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La Ultima Noche de Carnaval (Império Ricardense - 2017)

La Ultima Noche de Carnaval (Império Ricardense - 2017)

Fabricado na Espanha terra da castanhola e tourada
Projeto ambicioso prometido ser perfeito
Esplendoroso transatlântico singrava os mares em noite enluarada
De Barcelona à Argentina o destino rarefeito

Príncipe das Astúrias, ao herdeiro mais velho do Rei foi ofertado
Linda homenagem por Filipe de Bourbon aceita
Iniciando assim seu legado
De uma grande obra, mais uma vez refeita

Da Europa à America do Sul pela sexta vez
Aquela embarcação de engenharia sem igual
Cruzava os mares com tamanha altivez
Portando riquezas e vidas que chegavam ao seu portal…

A elegância reinava no salão onde o baile acontecia
Damas e cavalheiros a festejar
Sem sequer pensar em tragédia à aristocracia
Jamais pensou que o navio pudesse naufragar

O desvio inesperado, atitude não prevista
Ilhabela, terra de inúmeras lendas onde o navio foi parar?
Capitão honrado ou vigarista?
Sem nenhum controle fez seu navio no triângulo afundar

Estatuas em bronze e o cofre repleto de ouro
Aos portenhos como regalos
Vislumbrou bem próximo o paredão rochoso, dissipar todo o “tesouro”
Ponta da Pirabura a frente, o navio era em frangalhos…

Bastaram cinco minutos e tudo ali acabara
Tragado pelo mar levando consigo tudo o que ali continha
Num piscar de olhos como se nada houvera
O esplendor e gigantismo que da Europa provinha…

De um estrondo muito forte
Pânico geral aos que ali viajavam
Independente de classe, credo ou sorte
Muitas vidas, muitos sonhos ali findavam…

Março de 1916 linda noite de carnaval
Aquele que da Espanha chegava
Como um sopro divinal
Onde o cinza da tempestade, lindas cores apagava…

E como num passe de mágica o carnaval
Teve sua passagem de forma inesperada
Daquela ultima noite naval
A alegria parecia dilacerada

O deleite suplantou barreiras
Seres marinhos a bailar
Pierrots, Colombinas e Arlequins em danças corriqueiras
No fundo do mar a festejar

Submersas milhares de mascaras venezianas
Neptuno comandava a festa
Sereias vestidas de havaianas
Em todos a euforia se manifesta

Lendas, historias ou realidade?
Muita água pra rolar
No fundo do mar a mais pura verdade
Desse fato a perpetuar

A maestria do Carnaval transcende a noite trágica
Em atos e omissões dissertados
Forte lembrança nostálgica
Em corações apertados

O samba há cem anos vence a tristeza
Na superfície a Império é um vendaval
Grande festa onde bailou de todo mar a realeza
“La ultima noche de carnaval”.

Dos carnavalescos : Arilton Smith e Fábio Giampietro
Direção de Carnaval: Nino Smith e Serginho Aguiar
Presidente : Jatir Costa

Obras consultadas:
Ilhabela e seus enigmas de Jeannis Michail Platon

O príncipe das Asturias o Titanic brasileiro de Isabel vieira

“ El mistério del Principe de Asturias- El Titanic Español de Jose Carlos Silvares

Naufragio de Francisco Garcia Novell