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Sinopse Progresso 2009

SINOPSE ENREDO 2009

Na Rota das Índias, o Brasil é sempre o caminho

Europa, baixa Idade Média. Depois de séculos de adormecimento, o Ocidente vive o renascimento comercial. Do Oriente partem caravanas com suas preciosas mercadorias, cruzando longínquas terras até atingir as margens do Mediterrâneo. Porém, nenhum daqueles produtos era mais desejado que as especiarias. Objeto de cobiça, por elas nações guerrearam, prosperaram e se destruíram... E o que já era caro fica ainda mais com a tomada de Constantinopla pelos otomanos em 1453, deixando a Índia, que sempre exerceu fascínio no imaginário europeu, ainda mais distante. Acontece que, se por terra estava difícil, o mar era a melhor alternativa a ser escolhida. E assim, em busca das riquezas do Oriente, Portugal se lançou aos oceanos...

Brasil, 2009. A Império do Progresso viaja ao passado e embarca nesta aventura, apresentando os pontos de contato construídos ao longo dos tempos por Índia e Brasil. Histórias que se encontram e se entrelaçam, pois

Na Rota das Índias, o Brasil é Sempre Caminho.

Naqueles tempos de crise, encontrar uma rota alternativa para as Índias era uma questão de sobrevivência para as nações ocidentais. Com uma localização favorável no extremo ocidente da Europa, junto ao Oceano Atlântico, castelhanos e portugueses não encontraram melhor meio para se sobressaírem que não fosse através da navegação. Encontrar uma rota marítima para o Oriente era urgente!! Foi assim que, numa corrida desenfreada pelos vultosos lucros, os portugueses se voltaram para a costa africana. Por seu turno, numa ousadia ímpar, Cristóvão Colombo navega sob o patrocínio da coroa de Castela, rumo ao ocidente em busca do Oriente. O que o navegador não suspeitava era que no meio do caminho tivesse a América!! E assim julgando ter atingido às Índias, Colombo, inadvertidamente, batiza os habitantes daquelas terras de "índios". Apesar do engano histórico, o nome ficou, estabelecendo um laço definitivo entre dois mundos tão diversos!

Anos mais tarde e com o mesmo objetivo, Vasco da Gama, sob os auspícios do venturoso rei D. Manoel, deixa para trás o rio Tejo em busca do desconhecido. Tendo a coragem como o principal item da bagagem e enfrentando tormentas e motins, o bravo navegador contorna o continente africano e, em 1498, alcança Calicute na costa do Malabar. Estava descoberta a rota comercial marítima para as Índias dos mil deuses, mas também de tantas riquezas...

Para a grandeza da coroa, o aventureiro retorna com suas naus abarrotadas de especiarias. Os produtos que desde a Antiguidade serviam como tempero exótico para os alimentos, ou como ingredientes de rituais religiosos, ou ainda como medicamento para as mais diversas enfermidades, agora estavam novamente ao alcance da Europa, através de Portugal. Por isso mesmo, a despeito dos fascinantes sabores e aromas das pimentas, do gengibre, do cravo, da canela, da noz-moscada, entre tantas outras especiarias, eram exatamente os lucros de sua comercialização que moviam os bravos navegadores.

Como era perfeitamente esperado, El-Rei queria mais!!! E lá se vai Pedro Álvares Cabral estabelecer relações diplomáticas e comerciais no Oriente, repetindo a viagem do seu compatriota. Porém, na rota das Índias, o Brasil é sempre caminho: afastando-se do roteiro original, Cabral toma posse das Terras de Santa Cruz no novo continente descoberto por Colombo. Está estabelecido mais um laço entre as duas terras que o tempo não consegue apagar. Rezada a missa, Cabral deixa as novas terras e vai em busca do seu intento: o estabelecimento do comércio com as Índias. Através de sua diplomacia, é assinado o primeiro acordo de comércio entre portugueses e indianos. A partir de então, artigos de luxo enchem as chamadas "naus da Índia" que tantas e tantas vezes ao longo dos séculos seguintes repetiram o mesmo caminho em direção à metrópole e novamente de volta à Índia, numa rota permanente de navegação. Foi através desta rota que laços cada vez mais estreitos entre a colônia brasileira e as feitorias indianas foram se desenvolvendo. As naus da Índia em suas longas jornadas, não obstante as reiteradas proibições reais, faziam escala nos portos brasileiros, fosse na ida para o Oriente, fosse no retorno à Europa.

Tantas paradas clandestinas eram justificadas pelo reabastecimento de víveres e reparos nas embarcações; no entanto, o objetivo maior era o comércio ilegal dos mais diversos produtos. A intensa troca de funcionários portugueses transladados da Índia para o Brasil, permitiu a chegada de novos hábitos e costumes, provocando um interesse ainda maior pelas mercadorias provenientes do Oriente. Assim, além das célebres especiarias, diversos produtos eram intensamente cobiçados pela parcela mais abastada da população brasileira. Sedas finas, tecidos ricamente bordados, adornos, acessórios, bengalas, incenso, louças, esmaltados, esculturas sacras, peças em marfim, os mais diversos móveis, arcas, baús... Tudo isso deixado no Brasil em troca de ouro em pó ou em barra, do nosso açúcar, de tabaco, do feijão, da carne seca, da farinha de mandioca, e até mesmo de amarras e peças para navios.

Anos mais tarde, em fins do século XVI, as relação entre Portugal, Índia e Brasil se dilataram ainda mais. Buscando baratear os custos dos produtos orientais, a Coroa Portuguesa trabalha pela introdução do cultivo das especiarias em solo brasileiro, especialmente, a canela e a pimenta. Em 1685, o Rei D. Pedro II ordena ao Vice-Rei da Índia o envio à Bahia de oito casais de canarins, juntamente com sementes e mudas dos cobiçados vegetais indianos. A partir de então, em vários momentos a gente da Índia é requisitada para o desenvolvimento desses projetos. Mas não eram tão somente as especiarias que estariam mudando de endereço: tentou-se também o estabelecimento de uma colônia de tecelões indianos na Capitania do Pará, não concretizado por falta de adesão. De toda sorte, documentos e cartas registraram ao longo de todo o período colonial brasileiro, o intercâmbio entre as duas terras.

Malgrado alguns fracassos, as relações entre Índia e Brasil alcançaram sucessos inquestionáveis. O coco-da-baía de baiano nada tem: é indiano! A cana-de-açúcar, tão importante na nossa história passada e atual, também é indiana! Quem caminha pelas ruas arborizadas das cidades litorâneas brasileiras pode até imaginar que as mangueiras, jaqueiras e jambeiros são nativos desta terra... Ledo engano, são indianas! E o nosso gado bovino, maior rebanho comercial do mundo? Também veio de lá! E o que falar do sabor da nossa culinária? Tão sincrético, mas com um tempero apimentado tão próprio do Oriente. E é justamente essa essência indiana em nossa história, em nossa economia e mesmo no nosso dia a dia que a Império do Progresso vem resgatar, revelando laços de união tão sólidos, tão firmes.... Afinal, não podemos nos esquecer que NA ROTA DAS ÍNDIAS, O BRASIL É SEMPRE CAMINHO!!!