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Sinopse Setor 1 2010
SINOPSE ENREDO 2010

Boiúna Mbara - A História ao Contrário

Um dia, numa terra pintada de verde, onde o tempo não passava, onde apenas se via o sol circundar o céu e, do luar, refletir a noite; os filhos do mato louvavam aos seus deuses em Dabacury. Num ritual divino, o deus dos trovões revela ao grande xamã Tupinambá, através da fumaça dos Paricás uma terra tomada pela escuridão, além da imensidão azul do mar: era o domínio de Anhangá que tingia de medo e desespero tal lugar

Fora o pedido divino: alguma coisa precisava ser feita!

Decidiram atravessar o oceano e salvar aquele povo que clamava por liberdade. Com os braços fortes dos guerreiros e a inteligência ancestral dos anciões Boiúna, a grande embarcação foi construída! E sob as bênçãos das águas foi alçada no véu de Abeguar,

Boiúna Mbara!

As noites eram frias e a exuberância da terra estava longe daquele lugar. O tempo passava consumindo aqueles corpos tingidos com urucum cobertos com palha e penas selvagens envolto ao temor pelo desconhecido.  Ao longe, avistaram o lugar revelado por Tupã: O paraíso da destruição!

Faltava cor...
Faltava vida...
Faltava dignidade...
Sobrava ganância...
Sobrava soberba...

Sobravam dominações e uma devoção inexplicável às fúteis pedras que brilhavam cintilantes no peito dos “donos de outros”, enquanto o povo cobria-se, sem conseguir esconder o fétido odor. Em ruínas, as construções daquela civilização eram o palco perfeito para a dança dos ratos. Os escombros marcavam a centenária guerra que assolara os leitos...

Do alto de grandiosas torres, objetos de cobre moldam correntes invisíveis alastrando o som da submissão perante a santidade. Anhangá mantinha um sistema complexo de dominação sobre aquele povo: haviam súditos por toda parte, as cabeças douradas brilhavam e suas peles eram revestidas de outras, lascas animalescas, macias e aveludadas. O luxo dos arautos contrastava com a miséria e sujeira da grande massa.

Os guerreiros cobertos de pena, acolhidos pelos camponeses indignados com o ímpeto da Igreja e o domínio dos servos da destruição, queriam lutar, na busca incessante de libertar aquela gente que padecia em preces. Mas a sabedoria anciã freou o ímpeto daqueles lutadores.
 
A redenção viria, contudo sem derramar gota alguma de sangue...

Evocando espíritos ancestrais e as forças da terra, os maracás soavam a pajelança! Tupã chicoteava o céu com descargas de luz; Rudá esqueceu de iluminar; e Jaci não surgiu prateada na imensidão... Temendo a ira das divindades, o Senhor do Mal e teus súditos fugiram e, aquele povo pela primeira vez conhecera a liberdade.

Os heróis fincaram raízes para ensinar a sabedoria natural.
 As correntes foram quebradas, mas as marcas ainda precisavam cicatrizar...

As matas se transformaram em grandes laboratórios vivos, pajés ensinavam a cura para os males do corpo e alma. Os santos do culto à cruz ganhavam adornos tribais; o cupuaçu, biju e mandioca aguçam o paladar daquela gente e os traços de cerâmica encontraram delicados toques renascentistas...

Novos amores romancistas, versos transcritos pelo bem.
Nasciam da miscigenação das raças!

Os batuques dos tambores invadiram os palácios de Veneza: ecoavam pelo teatro Toniolo Di Mestre o falar dos torés e a burguesia não mais escondiam-se nas suntuosas mascaras... Liberto a doce alegria do riso sem diferenças. Penas e sementes fazem desabrochar um novo carnaval

Dançavam a ciranda que não para...
Na roda viva do tempo!

Os herdeiros dos heróis absorveram a cultura daquele povo, a Mãe-Terra emanava uma força de atração mística cravada no coração das crias da natureza. Era o regresso de quem um dia partiu para libertar os selvagens de além-mar, o berçário da vida que irradiava cura aos longínquos reinos do planeta.

Desenhos dos mais belos montes anunciam a proximidade. Refletiam nos olhos a singela beleza do paraíso tropical. Ainda assim, não sabiam o que iriam descobrir nas mãos do irmão:

Os guardiões da tradição,
Da sabedoria,
Da história...

Seriam eles os diferentes? Ou seriam os regressados que haviam aglutinado novos costumes? Os navegantes se viram estranhos no âmago da própria cultura - todavia, sem distinção, o conhecimento milenar ainda corria naquelas veias. E numa melodia ecoada, celebraram a vida...

“Nhamandu, Jogweru, Nhanderu
Tenondé, Omãnê, Nhandexy
Tenondé, Nhandere, Omãne ...”

... Da ganância, apenas o observar das divindades:
“Anhangá ouvirá deste canto!” 

REGULAMENTO DO CONCURSO DE SAMBA-ENREDO: A Acadêmicos do Setor 1 lança esta noite a sinopse oficial para os compositores do seu enredo do Carnaval Virtual 2010: "Boiúna Mbara: A História ao Contrário". Com isso fica estabelecido o inicio do periodo de inscrição de sambas para o concurso que escolherá o hino oficial da agremiação para a proxima folia

As Regras para entrega são bem simples: Basta enviar seu samba, que pode ser sem bateria para o e-mail academicosdosetor1@hotmail.com, preferencialmente com duas passadas, haja vista que serão exibidos todos os concorrentes em conferencias do Yahoo Messenger

Ao contrário do ano passado, não haverá mais o limite de inscrição de sambas por uma pessoa e/ou parceria. Agora o compositor pode inscrever quantos sambas quiser, com as parcerias que quiser.

A Data final de entrega de letra e audio está fixada em 31 de Janeiro de 2010. E todo ano será assim. A partir do concurso de 2010, o dia 31 de Janeiro está estabelecido como data fixa de entrega de sambas na Setor 1, ou seja, você já sabe qual será a data em 2011, 2012 e assim por diante pois ela não mudará.

Esperamos seu samba!

Victor Raphael
Presidente do GRESV Acadêmicos do Setor 1