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De Grão em Grão, a Galinha enche o Papo! (União de Jacarepaguá - 2016)
JUSTIFICATIVA O milho, originário do México, era o principal alimento das civilizações Incas, Maias e Astecas. Faziam dele sua fonte de energia vital, com deuses próprios cultuados, tendo sido cultivado em larga escala, e presente desde o início por todas as Américas. Foi parar no antigo continente pelas mãos espanholas de Cristóvão Colombo e de lá se alastrou pelo mundo. No Brasil, bolos, doces, pamonhas, canjicas e tantas derivações são as delicias mais comuns, principalmente nos festejos juninos onde as comidas típicas são consideradas atrações principais. Está presente na fé, é o alimento de muitos orixás e de Oxóssi a comida preferida. Ultrapassa o mundo físico e no universo de Monteiro Lobato em visconde se transforma, na tela de Van Gogh um milharal impressionista que em fortes cores hipnotiza e nos faz embarcar na lenda do espantalho para o mal espantar. Na música ganhou o mundo fazendo graça com um Tico-Tico e por aqui não adiantava insistir, pois o papagaio comia o milho, mas não ganhava a fama. Fazendo do milho o seu enredo, a União de Jacarepaguá vem dar um banho de alegria, trazendo muito axé e renovação, com muita pipoca a festejar no calor deste carnaval. SINOPSE Conta a história que a mais de 8 mil anos aqui surgi Nas terras mexicanas Do poder Maia, da cultura Asteca, da simbologia Inca Por estes povos, fui cultivado Sendo a fonte de energia principal, a economia fundamental. Foram tantos deuses a me proteger e simbolizar Que não posso destacar apenas um. Mas nestas terras o espanhol invasor Veio a estes povos dominar e destruir Me conheceu e me levou ao chamado velho mundo Onde comecei a me popularizar. Estou no Brasil, e aqui toda mistura é bem-vinda Os índios guaranis, a outros brancos me apresentou. Lugar em que todas as quituteiras me transformam em delícias variadas. Sejam nos festejos em minha honra Ou nas festas juninas que se espalham por este solo brasileiro Viro curau e canjica sob as cores desta festa E no calor das fogueiras, viro um milho assado Sou pamonha quentinha, o bolo fresquinho Dançando quadrilha, o povão adentra neste arraiá Ao som do forró, do xaxado e do baião Sou a delícia para quem quiser fazer e provar Comida gostosa, oferenda saborosa De Oxóssi caçador sou o prato favorito. Sou alimento no banquete dos orixás Como se vê, sou o preferido dos deuses, sem distinção. E não é que personagem de livro eu me tornei! Esse Brasil é mesmo surpreendente Por aqui sou o visconde mais popular Sinônimo de cultura, de inteligência sem igual. É, mas preciso confessar que fiquei impressionado Com a tela que Van Gogh fez para mim Sou milharal sem espantalho Mas quem disse que dele quero me livrar? E já que na literatura e na pintura eu estou Confesso que muito me envaidece ter conquistado Hollywood Através do talento notável de Carmem Miranda Um Tico-Tico aqui, um outro lá Como fubá, me tornei mais famoso Impossível de ser esquecido Sem qualquer chance de alguém levar a fama por mim Boa lição para o papagaio, aquele coitado Que deixou o periquito ser famoso em seu lugar. Porém, o que me enche de orgulho É hoje ser o enredo da União de Jacarepaguá E para encerrar minha história em fantasia Sou pipoca, a alegria de toda boa festa Dando um banho de axé e paz Renovando a esperança sempre viva Em ser a campeã do carnaval. Carnavalesco: Rodrigo Almeida Pesquisa e Texto: Anderclébio Macêdo |
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