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Batuk (Império da Tijuca - 2014)
Tocar, bater, vibrar; Batuk. Que faz lembrar África dos nossos ancestrais E a pureza dos cânticos à vida, onde tudo é ritmo. N'aldeia, em volta da fogueira, Alegria e dança; celebração! A etnia é guerreira, tem o dom da comunicação. Assim quiseram os deuses, Pois minh'alma é força, é parte natureza. Transforma o corpo em orquestra, instrumento, Cura. Fala de Saudade. Alerta. Baila no rito do mascarado a iniciação, Enfeita as cabeças, espalha felicidade. Faz kizomba, enaltece os valores da amizade. Gira no ritual que espalha axé, Mistura negro, branco e índio. Canta forte, pois tem fé, Bate palma, pois tem fé, Reza, é sagrado, é sinal de fé. Eleva o canto aos céus e pede, Clama o fim das injustiças, quer ser livre. Coroa a liberdade em forma de prece, Ao bondoso Deus e ao divino espírito santo. Faz-se essência da cultura popular. Dos reis, crioulas, marujeiros e brincantes, Rodopia, irradia alegria, espanta a tristeza. Desce a ladeira no passo que "freve", ferve! Segue o cortejo da casa real, cortejo da coroa imperial. Profano, Embala o corpo, põe pra dançar. O ritmo desce a ladeira, inclui, Dita moda, conscientiza, refaz as cabeças. Mistura, faz crítica, fala da realidade, Faz onda que recria uma nação. Alegria de todo um povo, Condenado, proibido, imoral. Mesmo assim resistiu, pôs-se a jongar, Voltou pros salões, virou fino trato. Enfeitou-se de flores, levantou o estandarte, Lançou perfume e apaixonou a sociedade. Saiu por aí, deu samba, fez escola. Subiu o morro, Lá do alto fez seu reinado e estendeu o manto, Verde de esperança e branco da paz. Coroou uma gente guerreira,suburbana, feliz, Que hoje faz sua batucada especial. Afinal, da África ao Brasil, Em todo mundo, É tempo de Batuk. |
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