O morro está em festa. As cabrochas, lá dos becos, ruas e vielas começam a se aprumar para o desfile oficial, o grande dia do nosso samba!

E você vem chegando com teu requebro de mulato, quebra nas cadeiras de neguinha batucada e caia na folia com teus súditos desse doce reinado.

Hoje, nossa garbosa galeria da velha guarda tira o seu chapéu panamá para você.

Só para você, a nossa porta bandeira e o guardião mestre sala com louvor e felicidade no olhar apresentam o nosso pavilhão. O giro das saias, das nossas baianas levantam a poeira do chão para você sambar!

Hoje, nossa mulata passista do alto da sua sandália prateada, dança com o pandeiro e abre um sorriso branquinho, somente para você!
Viva a bossa, a palhoça, a mata, a mulata, Maria e também a Bahia! Viva Iracema, Ipanema e Viva a Banda de Carmem Miranda!
É hoje que a nossa bateria aperta seu coro no mais puro dos esticados para que o som vibre tão alto e toque no seu coração. Hoje, vestiremos uma fantasia que contará a sua vida e enfeitaremos nossas alegorias e adereços de mão cantando o nosso samba tão alto que acordaremos até os gatos que dormem nos telhados! Tudo isso só faremos porque o nosso carnaval é você, o mais doce bárbaro - Caetano Veloso!

Presidente Renato Ribeiro Martins - Thor
Título e idéia do enredo: Ivo Meireles
Autor do texto e pesquisa: Eduardo Gonçalves

Tópicos do enredo :
01 - Tropicalmente Bárbaro
02 - Com fé e a Bahia?
03 - As mulheres e o canto de opinião
04 - O Rio de Janeiro Liquidificando Caetano