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Amazônia - Memórias da Floresta de Coração Verde (Unidos de Vila Santa Tereza - 2011)
É, está difícil de resistir! Por madeireiras, minhas árvores são arrancadas Sofre minha alma verde que sufoca com as queimadas Estrangeiros invadem meu território Tenho substâncias saqueadas Depois de transformá-las em matérias-primas Que ainda pagamos para poder utilizá-las Também turvam minhas águas Garimpeiros sem ética e sem orgulho Na febre da extração do ouro Enchem meus rios de mercúrio Poluem afetando os peixes Que se debatem sem ar até morrer Sofrem também aldeias inteiras Que necessitam dessa água para viver Mas sou perseverante e resisto Tenho toda fauna e flora a cuidar Resguardo esse povo que vive de mim Ainda tenho as Amazonas para me guardar? Cuido de roedores e morcegos Macacos, araras e tucanos Botos, peixe-boi e pirarucus Em recantos submersos até 6 meses ao ano Minha floresta é tão densa e fechada Que nem os raios de sol perfuram Com folhagem rica e viçosa E rios coloridos que nunca se misturam Tenho também meus inquilinos Que, diferente dos invasores salafrários, Respeitam o lugar onde vivem; Por isso, os considero eternos proprietários Indígenas preparam iguarias Peixe moqueado e pato no tucupi Matrinxã na brasa e biju Muçuã e caldeirada de tambaqui Guardo segredos e mistérios Com Curupiras, Caboclos d'água e Boitatá Boiúnas, sacis e mapinguaris Iaras que seduzem com seu cantar Nos meandros dos meus rios Existe uma fantástica ilha fluvial Nas três últimas noites de junho Em Parintins acontece o folclórico festival Meu exuberante paraíso verde A Vila vai mostrar em seu carnaval Darei energia a seus sambistas Que manterão meu equilíbrio ambiental Carnavalesco: Sandro Gomes Texto: Jorge Mendes |
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