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De Carlota Joaquina a Bacural, Nosso Cinema deu Show e virou Carnaval (Império Ricardense - 2020)

De Carlota Joaquina a Bacural, Nosso Cinema deu Show e virou Carnaval (Império Ricardense - 2020)

SINOPSE

Luz, Câmera e Ação! Tal qual a tela, escura e fria, que ganha vida através das inebriadas imagens projetadas, o cinema nacional renasceu de suas trevas, do abandono de uma era obscura para as artes brasileiras.

Carlota Joaquina, ao lado de Dom João, saltou das páginas do livro para o cinema, abrindo caminhos para que se descortinasse a história de um Brasil menino, através de seus dramas, causos e peculiaridades. Este Grande Circo Místico, um pouco de plebe e corte, de sagrado e profano, se refletiu nas telinhas. Nossos atores mágicos, cenógrafos acrobatas, iluminadores mágicos e palhaços contrarregras fizeram dos sonhos e das vozes, as verdades nuas e cruas.

Neste Baile Perfumado – de heróis e mocinhos – chamamos de mártires e algozes os nossos cangaceiros, os homens de lei (ou fora dela) do nosso próprio faroeste, não tão distante. Eles trazem os causos e acasos de um país que mudou de tempo, mas não mudou de métodos; onde o coronel de ontem é o juiz de amanhã e as carências do povo continuam abaixo dos interesses dos mandatários, um verdadeiro bacurau!

Nas viradas do filme, entre negativos e tomadas fechadas, surgirão figuras como o Barão de Mauá, que tentou fazer desta pátria uma nação em crescimento – com suas ferrovias e navios – e acabou sufocado por uma elite perpetua, aquela mesma que prefere dar ao povo o pão e o circo, vendendo a ideia de que o nosso maior tesouro é a nossa falta de condições.

A “pátria em chuteiras”, do futebol que é a superação, saboreia as glórias de uma seleção, enquanto no pátio da central, crianças e homens, perdidos, vagam a espera de uma sorte melhor. Os Trapalhões, a esquete de nosso humor – desse nosso jeito de chorar sorrindo – refazem o caminho de nossos desejos, nossa utopia, do anseio de brilhar numa Hollywood, de atingir o estrelato em meio a todo este desterro, na corda bamba de um picadeiro colorido e desigual.

Está em cena um pouco do que somos: o colorido do Chacrinha e da Tropicália, um eterno expresso 222, cheio de fé, de gente que acredita existir em algum lugar do céu um ser de luz que olhe por nós. Essa gente que faz de suas crendices o Auto para Compadecida e cai no riso pra falar dos dramas pessoais.

O cinema, das cadeiras bem alinhadas, é uma casa pra quem vive de aguçar a própria imaginação. E não existe casa sem família, família se mãe e mãe que não seja uma peça, daquelas que vez por outra enlouquece e vira tudo de pernas pro ar.

O cinema é paixão, musa inspiradora; o cinema é a guerra, a lida, a luta feminina, a expressão de uma Cidade de Deus abandonada por bispos e fiéis. Retrato duro de quem mendiga pra fazer o belo, pra viver. Em cada set de filmagem mora o mosaico de um mocambo, de uma favela, de um quarto de dormir; alegoria montada para o hoje, para o agora, o efêmero.

O cinema é a esperança, a inocência; de Meninos Maluquinhos e da Turma da Mônica, da guardiã da esperança, menina Tainá, uma juventude que se conecta para sonhar com o futuro e lutar pelas causas de um novo amanhã.

Cinema é mais do que arte: é o dia-a-dia, arroz com feijão, pipoca e carnaval. Então se prepare: fim de trailer e que comece a folia!