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Sinopse Unidos da Tijuca 2008

Vou Juntando o que eu Quiser, minha Mania vale Ouro. Sou Tijuca, trago a Arte Colecionando o meu Tesouro (Unidos da Tijuca - 2008)

Hoje a Tijuca, vestida de Indiana Jones, famoso arqueólogo do cinema, monta uma grande exposição a céu aberto para mostrar a antiga mania do ser humano de guardar objetos diversos. Em qualquer idade ou lugar, sempre tem alguém colecionando algo, dos objetos mais baratos aos mais caros, dos comuns aos mais raros. Todo colecionador tem sua coleção como uma relíquia, como um verdadeiro tesouro particular, cujo valor vai além do financeiro. Esquisitice ou passatempo, colecionar pode também ser a melhor maneira de preservarmos nossa história para gerações futuras.

A partir de pessoas que dedicaram suas vidas a preservar, de quinquilharias aos mais relevantes objetos de arte, museus foram fundados, permitindo que toda a sociedade tivesse acesso ao conhecimento, à história, à pesquisa e à memória de nossa civilização.

O pavão, símbolo maior de nossa agremiação e objeto colecionado por muitos tijucanos, vem à frente da escola fazendo a ABERTURA da grande exposição que passará pela Sapucaí.

Nessa divertida visita guiada por Indianas tijucanos às nossas galerias, será mostrado ao público da Sapucaí que qualquer objeto colecionado tem seu valor. Todos perceberão que de uma simples coleção de canetas, uma entre tantas poderia ter pertencido a uma personalidade e ter participado de um importante fato histórico, como também um sapato plataforma pode remeter, por exemplo, ao fascínio de Carmem Miranda por esse acessório. Nas cozinhas, são comuns pingüins e ímãs de geladeira. Outros objetos desse acervo guardam um valor sentimental do colecionador. A mania de colecionar vale ouro, pois todos fazem de sua coleção o seu tesouro. Assim, esta PRIMEIRA GALERIA de nossa exposição fica reservada a uma diversidade de objetos que trazem consigo referências históricas, biográficas e estéticas.

Quem nunca colecionou alguma coisa quando criança? Brincadeira ou mania, não importa. Das figurinhas aos brinquedos mais diversos, a criança forma seu tesouro particular que faz parte de um mundo de fantasia. Em nossa SEGUNDA GALERIA, vamos admirar referências do mundo infantil que preservamos e passamos para nossos filhos. Há séculos colecionamos bonecas que estão no imaginário de meninas de todo o mundo, feitas de pano, de porcelana, de plástico, até as modernas. Os sonhos dos meninos serão mostrados em brinquedos que projetam uma realização da vida adulta, representados por soldadinhos de chumbo e por carrinhos em miniatura.

Símbolos místicos de nosso imaginário surgem em nossa TERCEIRA GALERIA. Cercados de superstições, buscamos neles proteção para os obstáculos da vida. Se ter um Buda é bom, imagine uma coleção deles! Muitas dessas peças podem servir de amuleto, conforme a energia que emana delas. Com o mundo cada vez mais desigual, em busca de algum conforto, muita gente costuma colecionar artefatos relacionados ao espírito e a um universo mágico. Corujas, gnomos e fadas pulam das florestas e povoam estantes, mesas ou qualquer cantinho de nossas casas para nos proteger.

Quanto mais antigo melhor, peças raras ganham valor com o passar do tempo, já que antiguidade é posto. Por vezes, perdidas em um quarto abarrotado de tranqueiras, bugigangas, tralhas, quinquilharias e cacarecos herdados de nossos antepassados, podemos encontrar uma peça rara, que depois de uma avaliação, deixa simplesmente de ter um valor sentimental para contar a história de uma época, passando a ter valor também econômico. Um antiquário é a nossa QUARTA GALERIA, porque é nele que vários objetos de arte, ou mesmo curiosas peças, que constituem pistas sobre os costumes de uma civilização, são comercializados, seja através de vendas individuais ou por disputados leilões. Por estes objetos, podemos conhecer a evolução social, política e econômica do mundo através das peças raras que compõem os antiquários. Por aqui passam candelabros, cadeiras, moedas antigas, porcelanas, dentre tantos outros, que fazem a festa dos aficcionados por elementos do passado. Um mundo de raridades que torna este local um ótimo lugar para uma verdadeira caça ao tesouro.

De um simples passatempo, alcançamos a importância de se guardar informação. Passamos a não colecionar só objetos, mas também outros elementos transmissores de conhecimento. Animais, plantas e escritos são mantidos em espaços públicos, criando uma nova modalidade de coleções. Institutos de pesquisas oferecem a todos não somente a oportunidade de admirar, como também poder estudar nosso mundo e tudo que nos cerca. O Jardim Botânico do Rio preserva para a posteridade coleções de plantas e flores do mundo inteiro que nos enchem os olhos. O zoológico mostra a todos como é a fauna do planeta em um simples passeio de domingo; e as bibliotecas guardam nossos mapas, documentos e edições que engrandecem nossos estudos, nossas pesquisas e a cultura. Deste vasto mundo do saber, surge nossa QUINTA GALERIA.

Chegando à nossa SEXTA GALERIA, encontramos toda forma de arte constituída pelas mãos da elite de grandes colecionadores, preservada como em uma cápsula do tempo. Da opulência da aristocracia, em residências reais, por doações, surgiram os grandes museus por todo o mundo, para que todos possam admirar a arte e conhecer seus criadores através delas. Do nosso museu do índio, que guarda a arte primitiva de nossos ancestrais, aos grandiosos espaços do Louvre, que exibe tantas obras entre quadros e esculturas de mestres que contam a história da arte universal, todos são instituições que guardam nosso patrimônio cultural.

Assim, quando encontrarmos alguém que tenha essa mania de guardar, valorizar algum tipo de peça e artefato ou mesmo um documento antigo, devemos ter a consciência de que o lixo de um pode ser o tesouro de outro.

Com o simples ato de colecionar, de certa forma, tal qual o Indiana Jones do cinema, com suas peripécias à procura de valiosos artefatos para coleções museológicas, também nos tornamos desbravadores, enfrentamos desafios em aventuras para adquirir as preciosas peças do nosso acervo, do nosso tesouro particular.

Texto Sinopse:
Luiz Carlos Bruno - Carnavalesco
Julio César Farias - Pesquisador e Escritor