Pétalas de Fé

Autor
Comissão de Carnaval

Sinopse

Flores...
Belas como o alvorecer do dia
Mágicas como uma noite em poesia

Levem o brilho dourado da verde e rosa
À mais singela das estações
Colheis, pelas veredas do tempo, as facetas da humanidade
Vós, que tens o dom de inspirar
Exalai o perfume da fé! Purificai a alma dos mortais!

No Egito antigo fostes o brilho incandescente do astro-rei
Metáfora de um povo, paradoxo da sutilieza e poder
Papiros... sagradas flores do delta do Nilo
Guardastes a opulência de toda uma civilização

Emanai do peito de Rá "flores solares"
Que germinam nos jardins do grande império
Personificando seus escolhidos
Eternizando a divindade dos faraós

Desabrochais o sopro ardente,
Procurando completar-se...

Sois a mãe de Brahma!
Lótus indianas nascem do umbigo de Vishnu
Do brilho que emana a criação...
Cosmos! Alcançai o conhecimento espiritual
Brotais em contorno humano

Percebida a centelha divina no interior
Concebe da essência, ioga!
A ponte transcendental entre o corpo e a alma

Desprezando a alcunha da realeza
Mergulha o amor num aroma singular
Puro, limpo e simples...

Simbolizais em três formas uma identidade mística
Rosa mulher... Entregai o fruto do vosso ventre
A razão e crença de milhões

Em cores representais a fé:
A branca, o fervor da oração;
A vermelha, o espírito de expiação e sacrifício;
O sofrimento da penitencia reside em dourado.

Vislumbrai Teu Filho,
Cravado com os espinhos da intolerância dos Homens
Vertei lágrimas ao pé da cruz...
São elas orvalhos que nutrem as pétalas de tua igreja

Salam, da raiz a submissão: Islam!
Proibido nos recantos do paraíso
Anjo divino rendeu-se aos sentimentos teus
Despertados por uma pobre mortal...
Amor proibido, fecundo, infinito!

Semeastes o ímpeto do servo do Senhor
Miosótis! Espalhar-vos pelos cantos da Terra
Do mundo um belo jardim... Sacrifício a Alá!
Dever que o egresso garantiu-lhe

Ora Yê Yé Ô, Mamãe Oxum...
Senhora do encanto, mistérios e magia
Fonte fecunda de sabedoria
Vá a cachoeira colher-vos como lírios
Que encantaram a Xangô, o grande Alafin do Fogo
Que tornaram a brasa mais suave
Lírios da paixão!

Teria sentido viver sem as pétalas da poesia?
Teria sentido a poesia sem a ginga e alegria do samba?

Do culto sagrado do carnaval
A oração do sambista! Sua profissão de fé!
Vossa perfeição decora uma razão
A romaria em tons suaves de bambas
Falais através de pétalas
Em verso e prosa...
...o néctar da vida

Minha alma
Minha história
Minha arte
Minhas flores...