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Adeus, China!
Autor: Imperial O sol se ergue singelamente pelos horizontes da terra sem fim. Terra onde os caminhos parecem selados antes mesmos de serem pisados pelos seres humanos. A claridade que avança sobre colinas e vales então ilumina a enorme muralha de sonhos e vidas. Gigante de pedra de imensurável beleza marca os limites entre passado e presente, marca os limites dos devaneios de guerra e paz de um imperador. Limita o “sim” e o “não” de uma nação que é viva por seus filhos serem milhares. Resplandece a China proibida dos sonhos proibidos! Séculos se passaram sem que algo conseguisse destruir a grandiosidade rígida das torres de pedra. Mas eis que um dia, as muralhas pareceram não serem fortes o suficiente para suportarem os ventos de revolução que sopraram. Uma nova China surgia: com seu vermelho mais intenso e com seus filhos mais iguais. Mas as muralhas pareceram crescer ainda mais. Os caminhos se estreitaram em mão única. Destinos selados e mais proibidos que nunca. A China Comunista de Mao Tsé Tung surgia perante os olhos incrédulos do ocidente. Mas será que todas as veredas já estão traçadas? Seremos sempre obrigados a caminhar pelo caminho que riscaram para nós? A resposta veio em forma de lição de vida. Um fio de luz e liberdade nasce em meio a pobreza e desilusão de uma comuna chinesa. Filho da terra, fez do amor incondicional aos seus pais e irmãos a força motriz para conversar com os deuses.... se eles existissem leriam os pedidos presos nas pipas que as mãos meninas lançaram aos céus. Por tanto amar enfrentou os limites do corpo, enfrentou os limites da alma, sendo lhe dado então uma opção: redesenhar o seu destino. Era hora do filho da terra partir. Deixar sua amada niang (mãe) e seu dia (pai) para trás. Abandonar cada risada, cada brincadeira com os irmãos e amigos. Ah, a saudade será o mais terrível inimigo de tua vida, pequeno. Será o tributo a pagar para que possas desenhar teu caminho com as cores de teu sangue. As tuas lágrimas de despedida não afogarão essa dor que fere o coração. A estação vai ficando para trás... e o menino Li Cunxin parte para além do destino proibido. És o fio de luz e liberdade que foi capaz de transpor as muralhas de uma China Proibida! Além do “não”, Li Cunxin encontrou esperança. A Academia de Dança de Madame Mao, em Pequim, tão longe da tua gente e teu lar, seria o começo do teu novo caminho de vida. Mas como é possível suportar a dor que sufoca e o choro que insiste em rolar? Um pouco de ti ficou para trás e um pouco de tua terra e tua família estão contigo. Assim, tentas suportar tanta saudade. Cada lágrima que rolou e cada cicatriz que a vida te deu serviu de combustível para acreditares e lutares. Combustível para dançares! O balé te deu asas e assim voaste para conhecer o sentido concreto da palavra que a alma humana alimenta: liberdade! Cruzaste o oceano e conheceste aquilo que um dia foi verdade, mas que perante teus olhos tornaram-se mentiras. Onde prometeram miséria e opressão havia fartura e liberdade de expressão. Encantou-se e conheceu a paixão. Bailou no ar como uma pássaro que voa como respira, naturalmente e necessariamente. Mas a China te quis de volta! E como pode um pássaro engaiolado voar? Tentaram te tirar as asas, mas nada e nem ninguém pode retirar as asas de um sonhador! Triste decisão: rompeu com teu passado, com tua história... nunca mais veria tua amada niang e teu estimado dia? Nunca mais brincaria com teus irmãos? A sombra sorrateira de uma saudade dos tempos pobres, mas felizes onde todos estavam tão próximos e unidos, te assombraram. Adeus, China... adeus... e assim foste considerado desertor... traidor de tua pátria. Longe de teu ninho, voou pelo mundo. Bailando expressaste em todas as línguas, em todos os tempos e viveste infinitas vidas. Aplausos infindáveis mostravam o carinho e o respeito de todos pela tua arte, pela tua história. Mas que tristeza ainda repousa no canto de teus olhos? O tempo passou, mas o coração daquele menino que um dia deixou a sua comuna ainda bate por sobre o corpo-máquina do bailarino consagrado. Quando enfim terás o braço de tua mãe te envolvendo e protegendo? Quando enfim terá o abraço de tua terra e tua gente, teu lugar perfeito? Noite após noite, sonhaste com o regresso... Dia após dia, almejaste que a China não mais te renegasse como uma mãe ingrata. Foi então, que a manhã suplantou a austeridade noturna. O sol da liberdade se lançou aos céus da China e por sobre a densa muralha de pedra lançou seus raios de esperança. Um chamado de saudade rompeu vales e montes, rasgou céus e mares. Enfim, pôde retornares ao teu ninho. O chão da comuna, as lembranças infantis, tudo te recepcionou ao retornares. O rosto de teus amigos e irmãos foram os campos perfeitos para que pousasses e enfim pudesses abraçar e sentires abraçado pelas tuas adoráveis mães: mãe terra... mãe China.... mãe-niang! Lição de vida... lição de superação.... lição de amor e fé!! Inspirado em suas lições, Li Cunxin, a Imperiais do Samba, que ensina, ano após ano, o que é o amor de verdade, hoje também ensina o que é superação!! O que é entrega!! O que é ser o que nós queremos ser!! Ensina que não há destino proibido ou sonho proibido para aquele que ousa lutar!! VAI À LUTA CORAÇÃO!!! VAI À LUTA IMPERIAIS DO SAMBA!!!! Observação: A Imperiais do Samba recebe sambas-enredo até o dia 29 de janeiro de 2010, através do imperial.age@uol.com.br |
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