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A vinda da corte cultural africana para o país do samba (Império da Praça Seca - 2010) JUSTIFICATIVA DE ENREDO
Ao se falar de África geralmente vem à tona todos os
esteriótipos possíveis relativos à sua condição de
subdesenvolvimento, inferioridade, atraso e miséria que foram
semeados no mundo a partir do século XIX com o advento do
Imperialismo.
É sabido que o intercâmbio Brasil-África se construiu a partir do século XVI, quando as relações comerciais entre tais regiões se delinearam através do advento da escravidão que serviu como alicerce para a construção do Brasil. Sendo o Carnaval uma das maiores e mais populares festas do mundo a intenção do G.R.E.S Império da Praça Seca no carnaval de 2010 é aproveitar tal momento, e evidenciar tal relação entre estas regiões pelo viés da troca/contribuição cultural que a África deu ao Brasil. Com o enredo "A Vinda da Corte Cultural Africana ao País do Samba" nossa intenção é ressaltar os benefícios dessa aproximação que em muito influenciam a cultura brasileira. Benefícios estes ligados ao conhecimento do uso de ervas para cura de doenças, novos ingredientes na culinária e também a influência musical que deu origem a diversos ritmos musicais, inclusive o samba, que tem como seu subproduto, as escolas de samba. Portanto nada mais propício ter como enredo da nossa agremiação, em seu primeiro ano, uma homenagem como essa! Perceber tal relação é de certa forma entender que a África é rica em possibilidades, signos e cultura e que isso deve ser sempre exaltado para que nunca se esqueça ou minimize a sua importância não só para o Brasil como para o mundo. SINOPSE DE ENREDO Os povos africanos se juntam para mostrar ao mundo que a África existe e está viva. Eles se juntam para mostrar que a África não vive apenas de lamentos. Mostram que existe uma África rica culturalmente. Alguns povos mandam para o Brasil seus "Reis e Rainhas". UM NAVIO VINDO DA ÁFRICA DESEMBARCA NO CAIS DO PORTO! Mas este navio que desembarcou no cais do porto trazia acima de tudo cultura. Cultura de diversas etnias africanas que influenciaram nossa origem. Este navio tinha o nome de QUIBUNGO - que quer dizer festa dançante e a tripulação se autodenominavam MALUNGO -que quer dizer companheiro de embarcação. O primeiro a descer foi Ossain, trazendo de presente todas as folhas que curam. As Mães de Santo com suas roupas brancas maceram e as colocam em vários porões e começam a lavar com água de cheiro todo o caminho do cortejo. Lavagem esta que não seria possível sem o entendimento das folhas. A cultura brasileira recebeu grandes influências trazidas da África. A existência do sincretismo religioso juntamente com a associação dos orixás aos elementos da natureza e do nosso dia-a-dia é uma prova dessa influência. A relação dos orixás conosco segue, geralmente, a seguinte associação: Iemanjá (rainha do mar), muitas outras divindades de origem africana, como Oxum (riqueza), Xangô (o orixá da Justiça), Oxalá (o criador do mundo), Iansã (do vento), Ogum (da guerra), Oxossi (da caça e da fartura) e Exu (da comunicação), Oxumarê (mobilidade) passaram a fazer parte da vida de todos nós. Chamados de orixás (palavra de origem ioruba que significa divindade), fazem parte da cultura brasileira, com seu significado místico e simbólico, suas festas, comidas, cores e símbolos. Além disso, trouxeram no QUIBUNGO elementos da culinária africana que é cercada por um exotismo natural. Os africanos introduziram na culinária brasileira alguns produtos marcantes como leite de coco, feijão preto, carne salgada e outros, sendo o azeite de dendê uma das maiores contribuições, pois é indispensável na confecção de inúmeros pratos e também nas oferendas aos Deuses do Culto afro - brasileiro. O povo africano incluiu na culinária brasileira, certos utensílios como panelas de barro, pilão, colher de pau e outros. Após a Culinária, desce do quibungo toda musicalidade vinda da África, com o semba (um estilo musical onde acontece uma batucada) e ao desembarcarem na Zona Portuária do Rio de Janeiro - local conhecido como PEQUENA ÁFRICA - no Bairro da Saúde - ficou marcado ali o ponto de partida do SAMBA (derivado do SEMBA). Somou-se a tudo isso a inclusão de alguns instrumentos como afoxé, agogô, berimbau, caxixi, atabaque, cuíca, ganzá, reco-reco. A dança na África serve como elo aglutinador nas comunidades africanas e por sua vez não ficaram de fora desse legado cultural. Ao descer em nosso solo, as danças africanas, mesclaram-se à nossa cultura e converteram-se aos estilos e ritmos musicais brasileiros e deram origem, certa forma, às grandes manifestações folclóricas do nosso país tais como: Maracatu, Maculelê, Lundu, Congado e a famosa Capoeira. Portanto é dessa forma que a cultura africana está presente em nosso país e hoje nós do G.R.E.S Império da Praça Seca, temos a honra e o orgulho de cantar em nosso enredo toda essa contribuição cultural do povo africano ao Brasil. |
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