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Nas Páginas da Memória a Nação resgata essa História - Nilópolis, no Esplendor de sua Glória (Nação Insulana - 2018) Carnavalesco: Louis Cavalcanthé
Sinopse: Você me conhece? Sabes quem sou? Não? Vou contar-lhes minha história. Tudo aconteceu em 1534, quando fui descoberta e doada ao senhor Martim Afonso de Souza, que se apoderou de mim, após receber-me das mãos de D. João III. Vivia tranquila com minha irmãs, Iguaçu, Meriti e Caxias, com os verdadeiros donos das terras, os índios Jacutingas. Meu dono, ao receber das capitanias hereditárias o solo, divide-me em Ses Marias e nos separa. Martim Afonso de Souza me passa às mãos do senhor Brás Cubas em 3 de agosto de 1568. Lembro-me como se fosse hoje! Fiquei esquecida até 1621, quando passo para as mãos do senhor João Alves Pereira, que intitulou-me de fazenda São Matheus, sendo considerado meu dono legítimo. Em 1634, muito católico, manda construir a capela do seu Santo de devoção. (São Matheus) Comecei a crescer, pois meu dono me transformou em um grande plantio de café e cultivo de cana de açúcar. Em 1747, já prosperava com a ajuda dos 50 escravos e 1 engenho, com produção em alta, pois saía das minhas entranhas 14 pipas de aguardentes e 30 caixas de açúcar, que eram levados em carro de bois para a Corte do Rio de Janeiro. O progresso me impulsionou e, em 29 de março de 1858, a estrada de ferro D. Pedro II resolve me cortar ao meio para dar passagem aos seus trilhos, que ao amanhecer se escutava o apito da Maria Fumaça. Em 1888 é assinada a abolição da escravatura e decreta-se a falência no Engenho. O senhor João Alves Pereira, me deixa a encargo do senhor João Alves Mirandela, português que já vivia na fazenda no campo de Gericinó, com sua criação de cavalos e burros, que vendia para o exército. Junto com alguns amigos, me loteiam em 24/12/1914. Anunciam nos jornais: O Jornal São Matheus, Gazeta Maxambomba, Gazeta Iguaçu, Jornal do comércio e Jornal do Brasil. Ganhei um grande destaque, pois fui visitada por pessoas ilustres. Até que em 13 de março de 1914, adentra o Gaúcho Júlio de Abreu e começa a povoar-me. O primeiro acontecimento em 13 de junho de 1914: Inaugura-se a 1ª escola. Também em 1914, o senhor Júlio de Abreu inaugura a 1 ª casa de alvenaria, chamada vila Ema de Abreu. Em agradecimento, organiza a 1ª procissão comandada pelo pároco padre Plácido Broders, com a presença de figura ilustres. Em 8 de novembro de 1914, passo a me chamar Engenheiro Neiva, em homenagem ao homem que plantou a 1ª plataforma ferroviária, na fazenda São Matheus. Nesse mesmo ano é inaugurado o busto de Paulo de Frontin. Ufa! que ano cheio de emoções. Em 1917 é inaugurado os Correios e Telégrafos, e temos a chegada do 1º imigrante, o alemão Willy Voight, fabricante de brinquedos. Fui cedendo pedaços de mim para o povo, afinal, era o progresso avançando. Em 13 de novembro de 1918, o então senador Paulo de Frontin faz jorrar água, e eu me deleito do prazer, me molhando toda. Em 8 de maio de 1919, Augusto Balsamão e Rocha Miranda trazem o 1ª meio de transporte, comprando do acervo do jardim Botânico e que fazia o trecho Mirandela x Roldão Gonçalves, conhecido como trecho dos cem reis. Que pena… funcionou até 1928. Em 1919, tive muitas alegrias e festividades. A vida social em alta, com banda de música, teatro, circo e concurso de beleza. Neste mesmo ano, troquei de nome novamente, e passei a ser conhecida como Nilópolis, uma homenagem ao grande político Nilo Peçanha. Tive também minha primeira bandeira, criada por Herácito de Queiroz. Em 1924, conheço a 7ª arte e é inaugurado o cine Nilópolis. Fiquei tão conhecida na corte que não parava de chegar imigrantes: O carvoeiro espanhol Nicolau Cobellas, e o mascate libanês Sessim David. Em 1925, tive o prazer de ter a primeira banda musical, a ”lira fluminense”, sob a regência do maestro Djalma do Carmo. Nesta mesma época, chega a família japonesa, que instalam-se em um pedaço de terras às margens da torre da Light, com plantio de legumes e laranjas, cuja venda foi uma das primeiras rendas dos moradores do local. Super satisfeita, pois de mim saíam alimentos para abastecer o Rio de Janeiro. Após a revolução de 1930 a imprensa explode em Nilópolis, através do seguintes jornais: Correio de Nilópolis A Gazeta de Nilópolis A Reação O Liberal A Voz do Município Fluminense, que permanece até aos dias de hoje. Com o crescimento da população, tive que dividir-me para fazer moradia eterna daqueles que pereciam, então, em 1932, é inaugurado o cemitério de Nilópolis. Cresci vendo progresso. Em 1937, chega o jornaleiro Italiano Santos Ciciliano. Em 1938, instala-se a casa de fogos, que tinha como responsável, senhora Margarida, mais conhecida como Margarida Fogueteira, por usar seus fogos de artifícios em Nilópolis, em época junina. Fiquei muito conhecida. Em 1947, por iniciativa do senhor deputado Lucas de Andrade, um nobre morador, apresenta a emenda número 067, pedindo minha emancipação, que aconteceu para minha alegria, em 21 de agosto de 1947. Hoje tenho minha independência, pois virei município e posso respirar “No esplendor da minha glória”. Sou muito feliz e festeira, até fundaram o bloco Irineu Perna de Pau, que batucava no novo município em dias de carnaval mas, no dia 25 de dezembro de 1948, passa-se a se chamar ASSOCIAÇÃO CARNAVALESCA BEIJA-FLOR, configurando-se vitoriosa em 1954, passando por várias mudanças, até que em 1974, ganho o direito de figurar na elite do carnaval carioca e passa a ser chamada de G. R. E. S. BEIJA-FLOR DE NILÓPOLIS. Somente em 1976, dirigida pela família Abrão David, que junto com o carnavalesco João Clemente Jorge Trinta, consegue revolucionar a estética do carnaval e consagra-se campeã. É com esse espírito de campeã, que o G. R. E. S. NAÇÃO INSULANA desfilará no grupo de acesso E , na avenida Intendente Magalhães com o enredo: “NAS PÁGINAS DA MEMÓRIA, A NAÇÃO RESGATA ESSA HISTÓRIA – NILÓPOLIS NO ESPLENDOR DE SUA GLÓRIA.” Eu sou Nilópolis, muito prazer! Carnavalesco: Louis Cavalcanthé |
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