Sinopse Jacarezinho 2009
Ora
pois, pois... Tem Paticumbum à Vista (Jacarezinho - 2009)
Introdução
O enredo Ora pois, pois... Tem Paticumbum à Vista! É a
história do carnaval. Contada pelos portugueses de alma
carioca que influenciaram o surgimento e a evolução da
maior Manifestação Popular de Cultura desse país: o Carnaval
do Rio!
Sinopse do Enredo
Vindo de Portugal, como a ternura de uma rima, a certeza, de que
a magia e a beleza da paixão carnavalesca do Rio é de
influência portuguesa.
Ora, pois, pois sou português que sigo encantado entre o
presente e o meu passado. E confesso-lhes que quando aqui cheguei
pelas curvas femininas me apaixonei...
Me identifiquei com a alegria dessa terra, dia e noite, noite e
dia,
com o espírito carnavalesco e a magia desse paraíso da folia.
Celebramos! Num preito de pura emoção, português no samba, nos
traz a inspiração. No enredo do meu samba ele é protagonista
que fascina e nos conquista: Ora pois, pois... Tem Paticumbum à
Vista!
Tudo começa quando no Brasil... As folias de origem portuguesa,
com uma significação religiosa que vinha do céu, batizadas
como folias de rua ou folias de poviléu. Marcam a primeira
manifestação popular com canto, dança e ritual: a Serração
da Velha como festa de Carnaval.
Lança-se e joga-se de tudo. Folguedo alegre, mas violento é
assinalado em meu estudo: o carnaval foi introduzido no Brasil
pelos portugueses com o nome de Entrudo. Limões de cheiro,
baldes de água, pó de cal... Num toma lá da cá nascia nas
ruas do Rio um carnaval popular.
Lá vem o Zé Pereira anunciando a festa carnal! Com
o seu tambor à cidade estremecer. Que nos dias de folia, tocando
pra valer, desfila levando alegria até o dia amanhecer.
Cresce a fama do tal português de brusca maneira,
quando no fim do século XIX o ator Vasquez elogiou a barulhada
brasileira, encenando a comédia carnavalesca Viva o
Zé Pereira.
Batucada profana! Inspiração dessa festa sem recato. Décadas
seguintes o carnaval éreinventado. Sociedades Carnavalescas
desfilam exibindo à população grupos fantasiados.
Por ser diferente do que outrora era praticado, os requintes
cortejos de alegorias mitológicas, históricas e cívicas eram
saudados pelo povo como estavam acostumados: lançando-se limões
de cheiro nos grandes carros decorados. Por esse motivo dizia à
época
um português arretado, Antônio Guimarães.
- Tudo que se vê é inesperado. Pétalas de Rosas são jogadas
para que o povo assista encantado e os passeios das Grandes
Sociedades sejam apresentados.
E é assim que os Zés-Pereiras deram lugar aos piêrros,
comlombinas e arlequins que bailaram buscando no amor o desejo de
dizer que sim...
Numa época em que a regeneração é geral. O Rio se transforma
numa Belle Èpoque Tropical. Boulevards, charutarias, cafés,
confeitarias... Lugares onde a mais simples comemoração se
transforma num dia de festa nacional; ainda mais, quando se
desfilava a bordo de chiques automóveis em pleno dia de
carnaval.
Lembremos dos corsos de uma forma que nos complete: dos seus
grupos fantasiados e suas divertidas batalhas de confete.
Corsos, cordões, blocos, ranchos quem já viu sabe o que é.
Não insinua, reconhece e perpetua, de que são eles os grupos de
origem do nosso carnaval de rua. Tanta gente a brincar tanta
marchinha a cantar... Tudo nos ensina sobre a festa popular do
confete e
serpentina.
Ora, pois, tudo se apresenta através do seu olhar. A essa altura
o português resplandece, cai no samba e agradece pra nos saudar.
Ao som das marchinhas carnavalescas canta e se encanta como se
fosse o general da banda e num Tchicachicabum
homenageia a portuguesa Carmem Miranda.
Pois lhe digo, com o mesmo compromisso de que as palavras aqui
têm que rimar. Que foi dos Ranchos e dos Blocos a formação das
escolas de samba como criação popular... Numa alegria que
parecia não ter fim negros, brancos e até mulatos saem as ruas
tocando surdos,
pandeiros, reco-recos e tamborins.
Escolas de Samba... Deixa Falar, Portela, Unidos da Tijuca,
Unidos de Lucas e até a Vizinha Faladeira... Vem Vila Isabel,
Salgueiro, Império Serrano e a Mangueira. Todas seguem, num
cortejo, em homenagem a influência luso-brasileira...
Numa grande celebração nomes como Domingos Alves do Salgueiro,
Manoelzinho da Vila, e Carlos Texeira... Igualmente homenageados,
com a mesma consideração e alegria, tem Fernando Horta, Alfredo
Português e Zeca Melodia.
Palmas! Batam palmas, é com muita satisfação que a Unidos do
Jacarezinho traz para Avenida os portugueses de alma carioca!
Acende as luzes da imaginação e estende na Avenida a sua maior
paixão... É branco e rosa a cor do teu manto, que desse
encontro mágico e universal chamado carnaval canta a conquista
dos portugueses sambistas e exalta na Avenida o enredo Ora pois,
pois... Tem Paticumbum à Vista!
Carnavalesco: Alex de Oliveira
Pesquisa e texto: Marcos Roza
Velhos Carnavais
Eu vinha pela madrugada,
pela avenida toda iluminada...
Você foi aquele Pierrot
que me abraçou e me beijou.
ALÁ, lá, ô, ô, ô, ô, ô, ô, ô...
Mais de mil palhaços no salão...
Arlequim ainda espera pela sua Colombina
no meio da multidão...
A Estrela Dalva no céu desponta,
e a Lua anda tonta,
com tanto riso, oh! Tanta alegria...
ALÁ, lá, ô, ô, ô, ô, ô, ô, ô...
Aquela máscara negra não mais esconde seu rosto...
Queria ver o meu amor, sorrindo, mas, amanhã, assistindo os
ranchos a passar, estarão rolando as lágrimas do meu
coração...
Onde a avenida é toda iluminada?
Só haverá velhos palhaços e a solidão...
Oh! Minha Carmem!
Eu quero matar a saudade...
Não me leve a mal: hoje é Carnaval...
Autora: Maux