Sinopse Portela 2009
E
por falar em amor, onde anda voc�? (Portela - 2009)
O amor � a
linguagem universal. Nasceu junto com o homem e ainda se
multiplica em sementes, resistindo bravamente �s investidas do
mal.
Assim como o ar, o amor deveria estar presente em todos os
lugares. Sem ele, ningu�m consegue respirar. Muito menos,
suspirar.
Caligrafia divina, o amor tem escrita fina, escrevendo certo por
linhas tortas. Est� nas Sagradas Escrituras e nas l�nguas
mortas. Enfrenta os maiores desafios para vencer os obst�culos
que o separam da felicidade. O amor � in�cio, meio e fim - mas
n�o tem idade.
Ah, o amor!...
Dizem que na Idade das Trevas, quando o homem ainda vivia na
obscuridade, entre as mazelas da guerra e epidemias que varriam o
solo europeu, um rei deu tudo de seu. Demonstrou que o amor a seu
pa�s e � sua gente era mais importante que a pr�pria vida.
Ensinou que o homem depende da honra para atingir seus ideais e
foi glorificado pelos poderes de uma espada, no sil�ncio dos
s�culos adormecida.
Diante de Sua Majestade curvaram-se doze cavaleiros que juraram
eterna lealdade, defendendo o Rei e o Estado. Lendas de aventuras
e hero�smo circulavam por todos os povoados, perpetuando a
coragem e o estoicismo atrav�s de gera��es medievais. Feitos
de bravura e resigna��o tornaram-se uma tradi��o, sin�nimos
de verdadeiras provas de amor.
Era assim que a vida se constru�a. Cada degrau da escadaria
guardava uma p�gina de magia e um "qu�" de bruxaria.
E um feiti�o impediria que a noite se encontrasse com o dia...
A dist�ncia deixada quando o amor se vai, brota uma l�grima no
rosto da saudade. Na �ndia, a lenda tornou-se realidade. O
imperador jamais conseguiu mensurar a intensidade da dor desde o
momento em que perdeu a sua amada.
Mandou construir um pal�cio para traduzir o que sentia: durante
vinte anos, noite e dia, vinte mil homens puseram pedra sobre
pedra para erguer a morada de quem j� n�o existia.
Hoje, quando o sol se p�e, o m�rmore do pal�cio ainda muda de
cor, escrevendo sobre a terra o que restou de uma fascinante
hist�ria de amor.
Ah... as hist�rias de amor! Elas atravessaram os mares e foram
escritas em areias de praias brasileiras. Eram hist�rias-metade,
hist�rias inteiras, que ensinavam o amor � nossa terra, �
nossa gente e a todo esse continente chamado Brasil.
Hist�rias que contavam a mistura de ra�as e pensamentos,
insurrei��es e movimentos pelo amor � liberdade. Hist�rias
que custaram a vida, engrandeceram a morte, e com muito amor
consolidaram a Hist�ria dessa p�tria t�o querida.
Ah, meu Brasil! Que bom seria se todos te amassem... te
respeitassem e zelassem pelo que � teu!
Que bom seria se cuid�ssemos da Natureza com mais amor!
Com toda a certeza, � a maior de nossas riquezas e a esperan�a
para o planeta n�o sufocar com o calor. Devemos lutar pela sua
integridade e pelo ar que respiramos.
Em nome do Pai, das Esp�cies e de todos os Seres Humanos.
Ah, meu Brasil, de sonhos poss�veis, de tantos feitos
incr�veis!
Meu Brasil de ouro, de prata e de bronze; meu Brasil, que �
craque nas onze!
Minha prov�ncia mineral, t�o rica no solo quanto em p�rolas
desse tesouro cultural.
Amor sugere emo��o e � capaz de derreter o mais forte dos
bravos. Basta tocar o cora��o. Foi assim que o vento levou... e
nos arrebatou com um beijo � meia-luz, num cabar� em
Casablanca. � assim que o amor nos conduz, meio Ghost, do outro
lado da vida. Amores sem medida nos olhos do ator, refletido nos
l�bios da atriz - no escurinho do cinema, chupando drops de
anis. Este � o amor com suas emboscadas, arrastando-nos para as
ciladas da vida, transformando a plat�ia apaixonada em manteiga
derretida.
Amor � energia. � a for�a que nos move para encontrar as
solu��es do dia-a-dia. � fonte de inspira��o e plataforma de
cria��o para uma vida mais sadia.
Amor � F�sica, � Qu�mica, � o fen�meno da aproxima��o: �
o mist�rio que materializa a teoria da imagina��o!
Amor envolve com sutileza: nos conselhos da m�e, nas palavras da
professora, nos ensinamentos da f�, nas manifesta��es da
Natureza.
O amor n�o � um privil�gio do homem e tamb�m desperta
"frisson" entre os animais. Nesse festival de paix�o,
quem ousa mais?
Os rel�gios anunciam que o tempo n�o p�ra e � hora de deixar
o amor de lado para produzir. E tome tecnologia! Toda hora, todo
dia. Escravo dos ponteiros, o homem vive pendurado nos fones do
Ipod. Debru�ado no laptop. Enfiado no PC... Ser� que ningu�m
mais se curte? N�o, agora muitos namoram em salas virtuais e na
interface do orkut.
A fam�lia j� n�o se conhece, ningu�m mais se fala - nem se
abala. Na sala de jantar do nosso enredo, a TV de plasma � quem
p�e � mesa. E quando a gente descobre, o medo e a viol�ncia
est�o no card�pio do hor�rio nobre.
Precisamos evoluir sem perder a ess�ncia: o sentimento �
soberano. Eis a Ci�ncia que d� sentido � vida do ser humano.
O amor traz saudade e nos acalanta no balan�o do bonde que
arrastava foli�es para o Centro da Cidade. O bonde dos cord�es,
sal�o itinerante de um tempo sem maldade.
L� se v�o confetes e serpentinas, o bloco da esquina, o Bafo e
o Cacique sacudindo a Avenida. Brincar, cantar, pular n�o era
apenas fantasia. A gente era feliz e n�o sabia.
Amar tamb�m � viver de nostalgia e flutuar na magia de amores
ef�meros, como num baile de carnaval. Amores an�nimos,
mascarados, dissimulados, atrevidos, insuflados por cupidos
fantasiados, enternecidos por anjos endiabrados.
"Quanto riso!
Oh, quanta alegria!
Mais de mil palha�os no sal�o
O Arlequim est� chorando pelo amor da Colombina
No meio da multid�o..."
� chegado o momento de fazer uma reflex�o para responder �
pergunta que vem l� do cora��o:
- E por falar em Amor, onde anda voc�?
Tomara que nosso reencontro se d� nesta noite gloriosa, antes
que a orquestra encerre o baile com a "Cidade
Maravilhosa".
� hora de ir embora, preciso cuidar da vida. Falei tanto de
amor, que bateu a maior saudade da minha Portela querida.
GRES PORTELA
Presidente: Nilo Figueiredo
Autores: Marta Queiroz e Cl�udio Vieira
Carnavalescos: Lane Santana e Jorge Carib�
Desenvolvimento: Equipe de Cria��o do GRES Portela
Registro do Enredo:
Funda��o Biblioteca Nacional
Registro n� 429.878 - Livro 805 - Folha 38
Em 04/3/08 - 15h10