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Itaguaí: a Cidade do Porto (Unidos de Vila Kennedy - 2011)
Em tempos primórdios Y-Tinga... Os
Jesuítas construíram uma igreja neste local para
catequizar os índios. Com o passar do tempo os
missionários se mudaram para a Fazenda de Santa Cruz e deixaram
o povoamento indígena.
A tribo dos Y-tingas se desenvolveu, prosperou e passou a rechaçar a colonização dos Jesuítas, o que produziu vários conflitos. Num deles, um pequeno índio de aproximadamente 10 anos foi ferido e pego pelos portugueses, sendo batizado com o nome de José Pires Tavares. Tavares cresceu entre os colonos, mas sempre pensou em defender seu povo. Quando completou 30 anos, já casado com uma índia, embarcou rumo a Portugal buscando uma carta de proteção para aldeia Y-tinga junto à Coroa Portuguesa. Ironicamente recebido no Paço Real pela Rainha Dona Maria I. Os colonos, sabendo da alta chance de o indígena conseguir a proteção régia, não perderam tempo: atacaram a aldeia durante sua viagem, não distinguindo sexo ou idade. Os sobreviventes foram em embarcações furadas, lançados ao mar, morrendo todos afogados. Quando José Tavares retornou de Portugal com a carta de proteção, não havia mais o que ser protegido: a tribo dos Y-tinga estava extinta. Após a barbárie, foi fundada pelos colonos a Vila de Itaguaí, que passou a ser uma rota de viagem padrão para os viajantes, em suas idas e vindas para São Paulo e para Minas Gerais, o chamado “Caminho do Ouro” devido ao terreno pouco acidentado e transitável durante todo o ano. Por volta de 1725, iniciou-se a construção deste caminho que ligava o Rio de Janeiro à São Paulo com o objetivo de encurtar a viagem exaustiva e perigosa que era feita por mar de Paraty ao porto do Rio, pois habitavam na Ilha Grande uma grande quantidade de corsários que assaltavam as embarcações que por ali passavam, o que quase sempre representava prejuízos à Coroa Portuguesa. Foi iniciada a construção de um novo templo dedicado a São Francisco Xavier. E a mesma continua sendo a matriz de Itaguaí. Itaguaí passou a categoria de Paróquia. A atividade econômica de praticamente toda região costeira incluindo Itaguaí eram as plantações de cana de açúcar. Pois as lágrimas da tribo dos Y-tingas que encharcaram a terra tornaram o solo pronto para a semeadura de cana que adoçou a terra e anunciou a prosperidade do lugar. Suas terras férteis proporcionaram uma vida rural e comercial bastante vigorosa. Em meados do século XVIII, na famosa viagem onde seria dado o Grito de Independência do Brasil, Dom Pedro I parou na Vila de Itaguaí para pernoitar, alimentar e saciar seus cavalos. E o Imperador do Brasil D. Pedro I pisou solenemente no solo de Itaguaí de onde quem sabe veio a grande inspiração para o seu forte brado “Independência ou Morte!” Cidade de Itaguaí, evolução... Depois da independência do Brasil, Itaguaí desenvolveu a sua agricultura sendo em tempos diversos o maior produtor de milho, quiabo, goiaba, laranja e banana do Brasil. Recebeu inicialmente o uso de trabalho escravo de negros; após ser assinada a Lei Áurea e proclamada a libertação dos escravos, os mesmos saíram dessas terras; e obrigando assim gradualmente a substituição para mão de obra estrangeira, mais especificamente de Japoneses, e em menor números de Alemães. Ainda hoje é uma das maiores colônias japonesas do estado do Rio de Janeiro. Solo rico e terra tratada e amada por índios, negros e por mãos de pessoas de além-mar. Em 1844 foi fundado o distrito de Seropédica cujo nome deriva de sericultura – criação do bicho da seda. Foi o inicio da primeira Fábrica de Tecidos de Seda do Brasil, tendo sido distrito de Itaguaí durante muitos anos. Como um dos marcos dessa nova evolução foi construído um chafariz, pequena construção que abrigava uma fonte de água potável e que servia a todos os viajantes de passagem por Itaguaí. O grandioso prédio pertence ao patrimônio histórico da cidade nos dias de hoje. Itaguaí ainda abrigou o nascimento de algumas pessoas importantes em nosso cenário histórico como: Quintino Bocaiúva – jornalista e político, Barão de Teffe – militar e geógrafo e Luiz Norton Barreto Murat , fundador da 1ª cadeira da Academia Brasileira de Letras, grande paisagista. É arte escrevendo sua página na história de Itaguaí. Itaguaí ampliava suas atividades agrícolas e exportava seus produtos. Produzia cereais, café, açúcar, farinha e aguardente. Uma das bibliotecas mais antigas do Brasil foi fundada em Itaguaí; nela constam livros doados por D.Pedro II e nesse período ela chegou a possuir 2.500 livros. O livro da história de Itaguaí contou com histórias de tantos outros livros doados por D. Pedro para ilustrar a mente dos filhos ilustres que tornaram-se cidadãos do mundo, que escreveriam junto aos seus feitos a história do Brasil. O transporte de tração animal fazendo ligação entre Itaguaí e Santa Cruz foi também inaugurado neste período. Porém, mãos ocidentais cultivam o plantio até a presente data e unidos Brasil e Japão pela força da terra, que germinou e floresceu a amizade entre continentes. Como a região era inteiramente dedicada á agricultura e dependente do trabalho escravo, com a abolição da escravatura a cidade sofreu um grande abalo. Como os escravos partiram imediatamente após a assinatura da Lei Áurea, os proprietários perderam suas colheitas, (além de ter perdido o capital investido na compra desses escravos) já que não haviam providenciado colonos para substituir os escravos. E ficando assim obrigados a substituir gradualmente para mão de obra estrangeira, mais especificamente de Japoneses, e em menor números de Alemães. Ainda hoje é uma das maiores colônias japonesas do estado do Rio de Janeiro. Após o fim das atividades na fabrica de seda, construíram a Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro no distrito de Seropedica. Trazendo o desenvolvimento educacional para região. Com a chegada desses imigrantes Japoneses, que deixavam o estado de São Paulo, vindo se instalar em Itaguaí e com seu trabalho e conhecimento da agricultura incrementaram a lavoura nesse território contribuindo para o saneamento das Áreas agrícolas. Itaguaí: A cidade do Porto... A cidade progrediu a partir dos anos 60 tornando-se um município com características industriais, com a inauguração de algumas empresas nucleares, como a Nuclep e Usina de Itaguaí. Itaguaí, hoje, é um município em grande crescimento. A Companhia Siderúrgica do Atlântico, localizada em Santa Cruz , bairro do Rio vizinho à cidade, promete dinamizar a economia local, além do Porto de Itaguaí. Novos portos, privados, estão por se instalar na cidade, além de estaleiro civil a militar. A Marinha brasileira pretende construir submarinos em Itaguaí, inclusive atômicos, em parceria com o governo Frances e estabelecer uma base naval. Dentre as obras realizadas para melhoria do transporte na região, estão as obras do Arco Rodoviário do Rio de Janeiro, que vai ligar o Porto de Itaguaí ao trecho da BR 101 em Itaboraí, contornando a Baia de Guanabara. A cidade de Itaguaí hoje tem como um dos seus principais atrativos turísticos, apesar de não possuir os mesmo potencial de turismo que os outros municípios da Costa Verde, as praias da Ilha da Madeira, Coroa Grande e a Ilha do Martins são muito visitadas principalmente no verão. E, apesar de incipiente, Itaguaí oferece diversas atividades ligadas ao ecoturismo. Dentre elas, caminhadas e banhos de cachoeira como a dos rios Mazomba, Itinguçú e Itimirim. Itaguaí das águas doces dos rios e cachoeiras onde cantam Iaras que vêm encantar pescadores e brincarem nas margens, enquanto o luar prateado vem azulado e prateado serpentear nas areias. A Expo Itaguaí é o maior evento popular realizado na cidade, que ocorre no mês de julho, que é uma exposição agropecuária da região que inclui comidas típicas, e shows diários com ritmos variados. O Porto tinha o seu nome original, Porto de Sepetiba, por conta da baia onde ele se situa, a baia de Sepetiba, porém havia alguma confusão nesse caso, pois Sepetiba é também o nome de um bairro da cidade do Rio de Janeiro; que fazia algumas pessoas pensarem que o porto se situava no bairro de Sepetiba (que também é costeiro e esta situado na mesma baía) e causava aos moradores de Itaguaí um certo descontentamento, pois era interessante ter uma associação direta entre o nome da cidade e sua maior fonte econômica. Segundo um projeto de lei sancionado pelo atual Presidente da Republica, o Porto passou a se chamar “Porto de Itaguaí”; e tornando assim “Itaguaí, Cidade do Porto”. Ah, Itaguaí, cidade de tantos encantos, Recanto de sonhos e realizações, Espelho e retrato de uma gente por demais importante à história da região, tão fundamental no desejo de ser em potencial brasileiro na raça e cor do negro e do índio, e integrar-se a outros povos do mundo. Itaguaí das artes e das culturas, das grandes obras de siderurgia, do progresso e do crescimento, Itaguaí das águas e da exuberância. Itaguaí, sois vós a grande dama dos salões que sorris à memória e ao futuro de um Brasil belo e digno, ao Mundo. Itaguaí, Berço de nomes históricos. Itaguaí, Terra de homens heróicos. O seu clima faz viver seu céu de anil, Tudo isso quer dizer Brasil! Brasil! Brasil! Poética do texto: Elenira Vasconcellos (escritora e poetisa) Carnavalesco Cláudio Fontes |
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