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As Sete
Confluências do Rio Han - 50 Anos de
Imigração da Coréia do Sul no Brasil (Inocentes de Belford Roxo - 2013)
A água me contou muitos segredos Guardou meus segredos Refez meus desenhos Trouxe e levou meus medos Caetano Velloso O GRES Inocentes de Belford Roxo tem a honra de abrir o maior espetáculo da terra, apresentando o enredo As Sete Confluências do Rio Han. Conta com a proteção de Yondung Halmoni, a Deusa do Vento, e o desejo de águas calmas para fazer fluir sua história, acompanhada do bater dos tambores BUK e Janggu, que vêm dar acento a nosso samba. A escola traz as tradicionais moradas coreanas que há 50 anos vem imigrando para o Brasil. Vai contar 5.000 anos de história em uma saga poética e ilustrando algumas décadas da jovem nação que surpreendeu o mundo com seu avanço, crescendo com a força de um tigre. Vai entrelaçar passado – marcado por batalhas, resistências e luta, presente – com a afirmação de uma nova identidade – e o futuro que se afigura brilhante, no ritmo das águas e ao sabor das marés. Vai buscar no fundo das águas a força das mulheres mergulhadoras, as haenyos e vai contar o recomeço desta antiga nação, bela e resistente como sua Rosa de Sharon, a Mungunghwa, flor símbolo da Coréia do Sul. O homem é resultado das gerações que o procedem, de um longo processo acumulativo que desenha seus traços e molda sua cultura. Mas é um ser mutante, cuja vontade leva ao crescimento e às mudanças, ele domina seu destino, reverte caminhos, traça novos rumos para si. Assim é a Coréia, uma nação que decidiu mudar, escolheu um futuro para si e transformou-se radicalmente em um curto intervalo de tempo. No Brasil a crescente colônia coreana trouxe a riqueza de suas tradições e moldou-se ao país da antropofagia. A bordo do gigante navio holandês Tjitjalenka, os primeiros coreanos trouxeram seus sonhos de prosperidade. Navegar é neste sentido uma construção de ilusões. No Bom Retiro brasileiro a saudade e a esperança se encontram, a caminho da Liberdade. Nestes pontos a colônia se concentra para manter vivas as tradições dos homens que tem Hananim no coração. O enredo da Inocentes flui como água, usando a tradição e a contemporaneidade para mostrar a riqueza dual da nação. De forma lúdica vamos desdobrar cultura, religião, indústria e progresso como aspectos confluentes de um mesmo povo. Rituais, danças, alegorias, cores e sons peculiares vão contribuir para a personificação da Coréia na Marquês de Sapucaí. Vão rufar os yengos, invocando os espíritos e abrindo a dança para os céus – o calendário lunar avisa que é dia de festa para celebrar a boa colheita. A colheita que para nós é um belo desfile. As tradições milenares e a nova tecnologia se unem com a benção de Maytreia e a combinação dos traços dos povos que compõem um mosaico de cores e tons que simbolizam mais do que a inificação de bandeiras, reinos, dinastias, tradições. A soma é maior que as partes. O movimento das águas mistura e purifica. Suas correntes não aprisionam, libertam para a utopia que veleja entre o real e o imaginário, confluindo neste Rio de Janeiro, a cidade do Maravilhoso, que tem também a sua mistura, de ginga, paixão e fé, que orienta o Brasil. Carnavalesco – Wagner Gonçalves Pesquisa e texto – Roberta Alencastro Guimarães e Wagner Gonçalves |
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