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SINOPSE
ENREDO
2019
Era
uma vez o Brasil, ou seja lá como ele se chame hoje em dia. Ele
mudava sempre, tentando avançar, crescer e evoluir. Ele passava
por eras turbulentas, mas não desistia nunca. Era vampiro na
presidência, era criminoso derrubando helicóptero, era
dólar a 4 reais… Eu sempre admirava a força e a
resiliência do Brasil, mas tem uma coisa que eu nunca entendi.
Por que ele tenta ser a cada dia menos brasileiro? Desde quando a
pátria amada virou pátria transiente? Porque ele insiste
em fazer com que os filhos, que naquele passado o amavam tanto, odeiem
ele no presente?
Eles não querem mais saber de serem brasileiros. Eles não querem estudar nas USP’s e UERJ’s da vida, eles não querem ouvir as canções de Veveta ou de Claudinha, eles não querem mais se vestir de verde e amarelo pra ir ao estádio e levar o Brasil até o hexa. Em vez disso, o povo brasileiro vai saindo pra viver outra vida fora do país, onde reinam pseudo-celebridades estrangeiras e a torcida é para que o “quarterback” de um time de “handegg” consiga jogar uma bola oval pro ar e anotar o “touchdown” que dará ao time o título do “Super Bowl”. E porque tudo isso? Porque eles aprenderam que o Brasil não incentiva o brasileiro a ser brasileiro. Você pode estudar aqui, mas do que adianta? Aprovaram há alguns meses uma reforma trabalhista em que você pode negociar com o patrão se você quer trabalhar na miséria ou morrer de fome na fila do emprego. Elegeram um tal presidente que quer que os pobres se virem e que só liga pras pesquisas se elas forem sobre armas ou cefalópodes. Eles são sofridos, mas não são burros. E se não vão dar uma vida decente a ele aqui, eles vão caçar uma lá fora, e a pátria amada que se exploda. A nossa história confirma os nossos erros. Era uma vez um tal Barão de Mauá, um bom homem que queria que nosso país se tornasse uma potência econômica. Um sonho que nasceu quando ele visitou a Inglaterra pós-Revolução Industrial e ficou fascinado com a evolução tecnológica de lá. Voltou ao Brasil determinado a trabalhar para que nós também pudéssemos marcar nossa cara na história. Abriu as portas para a indústria naval brasileira, investiu em transporte ferroviário, trouxe ao Brasil a comunicação, criou bancos e até foi voz na política. E tudo isso pra quê? Pra ser rejeitado por aqueles que não queriam abrir mão da escravidão, atrapalhado pela corte imperial e morrer no meio do nada, depois de ter dado tanto ao Brasil. A saga de um grande brasileiro acaba no ostracismo. E do mesmo jeito, contamos a história de um outro “tal”, desta vez, chamado João Augusto Gurgel. Um belo dia, esse engenheiro ouviu de um de seus professores que “carro não se fabrica, se compra”. Amigo, se tem algo que um brasileiro de verdade odeia, é quando desafiam ele. Gurgel decidiu que não, carro não se compra, e partiu pra criar uma marca de carros completamente brasileira. Era carro com nome de Ipanema, Itaipu, Xavante… um verdadeiro motivo de orgulho pro país! Gurgel exportava seus carros pra outros países, vendia pro Exército Brasileiro, e até carro elétrico pra cuidar do verde da nossa bandeira o gênio criou. Mas aí, veio um tal “caçador de marajás”, que aparentemente preferia carros italianos, e entregou o comércio de carros no país de bandeja pros estrangeiros. Aí, meu amigo, não tem gênio que segure. E assim chegamos a um Brasil onde o povo não é incentivado a ser brasileiro. Aquele caçador de marajás que nos deixou uma pilha de carros estrangeiros acabou sendo deposto depois de provado que ele era altamente corrupto. Os homens que infernizavam Mauá são irrelevantes na nossa história, enquanto o próprio é um herói nacional esquecido. E, embora tenhamos muitos projetos de Mauás ou Gurgéis dentre nossas crianças e jovens, de que adianta se ninguém se preocupa com a nossa educação? É mais fácil deixar o povo ser consumido por sua não-brasilidade. Ninguém está incentivando os filhos da nossa pátria amada a mudarem o mundo. Em vez disso, continuamos passivos, receptáculos de estrangeirismo e com a ideia de um Brasil potência mundial, um país que mostra sua cara e seu valor ao mundo, cada vez mais relegada a um sonho. Para financiar seu crescimento econômico, Gurgel vendia ações junto com seus carros, perguntando aos compradores: “Se Henry Ford o convidasse para ser seu sócio, você não aceitaria?”. Aceitariam sim, Gurgel, mas não quando seu país não permite que o novo Henry Ford se torne mais que um sonhador. Outras Informações Julgadas Necessárias (fontes de consulta, livros etc): http://www.sambariocarnaval.com/index.php?sambando=editorial65 Livro: “Gurgel, um sonho forjado em fibra”, de Lélis Caldeira https://pt.m.wikipedia.org/wiki/Gurgel https://pt.m.wikipedia.org/wiki/Irineu_Evangelista_de_Sousa https://m.youtube.com/watch?v=YDkduwEiVHg (samba da Estácio de Sá de 1991, uma das inspirações para o enredo) |
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