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'Valeu, Zumbi! O grito forte dos Palmares' (Vila Isabel - 1988)

Sinopse Imp�rio Serrano 2008

Ta�, eu fiz tudo pra voc� gostar de mim (Imp�rio Serrano - 2008)

No ano em que comemora 60 anos de exist�ncia o Imp�rio Serrano leva para a avenida a trajet�ria de Carmem Miranda, artista que tanto nos encantou. Nestes anos de gl�rias, de lutas e sobretudo de muita resist�ncia o Imp�rio sempre se manteve ligado aos temas que contam a hist�ria do Brasil.

A pr�pria hist�ria da nossa verde e branco, nascida em pleno contexto da redemocratiza��o do pa�s � um grito de liberdade, palavra imperiosa na sua conta, de escola de samba sem "dono", aguerrida e elegante, sabedora do seu papel na hist�ria do samba e consciente de seu lugar e posi��o na cultura do nosso pa�s.

E Ta� Carmem Miranda, que fez tudo para que gostassem dela e conseguiu.Caiu no gosto popular quando o r�dio ainda engatinhava, ela acertou em cheio. Carmem interpretou can��es que pareciam complementar uma necessidade, j� que preenchiam um espa�o l�dico e vital que o povo brasileiro trazia consigo e sua arte trouxe � superf�cie.

Com seu apelo sensual, sua espontaneidade adquirida na viv�ncia das ruas do centro do Rio de Janeiro, a voz de Carmem parecia portar a sua pr�pria imagem, um fen�meno explosivo que " bombou" nas ondas do r�dio e se tornou a primeira cantora campe� de vendas de discos no Brasil.

Aos vinte anos j� despontava sua estrela.Carmem firmou um repert�rio que se tornaria refer�ncia nacional. Foram can��es que se fixaram no imagin�rio do brasileiro e s�o recorrentes nos nossos motivos de festa, de tristezas, de deboche e de exalta��o, can��es sem as quais o Brasil teria incompleta sua identidade.

A figura da baiana definitivamente associada � imagem de um Brasil ideal para uns ou pouco prov�vel para outros, tornou-se uma marca. Marca de exporta��o em que Carmem imprime uma vis�o da Bahia, com o aux�lio luxuoso de Dorival Caymmi e a formata��o carioca que ela soube muito bem desenvolver, ganhando o mundo.

Mundo que se temperou como ela descreve com suas pr�prias palavras: Vou botar tempero no gosto e no " g�to" daquela boa gente(...).Nos meus n�meros n�o vai faltar nada: canela, pimenta, dend�,cominho(...).Vou levando vatap�, caruru, mungunz�, balangand�s, acaraj�(...).

E n�o contente com isso Carmem cutuca: " E v�o comigo seis baianas repenicadas, isto �, vou levar seis fantasias representando a gente do Bonfim...Mandei caprichar nesses trajes da nossa terra.Tenho feito tudo para que a m�sica e a baiana sejam uma bomba por aquelas bandas."

Carmem salta para outra esfera, o cinema americano, o mercado mundial, a pol�tica da boa vizinhan�a, d�lares, dores, fama, solid�o. Pagou um pre�o, mas n�o arredou o p�, seguiu em frente com um profissionalismo ineg�vel sacolejando sempre nossos balangand�s e legitimando o " samba" como m�sica nacional, recebendo o merecido t�tulo de Embaixatriz do Samba.

E em mat�ria de samba o Imp�rio Serrano � soberano.Sempre irradiando can��es, verdadeiras p�rolas, patrim�nio nosso que atravessa o tempo e se perpetua assim como as can��es que Carmem Miranda eternizou.Da� o elo inevit�vel de duas for�as que se complementam no cen�rio art�stico nacional.

Imp�rio Serrano e Carmem Miranda mais uma vez unidos caminhando contra o vento dos modismos, a favor da beleza e das coisas genu�nas, escrevendo mais uma p�gina da hist�ria, elevando a alegria que alegoriza a vida e personagens decorrentes. Acenando para a estrela ascencionada que ela sempre foi e ser�, pleiteando agora que seu brilho possa refletir mais uma vez na coroa de nossa bandeira que tanto anseia por brilhar novamente, voltando ao lugar merecido no podium do mundo chamado samba.

Desenvolvimento

(A Era do R�dio)

Carmem se beneficiou do r�dio, embora esse apenas engatinhasse e timidamente abria espa�o para a m�sica popular buscando um encontro com ouvintes. Dos 21 aos 29 anos, entre 1930 e 1939, fora a maior estrela brasileira do disco, do r�dio, do cinema, dos palcos e dos cassinos e recordista em grava��es.

Com sua incr�vel expressividade saltava das can��es, tornando-se " presente", " viva" para quem a ouvisse. Com ela o carnaval e o samba se tornaram s�mbolos de nosso pa�s. Carmem descobrira a alegria brasileira. Em 1930, Ta� (Pra Voc� Gostar de Mim) vendeu 35 mil discos em um ano! E em seis meses de carreira Carmem torna-se a " Rainha do R�dio".

O QUE � QUE A BAIANA TEM?

Antes de migrar para ind�stria do disco, para o r�dio e o cinema e tornar-se can��o popular nacional, a m�sica popular carioca passou pelo reduto das casas das tias baianas. A presen�a da baiana torna-se constante na vida da cidade. Invadem os bailes do Teatro Municipal do Rio e segundo a pr�pria Carmem (...) marinheiros e baianas eram fantasias proibidas por serem vulgares demais. Mas Carmem atrav�s do cinema norte-americano abre espa�o para popularizar a figura da baiana em nosso carnaval.

CASSINO DA URCA

No sobe e desce das orquestras sempre a tocar, emolduradas pelo clima Art-Dec� e cercada de blak-ties (traje obrigat�rio nos s�bados), regados a champanhe gr�tis e ornamentado por orqu�deas, assim era o clima dos cassinos. Carmem cantou em v�rios deles, mas foi no Cassino da Urca que ela marcou �poca e al�ou v�o para Am�rica.

"TO BROADWAY FROM SOUTH AMERICAN WAY"

Seis minutos no palco da revista " Streets of Paris" foi o que Carmem precisou para conquistar a Broadway. O sucesso alcan�ado nos night clubs de Nova York foi o passaporte natural para o cinema e as televis�es dos EUA .Carmem torna-se a personalidade brasileira que invade esse universo e lidera um seleto grupo de destaque em Hollywood onde realizou cerca de 14 filmes.

"YES, N�S TEMOS O SAMBA!"

Carmem era o exemplo de alegria, otimismo e felicidade transbordantes preconizados no carnaval, na festa permanente. Ainda hoje quando se fala de Brasil no exterior ela � lembrada e o samba vem de carona provando que n�o h� ditames quando se quer expressar um povo, uma na��o.

O samba � a "cola" que nos une, que nos " linka" com outras na��es e � capaz de transcodificar o que h� de mais genu�no em nossa ess�ncia luminosa que quando " toca" , faz brilhar o cora��o de quem possa apreci�-lo e ouvi-lo. " O pandeiro do samba, tamborim de bamba" continuar� a ecoar em todas a �pocas em nosso imagin�rio, em nossos cora��es.

Que assim seja !

(M�rcia Lavia e Renato Lage)