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Lugares de Arlindo
(Império Serrano - 2023) No dedilhar das cordas, nascia o músico e, nos festivais, o compositor.
A luz de Candeia iluminou o caminho, que o levou ao seu lugar. Onde fica esse lugar? Fica no samba de roda, na roda de amigos, num bloco de caciques brincando o carnaval. No fundo de quintal, onde o “bom aprendiz”, recebeu a maior “Lição de Malandragem”: a de ser um artista popular. Junto ao partido-alto, ao batuque e ao pagode. Em Madureira, sorriso, paz e prazer de um suburbano nato orgulhoso, do povo do gueto, dos becos e vielas. Na fé de quem tem o corpo fechado. Na arte que vem do batuque dos terreiros, na tradição dos tambores de Xangô. Na herança cultural e religiosa que dá o tom de sua música. Dentro do coração de um romântico Orfeu, senhor e cativo nas artes da paixão. Em plena passarela, na “festa da massa”, que cantava seus hinos, onde imperou sua porta-bandeira, o grande amor. No glorioso Império Serrano, que, com a proteção de São Jorge Guerreiro, também retorna ao seu verdadeiro lugar. A recordar aquarelas de Silas, Mano Décio da Viola, com Beto Sem Braço, Aluísio Machado e Roberto Ribeiro. Está na Rainha Ivone, cantando ao alvorecer e lembrando que a Pérola Negra passou por aqui. Está no palco com os amigos de sempre, seus parceiros e intérpretes. O lugar de um “sambista perfeito”, neste show que jamais se encerrará. Concentra-se na força desse homem que nada derruba e sabe que “ainda é tempo pra ser feliz”. Esse lugar se encontra, enfim, em um de seus versos: “Sou eu, sou eu, sou eu, sou eu”. Carnavalesco - Alex de Souza Editor e pesquisador - Leonardo Lichote |
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