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Os Retornantes (União de Jacarepaguá - 2017)
Sinopse: Deixei para trás o passado da cidade grande. A selva de concreto. O frio urbano. Era hora de retornar à minha terra. Deixei de ser um João, José, Joaquim. Maurício, Isac ou Crispim E voltaria, enfim, a ser eu mesmo. Embarquei e, de mansinho, amanhecendo, vi o silêncio de frente Era seco, como a dor de minha infância triturada Era cheio de fé na chuva, que fazia procissão no rachado Relembrei das dores alegres de brincar com o sol Ou com os mandacarus em ciranda de roda. Fui assim, desde pequeno, entendendo o maior aprendizado da vida: sobreviver Revelava-se uma vívida aquarela sertaneja que já nem lembrava mais. Mesmo assim, o encanto persistia. Mais um pouco de poeira. E avistei as cores que tingiram minha infância O bordado das redes que muito me embalaram Os chapéus de palha que trançavam a identidade da região A arte em barro, frágil beleza que se molda na argila, Os bonecos de chita ninados por meninos sonhadores Ah, o sonho. O mesmo que me levou a deixar meu quinhão Me fazia retornar com os olhos plenos de saudade Ao cair da tarde, sons invadiram minha mente. Eram os sons da minha infância. Autos de Boi, Caboclinhos, Vaqueiros, Maracatus, Folias de Reis e muito batuque Era cantando e comemorando a alegria da vida que se esquecia a dor E no batuque da minha memória chegava à minha cidade. A saudade deu lugar ao choro, ao riso. À certeza de que ali era meu lugar. Ali era João, José, Joaquim por inteiro O Nordeste era minha terra. E dali, não mais iria me arredar. Carnavalesco: Rodrigo Almeida Autores do Enredo: Danilo Garcia e Vinícius Natal |
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