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Pas de Dance - Hoje tem festa no arraiá (Leão de Nova Iguaçu - 2016) Chega o mês de junhoO sertão muda de cor Com prece e devoção, É dançada a Quadrilha No ritmo do baião. "Todo mundo animado Dando viva a Santo Antônio, São Pedro e São João". Nosso "Pavilhão" é enfeitado! Nesse enredo arretado, Brilha um sentimento incomum: Hoje tem festa no "arraiá" Da Leão de Nova Iguaçu. Essa é a história De uma dança popular, Corruptela de Joanina, Que se consagrou Como Festa Junina Na cultura nordestina. Sua origem não é fácil precisar. Na minha simplicidade Vou tentar explicar: Remonta às danças agrícolas No período da colheita... Sob a luz do amanhecer Dançavam os camponeses, Nos campos da Europa, Até mesmo antes de Jesus nascer. Sua história cruza a linha do tempo. Diz-se que a tal dança, Em tempos de guerra, Entre a França e a Inglaterra, Até serviu de aliança... Mas foi nos idos do século XII, Em requintados salões da nobreza, Que a França adotou a quadrilha Como símbolo cultural de sua realeza. Uma fresta no tempo nos permite observar O que no presente ninguém viu... Numa travessia além-mar, A Quadrilha chega ao Brasil. A Corte Portuguesa Rende-se a sua sutileza. Entrelaçada aos passos da "Pas de Dance" Copia a leveza Aos acordes dos "salões tupiniquins". Em cerimônias, bailes e festas da alta nobreza Torna-se comum dançar a quadrilha De origem francesa. Dança, cantoria e encenação... Na forja dos destinos, O povo resignifica a quadrilha A festejos juninos. Cria-se uma festa animada, Tradicional e arretada. Templo folclorista, Caricatura do povo simples da roça Que dança e vira artista. Quadrilha é gente feliz! Arrastando o pé no chão, Dia e noite, noite e dia... Dentro e fora do salão. Eta! Forró arretado. Tem fogueira, milho assado, Quentão, xote e xaxado. Na festança do "arraiá", Tem de tudo um bocado: "Adivinhação, pamonha, Canjica, mungunzá..." Até casamento matuto, Pro povo se alegrar. A tradição das quadrilhas se espalha Com os ventos da modernidade. O luxo dos concursos, Uma nova festividade. A dança é diferente: Dos passos com emoção, Num ritmo "frenético", Dançam pulando, Com os pés distantes do chão. De um jeito ou de outro, Com a nova marcação, A brincadeira ruma pra outra direção. Não se ouve mais "anarriê", "olha a cobra" ou "balancê". Tudo muda e até ignoram a poeira do fuzuê... E a linda dança matuta Volta aos salões, Revestida da cultura popular, Para agradar "vosmecê". Mas não se "avexe", não... O importante é não deixar A festança acabar. Ao som de triângulo, sanfona e zabumbeiro Vem com a Leão festejar, Vem cantar nesse terreiro: "Pas de Dance, hoje tem festa no arraiá". Ideia Original e Carnavalesco: Cid Carvalho Pesquisa e texto: Marcos Roza |
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