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Festa dos Santos Reis (Mocidade Unida do Santa Marta
- 2020)
JUSTIFICATIVA
A Folia de Reis é uma festa religiosa de origem portuguesa, que chegou ao Brasil no século XVIII. Em Portugal, em meados do século XVII, tinha a principal finalidade de divertir o povo, enquanto aqui no Brasil, passou a ter um caráter mais religioso do que de diversão. No período de 24 de dezembro, véspera de Natal, a 6 de janeiro, Dia de Reis, um grupo de cantadores e instrumentistas percorre a cidade entoando versos relativos à visita dos Reis Magos ao Menino Jesus. Passam de porta em porta em busca de oferendas, que podem variar de um prato de comida a uma simples xícara de café. A Folia de Reis, herdada dos colonizadores portugueses e desenvolvida aqui com características próprias, é manifestação de rara beleza. Os receosos versos são preservados de geração em geração por tradição oral. Os instrumentos utilizados são: viola, violão, sanfona, reco-reco, chocalho, cavaquinho, triângulo, pandeiro e outros instrumentos. Os integrantes do grupo trajam roupas bastante coloridas, sendo eles: Mestre, Contramestre, os Três Reis Magos, Palhaço e Foliões. 1. O Mestre e Contramestre: donos de conhecimentos sobre a manifestação, são aqueles que comandam os foliões; 2. O Palhaço: com seu jeito cínico e dissimulado, deve proteger o Menino Jesus, confundindo os soldados de Herodes. O seu jeito alegre e suas vestimentas coloridas são responsáveis pela distração e divertimento de quem assiste à apresentação. Representando o Mal, usa geralmente máscara confeccionada com pele de animal e vai sempre afastado um pouco da formação normal da Folia, nunca se adiantando à “bandeira”. Apesar de seu simbolismo, é personagem alegre, que dança e improvisa versos, criando momentos de grande descontração; 3. Os Foliões: grupo composto de homens simples, geralmente de origem rural; são os participantes da festa que dão exemplo grandioso através de sua cantoria de fé; 4. Reis Magos: os Três Reis Magos fazem a viagem da Esperança, certos de encontrarem sua estrela. – É importante salientar que, em diversos grupos de folia de reis, a figura feminina se encontra através da representação das Pastoras. Até há pouco, podia-se ouvir ao longe ou, com sorte, encontrar, vindo de bairro distante, um grupo especial de músicos e cantadores, trajando fardamento colorido, entoando versos que anunciam o nascimento do Menino Jesus e homenageiam os Reis Magos. Trata-se, naturalmente, da Folia de Reis que, no período de 24 de dezembro a 6 de janeiro, Dia de Reis, peregrina por ruas à procura de acolhida ou em direção a algum presépio. Com sanfona, reco-reco, caixa, pandeiro, chocalho, violão e outros instrumentos, seguem os foliões pela horas adentro em longas caminhadas, levando a “bandeira” (estandarte de madeira ornado com motivos religiosos), a qual tributam especial respeito. Vão liderados por mestre e contramestre, figuras de relevância dentro da Folia por conhecerem os versos – são os puxadores do canto. Os foliões cumprem promessa de, por sete anos consecutivos, saírem com a Folia e arrecadar em suas andanças donativos para realizarem anualmente, no dia 20 de janeiro, Dia de São Sebastião, festa com cantorias e ladainhas. Durante a caminhada, é carregada a “bandeira” do grupo, um estandarte de madeira enfeitado com motivos religiosos. O ponto alto da festa se dá quando dois grupos se encontram. Juntos, eles caminham em direção ao presépio da festa, o ponto final da caminhada. Infelizmente trata-se de uma celebração que vai se perdendo no tempo. No Morro Dona Marta, na comunidade Santa Marta, preserva-se essa tradição a partir da inciativa e resistência do grupo FOLIA DE REIS PENITENTES DO SANTA MARTA. SINOPSE “Ô de casa, ô de fora! Nesta ocasião tão excelente A MOCIDADE UNIDA do SANTA MARTA Versa os santos Reis do Oriente Eis a Folia de Reis! Eis a Festa do Reisado! Que o tempo nos legou Por milênios validado Sendo agora apresentado No “cortejo” consagrado Nosso povo desce o morro E reúne os foliões Que vão pra rua “bater” caixas, pandeiros, repiques, surdos e violões Assim começa a nossa história Nas “Boas Festas” d’ Alegria Que vos manda o Rei da Glória Filho da Virgem Maria O conto dos três Reis Magos Que de terras bem distantes Foram guiados por uma estrela Cujos raios cintilantes Os levaram ao Deus Menino com seu brilho radiante O sinal da Santa Cruz É principio de oração É o principio desse canto Desta rica invocação Ao povo da cidade, pedimos com emoção: “Abra” as suas portarias E “receba” essa nobre folia Que com honra conduz A bandeira do divino O retrato de Jesus Deus o salve a luz do dia Deus o salve a claridade Deus o salve os guardiões Da Santíssima Trindade Deus te salve o oratório! É coluna que Ele fez Deus te salve o oratório! Tradição do santo Reis Deus te salve a Lapinha E as imagens que estão dentro Deus te salve a Lapinha E todo seu ornamento Povo desta rua Alegre seu coração! Receba santo Reis E o seu grupo folião Na folia tem palhaço Que faz verso e diabruras Representando o tinhoso Tentador das criaturas Por sete anos se repete Nesse belo ritual Sempre levando o bem Em detrimento ao mal Batendo de porta em porta Pra pagar uma promessa Levam mestre e contramestre Pra poder cantar a peça No dia do Padroeiro Os penitentes, em forma de oração Oferecem uma festinha Com sanfona, violeiro, Pastoras e ladainha Salve os Mestres Luiz, Dodô e Zé Diniz! Salve as Pastores, palhaços e foliões! que deixaram o povo feliz Salve aqueles que hoje tem como missão Eternizar a tradição Salve os santos Reis Que sempre deixam Muita saudade Salve a Onça Negra de Botafogo Que roga votos de muitas bençãos Para o povo desta cidade!” Carnavalesco: Miro Freitas Texto: Renato Figueiredo |
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