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SINOPSE ENREDO 2010 Maranhão - Liberdade a quem se Manifesta
JUSTIFICATIVA É
carnaval!
Você é o convidado de mais uma festa!
SINOPSE
Para Você já foi ao Maranhão? Não? Então, venha conhecer! Não queremos textos históricos, não queremos o comum de um enredo que exalte uma localidade. Queremos o calor do seu povo! E é do calor e da cultura popular maranhense que modelaremos nosso enredo e nosso desfile. Queremos, como escola de samba, ser o veículo que dê asas para que esse povo se revele, marque presença, mostre seus valores culturais. Buscamos o sentimento de liberdade, de alegria, de festa. Que soem os tambores, trazendo vibração e energia! Abram-se os terreiros, evoquem todas as energias, todas as cores e sons que dão vida à essa terra. Que se expresse! Se manifeste! Todo esse povo... Que alcance o mais puro sentimento de liberdade em sentir a arte, viver a arte, ser a arte viva. Ser, então, Maranhense! “Um povo que não ama e não preserva suas formas de
expressão mais autênticas, jamais será um povo livre”. (Plínio Marcos) Rufem os tambores de Crioula! Soem os atabaques da Casa das Minas! Se a cultura é a essência, o espírito, a luz que marca a identidade de
um povo, sua gama de manifestações nunca deve se perder ou ser esquecida. Assim
são as expressões de vida emanadas das terras maranhenses: exaltando o
folclore, as manifestações típicas daquela terra, o espírito do povo que se
irradia como patrimônio imorredouro e necessário para manutenção da identidade
e da própria existência de uma nação, que a ele se reporta para poder
continuar. Vistam-se de branco, vermelho e preto, como a poesia de seu estandarte,
eternizada na história. A caravana da cultura da SRESV. Império do Progresso chega, embalada
pelo som de tambores e atabaques, para circular expressões de cultura popular,
brincadeiras, danças, canto, fé e louvação, numa mistura infinita e poética
chamada Maranhão. Desta forma, senhoras e senhores, vamos acompanhar os sons, danças, a
fé e a luz que são demonstradas pelos tambores da Casa das Minas (Querebentan
de Zomadonu), reino de Agotime e da Casa Nagô. É o povo de Dan, resistência
viva dos herdeiros da ancestralidade africana no Maranhão. É a Serpente de
Oxumaré invocando a força da África e fazendo resplandecer a sua força pela
Avenida de desfiles. Apreciem, entreguem-se, permitam-se sentir toda a
intensidade da ancestralidade africana do Tambor de Crioula e o ecoar de suas
significações, símbolo de resistência. Do povo emerge a fonte inesgotável para as representações artísticas,
reunindo música e dança. O fascínio do boi é inegável. Seus personagens,
ricamente vestidos, com fitas, chapéus coloridos, aventais brancos, penas e
suas toadas permeiam o cancioneiro popular e é a maior manifestação dos
festejos juninos maranhenses. Suas múltiplas variações: Zabumba, Orquestra e
Matraca, vindos das diversas regiões do estado, culminando num grande encontro
de bois, ápice da comemoração de São João. A dramatização do bumba-meu-boi
encanta e, como no fim, após várias passagens e cantos, o boi renasce. Renasce
como a verdadeira intenção de nossa caravana na valorização da cultura de raiz. Os folguedos juninos não se resumem ao boi; é um imenso arraial. Sob o
lume de fogueiras, há barracas de comes e bebes, bandeirinhas coloridas, quadrilhas,
mascarados, fofões (mascarados, cuja representação remete a animais e figuras
das lendas nativas maranhenses). Manifestações que, juntamente com os bois, “se encantam, vira saudade, lágrimas rolam, nasce a esperança; no ano
seguinte, em prazo certo, com novos brilhos e a mesma ginga, volta ao terreiro,
encanta e dança, que seu destino assim se cumpre, por mandamento de São João”. Assim, há também louvação e devoção. São festas que celebram a fé,
graças alcançadas, milagres realizados, mantendo viva a esperança de seu povo.
A vocação do povo do Maranhão para festa é latente. Desta forma, superam-se as
barreiras entre o sagrado e o profano, para fé e diversão entrelaçarem-se em
uma chama viva e incessante de adoração. Tem procissão, festa de largo, Louvor
a São Benedito, festa do Divino, dança de São Gonçalo, Cacuriá. Os caretas,
saindo à noite, para procurar por Judas. Tudo presente nesta grande festa
popular. Senhoras e senhoras, como dito, não há mais barreiras entre a fé e a
diversão. Diversão maior não há que a explosão da vida, o carnaval. O povo
maranhense brinca o carnaval; as escolas de samba ganham o nome de turmas de
samba; as crianças formam as tribos de índios. Tem as Casinhas da Roça, uma
espécie de carro alegórico, simbolizando um casebre rural, cujos destaques são
os tipos maranhenses, embalados pelo tambor de crioula. Não se esqueçam dos
antigos bailes de máscara – ah que saudade! Que bom que estão sendo
revitalizados. Todavia, o melhor é o carnaval da rua, com carimbó, capoeira
(que dizem, surgiram no Maranhão), Pato Pelado (blocos com fantasias diversas),
pra folia ficar cada vez mais “Mara”! (Já que os jovens maranhenses referem-se
carinhosamente ao estado como tal). Agora, façamos um círculo pra escutar as encantarias. O que não falta
no Maranhão são estórias e lendas. Como um grande teatro de fantoches, vamos
ouvir sobre a Velha Manguda, a Mulher de Guaxenduba, “Nhá Jança”, Olho D’água,
Palácio das Lágrimas, Reis e Touros Negros. É muita encantaria que serve de
inspiração pra criançada se fantasiar e mascarar pra brincar o carnaval. Uma nação tão cultural absorve outras manifestações. Da proximidade com
as ilhas caribenhas veio o reggae. O ritmo
misturou-se tanto com a cultura local, que ganhou feições próprias, o chamado reggae-root, estilo que se difere da matriz
jamaicana. Sua execução, através da
radiola – uma central radiofônica, que anima os bailes populares. Ainda nessa
musicalidade, destacam-se os festivais de Música, corais e poesia, alem de toda
consagração da música maranhense, do Curió, feiras e apresentações em terreiros
e na vida da rua. É toda essa “maranhensidade” cultural, que torna o estado uma ferveção
de vida e expressões de um povo singular, que a nossa Caravana vem resgatar e
reviver essa chama de vida, que nunca há de se apagar! Recordando toda Nobreza
que o estado abrigou em sua história, as lições de vida, a africanidade
misturada com os costumes indígenas, formando a essência da vida Maranhense,
que com muito carinho foram transmitidas a quem ama o samba e o boi, para
perpetuar toda a liberdade a quem se manifesta! Dedicado à Alice dos Santos Martins, avó incentivadora e pessoa iluminada, cuja significação do nome, revela a sua Nobreza. E que com esta e todo seu carinho introduziu a devoção aos cultos africanos e transmitiu todo o amor necessário para a realização do Império do Progresso, enquanto projeto maior de paixão pelo samba. O nosso muito obrigado e saudades eternas. |
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