Sinopse Sacramento 2009
Se
todos fossem iguais a você. Maysa, eternamente Maysa! (Unidos do
Sacramento - 2009)
Introdução:
Maysa Siqueira Monjardim Matarazzo situa-se, entre as
compositoras e intérpretes determinantes da MPB, da segunda
metade do século XX... Nascida no Rio de Janeiro em Botafogo em
06/06/1936, de uma família aristocrática do Espírito Santo,
casou-se jovem em 24/01/1954, com o empresário paulista André
Matarazzo, no maior templo católico de São Paulo, a Catedral da
Sé, as vésperas da inauguração oficial em comemoração ao IV
Centenário da cidade de São Paulo, ganhando maior enfoque
social, tornando-se a mulher mais fotografada e comentada da
cidade. Teve um único filho, Jaime Monjardim, hoje cineasta e
diretor de novelas.
Maysa gravou seu primeiro disco em 1956. No ano seguinte sua
carreira daria um salto meteórico e a colocaria no posto de
cantora mais famosa do país. Vinte anos depois do estouro
inicial, um tanto afastada dos shows, sucumbiu ao bater seu carro
na ponte Rio Niterói.
Relataremos sua vida ao lado de situações e histórias de cada
época, entre uma série de depoimentos, reportagens e
informações que compõem um painel biográfico que aponta
Maysa, como uma artista de estilo ultra-romântico, além de
cantora mais intensa de sua era.
Uma mulher moderna para sua época, uma cantora apaixonada e de
talento incomum. Maysa esta viva na sua obra, na sua perene
imagem de mulher deusa, e na sua beleza.
Nem melhor, nem pior, Maysa não é um corpo, são dois olhos e
uma boca. Compôs 26 canções e gravou 36 discos.
Enredo:
Aos 12 anos, Maysa, já havia escrito duas canções (Adeus e
Marcada), cantando todos os dias acompanhados de seu violão. Em
20/11/1956, lançou seu 1º disco OUÇA, com imensa repercussão
em São Paulo, Rio de Janeiro, e em todo o país, tornando-se a
sensação do momento.
Com os discos estourados nas rádios, Maysa entra imediatamente
na pauta de jornais, revistas e programas de televisão. Logo,
estaria lado a lado com suas cantoras favoritas (Nora Ney, Helena
de Lima, Elizeth Cardoso, Sylvinha Telles e Dolores Duran),
formando o que o jornalista Arley pereira chamou de vozes
noturnas.
No 1° semestre de 1957, grava o grande sucesso "Se todos
fossem iguais a você", tornando-se a galinha dos ovos de
ouro da gravadora RGE.
EM 1959 grava "eu sei que vou te amar". Muitos foram
às gravações de Tom Jobim, Vinicius de Moraes, Newton
Mendonça e Dolores Duran, tornando-se a primeira artista
brasileira a se apresentar no Japão.
Tornou-se voluntária no hospital Santa Catarina, na Avenida
Paulista. A ação filantrópica tanto a empolgou que chegou a
declarar que abandonaria sua carreira de cantora, porém voltando
a compor e cantar, embarcando em nova turnê para Portugal,
França e Estados Unidos.
Em seu retorno grava o disco: "voltei", assinado por
José Bonifácio de Oliveira Sobrinho, o hoje todo poderoso Boni.
Sucessos sobre sucessos, torna-se a 1° da indústria
fonográfica do país.
Com a gravação de "meu mundo caiu", conhece Ronaldo
Bôscoli, compositor e jornalista que passa a ser sua grande
paixão, com isso a maior cantora do Brasil, grava o próximo
disco com composições de Menescal e Bôscoli.
Adere a Bossa Nova, em sua fase latente. O disco "O
barquinho" lançado em Abril de 1961 torna-se o grande
ícone da bossa nova, partindo para uma rápida temporada que
duraria 01 semana em Buenos Aires, e acabou se estendendo por 03
meses passando pela Argentina, Uruguai e Chile.
Em 1962, lança internacionalmente Jobim e João Gilberto no
Carnigie Hall em Nova York.
Chegou ao cinema europeu em 1963, cantando a trilha sonora do
filme "o repouso do guerreiro", dirigido por Roger
Vadim e estrelado por Brigitte Bardo, no auge de sua carreira.
A partir de 1965 insere-se no elenco dos disputados festivais da
canção, com seus belos olhos esverdeados e de voz rouca,
levantando as arquibancadas do Maracanãzinho.
Em 1967, é inaugurado o canecão, casa de espetáculos da zona
sul do Rio de Janeiro, sob direção artística de Carlos
Machado, (o rei da noite), e Maysa torna-se o grande show
espetáculo da MPB, sendo aplaudida em média cinco vezes ao
final de cada apresentação.
Seu show viajou por outras cidades, estreando depois no
"Urso Branco", a grande casa de espetáculos de São
Paulo.
Em 1970, Maysa torna-se jurada do programa de Flávio Cavalcante,
campeão de audiência pelo ibope, tendo ao lado grandes
personalidades, sendo o grande destaque daquele agrupamento.
Ainda em 1970 grava um dos seus mais belos discos "Ando só
numa solidão de amores", trazendo na capa, um close de seu
rosto, cabelo servindo de moldura e apenas dois olhos faróis
exibindo tonalidade esverdeada.
Veio o desejo em tornar-se atriz, e insere-se na dramaturgia,
participando das novelas: "O Cafona", ao lado de Tônia
Carreiro, Francisco Cuoco, Marilia Pêra e Djenane Machado.
A experiência animou tanto Maysa que a fez prosseguir em outras
novelas, tais quais: "Bel Amy" em 1972 e
"Bravo" em 1975. Tornou-se também atriz de teatro
participando de espetáculos ao lado de Antonio Pedro no Teatro
Casa Grande, no Leblon, com capacidade para 300 pessoas, lotado
durante toda a temporada.
Em 1973 apresenta-se na Boate Fossa, em Copacabana á convite do
cantor e compositor Tito Madi. Lança LP com o seu nome, tendo na
capa: quatro gatos pintados em aquarela e na contra capa um
arlequim. Composições como "bloco de solidão",
"Agora é cinza" e "Você abusou" de Antonio
Carlos e Jocafi, foram sucesso garantido nesse novo trabalho.
No último ano de sua vida, estrelou um show na Boate Igrejinha
em São Paulo, com participações do saxofonista Paulo moura e
16 músicos do Teatro Municipal, regido pelo maestro Julio
Medaglia, com renda revertida para a associação Santa Terezinha
de assistência a crianças com hanseníase.
Na platéia grandes personalidades como Nana Caymmi, Milton
Nascimento, Aracy de Almeida, Claudete Soares, Fafá de Belém,
Grande Otelo, Simone, Orlando Silva, Cely Campelo, Vinicius de
Moraes entre outros... Filas enormes na porta e muita gente
barrada por falta de lugares.
Passeavam entre seus sucessos: "Resposta, Ouça, Franqueza,
Por causa de você, Dindi, Meu mundo caiu, e encerrava com, Se
todos fossem iguais a você". Platéia delirava aos seus
pés. Visitava a obra da cantora que mais admirava Edith Piaf
(Hino ao amor).
Morando em Copacabana no posto 06, alternava idas á Ponta Negra,
em Maricá, tendo como distração a pintura a óleo e Frank
Sinatra na vitrola. Não esquecendo os amigos Gal Costa e de sua
abnegada secretária Leila.
Maysa em grego significa Pérola, e por ter se apaixonado por
Maricá, ganhou o carinhoso apelido de "PÉROLA DE
MARICÁ".
Após gozar de um período de um mês com os seus familiares,
Maysa retorna, e em 22 de Janeiro de 1977, liga para o pai
Acebíardes Guaraná Monjardim, mas conhecido como (monja),
avisando que iria visitá-lo, e depois seguir para Maricá,
deixando Copacabana, indo pela lagoa Rodrigo de Freitas, ao fundo
no alto o Corcovado, Rebouças, Ponte...
Autor do enredo: Almir Brandão
Carnavalesco: Almir Jhúnior